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História Memórias Rasgadas - Capítulo X


Escrita por: Imagination

Notas do Autor


Obrigada pelos comentários, mensagens, favoritos e a todos o que acompanham a fic!

Capítulo 10 - Capítulo X


Capítulo X

 

Mesmo sem entender como, Levi acabou por ser vítima de persuasão e essa era a razão para se encontrar a poucos metros de uma imensa moradia, onde já podia ver uma pessoa a vomitar perto da piscina. Isso fez com que Levi olhasse mais uma vez para o loiro ao seu lado num último pedido para virarem as costas e desistirem a ideia da festa de Halloween.

Porém, o estudante de medicina estava decidido a aproveitar a festa. Sobretudo depois de ter confessado que nunca tinha bebido até ao ponto de se considerar embriagado. Na opinião do jovem de cabelos negros, o outro estava a levar demasiado a sério a ideia de ter novas experiências. No entanto, quando o via tão animado, tornava-se difícil dizer algo contrário. Ainda que Levi tivesse intenção de controlar e impedir que o loiro ultrapassasse alguns limites.

A relação entre os dois evoluía de uma forma que Levi não esperava. O loiro ocupava o lugar do silêncio e quase o fazia esquecer dos dias e semanas em que esteve à habituar-se à solidão de novo, na sequência da partida de Hanji para Sina. Mesmo a melhor amiga vibrou com as novidades, não escondendo o entusiasmo por vê-lo com outra pessoa. Ela também pedia outro tipo de detalhes. Queria saber até onde ele e Armin já tinham ido. Claramente, Hanji continuava a considerar a privacidade um conceito desnecessário.

As novidades sobre Armin permitiram que ele mantivesse segredo acerca da presença de Eren em casa. Aliás, desde daquele beijo entre eles, tanto um como outro faziam os possíveis para se ignorarem. Embora Eren tenha tentado falar uma ou duas vezes, Levi fez questão de ignorar e passou o resto da semana a chegar bem tarde a casa. Dividiu os dias entre ajudar Nanaba ou ir até ao ginásio onde se cruzou várias vezes com a tal rapariga loira que o observava, no ver dele, quase discretamente. Essa era outra pessoa que Levi fazia questão de ignorar.

As conversas e rumores acerca do responsável ou responsáveis por enviar os três idiotas para o hospital também desapareciam para dar lugar a novidades como os escândalos mais recentes em algum reality show ou a participação desastrosa de uma das alunas da Universidade no programa The Voice. A internet e as suas mil e uma formas de desviar a atenção das pessoas. Até vídeos de gatinhos a brincar com novelos de lã seria razão para mudar o tema de conversa de todos e Levi admitia que também não resistia a alguns desses vídeos. Animais, gatos em específico, era um dos seus pontos fracos e ao descobrir isso, Armin teve provavelmente uma das ideias mais embaraçosas de sempre e que Levi foi incapaz de descartar. Portanto, ali estava ele, um jovem adulto com maquilhagem que o fazia parecer um felino que tinha devorado alguma coisa, pois “sangue” escorria por um dos cantos da boca, pescoço e caía em parte da t-shirt branca. Levava uma camisola preta por baixo e garras nas mãos. Se bem que o pior seria as orelhas de gato que tinha na cabeça.

Ao seu lado estava Armin com botas que Levi lhe emprestou, vestia uns calções pretos e a parte exposta das pernas tinha alguns “ferimentos” ou “cicatrizes”. Levi teria que admitir que o loiro possuía um talento nato para maquilhagem. O jovem estudante de medicina trazia também um casaco grande e longo que lhe chegava a meio das pernas, mas estava aberto, revelando vários objetos no interior como facas, pregos, entre outros utensílios semelhantes que podiam ser utilizados como tortura ou para matar. Trazia uma t-shirt manchada de “sangue”, uma corrente a envolver o braço direito e que estava presa a uma coleira que Levi trazia no pescoço. Puxou também os fios loiros para trás com gel e acrescentou um risco em torno dos olhos que estavam pintados com uma íris vermelha, devido a umas lentes que tinha colocado.

Não estavam a imitar nenhuma personagem em concreto, mas a experiência de Armin em cosplay fazia com que fosse bastante criativo para aquelas coisas.

– Estás a ver? Não param de olhar. – Dizia Armin entusiasmado.

– Sim, estão a olhar para o serial killer que tem um gato assassino. – Ironizou. – Miau.

Armin riu, beijando-o no rosto.

– O gato mais jeitoso da festa.

O loiro tinha-o obrigado a vestir uma roupa extremamente justa e por isso, talvez essa fosse a razão para os olhares.

Tch, é mais provável que estejam a olhar para as orelhas de gato”.

– Sei o que estás a pensar. – Disse, vendo Levi arquear uma sobrancelha. – Como é que eu deixei isto acontecer?

– É de facto uma boa pergunta. – Comentou Levi.

– Alguém apostou comigo e perdeu. – Disse divertido, deixando mais um beijo no rosto dele.

De fundo tocava um remix da música Hotbling de Drake em que alguns tentavam imitar a coreografia “complexa” e a grande maioria bebia, conversava em grupo e murmurava à passagem dos dois. Havia copos vazios pelo chão e gente que parecia ter bebido demais e recebia apoio de amigos e/ou conhecidos.

Levi já conseguia prever algumas chamadas para os serviços de urgência que iriam recolher pessoas que abusavam dos limites e acabavam em coma alcoólico.

Caminhando entre os rostos desconhecidos, um rapaz com um meio sorriso, cabelo ruivo preso num rabo-de-cavalo estendeu um copo, colocando-o na frente de Armin. Este último um pouco surpreendido e sem jeito ia pegar no copo quando Levi empurrou o objeto, dizendo:

– Regra de ouro. Nunca aceites bebida de desconhecidos. Na melhor das hipóteses podia só ter cuspido para dentro do copo. – Comentou, vendo o ar de nojo do companheiro. – Mas pode também ter posto algo diferente. Esse sorriso de serial killer também não ajuda.

Continuou a guiar o loiro noutra direção e pouco tempo depois, chegaram à cozinha onde os dois tiveram que passar por cima de alguém no chão que dizia ser uma prancha de surf.

– Será que não devíamos chamar alguém? – Perguntou Armin. – Alguém pode pisá-lo.

– Quando pisar, pode ser que isso sirva para acabar com a estupidez. – Comentou Levi desinteressado e abriu o frigorífico. – Cá estão. Latas de cerveja por abrir. – Retirou uma.

– Só vais tirar uma? Não vais beber?

– Vamos dividir entre nós. – Disse Levi, vendo o ar de desaprovação.

– Eu consigo beber uma lata sozinho, Levi.

– Disseste que tens uma “certa experiência” com o álcool. – Frisou o jovem de cabelos negros, usando as mãos para deixar claro as aspas que queria destacar naquela afirmação.

– Sim, mas já bebi uma lata sozinho. – Disse um pouco indignado. – Duas vezes. – Acrescentou.

– Duas vezes… – Murmurou pouco impressionado.

– Não sejas desmancha-prazeres, Levi. – Falou, retirando a lata das mãos do outro. – Está é para mim, por isso tira outra para ti.

– Qualquer sinal de perda de equilíbrio ou outro sinal semelhante e eu tiro essa lata das tuas mãos. – Avisou o estudante de olhos cinza já com outra lata na mão. – Nem vale a pena argumentar quando isso acontecer.

– Hum, está fresca. – Disse ao provar a cerveja que abriu. – De quantas precisas para ficar bêbado?

– Eu não sou um bom exemplo. – Disse, saindo da cozinha com Armin.

Pouco depois ouviram um assobio. Seria fácil de ignorar por julgar que seria dirigida a outra pessoa, mas uma voz conhecida pronunciou-se pouco depois.

– Ótimo trabalho, Armin. – Elogiou Ymir, vestida claramente com o cliché da noite, Harley Quinn.

– Olá Ymir. – O loiro sorriu.

– Olá loirinho e miuazinho. – Riu perante o revirar de olhos de Levi. – A sério, gosto dos vossos fatos. Bem mais originais do que o meu, mas eu basicamente só queria uma desculpa para me divertir e beber bastante antes dos exames. – Bebeu mais um gole do copo que tinha na mão. – Alinham no jogo de Verdade ou Consequência?

– Posso acompanhar, mas não vou jogar. – Referiu o jovem de cabelos negros, pretendendo deixar isso bem claro à partida. Ele não tinha qualquer tipo de apreço em jogos que quisessem mexer com um passado que ele tentava ignorar todos os dias.

– Não sejas assim. Eu disse que te queria desafiar. – Insistiu Ymir.

– Eu jogo. – Ofereceu-se Armin. – Pode ser que assim o incentive a fazer o mesmo. – Piscou o olho.

Foram levados até uma sala com várias almofadas no chão, alinhadas em círculo. O grupo de jogadores sentava-se nas referidas almofadas e de pé alguns curiosos assistiam. Levi era um deles, permanecendo encostado a uma parede de braços cruzados. A corrente que o loiro ainda tinha enrolada no braço não permitia que o jovem de cabelos negros fosse muito longe. Este desconfiava que isso era propositado, caso contrário já teria fugido da festa. A casa estava demasiado cheia, a maioria dos convidados estavam envenenados pelo álcool e outras substâncias. Quase todos perto do ponto de quebrar.

Talvez Levi conseguisse apreciar um pouco mais daquilo se também estivesse no mesmo estado. Porém, ele fez uma promessa a si próprio para não se descontrolar. Se o fizesse, Armin ficaria entregue à sua própria sorte e o objetivo da ida até ali tinha sido para se divertirem.

Perante os sorrisos do loiro, ele concluiu que a noite poderia ser bastante boa para ambos, uma vez que ver Armin com aquele estado de espírito também fazia com que se sentisse bem. Além disso, Ymir estava a descobrir que apesar de todo o ar inocente, Armin era um jogador perigoso, que também não tinha qualquer problema em escolher consequências bastante criativas.

– Armin, meu pequeno anjo demoníaco dá cá mais cinco! – Falou Ymir divertida com o loiro que chocou a mão com a dela.

Levi sorriu de lado, tomando mais um gole da cerveja quase terminada. Pelo canto do olho, reparou num rosto conhecido. Jean entrou na sala e dirigiu-se a uma das raparigas que aparentemente estava à espera dele e beijou-o com vontade assim que se aproximaram.

Em seguida, tanto ele como a rapariga trocaram alguns murmúrios e numa dessas trocas, os olhos de Jean focaram-se em Levi. Olhou-o de cima abaixo com interesse e Levi pôde ver o momento em que Jean o reconheceu, pois ficou surpreso.

Levi virou o rosto, voltando a atenção para o jogo e tanto Jean como a rapariga saíram da sala.

Parece que aquele também não podia perder a festa, mas como parece ocupado a comer as bêbadas daqui, não deve ter a oportunidade de incomodar o Armin”, concluiu, terminando a cerveja que tinha na mão.

O jogo preparava-se para continuar mais um pouco e não pretendendo ficar de garganta seca enquanto assistia, Levi aproximou-se do loiro, murmurando:

– Vou desprender um pouco aqui a corrente. Vou buscar mais qualquer coisa para beber.

– Ok, mas…

– Não, a tua cerveja ainda vai a meio. Já volto. – Disse, desprendendo a corrente antes de sair da sala. Teve que desviar-se de um casal que estava prestes a iniciar o ato em pleno corredor. Também se desviou de um grupo histérico de raparigas que riam como hienas entre elas. Uma ou duas disse qualquer coisa na direção dele, mas o som alto da música não permitiu que percebesse o conteúdo.

De regresso à cozinha encontrou um rapaz de cabelos escuros a misturar algumas bebidas e a servir a outros que saíam após serem servidos. Era uma espécie de barman improvisado.

– Vodka e Coca-Cola. – Pediu Levi. – Nada de coisas estranhas porque vou ver todo o processo, portanto, se não queres engolir o copo, é bom que não faças nada de estranho.

– Paranoico. – Brincou o outro.

– Cauteloso. – Corrigiu, observando cada gesto com atenção até que o copo lhe foi entregue.

– Queres falar num sítio mais… reservado?

Levi provou o conteúdo do copo e depois respondeu:

– Não.

– Ficas a perder.

– Sim, fico sempre quando digo que não. – Ironizou, saindo da cozinha com o copo na mão. Viu que o casal de antes tinha mesmo avançado para o ato e por isso, decidiu que não iria regressar para o lado do Armin, pelo menos não pelo mesmo caminho que o levou até ali. Isso significava que o percurso seria maior e nada garantia que não encontrasse outras coisas que não queria ver. Ainda assim, decidiu arriscar.

Enquanto caminhava pela casa, ouviu alguns assobios, comentários e até gente que miou na direção dele. Optando por ignorar tudo e todos, Levi continuou a andar nos corredores apertados devido à quantidade excessiva de pessoas que lhe tocaram várias vezes, aproveitando-se da confusão.

Deduziu a cera altura que estava perto, quando um braço envolveu a cintura dele. Ao hálito de álcool que se misturava com o perfume, veio a voz insinuante que sussurrou perto da orelha dele.

– Onde pensas que vais, delícia?

Podia ser o álcool ou uma terrível coincidência, mas assim que virou o rosto, encontrou os orbes inconfundíveis. O tom verde vivo, apesar de um pouco embaçado pelo efeito embriagante das bebidas que teria consumido. O que estava ele a fazer ali?

Levi empurrou-o, encarnando-o com incredulidade e fúria.

– Não coloques essas patas em cima de mim, Jaeger!

– Tão irritado mesmo depois daquele nosso beijo. – Ironizou, reaproximando-se e Levi atirou o conteúdo do copo para o rosto do moreno antes de virar as costas e sair rapidamente dali.

Era óbvio que Eren estava bêbado, mas ainda assim deixava-o com um sabor amargo na boca saber que o moreno queria brincar com ele. Rir dele mais uma vez.

Ir até aquela festa tinha sido uma péssima ideia. Devia ter imaginado que uma pessoa como Eren não perderia uma festa. Como ia voltar para o Armin naquele estado? Ele ia vê-lo perturbado. Iria fazer perguntas às quais não queria responder.

– Uau, gato. Todo produzido.

Levi parou de andar ao escutar a voz conhecida e viu Marco piscar-lhe o olho e fazer sinal para que o desconhecido que estava com ele afastar-se e deixar os dois sozinhos.

– Claro, tu também não podias perder uma festa destas. – Disse, vendo o copo na mão do Marco e sem pedir, pegou no mesmo e bebeu o conteúdo todo de uma só vez.

– Então? A festa não está do teu agrado? – Perguntou curioso.

– Esteve antes de encontrar a pessoa errada, mas não quero falar disso.

– Hum, como queiras, gato. – Sorriu e pegou na mão de Levi que arqueou uma sobrancelha antes de seguir o gesto e dar uma volta na frente dele. – Puta que pariu, o que eu não dava para te levar agora um dos quartos contaminado com doenças sexualmente transmissíveis.

Levi não conseguiu evitar um sorriso divertido. Marco tinha sempre aquela capacidade de lhe provocar aquelas reações. Sabia perfeitamente quando não insistir nos temas errados e tornar a atmosfera mais leve e até divertida.

– Parece uma sugestão tentadora, mas eu vim acompanhado.

– Hum, deixa-me adivinhar. O Armin?

– Exato. – Confirmou.

– Então aproveita a festa com ele e não deixes que ninguém te estrague a noite. – Afagou os cabelos negros. – Diverte-te, bebé. O resto do mundo que se foda.

– Tens razão. – Admitiu com um pequeno sorriso.

– Levi! Finalmente encontrei-te e… – Armin parou, olhando quase boquiaberto para provavelmente o vampiro mais sensual de toda aquela festa. – Ah… hum…

– É o Marco. – Apresentou Levi divertido pela falta de palavras do loiro.

– Uau, eu também compraria drogas todos os dias. – Corou. – Ah, quer dizer, ele podia ser um cobrador e eu iria esquecer-me totalmente que iria perder a casa.

Marco riu e Levi deixou escapar mais um sorriso divertido.

– Um prazer conhecer-te, Armin. – Estendeu a mão ao loiro que ruborizado, aceitou o gesto.

– Desculpa, sei que disse coisas estranhas.

– Não, nada disso. O meu ego agradece a sinceridade. – Sorriu. – Bom, agora que já se encontraram, vou continuar a aproveitar a festa e sugiro que façam o mesmo. – Piscou o olho antes de se misturar na multidão de pessoas.

– Uau, quando falaste no Marco esqueceste-te de dizer que ele parece um modelo porno.

– Hum, gostaste assim tanto? – Comentou divertido. – Queres trocar-me?

– Claro que não. – Apressou-se a dizer, beijando Levi por breves segundos. – Eu já tenho material de qualidade, mas diz-me ele e tu…?

– Algumas vezes. – Respondeu à questão implícita.

– A sério? Quem ficou por cima?

Levi arqueou a sobrancelha.

– Surpreende-me que ainda perguntes uma coisa dessas.

– É normal que duvide. – Tentou argumentar e resolveu mudar de assunto. – Acabámos o jogo de Verdade ou Consequência. A Ymir decidiu mudar para um jogo de cartas. Vamos jogar ou queres ir embora? Fazemos como quiseres.

O Marco tem razão. Não devia estragar o resto da noite”.

A resposta tornou-se bem evidente após esse pensamento e por isso, regressou para a companhia de Armin. Pelos vistos pararam o jogo anterior porque os envolvidos desistiram de ser torturados pelo Armin e pela Ymir. Como no jogo anterior, o loiro participou e o outro ficou só a ver, desta vez reverteram os papéis ainda que o estudante de medicina tenha resolvido ficar sentado sobre as pernas de Levi, murmurando alguns conselhos durante o jogo.

– Não sei se devo considerar justas as tuas jogadas, Levi. Aí o teu génio demoníaco deve estar a ajudar.

– Não sejas injusta, Ymir. Ele praticamente nem precisa de ajuda. – Acariciou o rosto de Levi. – É um excelente jogador mesmo sem as minhas sugestões.

– Não sejas assim só porque estás a perder. – Apontou Levi. – Afinal de contas foste tu que insististe para que jogasse pelo menos uma vez. – Trocou um beijo com Armin.

A resposta de Ymir foi interrompida por uma chamada que recebeu e assim que confirmou o nome no ecrã, deixou o jogo de cartas. Armin lançou um olhar preocupado, mas o jovem de olhos cinza logo murmurou:

– Está tudo bem. É apenas uma chamada privada.

– Hum, ela disse que estava à espera da namorada. – Comentou o loiro pensativo.

– Pois, mas eu não acho que vá aparecer. – Deixou escapar.

– Huh? Porquê? Como podes ter a certeza? – Indagou curioso.

– Não posso contar, loirinho mas observador como és, pode ser que um dia descubras. – Deixou as cartas de lado e o resto dos envolvidos também parecia desistir do jogo.

– Se não queres contar é porque há um bom motivo. – Levantou-se das pernas de Levi. – Vou à casa de banho e já volto.

– Ok, eu espero aqui por ti. – Respondeu e viu o loiro acenar-lhe enquanto saía.

Permanecer ali seria a melhor forma de evitar Eren. Afinal de contas, o moreno andava pela festa e não queria ter que se cruzar novamente com ele ou vê-lo com outra pessoa. Simplesmente queria que fosse possível não se cruzar com ele de novo.

Mesmo sem querer, bastava que tivesse um momento a sós com os seus pensamentos e Eren regressava como uma praga. Não queria estragar a noite com isso. Armin não merecia uma coisa dessas.

 

*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

 

Depois de encontrar uma casa de banho vazia e minimamente limpa, Armin fez o que tinha que fazer antes de sair e desviar-se de um grupo que estava a empurrar-se nos corredores. Em seguida, quase bateu em Ymir cuja boa disposição parecia ter diminuído consideravelmente.

– Tudo bem?

– Sim, quer dizer mais ou menos. A minha namorada mudou de ideias e não vai aparecer.

– Mas tu podes ir ter com ela? – Perguntou o loiro após algum silêncio entre os dois.

– Huh?

– Aproveitaste bem a festa e como ela não quer vir cá ter, suponho que podes ir ao encontro dela. A noite ainda não acabou e as duas podem estar juntas. – Sorriu.

– É… não deixas de ter razão. – Disse e devolveu o sorriso. – Já tirei o que queria da festa, agora só falta ela e se não vem, então vou vê-la. Ainda posso aproveitar bem a noite. – Colocou a mão num dos bolsos e retirou uma chave, entregando a mesma ao loiro.

– O que é isto? – Perguntou baralhado.

– Uma chave.

– Eu sei que é uma chave, Ymir. – Revirou os olhos. – Mas para quê? E é de quem?

– No fim quando saíres, podes deixar na porta. – Disse com um meio sorriso. – Eu tinha reservado um quarto aqui com a dona da casa para poder estar à vontade num sítio decente, sem vómito ou gente bêbada a interromper.

– Uma chave de um quarto?

– Sim que como não vou usar, estás à vontade para fazer uso dela com o Levi. – Disse e Armin sentiu-se corar bastante. – Não sei se terá preservativos, mas sei que há lubrificante porque pedi. É o último quarto ao fundo que fica no 3º piso.

– Ah… eu…

– Aproveita o resto da noite porque também vou fazer o mesmo. – Sorriu divertida, deixando para trás um Armin de rosto bem avermelhado.

Ainda nervoso com os cenários que lhe passavam pela cabeça, o loiro iniciou o caminho de volta à sala onde Levi estava à espera dele. Os dois desde daquela primeira “pausa” no tempo de estudo repetiram sessões igualmente quentes nos dias que se seguiram, mas sempre com o tempo limitado e o local inadequado para explorar um pouco mais. Porém, se fosse adiante com a ideia de Ymir, talvez fossem um pouco mais longe. Isso causava-lhe um arrepio bom e não podia negar que ficava empolgado com as possibilidades.

Quando entrou na sala, encontrou Levi de pé a ajeitar um pouco a posição da corrente que Armin tinha deixado. O loiro não ia mentir. Adorava as roupas que convenceu o outro a vestir. Tudo justo nos pontos certos, deixando evidente como Levi possuía um corpo bem atrativo.

– Então o que queres fazer agora? – Perguntou o jovem de cabelos negros ao notar que o loiro já estava de volta.

– Ah… – Corou novamente. – Eu… a Ymir… ela deu-me uma coisa.

– A Ymir?

– Uma chave. – Mostrou o objeto na mão e sentindo o rosto a ferver prosseguiu. – É de um quarto que está fechado e… se quiseres ir.

– Hum. – Sorriu de lado. – Queres mesmo explorar todos os clichés de uma festa.

– Podemos ir embora, eu…

– Vem, loirinho. Vamos aproveitar o que falta da festa. – Disse Levi. – Onde é?

 

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Levi deixava-se guiar por Armin, ignorando todos os rostos à volta deles e também a música repetitiva e sem sentido. Segurava na mão do loiro enquanto tentavam conversar pelo meio do ruído. Em mais um remix tocava Bad Blood de Taylor Swift e o loiro comentava qualquer coisa sobre a relação entre a música e os ex-namorados da cantora, quando Levi teve vontade de parar e dar meia volta.

Estavam perto do quarto, mas de tudo o que imaginou que pudesse ver, aquele cenário não esteve sequer contemplado como uma hipótese. Os pés pararam sem que pudesse impedir a forma abrupta como o fez. A meio do corredor que teriam que atravessar, encontrava-se Eren bem próximo a Jean que tinha uma das mãos na cintura do moreno, momentos antes de se beijarem.

Ugh, o namorado do Jean. – Comentou Armin com um certo desprezo. – Entre os dois não sei quem é pior.

Eles são… namorados?

Sim, Armin já tinha falado no namorado de Jean, mas sem entrar em detalhes e por isso, nunca parou para pensar em quem seria. Porém, com certeza não colocaria Eren naquele papel.

No entanto, podia ver com os próprios olhos como o moreno e Jean tinham um relacionamento e que apesar disso, Eren o tinha beijado há uns dias atrás. Claro que para ele foi só mais uma brincadeira. Uma forma de o atingir e o triste era saber que o moreno ainda era capaz disso.

– Levi? – Chamou Armin.

O loiro pensava que o jovem de olhos cinza tinha parado apenas porque não queria que se cruzassem com Jean, mas tornou-se óbvio que existia outra razão. Podia ser só um palpite, mas qualquer coisa lhe dizia que o choque se devia principalmente à presença de Eren.

Contudo, procurando impedir que aqueles dois estragassem o resto da noite, Armin puxou Levi para que continuassem a andar, não notando que outra porta se abria, onde estava outra figura familiar que os viu passar. Não só esse, mas a presença do loiro e do rapaz de cabelos negros não escapou à atenção de Eren e Jean.

– Olha, lá está ele com aquela coisa loira. – Disse Eren divertido.

– Não, deixa estar. – Jean segurou o braço do namorado. – Há algo mais interessante aqui. – Sussurrou, segredando mais qualquer coisa ao ouvido do moreno de olhos verdes antes de se afastar.

 

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Marco viu Levi passar e ser levado por Armin. Não gostou da expressão no rosto do jovem de cabelos negros, mas contava com o loiro para mudar isso. Entretanto, viu Jean passar por ele com o mesmo ar confiante de antes, mas em vez de falar, simplesmente saiu.

Ainda um pouco confuso, Marco viu que uma mão era colocada ao lado do seu rosto e ao olhar para o lado para ver quem era, encontrou um moreno de olhos verdes.

– Olá. – Cumprimentou com um sorriso repleto de malícia. – Ainda não fomos apresentados. O que é uma pena.

– Será mesmo? – Perguntou Marco, admitindo internamente que embora houvesse claramente características atraentes no outro, existia também outro fator importante.

– O meu nome é Eren.

Pois, não era simplesmente uma suspeita. É de facto, quem eu pensava”.

– Jaeger? – Indagou somente para confirmar.

– Conheces-me? – Perguntou claramente agradado com isso. – Parece que a minha fama ultrapassa-me. – Passou o dedo indicador no peito de Marco. – Posso saber o teu nome? Só para saber que nome devo dizer quando estivermos só os dois a…

Não permitiu que a frase fosse concluída. Colocou as mãos sobre os ombros de Eren e ergueu o joelho num golpe violento e inesperado até para o próprio que o executou. Marco já tinha escutado várias coisas sobre Eren antes. Chegou inclusive a vê-lo de longe um par de vezes, mas não se quis envolver demasiado nos problemas de Levi. Ou quem sabe, tenha sido porque não teve a oportunidade de vê-lo de perto.

Contudo, olhos nos olhos com um dos responsáveis pelo encontro dele com Levi, por todas as vezes que viu o jovem de olhos cinza desejar pôr um ponto final por causa daquele tipo, algo dentro dele agiu por impulso. Passaram pela cabeça dele os olhares perdidos, desolados, o consumo exagerado que deixou Levi às portas da overdose, os braços ensanguentados, os gritos de desespero e raiva de Hanji e por fim, podia ver Levi esboçar um pequeno sorriso, acariciando o rosto de Marco. Tratava-se de um dia que estava triste por alguma razão sem importância e ainda assim, recordava esse gesto inesperado e o sorriso de quem não tinha esperança por ele mesmo, mas quis oferecer conforto a Marco.

Vai ficar tudo bem”.

Possivelmente tenha sido isso que o fez abandonar os bastidores, o seu lugar como espectador e agir. Quis ter o gosto de infligir um ínfimo daquilo que Levi sentiu e ainda sentia por dentro.

Ver Eren cair aos seus pés com o fôlego entrecortado pela tosse e dor, deu-lhe maior gosto do que qualquer outra bebida que tivesse consumido naquela noite.

– Filho da puta nojento. – Murmurou Marco. – Não vales nada.

Virou as costas e deixou o moreno a desesperar por recuperar o fôlego e queixar-se de dor no chão.

 

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Entretanto Levi estava sentado numa cama com o loiro ao lado dele. Este último afagava os cabelos escuros, procurando acalmar o turbilhão de sentimentos negativos que consumiam o outro por dentro. Era inútil tentar disfarçar e o jovem de olhos cinza era consciente disso. Só que mesmo assim não sentia coragem de falar. Melhor dizendo, as palavras estavam presas na garganta, no peito que doía sem parar. O que devia dizer a Armin? O que será que o loiro teria deduzido da reação dele? Era mais do que justo contar a verdade. Pelo menos a parte que fosse capaz de pôr em palavras.

– Se não quiseres falar, eu entendo e espero. – Disse o loiro calmamente. – Mas eu gostava de ouvir. Queria ter a capacidade de acalmar o que estás a sentir.

– Devias exigir respostas. – Murmurou Levi.

– Porquê?

– Porque passámos ao namoro e eu devia…

– Hei, não me deves nada. Não tens o dever de fazer nada que te deixe desconfortável. Nós concordámos em ir devagar. – Recordou o outro.

– Eu… eu conheço-o…

– O Eren. – Concluiu Armin e viu o outro assentir. – Eu sei que não ficaste assim só por teres encontrado o Jean.

– Eu não sei se consigo… eu não posso falar de tudo agora, mas acho que tens o direito de saber o mínimo. Preciso dizer-te isto para que também possas tomar as tuas decisões.

– Vou continuar aqui, não tenho qualquer dúvida. Leva o teu tempo. Estou aqui para o que precisares. – Disse, encostando a cabeça ao ombro do outro.

Após um longo período sem qualquer palavra, Levi começou a falar. Sem grandes detalhes, contou que conheceu Eren no 1º ano do Secundário, que teve sentimentos por ele e que mais do que desilusão, passou por algo que não desejaria a ninguém. Mesmo sem explicar o que aconteceu exatamente, Armin entendeu que foi qualquer coisa tão grave ao ponto de tornar Levi cético quanto a relacionamentos e acima de tudo, afundá-lo em vícios destrutivos.

Contudo não esperava ouvir a história acerca de Carla, a mãe de Eren que ignorante acerca do passado dos dois, pediu um favor que Levi teria todo o direito de recusar. Porém, este acabou por concordar e isso explicava a razão para que nunca combinassem ver-se depois das aulas no apartamento dele. Havia sempre uma hesitação e agora Armin entendia o motivo.

Sinceramente, o loiro era da opinião que o namorado devia contactar a tal Carla e anular aquele acordo. Em parte porque prejudicava o jovem de olhos cinza e a outra parte porque não conseguia evitar uma certa pontada de ciúmes. Afinal de contas, Eren podia estar todos os dias na companhia de Levi e ainda assim, não valorizava nenhum só momento ou sequer a pessoa com quem estava.

Em cenários que a mente de um jovem apaixonado imaginava, Armin pensou que podia assim como o namorado conseguir um trabalho a tempo parcial, nem que fosse só aos fins de semana e dessa forma, quem sabe sugerir que partilhassem os dois o apartamento. Queria estar com ele e ajudá-lo também. Claro que mesmo na sua mente, a parte racional, tudo lhe parecia demasiado apressado tendo em conta que concordaram levar as coisas com calma, mas o loiro já não conseguia imaginar uma vida sem a presença do outro. Talvez nem o jovem de olhos cinza fosse consciente de como tinha marcado a vida dele desde da primeira vez que o viu e definitivamente depois de o conhecer e concluir que Levi era ainda mais especial do que pensara inicialmente. Mesmo que não realizasse as fantasias de um apaixonado de dividir o mesmo espaço com o jovem de olhos cinza, a ideia de que Eren pudesse fazê-lo e magoar o outro não lhe agradava nem um pouco.

E se eu encontrar uma forma de tirá-lo de lá? Será que devia tentar fazer isso?”, afagava os cabelos negros, “Preciso de evidências de que o Eren possa estar a maltratá-lo. Se ele for em casa, o mesmo que vi na faculdade, faço questão de o colocar fora daquela casa. Seja o que for que aconteceu entre eles, aquele filho da mãe tem culpa e eu prometi a mim mesmo que faria o que fosse preciso para proteger o Levi. Mas por enquanto, vou esperar para ter mais certezas, até porque o Levi diz que quase nem se falam, portanto, vou esperar mais um pouco”, ergueu-se da cama e viu o olhar curioso do namorado enquanto se dirigia a uma porta que havia dentro do quarto.

– A Ymir disse que era a casa de uma rapariga por isso, supus que esta porta fosse a de uma casa de banho. Estamos mesmo na casa de riquinhos. – Comentou, entrando na divisão após acender a luz. – E como é rapariga, suponho que também tenha o que estou à procura.

Levi esperou um pouco até que Armin saiu com um frasco e o que pareciam ser toalhitas numa das mãos.

– O que é isso?

– Para limpar a maquilhagem. – Sorriu. – Decidi que vamos dormir por aqui, mas nada de dormir com maquilhagem para acordar como verdadeiras assombrações mais tarde.

– É uma forma deprimente de acabar a noite. – Comentou, vendo o loiro passar o líquido num pequeno pedaço do que parecia ser um lenço antes de esfregar com cuidado o rosto dele.

– Não, não é. – Assegurou. – Estou contigo e não há nada de deprimente nisso.

Os olhos cinza observavam o cuidado com que era tratado, recordando as vezes em que a melhor amiga sentada na frente dele ajudou-o a limpar o sangue que tantas vezes tinha nas mãos ou as lágrimas que nos piores dias era incapaz de conter. No primeiro caso, os olhos castanhos enchiam-se de tristeza profunda e os sorrisos fracos mal alcançavam os olhos dela. No segundo caso, os sorrisos eram mais fáceis e seguiam-se abraços e palavras positivas sussurradas no silêncio que se formava entre eles.

Com Armin havia ternura em cada gesto e também nos olhos agora azuis, pois teria retirado as lentes quando entrou na casa de banho. Levi sentia um certo nó no estômago ver alguém cuidar dele com tanto carinho. Parte dele julgava não merecer tal coisa. Parte dele questionava-se por que razão alguém que já tinha batido tão fundo, ainda merecia aquele sentimento de alguém. Armin podia encontrar uma pessoa melhor. Merecia uma pessoa melhor e no entanto, não mostrava qualquer hesitação quando trocavam olhares. Havia ternura, mas também um aspeto decisivo que deixava claro que não recuaria e pretendia ficar ao lado dele.

Encontrou algo semelhante nos olhos de Hanji antes e se por um lado trouxe algum calor ao seu coração, por outro lado também trouxe receio da destruição que podia causar. Armin ainda era tão inocente. Era inteligente e brilhante assim como Hanji, mas nutria por ele um sentimento que Levi não queria admitir que sentia falta na vida dele, mas que não pensava que merecesse sentir novamente. Não só isso, não achava que alguém devesse sentir algo tão puro e bonito por ele.

Porém, era o que via em cada gesto e palavra à sua frente. Tornava-se incapaz de ignorar tudo isso e o pior seria que não estava a fazer nada para impedir o loiro. Aquilo era um erro e mesmo assim, continuava a alimentar o que podia ser uma grande deceção. Não para ele, mas para Armin. Não o queria quebrar, mas também temia que afastá-lo, acabasse por quebrá-lo a ele. Quebrar porque depois de tanto tempo recebia um sentimento do qual não pensava ser merecedor.

Após retirarem a respetiva maquilhagem, Armin retirou o casaco e colocou-o sobre uma cadeira, aproveitando também para ficar descalço. Levi retirou a corrente, as orelhas de gato para as quais viu o loiro sorrir divertido, as garras e também ficou descalço antes de se deitarem sobre a cama.

– Nunca mais uso uma coisa daquelas. – Murmurou o jovem de cabelos negros, deitando-se de lado para ficar virando de frente para o loiro que fez o mesmo, mantendo ainda o sorriso bem divertido.

– Isso é o que vamos ver. Ainda estás a subestimar a minha capacidade de persuasão? – Perguntou.

– Tch…

– No fundo até apreciaste o estilo.

– Vamos dormir, Armin. – Fechou os olhos, ouvindo ainda o outro segurar um pouco o riso.

– Boa noite, Levi. – Murmurou por fim.

– Boa noite, Armin. – Respondeu.

Era estranho terminar a noite daquela forma. Principalmente, tendo em conta o que tinha acontecido e o que tinha contado ao loiro. Ainda que os detalhes fossem escassos seria de se esperar que Armin mostrasse alguma incompreensão. Como podia mostrar-se tão compreensivo, se tivesse em consideração que tinha admitido que teve sentimentos por Eren? O mesmo Eren que o loiro conhecia em primeira mão por ser um idiota que se divertia a humilhar os outros. Isso deveria ter levantando vários alertas, mesmo que tenha dito sem grandes detalhes que o Eren que conheceu, escondeu muito bem o que na realidade era.

Contudo, quando procurou que pelo menos Armin mostrasse pena, continuou a não ver nada disso.

É alguém bastante estranho”, concluiu, deixando escapar um pequeno sorriso e com o passar do tempo, mesmo que não estivesse na cama dele ou bebido o suficiente para dormir tão rápido acabou por adormecer. Possivelmente, isso estivesse relacionado com a parte emocional dele. Essa sim que se tinha agitado bastante e em resultado, acabou por deixá-lo cansado e capaz de dormir numa casa desconhecida, onde ainda se ouviam as vozes, risos e a música repetitiva.

Sem a noção de quanto tempo o sono durou, Levi começou a acordar ao sentir um peso sobre o peito dele. Com os olhos ainda semicerrados e como ainda ouvia música, questionou-se por quanto tempo teria dormido. Aparentemente, não tempo suficiente para a festa terminar. Se bem que isso não devia surpreendê-lo, tendo em conta o sono bastante irregular que tinha.

Levi notou que o loiro se tinha aproximado mais durante o sono, mais concretamente estava com a cabeça sobre o peito dele e a abraçá-lo. Considerou em deixá-lo assim e tentar dormir novamente, mas assim que pensou em fechar os olhos novamente, uma das pernas do loiro moveu-se e porque não devia ser daquelas pessoas que dormia na mesma posição, acertou num local sensível. Teve que conter a queixa, mas o espasmo de tentar afastar-se por causa da dor, fez com que Armin começasse a acordar.

Os olhos azuis ensonados e um pouco confusos observaram Levi que entretanto se sentou com uma expressão de dor.

– Levi? – Murmurou. – O que foi? Um pesadelo?

– Não, não é nada.

O loiro também se sentou na cama e após alguns momentos de confusão, perguntou:

– Ó meu Deus, bati-te durante o sono? Estás bem?

– Sim, está tudo bem. – Respondeu quase com vontade de rir ao ver a preocupação no rosto do loiro.

– Desculpa, não te queria acordar. – Disse ainda com algum sentimento de culpa ao que se seguiu um tom de curiosidade, pois Levi não tocava em nenhum ponto específico para tentar aliviar a dor como seria a reação normal. Em vez disso, mantinha as mãos ao lado do corpo e apenas uma delas se moveu para mexer um pouco nos fios negros.

Mas se lhe bati com força ao ponto de o acordar…”, pensava confuso.

– Podes voltar a dormir. – Disse o jovem de olhos cinza.

– Onde te bati? – Perguntou curioso.

Levi passou uma das mãos pela cara com uma expressão divertida.

– Num sítio bastante sensível. – Respondeu. – Estava a tentar disfarçar para não te preocupares à toa. – Acrescentou, vendo o outro corar bastante.

– Ah…

– Vá, não ponhas essa cara. Já disse que está tudo bem. – Passou a mão nos cabelos do loiro. – Tenho a certeza que vou sobreviver e não há danos permanentes. – Viu que o loiro ainda olhava para o lençol que prendia nas mãos. – Armin? Hei, a sério, não é preciso que…

– Não te devia ter acordado. Era suposto ser uma noite tranquila. – Falava ainda sem olhar para ele.

– Tão tranquila quanto possível numa casa em que estão a deitar as paredes abaixo com este barulho. Estou surpreendido como consegui adormecer e não acordei com as sirenes da polícia ou serviços de urgência. – Tentou brincar um pouco. – Mas se conseguir dormir um pouco antes, é quase certo que volte a acontecer assim que me habituar novamente ao ruído.

– Acordei-te… – Ergueu o rosto corado. – Devia ter responsabilidade nisso.

– Como assim?

Decidindo que as palavras podiam não sair, Armin tomou a decisão de não perder a coragem naquele momento e fazer passar uma mensagem clara. Em consequência disso, os olhos cinza seguiram com um certo interesse os movimentos que se seguiram. O loiro colocou as mãos nos ombros do namorado e terminou sentado sobre as pernas dele. Este último posicionou as mãos sobre a cintura do jovem de olhos azuis que bem ruborizado, não desviava o olhar.

– Quero compensar-te e quem sabe, voltes a dormir ainda melhor. – Conseguiu murmurar por fim e apesar do tremor, Armin ficou orgulhoso porque conseguiu que as palavras saíssem.

– Não precisava de compensação, mas admito que estou interessado. – Respondeu Levi, acariciando com uma das mãos as costas de Armin que se arrepiava com o toque, mesmo que ainda houvesse o tecido separá-los.

Com os batimentos acelerados, o estudante de medicina encostou os lábios aos do namorado que retribuiu o gesto. A mão continuava a mover-se nas suas costas de forma suave por oposição à mão repousada na cintura que a apertava um pouco, produzindo bons arrepios que o fizeram mover um poucos os quadris.

O efeito foi imediato. Um gemido abafado de Levi arrepiou o loiro que gemeu também ao ter o jovem de cabelos negros morder o lábio inferior, conseguindo com sucesso passagem para aprofundar o beijo.

A intenção inicial de Armin era surpreender um pouco o outro com atrevimento e alguma dominância, mas tudo estava a perder-se na forma como aquela língua se movia dentro da boca dele, retirando-lhe as forças e a capacidade de pensar.

Numa resposta enevoada pelo desejo que subia entre os dois, o loiro continuou a mover os quadris a cada arrepio eletrizante, provocado pela língua e pelas mãos de Levi que se moviam entre as suas coxas, costas e uma delas puxava os cabelos loiros com cada vez mais força.

Armin notou que a pressão era maior quanto mais frequente fosse o movimentos dos quadris. A ideia de estar a excitar o outro deixava-o com uma sensação de orgulho.

Quanto a Levi pensava que iriam repetir uma das sessões quentes que tiveram durante a semana, mas o namorado estava a mexer com ele de uma forma que o fazia pensar se não podiam fazer algo um pouco diferente. Continuava a não ser a melhor ocasião ou lugar, mas Armin estava definitivamente a testar o controlo dele com aqueles movimentos e gemidos quase desesperados contra a boca dele. Procurando ouvir alguns sem que fossem abafados, desviou os lábios da boca do outro e começou a beijar o pescoço do loiro que apertou com força os ombros dele, gemendo de forma audível quando chupou a pele por alguns segundos.

– Ah… Levi…

– Gostas assim? Um pouco mais brusco, não é? – Sussurrou antes de desviar um pouco da gola da t-shirt e morder no ombro do loiro que estremeceu, enquanto gemia. – Loirinho masoquista…

– Eu… – Foi interrompido por um beijo.

– Não há problema nenhum nisso. – Assegurou com um sorriso. – Pelo contrário, só que todo aquele interesse na minha ideia de ter um salão de sadomasoquismo em casa deixou-me a pensar, se realmente não gostavas de um pouco de algumas brincadeiras… e de ser marcado e experienciar alguma dor. – Beijou-o de novo. – Levanta-te, vou…

– Repetir o costume?

– Hum? – Olhou curioso para o jovem de olhos azuis. – Não queres?

– Hoje quero uma coisa diferente. – Admitiu ruborizado, ainda sentindo a pele arder no local onde o namorado tinha mordido, mas completamente empolgado com a ideia de ficar marcado por ele.

– Uma coisa diferente? – Indagou por alguns instantes e então, olhou com expressão que indicava que suspeitava do que se tratava, mas ainda assim quis confirmar. – Armin, não podes estar a falar do que estou a pensar, certo?

– E porque não?

– Estamos na casa de uma desconhecida qualquer, no meio de uma festa e sem… – Fez uma pausa para encontrar as palavras certas. – … e sem o que seria necessário para fazer isto. Além disso, se é a tua primeira vez não devias…

– Ok, stop! – Disse divertido, colocando o dedo indicador nos lábios do jovem de olhos cinza. – É certo que estamos na casa de uma desconhecida, mas não estamos no meio da festa e sim num quarto só nosso. Além disso, a Ymir disse que havia pelo menos parte do que é necessário para irmos adiante.

– Parte? – Arqueou uma sobrancelha.

– E a minha primeira vez não tem que ser numa casa à beira-mar com música romântica de fundo. – Prosseguiu. – Tem que ser com uma pessoa especial para mim e essa pessoa és tu.

– Armin…

– Bom, primeira vez pelo menos da perspetiva gay.

– Não és virgem? – Perguntou surpreendido. – Heterossexualmente falando. – Decidiu corrigir um pouco atónito com essa ideia.

– O quê? Não. – Riu. – Porra, pareço assim tão inexperiente?

– Pareces inocente. – Admitiu confuso.

– Neste campo sim, mas também não era nenhum especialista com raparigas. Aliás, rapariga porque só foi com a minha ex-namorada. – Explicou. – Mais do que uma vez. O sexo não foi definitivamente a razão para terminarmos.

– Qual foi a razão? – Perguntou surpreso.

– Por mútuo acordo. Éramos mais amigos do que outra coisa e além disso, ela mudou-se e entretanto, sei que está com outra pessoa. – Encolheu os ombros. – E agora eu também. Não há uma história de ressentimentos entre nós, apenas duas pessoas que viram que não deviam manter uma relação amorosa. – Colocou os braços em torno do pescoço de Levi. – O que foi? Desmotivei-te? – Brincou.

– Não, nada disso. Apenas fiquei surpreendido. – Confessou. – Ainda assim, o que quiseste dizer com o que havia o que era necessário neste quarto “em parte”?

– Vou só confirmar. – Saiu das pernas de Levi que observou o loiro curioso e com algum interesse, pois não saiu da cama totalmente, mas antes escolheu ficar de quatro enquanto abria as gavetas da mesinha de cabeceira do lado esquerdo em busca de alguma coisa.

– Leva o tempo que quiseres. – Comentou divertido com as vistas que o loiro estava a proporcionar inconscientemente.

– Procurei primeiro nas últimas gavetas porque pensei que quisesse esconder os pais, mas pelos vistos não se preocupa muito com isso. Estava na primeira e afinal, há tudo. – Fechou a gaveta e voltou com o lubrificante e alguns preservativos na mão. – O frasco está cheio e novo por isso, não tens que pensar na eliminação mundial dos germes. – Colocou os objetos sobre a cama.

– Sim e há mais do que um preservativo, podemos divertir-nos imenso. – Acrescentou, vendo o loiro corar bastante.

– Ah…

– Vês? Quando te vejo corar assim, não me podes culpar por pensar que eras virgem.

– Heterossexualmente falando. – Corrigiu o loiro.

– Sim, heterossexualmente falando. – Concordou Levi com um meio sorriso. – Vamos ver até onde podemos ir hoje.

– Mas…

– Shh. – Colocou o dedo indicador nos lábios do loiro. – Não estou a dizer que não, mas pode ser um pouco mais doloroso do que pensas e não quero que penses que estás obrigado a ir até ao fim. – Foi deitando Armin na cama. – Há várias coisas que se podem fazer com resultados igualmente interessantes.

Em seguida, veio mais um beijo entre os dois e Armin abraçou o outro, enquanto cedia à perna que Levi colocava entre as pernas dele para as afastar. O jovem de cabelos negros prendeu os lábios do loiro com os dentes, prensando o corpo do loiro contra a cama que gemeu. A fricção entre eles reavivava a chama entre eles. Aquela que ficou um pouco mais calma após aquela troca de palavras, regressava mais forte e intensa.

O beijo continuou por mais algum tempo até que as mãos de Levi seguraram a cintura do loiro, procurando o botão e o fecho dos calções que o outro tinha vestido.

– Posso? – Sussurrou.

– Hum, hum. – Assentiu com um movimento rápido da cabeça enquanto via o namorado retirar aquela peça de roupa lentamente e deixá-la cair perto da cama.

A pele do loiro arrepiava-se com a respiração de Levi próxima as suas coxas. Foi descendo lentamente sem tocar com os lábios, somente o ar quente contra a pele arrepiada à medida que descia e assim que alcançou os pés, tornou subir mas desta vez ia deixando vários beijos. Esses que se tornaram mais demorados na zona das coxas, fazendo com que o loiro dobrasse as pernas por ser incapaz de as manter quietas ao receber aquele tipo de atenção.

No entanto, Levi não se detinha. Segurava as pernas, mantendo a cabeça entre elas enquanto distribuía beijos no interior das coxas, sentindo o outro estremecer enquanto gemia e às vezes, segurava os seus cabelos.

– Levi… ah…

– É bom?

– Hum, hum. – Assentiu mais uma vez, gemendo alto quando a língua de Levi molhou o tecido que o separava do membro bem duro debaixo do mesmo. – Le…Levi!

– Posso? – Perguntou novamente e recebeu mais um aceno que o fez retirar mais aquela peça de roupa, sorrindo de lado ao ver que o loiro retirava também a t-shirt. – Hum, ansioso?

– Sim, mas também te quero ver. – Pediu e pela primeira vez desde que estavam tão envolvidos um no outro, viu Levi hesitar. – Não precisas de tirar tudo se isso te deixar desconfortável, mas… posso? – Aproximou-se do outro, colocando a mão sobre o fecho das calças e após alguma hesitação, acenou afirmativamente. – Bom, acho que vais ter que te levantar fora da cama. Isto é muito bom de se ver justo, mas não tão fácil de tirar. – Brincou um bocadinho e Levi concordou, saindo da cama.

As mãos nervosas, mas ansiosas do loiro puxaram o fecho e as calças, juntamente com os boxers. Puxou-os por completo, acariciando as coxas e pernas bem mais fortes do que podia dar a entender. Ignorou algumas das marcas que era possível ver no quarto de luz apagada e dependendo somente da luz de um poste de eletricidade que incidia parcialmente sobre a janela do quarto.

– És tão perfeito, Levi. – Murmurou e numa troca de olhares, viu que parte do outro não acreditava naquelas palavras. Não acreditava que pudesse ser perfeito aos olhos de ninguém, mas Armin estava disposto a provar-lhe o contrário. Portanto, assim como outro fez, dedicou-lhe carícias e beijos. Espalhou-os pelas pernas, acima de tudo nas coxas e demorou pouco tempo até colocar na boca aquele membro com que se vinha familiarizando nos últimos dias. Envolveu-o com cuidado para não cometer o mesmo erro de tentar ir demasiado rápido e engasgar-se. Em vez disso, concentrou-se nas indicações que o namorado lhe tinha dado nas outras ocasiões. Não ser demasiado apressado e aproveitar para explorar e também fazer com que o maxilar se habitue a manter a mesma postura por mais tempo.

Com isso mente, alternava entre lamber as laterais antes de chupar após ter bastante saliva que ajudasse no processo. Se houvesse dúvidas quanto ao que estava a fazer, bastava-lhe ouvir os gemidos mais contidos de Levi acompanhados das carícias ou puxões nos cabelos loiros.

– Chega Armin… – Disse e como o outro não obedeceu logo, Levi agarrou os fios loiros fazendo com que o loiro se levantasse bruscamente e entre um gemido de prazer e dor, foi envolvido por mais um beijo intenso. – Gostas que faça isso?

– Si…sim… – Admitiu corado.

– De quatro, loirinho. – Disse depois de o beijar mais uma vez e viu como ainda que estivesse bastante ruborizado, colocava-se na posição indicada. – Relaxa, não vou passar para essa parte já. Tenho que te preparar primeiro. Chega aí o lubrificante.

Armin usou uma das mãos para empurrar o lubrificante e preservativos na direção de Levi que também já sentado sobre a cama, abriu o frasco.

– É de sabor. – Concluiu ao sentir o cheiro a morango e colocar aquela espécie de gel nos dedos. – Pode ser que tenhas mais sorte do que pensas hoje.

– O que…ah!

– Está frio? – Perguntou, acariciando uma das coxas do loiro com a mão que não tinha lubrificante.

– Um pouco…

– Hum, pensei que te tivesse magoado com o dedo.

– É estranho e um pouco desconfortável, mas também… – Tentava regularizar a respiração. – É bom.

– Vai ficar melhor com o passar do tempo, vais ver. – Assegurou, mantendo um ritmo lento e sempre atento às expressões do loiro e também à forma como ele apertava o dedo dele, que passado algum tempo passaram a ser dois dedos. – Ainda tudo bem?

– Ah… si…sim… ah! – Dizia, escondendo um pouco o rosto contra a almofada.

– Não, não escondas a cara. Quero ver. – Disse, continuando a mover os dedos e com a outra mão decidiu masturbar um pouco o loiro para que a dor não e desconforto não arruinassem a excitação dele. Embora, aparentemente Armin não fosse alguém que se desmotivasse com facilidade.

– Ah!

– É bom?

– Sim… – Respondeu e procurando não esconder o rosto olhou para o jovem de olhos cinza antes de acrescentar. – Podes pôr mais.

– Vamos ver se antes disso, encontro outra coisa. – Moveu os dedos num ângulo diferente e um gemido alto escapou da garganta de Armin que quase perdeu o equilíbrio.

– O que…

– Algo muito bom de que andava à procura e finalmente encontrei. – Sorriu. – Vou pôr mais um dedo e fazer com que o desconforto seja menor, agora que descobri onde está o que procurava. – Juntou mais algum lubrificante antes de colocar o terceiro dedo e ver Armin gemer bem alto quando pouco depois, encontrou o ângulo correto.

– Le…Levi! Ah!

– Gostas, loirinho?

– Ah… ah, mais… Levi!

– Queres acabar assim, loirinho? Vê só, os meus dedos são o suficiente para te deixar assim.

– Ah! – Gemeu novamente, tentando manter alguma clareza na mente. – Não… quero saber… quero-te a ti dentro de mim, Levi…

– Como quiseres, loirinho. – Retirou os dedos, proporcionando algum alívio a Armin que não queria atingir o clímax antes do tempo ou demasiado rápido, apesar de isso não ser coisa simples quando se tratava de lidar com Levi.

De soslaio, Armin viu quando o namorado pegou num dos preservativos abrindo-o com a ajuda dos dentes antes de o retirar, comentando algo sobre o tamanho ser bastante justo, mas teria que servir. Em seguida, colocou lubrificante sobre o membro para que assim tão facilitasse o que iria fazer sem causar muita dor e desconforto.

– Não quero que escondas o que estás a sentir, é importante que saiba o que estou a fazer de bem ou mal, ok? A experiência significa merda, cada pessoa é diferente. – Disse Levi posicionando-se e vendo o loiro assentir.

– Ah… – Mordeu o próprio lábio.

Caralho… ficaste muito tenso. – Disse Levi. – Preciso que tentes relaxar um pouco. Não é fácil, mas eu posso ajudar. – Debruçou-se um pouco sobre Armin para poder alcançar o membro dele e masturbá-lo. – Relaxa, loirinho. Se ficares muito tenso, vai doer mais. Isso mesmo… – Beijou também as costas do loiro. – É assim mesmo. Aprendes rápido e isso é muito bom.

– Levi…

– Queres parar?

– Não… – Negou rapidamente, amachucando os lençóis nas mãos. – Eu… mas podes esperar?

– Claro. – Concordou de imediato. – Não faço nada sem um ok da tua parte.

Continuou a masturbar o loiro, espalhando beijos nas costas dele. Notava alguns tremores que indicavam desconforto, mas se Armin não queria parar, faria todos os possíveis para que a experiência melhorasse e ultrapassasse aquela fase inicial. Com o passar do tempo, a atenção que lhe dedicou, produziu resultados pois começou a sentir o membro bem mais duro na mão dele e os gemidos voltavam a estar novamente audíveis.

– Levi, acho que já… podes.

– Devagar de início. – Resolveu dizer para manter o loiro tranquilo e observando as expressões do namorado, era capaz de deduzir que ritmo era o melhor. Inicialmente bem mais lento e cuidadoso e embora gostasse bastante daquela posição só existia o problema que de costas seria mais difícil beijá-lo na boca. Só que mesmo assim, podia beijar outros locais e ver a pele arrepiar-se debaixo dos lábios dele.

– Mais…

– Só preciso dos teus sinais, loirinho e faço o que quiseres. – Garantiu, aumentando um pouco mais o ritmo das investidas e a certa altura surpreendeu-se ao ver que Armin tentava alinhar-se com o ritmo dele, optando por mover-se em vez de permanecer quieto. Deixou um sorriso malicioso escapar, vendo que o namorado finalmente parecia estar a deixar a fase do desconforto e a entrar na fase em que começava a ter prazer naquilo que estava a acontecer.

– Ah!

– Bom?

– Sim… ah! Muito…ah! Bom… mais… – Pedia entre gemidos e tentando manter-se apoiado nos cotovelos enquanto gemia cada vez mais à medida que o ritmo aumentava.

Segurando com força os quadris do loiro, Levi investia cada vez com maior rapidez e força, ouvindo os gemidos entrecortados com a respiração ofegante. As mãos dele criavam marcas vermelhas na pele branca do outro e envolvido pelo tesão da situação, afastou uma das mãos somente para golpear a coxa de Armin. Por momentos, podia ter pensado que tinha exagerado, mas o gemido e a forma como o prendeu ainda mais dentro dele, fizeram-no pronunciar vários palavrões.

– Mais… mais! Ah! Levi! – Dizia entre gemidos com tremores por todo o corpo, mas cada vez mais deliciado com o choque entre os corpos.

– Que tesão, loirinho… ngh… queres enlouquecer nestes últimos momentos? – Apertou um pouco mais os quadris antes de investir com mais força e num determinado ângulo que deixou o outro incapaz de articular qualquer palavra. Gemia, chegava quase a gritar e podia ver a saliva a escorrer pela boca do loiro que pouco depois atingia o clímax e ainda estava a viver os espasmos do orgasmo, quando sentiu mais alguns investidas antes que Levi também sentisse um prazer semelhante percorrer-lhe o corpo.

Ambos ficaram sem trocar palavras durante algum tempo e Levi foi o primeiro a mover-se, procurando um pequeno caixote do lixo que encontrou para deitar fora o preservativo e em seguida, foi até à casa de banho de onde voltou pouco depois. Trazia numa das mãos uma pequena toalha um pouco húmida para ajudar a limpar o loiro que parecia não ter qualquer vontade de se mover.

– Obrigado Levi… – Sussurrou com uma voz rouca.

– De nada, loirinho. – Beijou a testa dele, antes de puxar com cuidado um dos lençóis para que não dormissem sobre aquele e ficassem sobre outro limpo. – Um de nós já está com um pé na terra dos sonhos.

– Não estás cansado depois de tudo isto?

– Mais do que pensava. – Admitiu. – Pensou que fosse ser relativamente calmo, mas tu sabes provocar-me nas proporções certas. – Cobriu os dois com um cobertor, desapertando um pouco dos botões da camisa, mas optando por não retirar aquela peça de roupa. Mesmo que estivesse escuro, mesmo depois do que tinha acontecido entre eles ainda havia coisas que preferia que os olhos azuis do outro não vissem.

– Gosto muito de ti, Levi… – Ouviu o loiro sussurrar enquanto se aconchegava junto dele e em resposta, Levi afagou os cabelos loiros, murmurando:

– Também gosto de ti, loirinho. Descansa.

 


Notas Finais


Até ao próximo capítulo *


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