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História Memórias Póstumas de Kim Taehyung - O começo do Fim


Escrita por: blvevelvett

Notas do Autor


Oioi, gente <3

Voltei, com mais uma fanfic, como prometido \o/

Baseei a narração da fic no livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do Machado de Assis, porque quando assisti ao filme, me apaixonei pelo jeito que foi narrado <3
Aconselho quem quiser a ler, mesmo que eu ainda não tenha terminado (não dá tempo T-T)
Mas as histórias em si não se parecem nem um pouco, só peguei elementos da narração.

Essa fanfic ta maiorzinha que as outras que escrevi do BTS, e ta com um tema meio pesado. Já vou avisando aqui que ela pode ser considerada DarkFic, e DeathFic também. Mas, sinceramente, eu amei escrever ela, porque Drama é minha vidinha. Só não sei se vão gostar tanto assim.

Deixo claro aqui que não tenho nenhuma intenção de romantizar o suicídio. Isso é apenas uma história que retrata alguns problemas sociais da atualidade.
Deixo também a mensagem de que não aconselho que pessoas muito sensíveis leiam, o tema é pesado e pode afetar algumas pessoas.

Vou atualizar a fic toda quinta-feira, porque é o dia que dá tempo para mim :3

Mas enfim, boa leitura, meus amores, espero que gostem :*

Capítulo 1 - O começo do Fim


Lá estava meu corpo. Repousando em um simples caixão de madeira escura, pronto para ser sepultado. O motivo disso? Joguei-me de uma ponte da cidade de Seul quatro dias atrás. As autoridades até demorariam para encontrar o cadáver, porém, há um sistema de vigilância que tenta prevenir suicídios. Uma pena que isso não obteve sucesso comigo.

No funeral, se encontravam poucas pessoas. Park Jimin era uma delas. Sempre soube que ele estaria lá caso eu me fosse primeiro. Sempre fomos muito ligados. Porém, isso é história para outra hora. Jung Hoseok também estava presente. Entretanto, só o fazia para confortar e secar as lágrimas do ruivo baixinho com quem eu tinha laços. Eu e Hoseok nunca fomos próximos, apenas nos conhecemos em um dia desses, em que Jimin nos apresentara. De início, achei que fosse uma pessoa séria e calma, mas ele era o extremo oposto disso. Provavelmente era por isso que Jimin se encantou por ele, assim como tinha o feito por mim, anos antes.

Meus pais não apareceram. Claro, já deveria esperar por isso. Minha mãe, que Deus a tenha, faleceu há alguns poucos anos, e meu pai me ignora desde que ela se foi. Ela me odiava, e talvez esse ódio tenha sido transmitido para ele. A razão ficará clara assim que a história propriamente dita começar. Eu nunca entendi muito bem o modo como eles pensavam, e posso dizer que não compartilho do mesmo ódio que eles o faziam. Mesmo que eu não os visse a tempos.

Alguns colegas de trabalho de advocacia também estavam por lá. Não éramos próximos, apenas colegas que se falavam de vez em quando para trocar ideias e falar sobre alguns casos. Entretanto, Seokjin não estava lá.

Nunca fui uma pessoa de muitos amigos, e talvez seja por isso que minha depressão tenha se desenvolvido a um nível tão trágico que fez com que eu, um mero garoto de vinte e quatro anos, tirasse a própria vida. A verdade é que minha vida era um tanto quanto triste. Contudo, não me arrependo de nada e nem de não ter feito nada. Vivi pouco, porém, não intensamente a ponto de fazer tudo pelo momento. Pensava que era melhor viver devagar, com cada coisa em seu tempo, garantindo qualidade. Mas, por mais que tentasse, eu não conseguia êxito.

Eu não conseguia ser feliz. As pessoas que eu amava sempre tinham algo as impedindo de me amar. Minha mãe, Jimin, Seokjin... Todos eles... E o fato de eu me culpar por isso não ajudava em nada. Claro que são casos diferentes, e vou lhes contar logo o motivo, mas quero que se antecipem em saber que nunca consegui a felicidade.

Mas voltemos a fatídica madrugada em que decidi tirar minha vida: estava caminhando pela capital, sem rumo, sem expectativa e sem esperança. Os últimos dias tinham sido difíceis. Passei boa parte do tempo em casa, sozinho, pensando e chorando. Isso tinha se tornado comum desde que saíra de casa aos dezenove. Por que eram dias difíceis? Jimin havia viajado para o Japão com Hoseok, e eu fiquei aqui. Ele até mesmo me perguntara se eu ficaria bem por aqui, e lhe assegurei que sim. Claro que não lhe contei sobre o que eu e Seokjin passávamos. Jimin nem mesmo o conhecia. Na verdade, ninguém além de mim, ele e uma outra pessoa sabia o que estava acontecendo entre nós.

Peguei o metrô, permanecendo lá até o fim de seu percurso, que era uma área nem tão central e nem tão afastada. Desci e caminhei por mais algumas quadras, e, então, avistei uma ponte. Digo-lhes, caros leitores, que não saí de casa com a intensão de me matar. Já havia pensado várias vezes em suicídio, em várias ocasiões de minha vida. Entretanto, nunca tivera a coragem suficiente para enfiar-me uma faca no peito ou tomar algum medicamento extremamente forte. Mas quando vi aquela ponte, uma coragem subiu pelo meu corpo e me parecera a solução de todos os meus problemas, e também aos problemas que minha existência causara.

Subi, calmamente, e me sentei à beira da borda. Não poderia fazer muitos movimentos que sugeriam suicido, porque, como já mencionei, havia um mecanismo de aviso às autoridades. Mas não demorei muito. Pulei a divisória da ponte e fiquei em pé, encarando a imensidão de água do rio Han, negra pelo reflexo da noite, logo abaixo de mim. Então, abri os braços sentindo a leve brisa do Outono e cai. Porém, não foi uma simples queda. Meu coração se disparara no momento em que meu subconsciente entendera a altura da qual meu corpo caíra, e, então, como esperado, fez o órgão parar. E, assim, já estava sem vida antes mesmo de meu corpo cair na água e sumir por entre a escuridão da noite.

Nunca acreditei que existia uma alma dentro de nós até aquele momento. Assim que meu miocárdio parou de bombear sangue, pude ver meu próprio corpo caindo. O espanto foi inevitável, mas logo entendi o que se passara. Olhei para os lados e me vi em cima da ponte, novamente. E não entendi o motivo.

Nos quatro dias que se seguiram, fiquei caminhando, sem querer ver qualquer pessoa conhecida. Não queria sofrer, adiaria aquilo para meu funeral. Porém, ao passo em que caminhava, vi algumas informações sobre os mortos. A única coisa que consegui discernir bem fora que, quando alguém morre e seu espírito fica vagando pela Terra, é porque tem algumas contas a pagar. Como se deixasse alguma coisa incompleta e precisasse finalizar. E isso fez ainda mais sentido quando foi associado ao suicídio.

Dizem que aqueles que se suicidam vão para o Inferno... Mas não sou capaz de dizer nada. Afinal, ainda precisava encontrar minha missão incompleta.

Entretanto, queridos leitores, não é meu intuito pregar qualquer tipo de religião, espiritualidade ou algo do tipo. Não é meu objetivo passar nenhum tipo de mensagem moral ou social. Meu desejo é apenas contar-lhes a minha história do ponto de vista de um defunto autor, e não de um autor defunto. E, bem, qual seria a diferença? Simples: o autor defunto é aquele escritor, famoso ou não, que morre e deixa suas obras literárias. O meu caso não é esse: sou apenas um morto que pensa que consegue contar a própria história.

Então, que comecemos desde o princípio.


Notas Finais


O que acharam do primeiro capítulo?
Sério, só esse capítulo já me fez morrer um pouco, mas tudo bem...

Espero que tenham gostado, até semana que vem <3
Beijos e tenham um ótimo resto de semana :*


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