História Memories. - VIII. Feliz Aniversario.

Era quarta feira, folga dos dois, dia de ficar na cama até depois do almoço, só queria ficar abraçado ao mais novo como estava no momento até sê fundirem a cama, mas não, nem sabia que horas eram, mas estava cedo o suficiente pra lhe deixar bem irritado com o som estridente do telefone do Jungkook. Estava tentando voltar a dormir, então tentou ignorar o mais novo conversando ao telefone até ele se despedir com um "tudo bem, daqui a pouco estou aí." Ele largou o telefone e se virou em meus braços pra ficar de frente pra mim.

- Hyung eu tenho que ir trabalhar. - diz colocando os braços ao meu redor.

- Por que? - pergunta em voz baixa.

- Uma das minhas tatuadoras passou mal hoje, e como eu to devendo muitas horas de trabalho, eu vou ficar no lugar dela. - sua voz estava tão baixa quanto a do Yoongi e passa os dedos de leve sobre os fios cinzas, penteando os mesmo pra trás. - Venho falar com você antes de sair tudo bem? - ele deixa um selar na testa clarinha e tenta se levantar, sendo impedido pelos braços em sua cintura. - Hyung, me solta, eu tenho que ir.

- Não, o estúdio é seu, então você pode deixar de ir o dia que quiser. - a voz baixinha e enrolada se faz presente arrancando uma risada do maior.

- Não é assim tão fácil hyung, eu fiquei três anos sem trabalhar, eu tenho que ir. - com um bico irritado nos lábios, o acinzentado lhe solta e se vira de costas pra si, lhe arrancando outra risada, depois resolveria isso.

- Yoongi Ah... - chamou baixinho enquanto cutucava o mais velho nas costelas, o mesmo segurou seus dedos e os empurrou suspirando durante o sono o que o fez rir, com cuidado virou o corpo encolhido na cama em sua direção e colocou seu travesseiro nos braços finos. - Tenho que ir agora, por favor não durma o dia inteiro tá bom?

- Me deixa dormir. - a voz roquinha se faz presente e ele aperta o travesseiro em seus braços.

- Só se você me prometer que vai acordar pra comer, você tá muito magro. - diz de leve enquanto penteava os fios cinzas pra trás deixando o rosto delicado a mostra.

- Tá bom, tá bom. - resmunga e se mexe se ajeitando na posição atual. - Bom trabalho. - ele fala tão baixo que quase não consigo ouvir e sorrio, deixo um selar em sua testa me afastando, precisava ser rápido, já tinha um cliente marcado pra dali a alguns minutos.

O mais novo não tinha nem saído de casa direito quando voltou a dormir, teria ficado muito mais de tempo dormindo se não fosse o maldito interfone insistente, teria que lembrar-se mais tarde de desativar o mesmo, pega o telefone do quarto atendendo pronto para xingar quem quer que fosse a pessoa que interrompeu seu sono.

- Quem é?

- Entrega para Min Yoongi! - uma voz animada se faz audível me irritando mais ainda, quem consegue ser tão animado a essa hora?

- De quem? - pergunto entediado.

- De Jeon Jungkook. - me levanto no mesmo instante correndo pro banheiro.

- Já desço. - digo antes de desligar sem esperar por uma resposta, escovo os dentes em tempo recorde e largo o telefone em algum lugar pela casa antes de ir até o portão dando de cara com garoto que parecia ter 17 anos, no máximo, ele carregava consigo uma caixa branca que deveria ter um metro, mais ou menos, e um laço vermelho realmente horroroso lacrando a caixa.

- Você é Min Yoongi? - pergunta assim que paro em sua frente.

- Eu mesmo.

- Aqui está. - ele me entrega a caixa pesada que eu coloco ao meu lado no chão. - A senhorita Jeon Jungkook também deixou isso para entrega-lo. - diz estendendo um envelope branco. - Ela deve realmente te amar, essa é uma das mais caras que temos em nossa loja.

- Desculpe, você disse senhorita? - ele confirma com a cabeça. - Jungkook é homem, não mulher.

- Estranho. - ele vira o rosto confuso. - Tenho certeza que quem fez essa encomenda foi uma mulher, muito bonita por sinal, e foi esse o nome que ela deu.

- Tudo bem, obrigado. - me curvo apos assinar o recibo e volto para dentro de casa com a caixa e envelope.

- O quê que você está aprontando Jeon Jungkook? - sussurro comigo mesmo e abro a caixa primeiro, dentro dela tem um vaso com uma orquídea arroxeada que me faz rir, realmente linda, em uma rápida pesquisa no celular descubro ser a Orquídea Cattleya, muito rara, agora entendo o motivo de ser tão cara.

Deixo o vaso bonito na mesa de centro e abro o envelope vendo uma carta escrita a mão numa letra redondinha e cuidadosa de mais para ser do mais novo.

'Min Yoongi-Ah, como está sendo o seu dia? Espero que esteja sendo ótimo, se não, eu com certeza irei deixa-lo melhor, nesse cartão sd tem um vídeo que fiz do seu amado, espero que se divirta assistindo, Tenha um feliz aniversario.

Jeon Jungkook.'

Não entendia nenhum pouco, a carta estava endereçada a si, e apesar de ter sido assinada com o nome do mais novo, obviamente não fora ele que escreverá, vira o envelope sobre a mesa e pega o cartão que cai de dentro do mesmo, algo me dizia para não ver o quê quer que esteja gravado, mas minha curiosidade falou mais alto.

Conecto o micro chip no laptop e dou play no único arquivo, o vídeo não tinha áudio e demora quase um minuto para sair da tela preta, quase desisto de assistir o quê quer que seja quando uma imagem preto e branco borrada aparece, demora uns poucos segundos para a imagem focar, e ela é Jeon Jungkook, nu, deitado sobre uma cama, com uma garota que não conseguia ver o rosto, 'cavalgando' sobre ele.

Não aguentei assistir mais do que poucos segundos antes de arrancar o cartão, jogando em algum lugar do quarto, abaixar a tela do laptop e então correr pro banheiro, vomitando tudo que não comeu.

Faltava cinco minutos pra dar meio dia em ponto, então decidiu ligar pro mais velho, para acorda-lo, pois conhecendo tão bem sei que ainda está dormindo. Já estava no quarto toque quando ele atendeu com um grunhido que se assemelhou muito a um 'o que é', mas não tenho certeza.

- Boa tarde Hyung, já almoçou? Ou acabou de acordar? - pergunto o provocando.

- Você sabe que eu tenho 35 anos né? - a voz embolada se faz audível e eu acabo rindo pois isso foi minha resposta.

- Sei sim Hyung, já almoçou? - insisto e ele só suspira sem me responder e logo ouço sua respiração leve, mostrando-me que ele provavelmente voltou a dormir. Min Yoongi por que tão preguiçoso?

- Hyung. - grita da cozinha não sabendo onde o mais velho possa estar e com preguiça de procura-lo. - Trouxe o seu almoço, vem aqui.

- Já desço. - ele gritou de algum lugar da casa, e enquanto esperava ele arruma a mesa para comerem, em pouco tempo o acinzentado entra na cozinha, se serve e senta-se no mesmo lugar de sempre.

Tinha algo estranho, já tinha alguns minutos que estavam num silencio realmente desconfortável, o que nunca aconteceu entre os dois, o acinzentado parecia realmente irritado com algo e sua mão tremia de leve, ele até mesmo ignorou os jeotgarak's para comer com talheres normais já que pela tremedeira não conseguia usa-los.

- Está tudo bem? - pergunta baixinho e com cuidado, estranhando também a falta de contato visual, nos últimos quatro meses ele nunca evitou o contato visual consigo.

- Estou ótimo. - diz com a voz estranhamente rouca e sem tirar o olhos da comida.

- Tem certeza? - sua mão aperta com força o talher, a ponto dos nós dos dedos ficarem brancos antes dele aliviar o aperto e voltar a comer como se eu não tivesse falado nada. - Tem certeza?

- Absoluta, estou maravilhoso. - sua voz baixa e sarcástica deixa claro a sua irritação lhe deixando preocupado.

- Se está tão maravilhoso assim por que esta evitando olhar para mim? - no momento em que a pergunta sai de seus lábios o mais velho lhe encara, seus olhos sempre tão preguiçosos porém gentis estavam duros e transmitiam raiva.

- Perdi a fome. - ele diz pegando o guardanapo e limpa os lábios, estava a ponto de levantar quando volta o olhar o castanho. - Vai trabalhar hoje ainda?

- Vou, mas se quiser eu fico. - estava paralisado com o olhar do mais velho, ele só lhe olhou daquela forma uma unica vez, não conseguia entendia o que tinha acontecido aqui, e não sabia também de onde tinha encontrado sua voz para responde-lo.

- Não precisa. - ele solta uma risada seca, como se estivesse rindo obrigado de uma piada de mau gosto. - Pode ir. - ele deu a volta na mesa, indo em direção ao castanho, que por um momento achou que ele fosse lhe beijar como sempre fazia quando tinha que ir trabalhar mas ele só parou ao seu lado lhe olhando, e então seu olhar vacilou, toda aquela raiva que tinha antes foi substituída por um olhar de magoa, e seus olhos estavam úmidos como se quisesse chorar, balança a cabeça e lhe da as costas subindo as escadas, pelo barulho que faz com a porta batendo, sei que se trancou no estúdio dele.

Tinha algo realmente errado ali, e isso estava lhe dando um péssimo pressentimento.

Após ir pro seu estúdio, fez questão de bater a porta com bastante força para deixar claro que não queria ser incomodado, tentava segurar inutilmente as lágrimas, mandou um foda-se pra isso e aproveitou que seu estúdio é a prova de som pra chorar, chorou tudo que segurou a manhã toda, o que segurou ao ver o mais novo, ali tão lindo perto de si, como se não tivesse feito aquilo consigo, simplesmente chorou, a dor em seu peito era tanta que as vezes gritava, gritava tentando expulsar a dor que só parecia ficar mais forte, os soluços cada vez mais constantes lhe davam dificuldade de respirar, mas ignorou isso.

Não sabia há quanto tempo estava chorando, poderia ser segundos, minutos, horas, dias, estava tudo borado, sua garganta doía de tanto gritar, sua voz a muito que se fora deixando pra trás gritos mudos, sentia sua cabeça a ponto explodir, estava completamente largado no carpete escuro do piso se sentindo tonto, cansado, as lágrimas ainda insistiam em descer, mesmo que em menos quantidade agora.

Limpa o rosto inutilmente pois ele logo estaria molhado novamente e se levanta, sentindo uma vertigem, sai do comodo tentando ir pro quarto, mas sua visão está tão embaçada, não sabe se é pelas lágrimas ou pela tontura ou pela dor de cabeça, acaba escorregando quando chega a escada e teria rolado a mesma abaixo se não tivesse conseguido segurar-se no corrimão, arranhando o braço e batendo a cabeça contra o degrau, sua visão que já estava turva piora e então se deixa levar pela vertigem, apagando.

"Respiro fundo, uma, duas, três vezes, não entedia o porquê desse nervosismo todo, era só o Jungkook, seu Jungkook, seu esposo, céus, ainda não conseguia acreditar que haviam se casado há poucas horas, estava a ponto de ter um ataque de risadas histéricas.

Respirou fundo mais algumas vezes tentando criar coragem de entrar no quarto onde esta o mais novo, levanta a mão para bater na porta e rola os olhos para si mesmo, era seu quarto também, não precisava bater.

Se pode-se voltar no tempo, voltaria, tudo para não ter que ver aquilo, não tinha nem cinco horas que tinham se casado, perdeu o mais novo de vista por alguns minutos para acha-lo assim?

- Yoongi Ah, não é nada do que você está pensando. - ele diz assim que me nota na porta e empurra o garoto de cima dele.

- O que é então Jungkook? Pois para mim parece bem obvio o que está acontecendo. - minha voz sai mais magoada do que o esperado mas continuo com o olhar duro pros dois paralisados lhe encarando. - Nada? - pergunta com um risada seca. - Entendo, não vou mais lhe atrapalhar. - diz deixando as lágrimas escorrerem ao sair do quarto, fechado a porta."

Quando acorda, estranha o lugar por alguns segundos até identificar como um quarto de hospital, olha ao redor procurando um relógio descobrindo ser fim de tarde, agora se é do mesmo dia, ai já é outra historia, tenta levantar-se mas é impedido por alguém que lhe empurra novamente, olha a pra pessoa a ponto de brigar com ela e fica com mais raiva ainda ao ver que era o mais novo acima de si, tenta empurra-lo pra levantar-se e acaba sendo segurado com mais força.

- Caralho, fica quieto, você esteve apagado por três dias, não deveria estar se mexendo tanto. - diz irritado me apertando contra a cama, acabo sedendo e fico parado a contra gosto. - Bom garoto, agora pode me explicar o que foi isso?

Abro a boca pra lhe dar uma resposta mau educada mas minha garganta dói e nada sai, então simplesmente fecho a boca focando meu olhar na parede, ignorando o mais novo.

- Nada? - sua voz sai grave pela irritação o que me deixa irritado também. - Nada mesmo? Eu saio para trabalhar e recebo uma ligação desesperada do Hoseok dizendo que você estava desmaiado e ferido na escada e você não tem nada pra me dizer? - ele grita, viro de costas pra ele, fechando os olhos e tampo os ouvidos num ato infantil, com isso sinto a atadura enrolada em minha cabeça e suspiro frustado ao mesmo tempo que o mais novo.

Escuto sussurros mesmo tentando ignora-los e tapar minha audição consigo ouvir o momento que alguém entra no quarto, discute em sussurros com o mais novo em seguida ouço alguém sair do quarto, pelo som dos passos, foi o castanho a sair.

- Yoongi ssi. - a voz baixinha do mais velho chega até mim quando ele destampa um dos meus ouvidos, mas nada faço. - Não é muito educado ignorar seu Hyung sabia? - me viro o olhando irritado e apesar de seu rosto mostrar cansaço e preocupação ele sorri para mim. - Sente alguma coisa? Tontura? Dor?

Nego com a cabeça a cada pergunta mesmo que esteja mentindo.

- Você chegou a três dias, o que sabemos é, você caiu da escada, teve ferimentos leves, arranhões, no braço esquerdo por ter usado ele pra se segurar, uma concussão e um corte na cabeça pelo impacto no chão, levou três pontos, nada muito preocupante até aqui certo? - concordo com a cabeça. - O problema é, sua garganta. - a voz antes suave fica dura, como se desse bronca no filho pego por traquinagem. - Uma queda de escada não fere a garganta, você tem alguns cortes, nada de mais, porém infeccionou, estamos te dando antibióticos, mas até sarar você não vai conseguir falar ou comer algo sem ser liquido por um tempo.

Suspiro sentido a garganta arder e concordo com a cabeça.

- Outro ponto importante, Hoseok não percebeu, então eu e os outros decidimos que era melhor não comentar sobre isso com ele ou com Jungkook. Você chegou com o rosto inchado, olhos e nariz bem avermelhados, o que me deu uma teoria que explica sua garganta. - ele para me avaliando e abaixo o olhar sabendo sobre o que ele vai falar. - Eu te conheço bem o suficiente pra entender os sinais, só o que não consegui saber ainda é o por quê? Por que você estava chorando? Por que chorou tanto a ponto de gritar até foder sua garganta? E por fim, o que Jungkook fez dessa vez?

Quando ele começou com as perguntas sentiu seus olhos arderem, e quando mais novo é citado não consegue segura-las chorando novamente, gemidos doloridos saia por entre seus lábios quando o mais velho se aproximou e o apertou com força, lhe deixando chorar até cair no sono novamente em seus braços dando soluços leves.

Arruma o menor na cama, lhe cobrindo e deixando confortável, estala o pescoço e decide ir atrás do mais novo, mas não é preciso andar quase nada ao que o mesmo estava sentado no chão em frente a porta do quarto, quando ele levanta o rosto vermelho e úmido pra si percebe que ele ouviu tudo, suspira sentando ao seu lado sem se importar com o uniforme branco do hospital.

- Eu não entendo. - a voz melodiosa do castanho começa baixa e sofrida. - Não entendo o que fiz dessa vez, ele 'tava tão estanho Hyung e eu simplesmente fui trabalhar deixando ele daquele jeito...

As lágrimas voltam a descer com força e o mais velho o puxa pra deitar em seu colo o deixando chorar igual fez com o acinzentado.

- E-eu não magoaria ele, n-não de proposito Hyung... - dizia em meio aos soluços de choro. - N-não depois da última vez, e-eu quase o destruí, e prometi que não ia fazer nada assim novamente, e-eu, eu machuquei ele de novo Jin H-hyung, eu o machuquei.

- Não sabemos ainda criança. - tentava acalmar o mais sem saber o que fazer, afinal nunca tivera vocação para psicologo, além de que ele realmente poderia ter alguma culpa no cartório. - A percepção do Yoongi do que é passado e presente está frágil, você sabe, ele pode simplesmente ter se lembrado, e toda a dor da época voltou junto.

- Você acha Hyung? - quando ele vira o rosto lhe olhando, parece que novamente está a ver Jungkook, a criança de 21 que magoara seu amigo e não o Jungkook o homem crescido de 31 anos, em seus olhos tinham o mesmo brilho ingenuo e esperançoso de anos atrás, acaba rindo mesmo que fraco disso e balança a cabeça concordando.

- Eu acho, agora levante pois você não pode ficar aqui. - digo suavemente e ele se levanta, secando as lágrimas e me da um abraço se despedindo, indo pra casa depois de três dias em claro preocupado com o menor.

Dessa vez quando acordou era manhã, e fora obrigado a acordar praticamente, acordou com a dor quando retiraram o tubo de comida de seu abdomen, não lembrava que doía tanto pela ultima vez, mas quase não sentiu quando fizeram a sutura fechando a pequena abertura.

Pouco tempo depois Seokjin aparece com uma bandeja e um caderno.

- Sopa, só o caldo na verdade, você não pode digerir nada a não ser líquidos por enquanto. - diz lhe arrancando uma careta, sabia muito bem como a sopa desse hospital é horrível, mas seu estomago pedia por algo, então se forçou a tomar a sopa quente. - Bom garoto. - brinca passando a mão por seus cabelos como se acariciasse um cachorro, lhe olho raivoso e ele ri. - E isso aqui é pra você se comunicar com a gente por enquanto.

O que eu pensava ser um caderno normal era na verdade um caderno infantil de desenhos, certeza que ele pegou na área pediátrica, sorrio com isso e abro na primeira pagina, escrevendo com o canetão que veio preso no arame do caderno.

'Quando posso ir pra casa?'

- Mas já? Sua presença é tão agradável aqui, sentimos sua falta. - brinca ao ler minha pergunta e lhe mando o dedo do meio rindo, me forço a engolir mais um pouco da sopa.

'É serio.'

'Quando terei alta?'

- Hoje. - ele responde. - Mais tarde, Jungkook vem te buscar. - lhe olho irritado balançando a cabeça negando. - Ele disse que vai ficar fora um tempo, até você quiser que ele volte, mesmo não sabendo o motivo pelo qual você está puto com ele, ele quer te dar espaço.

'Não quero.'

- Você não tem que querer nada Sr. Min Yoongi. - diz novamente naquele modo pai. - Ele, você querendo ou não, é seu contato de emergência, ele que assina os papeis para você receber alta, alem de que ele vem por pedido meu, então trate de deixar de ser chato e se comporte.

Suspiro irritado e decido ignorar o mais velho, largo o caderno deixando claro que não iria mais conversar e volto toda a minha atenção pra sopa que rapidamente eu termino, ele pega a bandeja saindo do quarto me deixando sozinho.

Algumas horas depois ele retorna, me ajuda a me trocar e me escolta até a saída do hospital, como se eu fosse fugir, ando todo o caminho olhando pro chão tentando ignorar o mais velho alguns passos a frente até que ele para, então levanto o olhar, e lá estava ele, tão lindo quanto sempre, estava com aquelas botas que parecia ter nascido com ele, as calças jeans apertadas e blusa branca por baixo de uma jaqueta de couro, em seu rosto pendia um óculos de sol de armação redonda, simples, mas perfeito como sempre.

Estava distraído olhando pra algum ponto mas parece que nota ser observado já que ele remove os óculos olhando em minha direção sustentando meu olhar, mas não aguento muito e desvio os olhos pro chão, tentando resistir a vontade de correr até ele e beija-lo ignorando completamente tudo e todos.

Aperto a sacolinha da farmácia em minhas mãos quando percebo se aproximar de mim, mas ele passa direto indo falar com o mais velho, fico quietinho prestando atenção na conversa.

- Como ele 'ta? - sua voz sai baixa pro mais velho.

- Esta bem, sabe você pode perguntar isso diretamente a ele.

- Ele não me responderia...

- Nunca saberá se não tentar.

- Do que ele precisa? - diz ignorando a frase dita anteriormente.

- Nada, se ele tomar os remédios nos horários direitinho ele se cura rapidinho e logo volta a conseguir falar.

- Entendi, obrigado Hyung. - eles falam mais alguma coisa em sua conversa sussurrada mas que não consigo entender, logo o sinto ao meu lado, ele coloca a mão em minha cintura mas rapidamente a tira como se levasse um choque, me sinto triste com isso mas logo balanço a cabeça confuso com tantos sentimentos ao mesmo tempo.

Quando chegamos em casa ele entra comigo, pego o celular pra escrever no bloco a pergunta de quando ele vai sair quando o vejo pegar uma mochila no sofá e uma bolsa de viagem ao lado, ele vai em direção a porta mas se vira me olhando, ele larga as bolsas na porta e vem até mim em passos rápidos, segura meu rosto e me beija, o que não dura muito já que ele se afasta quando eu tento aprofundar o beijo. Ele encosta a testa na minha e olha em meus olhos, seus olhos tão bonitos estavam úmidos e ele deixa um selar em minha testa antes de me da novamente as costas, pegando a bolsa e saindo.

- Eu amo você. - tento gritar pra ele antes que feche a porta, mas minha voz sai tão baixa que eu mesmo quase não ouço, sinto as lágrimas escorrerem ao mesmo tempo em que ele fecha a porta sem nem mesmo olhar novamente pra mim.

Foi a primeira vez que disse que o amava desde que havia o reencontrado.