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História Memórias Póstumas de Kim Taehyung - Busan, minha salvação, mas também minha perdição


Escrita por: blvevelvett

Notas do Autor


Voltei mais uma vez <3

Como está sendo frequente nos últimos dias, ainda to naquela onda de tristeza de fim de ano, mas a gente segue em frente.

Espero que gostem do capítulo :)
Boa leitura <3

Capítulo 7 - Busan, minha salvação, mas também minha perdição


Tentei seriamente me matar. Me enfiei em baixo d’água, tentando a todo custo acabar com minha respiração, e, consequentemente, com minha vida. Mas, pensei eu, nem para isso servia. Então apenas chorei como o fraco que era.

Omma terminou de arrumar nossas malas um dia depois de me tirar de Seokjin, e me guiou ao carro sem nem me dirigir a palavra. Ela realmente passou a me odiar, se esquecendo de tudo de bom que passamos juntos e de tudo que um dia fizemos um pelo outro. E o fardo que eu era apenas se mostrou ainda mais presente quando isso aconteceu.

— Eu sabia que vir para cá seria uma péssima ideia. — começou a dizer quando Appa ligou o automóvel — E é tudo culpa sua, Taehyung.

Ali, ela começou a expor o quanto me odiava desde que soubera que eu gostava de homens.

— Você é uma desgraça para essa família, Taehyung. E eu soube disso antes mesmo de nos mudarmos para cá. Mesmo que eu tentasse te fazer ser certo, você não quis. Você escolheu ser essa aberração, essa desgraça da humanidade. — fez uma pausa — Você não é meu filho. Eu apenas vou te sustentar até você entrar na faculdade, mas só porque não quero ter que enfrentar processos depois. E depois que você sair de casa, eu nunca mais quero te ver.

Eu ouvia essas palavras com o coração em pedaços. Eu sabia que Omma teria uma reação agressiva ao ter certeza quanto à minha opção sexual, mas não imaginei que ela me diria tais coisas. E, naquele momento, eu chorava silenciosamente, mordendo os lábios com força para evitar soluçar e deixar clara a minha tristeza. Appa, como imaginei, não disse nada. E eu nunca saberia se ele concordava com ela ou não. Meu pai era uma pessoa indecifrável, que mesmo com anos de convivência e poucos anos de presença, ainda era difícil dizer o que se passava por sua mente.

Talvez ele também me odiasse, mas talvez tivesse pena de dizer isso em voz alta, e talvez quisesse me poupar de sofrimento. Ou talvez apenas achava que falar essas coisas para mim seria perda de tempo, visto que alguém como eu não merecia seu tempo.

Eu nunca soube o que ele pensava de mim.

Horas depois, chegamos em Busan, e a primeira coisa que fiz foi me trancar no quarto e chorar todas as mágoas que tive em voz alta. E eu me assustei, porque minha respiração falhou num nível tão absurdo que pensei que fosse morrer. Porém, parece que a vida prega peças, não é? Aquela não era minha hora.

Talvez a vida tenha me dado uma segunda chance para tentar de novo, tentar agradar Omma. Mas algo me dizia que era tarde demais para isso. E então, pensei comigo, pensaria na minha felicidade quando saísse de casa. Porém, agora que não tinha mais Jin hyung em minha vida, tudo se tornou mais difícil.

O primeiro ano passou lentamente, como uma tortura. Não sabiam nada sobre mim na nova cidade, o que quase me fez soltar fogos de artificio. Pelo menos, ali, não sofreria o que sofri em Gwacheon. Mas também não teria um novo Seokjin para me defender, e isso me preocupou. Ele me fez tanta falta...

Nos primeiros dias desse ano, chorei todas as noites com saudade de seus abraços, de nossas conversas e de nossos beijos. Senti falta de nosso amor, e tinha medo de nunca mais ter isso. Eu o queria de volta...

Eu não sabia me enturmar. Não sabia como conversar com as pessoas pela primeira vez, e isso era um fantasma que me assombrou até quando entrei na faculdade.

Entretanto, meus caros, a vida não me pregava só peças ruins. Não. Além de Seokjin, ela colocou Park Jimin em meu caminho, e a ela devo tudo por isso.

Lembro-me que faltava um ano para me formar e ir à faculdade. Tentaria entrar em uma faculdade na capital para recomeçar minha vida, e foi num desses meus devaneios na biblioteca do colégio que um menino baixo de cabelos pretos me apareceu.

Eu o achei estranho a principio, mas depois ele se sentou na cadeira à minha frente e sorriu, fazendo seus olhinhos sumirem e virarem apenas uma linha em seu rosto. Ele era fofo. Muito fofo. Tão fofo que não me segurei e apertei suas bochechas, o que resultou num riso de ambos.

— Prazer, sou Park Jimin. — estendeu a mão, ainda sorrindo.

— Kim Taehyung. — lhe disse sorrindo também, e apertei sua mão.

— Quantos anos você tem, Taehyung? — perguntou me olhando, provavelmente tentando saber se eu era um hyung ou não.

— Farei dezoito no fim do ano. — respondi, pensando ser mais velho que ele.

— Que legal, eu vou ser o hyung de alguém. — comemorou, e eu ri.

Achei estranho, porque ele tinha um rosto tão infantil que jurava que tinha doze, treze anos. Mas não me importei muito.

— Como assim? Achei que era uma criança. — ri.

— Na verdade eu sou só dois meses mais velho que você, então não é tanta diferença assim.

Conversamos e nos conhecemos durante aquela tarde. Jimin era uma graça. Era educado, calmo, sorria bastante, e pelo que me contou, tinha uma ótima convivência em família. Tudo que eu não era. Mas quem foi que disse que os opostos não se atraem?

Quando já era tarde, ele me acompanhou até a saída do colégio e fomos comer alguma coisa.

— Em qual classe estuda? Vou mudar para ficar com você. — me disse, e eu sorri aberta e timidamente.

Eu não sabia como era ter um amigo da mesma classe que eu, pois Seokjin era anos mais velho. Então, eu, na minha ingenuidade no quesito convivência, lhe disse.

Nos dias seguintes, Jimin sempre se sentava ao meu lado na sala de aula, e eu me sentia estranho por conversar enquanto o professor dava aula. Se me importei? Não. Jimin estava me fazendo descobrir uma parte da socialização que eu não conhecia. Não que ele fosse famoso na escola, pois não era, mas ele tinha alguns amigos com quem saia, e ele me levava junto deles. E, sabe... Ele era bom. Park Jimin era uma pessoa boa, ele era perfeito. Não como Seokjin, porque eram perfeições diferentes. Cada um deles era perfeito de seu jeito, e era isso que me fascinava nos dois.

Minnie, como passei a chama-lo com os anos de convivência, era o melhor amigo que eu poderia pedir. E talvez fosse por isso que não demos tão certo quanto eu queria.

Porque, antes de tudo, ele era meu melhor amigo. E essa foi minha perdição.


Notas Finais


Espero que realmente tenham gostado, e obrigada por lerem :D

Até o próximo, e Feliz Natal pra vocês :*


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