História Mentions - Cellbit (Rafael Lange) - IV

POV’S Rafael:

Acordei com meu celular apitando notificações no whatsapp loucamente. Ao desbloquear o celular, me deparei com muitas – digo, muitas MESMO – notificações no twitter.

Não sabia o que ler primeiro, sinceramente.

Me chamou atenção uma mensagem da minha mãe.

“Rafael, como assim vc esta namorando outra menina? E a Flavinha? Eu quero explicações” - sim, era essa a mensagem que me deparei ao abrir a conversa com ela.

Minha mãe amava a Sayuri e, apesar de explicar muitas e muitas vezes que havíamos terminado, ela parecia achar que era bobeira. Eu entendo o lado dela de certa forma... A Sayuri vivia indo lá em casa sem ser convidada e eu não via porquê expulsá-la, era uma boa companhia, mas certamente confundia a cabeça da minha mãe ver ela aparecendo no meu quarto de madrugada, sem mais nem menos.

Mas a dúvida maior era: como isso havia parado no ouvido da minha mãe? E por quê ela achava isso?

Algo me dizia que as respostas disso tudo provavelmente estariam naquele monte de notificação no twitter. E constatei isso assim que entrei.

Tinham fã clubes meus com a Lola, postando trechos da entrevista pro pânico, pedaços de snaps de alguns youtubers que estavam na festa e a gente aparecia no fundo, e print do vídeo que gravamos com a Satty. Tinha haters da gente junto, xingando e falando que preferiam a Flávia. Tinha AMEAÇAS DE MORTE. Tão entendendo? AMEAÇAS.

O twitter estava uma confusão de verdade. Ok, isso era tudo que eu não precisava.

@cellbitminhavida8_: “não adianta mentir pra gente, temos provas que vcs estão juntos e são mais que amigos @cellbit”

Ok, que provas?

Logo abaixo tinha uma imagem minha segurando a mão a Lola. Fiquei confuso por um momento e me lembrei que havia segurado antes de entrarmos na festa. Argh.

Nos trend topic’s estava “Sasa x Lola” em 1#.

Fiquei travado, será que a Lola havia visto isso? Respirei fundo e levantei do sofá da sala. A Lola e eu não havíamos nos falado muito na volta, parecíamos duas crianças nos ignorando na verdade. Depois que fui conversar com ela e a Sasa nos interrompeu, senti uma leve tensão nela, talvez até um ciúme, ou uma constatação que estávamos juntos, não sei. Estava disposto a falar pra ela que eu e a Flávia éramos apenas amigos, eu sei que nos pegávamos às vezes, mas éramos somente amigos mesmo, porém quando fui procurá-la eu a vi na pista de dança com o Coelho, e antes que eu visse demais até saí.

Não é como se estivesse apaixonado por ela. Na verdade... Só a admirava. E a achava muito, muito bonita. Sentia que a gente daria certo junto... Mas não é como se estivesse apaixonado. Vocês entendem, né? Hum.

Ouvi um barulho no quarto e logo vi Lola sair do mesmo de pijama, os cabelos desarrumados e o celular na mão. Os olhos mal estavam abertos e em cima deles havia um par de óculos. Ela me olhou, a cara emburrada e suspirou, indo sentar meio contrariada no sofá ao lado.

“Ok Rafael Lange, temos um problema.” – ela falou, cruzando as pernas.

“Tô sabendo... Acabei de olhar o twitter também” – falei, cobrindo as minhas pernas e a observando daquele jeito.

“O que vamos fazer? Acha que só negar funciona?” – ela disse – “Tem HATERS da gente. A GENTE NÃO TÁ JUNTO, SABE?! Como pode ter HATERS de algo que não existe?” – ela dizia frustrada e irritada, gesticulando.

“Eu... Não sei...” – falei, sem realmente saber.

“Será que um vídeo explicando a situação?” – ela falou e suspirou, jogando o corpo pra trás.

“Eu não daria esse tipo de ibope pra situação... Talvez uma nota no twitter ou instagram e deixar o assunto morrer por si só...” – falei, pensando – “Lola, tem stalkers em todos os lugares. Tiraram uma foto minha segurando sua mão antes de entrar no evento!” – falei, mostrando pra ela o celular. Ela arregalou os olhos e me olhou em seguida.

“Acho que você tá certo...” – ela suspirou e fez uma pausa – “E se você assumisse a Sayuri de vez no seu twitter? Aí pelo menos eles largariam do meu pé, porque já estão acostumados com vocês juntos e não é mais novidade”

“Eu não posso fazer isso, ok? Seria mentira. Eu não tô mais com a Sasa.” – falei pra ela a olhando nos olhos. Ela deu uma risada sarcástica.

“Claro, claro. Pra cima de mim, Rafael? Eu sei que assisto seus vídeos mas não é como se fosse fazer um escândalo ou algo assim ao saber que ainda namoram...” – ela revirou os olhos e se levantou do sofá, em direção à cozinha. A segui.

“Eu tô falando SÉRIO Lola” – falei um pouco mais alto que o normal – “Eu terminei com a Sayuri tem meses já.” – suspirei – “Porquê você não se assume com o Coelho então? Pelo menos eles vão tá fazendo esse auê pra algo que existe de verdade...” – falei, mais pra provocar do que qualquer outra coisa.

Ela começou a se movimentar na cozinha com raiva, fazendo barulho nas coisas desnecessariamente. Pegou o pó de café e colocou na máquina, tudo isso me olhando com bastante raiva.

“Eu. Não. Estou. Com. O. COELHO!” – ela disse, a última palavra bem mais alta do que o restante da frase. Parecia honesta e bem irritada com a situação.

“Ok. Ok. CHEGA LOLA.” – falei – “Não temos porquê brigar, certo? Anh...” – pigarreei – “Eu gosto de você, você é divertida e te quero por perto. Não vamos brigar, ok?” – falei mais baixo, deixando meu orgulho de lado.

Ela me olhou meio brava e orgulhosa, mas fez que sim com a cabeça, de forma um pouco cautelosa ainda.

“Ok, Rafael Lange.” – ela disse e virou as costas pra mim, dando atenção à máquina de café.

“Anh... Quero ver se o seu café é bom mesmo como falam.” – falei, tentando quebrar o gelo.

“AHÁ! Foi por isso que tentou fazer as pazes aqui né? QUER CAFÉ, CELLBIT? QUER CAFÉZINHO?” – Ela falou, colocando o líquido preto na xícara e me olhando com ironia. Seu sorriso de lado e sua expressão de deboche era maravilhosa – “Pois não te darei.” – ela falou, bebericando seu café de forma inusitada, adquiriu uma postura poderosa e ameaçadora.

“LOLA WARPATTI. VOCÊ NÃO FARÁ ISSO COMIGO” – falei gritando e rindo de forma escandalosa.

“MINHA CASA MINHAS REGRAS” – ela disse, sorriso vencedor e uma piscadinha de olho. – “Hum, puxa, que cafezinho delicioso esse que eu preparei e irei tomar so-zi-nha” – ainda provocando, ela bebericou o café me olhando nos olhos, deu um sorrisinho sínico.

Me aproximei dela de forma sutil, sorriso de anjo nos lábios.

“Senhorita Warpatti, deusa do universo, dona da porra toda, rainha do egito, me conceda um gole dessa preciosidade” – falei, girando a cabeça de lado de forma sutil.

“Hum...” – ela fingiu pensar, mergulhou um dedo no líquido preto, levou ao lábio e lambeu – “Nã...” – falou, se ela soubesse como foi sexy... Porém num gesto rápido tomei a xícara da mão dela e sai correndo com a mesma na mão, rindo muito. Ela num ímpeto voou pra cima de mim, correndo atrás. Não tinha mais pra onde ir então fingi que iria jogar a caneca no chão se ela se aproximasse.

“Um passo e ele morre” – falei de forma séria. Ela fechou um pouco os olhos e me olhou com uma expressão de quem não acreditava que eu faria isso, dando um passo pra frente. – “EU DISSE UM PASSO E ELE MORRE!” – falei e ela parou onde estava.

“Rafael Lange, se tu beber isso...” – ela pegou o meu celular que se encontrava em cima do sofá – “Irei postar no seu twitter que na verdade o Muca tirou sua virgindade. SUA ESCOLHA, MEU CARO“ – ela falou e eu ri, bebendo o café.

Ela abriu a boca em choque e riu.

“Tá fudido” – ela falou, digitando algumas coisas no meu celular – “ARGH, qual sua senha?” – ela perguntou depois de um tempo.

“É um belo café, Lola, porém digamos que o meu é melhor...” – falei como um crítico gastronômico e peguei meu celular da mão dela – “felpscomemeucu é a senha”.

“EU TENTEI MAS NÃO FOI, SEU MENTIROSO” – ela disse, rindo – “Seria uma pena se esse café não tivesse envenenado, não é mesmo?” – falou, sentando no sofá e me olhando com a expressão sapeca.

“Oh não, dessa vez fui pego” – falei, com a voz dramática. Rimos juntos. – “Preciso confessar que o seu café é um dos melhores que já tomei mesmo. O segundo melhor, na verdade. O meu permanece melhor. CAFÉ SEM AÇÚCAR É VIDA!” – Falei e sorri.

“Eu sei. Sempre faço uma garrafa pro pessoal com açúcar e uma pra mim sem. Café sem açúcar é vida mesmo, Cellbinho” – ela falou me olhando e sorrindo. Estávamos bem, eu sabia.

“Porra gente, vocês são muito escandalosos” – Damiani falou saindo do quarto e bocejando – “OBA, CAFÉ DA LOLA” – Sorriu e pegou a xícara da minha mão. Tomou um gole e cuspiu. – “SEM AÇÚCAR? SÉRIO? Vocês são doentes” – ele resmungou e saiu andando em direção à cozinha. Eu e a Lola ficamos rindo enquanto Damiani fazia barulho com as panelas.

“Ok, vem cá” – a Lola falou pra mim e me chamou com os dedos. Me sentei do seu lado e ela puxou seu celular, tirando uma foto de nós dois juntos – “Vou usar pra postagem esclarecendo as coisas. Se não funcionar, vamos ter que esperar o assunto morrer” – ela falou e eu concordei, puxando meu celular e tirando uma foto apenas dela mexendo no celular concentrada. Usei essa pra minha postagem.

‘A Lola é uma pessoa incrível, de verdade. Ela tem uma luz própria, é linda, simpática, e tudo que podem imaginar. Mas não estamos juntos, pessoal.

Eu acho extremamente chato ver vocês xingando alguém que nunca fez nada pra vocês, sério, acham mesmo que vale? Que um ídolo de internet vale isso?

Eu não quero esse tipo de coisa da parte de vocês. Amo vocês, mas isso me magoa. Vi coisas muito ofensivas, vinda de supostos ‘fãs’. Não é isso que eu acho legal.

Eu e a Lola somos amigos e vamos continuar sendo amigos, se tivesse algo mais sério eu falaria, podem acreditar. Tudo no twitter não passou de uma brincadeira de ambos os lados, mas de certa forma foi até bom pra ver até onde vai toda essa obsessão de vocês.

Nossa vida não é um jogo pra vocês escolherem quem fica com quem. Pessoas tem sentimentos.

Desculpa o papo chato e o esporro, mas precisava ser feito.

Eu amo vocês e obrigado a quem apoiou, porém não estamos juntos de verdade.

Nenhum problema com shipps. O problema é o exagero. É a ameaça. É a comparação.

Vocês querem que eu esconda de vocês se um dia estiver com alguém de verdade?

Fica a reflexão no ar (ou Noir, porque eu tinha que finalizar com uma piadinha obviamente).’

Postei no instagram e pedi pro pessoal ir lá ver o que tinha escrito sobre aquilo tudo.

“Rafa... Adorei. Tudo. Acha mesmo isso de mim?” – Lola falou um tempo depois de eu ter postado, abaixando o celular da cara e me olhando com um sorriso tímido. Fiquei sem graça.

“Claro que sim” – minha voz falhou um pouco e pigarreei. Satty saiu do quarto e Lola me abraçou rapidamente.

Foi estranho, porquê senti uma sensação tão boa naquele abraço... Uma calma, tranquilidade. Me senti bem ali. Muito bem.

“Cheios de abracinhos e nhenhé, tô de olho casal” – Satty riu e foi indo em direção a cozinha assim como seu namorado. Damiani estava fritando um ovo mexido e ela se sentou na mesa da cozinha mexendo no celular.

“Depois olha o que eu postei’ – ela falou, deu um sorrisinho e foi em direção à cozinha tomar café da manhã. Tudo bem que eram 13h da tarde, mas era café da manhã ainda sim.

Abri o twitter da Lola antes de ir e vi que ela havia postado pedindo pra verem a última foto do instagram dela também.

‘Pessoal, eu e o Rafael não estamos juntos. Não adianta essas teorias conspiratórias, caçar provas do além porque isso não está acontecendo, vai ser em vão.

O Rafa tem sido uma pessoa que eu tive a sorte de conhecer graças a uma brincadeira no canal no Luba, ele é incrível, super espontâneo, engraçado, e principalmente, ele é autêntico.

Eu estou amando conhece-lo, não quero que estraguem essa amizade que está por vir com essas bobeiras.

Ameaças de morte é o cúmulo. Me comparar com a ex dele então, é absurdo.

Vamos ter amor ao próximo, vamos viver nossa vida, vamos nos amar. A vida é curta demais pra vocês perderem tempo fazendo duas pessoas que mal se conhecem se odiarem.

Sejam legais uns com os outros. Acredito muito em karma, o que vai, volta, sempre. PLANTEM COISAS BOAS.

Amo vocês, pensem nisso e pratiquem o bem.

Se eu tivesse junto com ele vocês saberiam, eu prometo.

Lola Warpatti.’

Sorri sozinho e fui na cozinha comer com eles depois de alguns gritos do Damiani e risadas altas da Lola. Os dois só sabiam zoar a gente.

Às cinco iríamos para o hotel da BGS fazer a concentração pois amanhã seria o primeiro dia de evento e tudo precisava ocorrer bem. Esse ano seria diferente e estava bem empolgado pra participar dessa nova fase do evento.