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História Metamorfose - É sempre bom fazer novos amigos


Escrita por: leticiamendiola

Notas do Autor


Muito obrigada pelos comentários :)

as vezes eu demoro mais a postar ou fico algum dia sem postar e sei que vocês ficam perdidas e até com medo de que a história seja abandonada ... enfim se alguém tiver twitter e querer me seguir o meu tt é @aliceinworld_

Capítulo 17 - É sempre bom fazer novos amigos


LETICIA

 

Fernando insistiu que meu pai tinha que conhecer Sophi, ele estava certo, mas eu não podia evitar o nervosismo que esse encontro me causava. Liguei para minha mãe cedo e combinei que almoçaríamos na casa dela, falei com minha mãe que Fernando tinha me contado a conversa com meu pai e que queríamos que ele conhecesse Sophi, assim como Fernando, minha mãe ficou empolgada e disse que nos esperava ao meio dia.

Meu pai sempre prezou pela pontualidade, porém ter uma criança em casa deixava tudo um caos, primeiro eu tive que me arrumar, em seguida eu tive que arrumar Sophi e quando eu lhe arrumei, acabei ficando bagunçada, Fernando insistiu que ela era grande e sabia se arrumar sozinha, mas eu queria que ela estivesse impecável, tal como eu sei que meu pai aprovaria. Amarrei os cabelos dela em uma trança embutida, fiz com que ela colocasse um vestido branco com flores em rosa e um casaco no mesmo tom de rosa das flores do vestido. Olhei para ela e ela estava perfeita, uma bonequinha, na mesma hora que terminei de lhe arrumar ela já se levantou para correr atrás de Taik, dei um grito de desespero e lhe mandei ficar sentada, obviamente ela não gostou, porém tão pouco reclamou, sentou e ficou esperando Fernando e eu ficarmos devidamente pronto. Fernando estava de calça jeans escura e polo branca com manga e gola preta, eu optei por um vestido de renda branco. Estávamos todos realmente bem vestidos,  parecia mais que iriamos para uma festa e não para um jantar na casa humilde de meus pais. Antes de sair de casa nos juntamos os três e tiramos várias fotos, Taik pareceu notar o momento família e se juntou, no final tínhamos tirado trinte e quatro fotos, desde foto rindo, dando a língua, fazendo careta, emburrados, literalmente foi nosso primeiro momento família registrado.

Fernando estacionou na frente da casa de meus pais às treze horas e sete minutos, ou seja, estávamos uma hora e sete minutos atrasados e com certeza meu pai estava de muito mau humor. Quando paramos frente a porta, antes de tocar a campainha, eu estava extremamente nervosa, olhei para Fernando e notei que ele estava igual, até mesmo Sophi parecia nervosa. Torci para que tudo saísse bem e toquei a campainha, minha mãe abriu de imediato, como sempre com um sorriso no rosto. A primeira a ganhar um abraço de minha mãe foi Sophi, depois eu e por fim Fernando, quando entramos meu pai estava sentado no sofá lendo o jornal.

“Olá, seu Erasmo” Fernando com certeza precisou de muita coragem para cumprimentar meu pai, pois até eu mesma, que sou sua filha, não estava bem certa como abordar ele. Olhei para meu pai esperando o que ele iria fazer, se ele ignoraria Fernando ou se seria grosseiro, mas para minha total surpresa, meu pai deixou o jornal de lado, se levantou e com uma tentativa de sorriso cumprimentou Fernando e apertou sua mão.

“Essa é a famosa Sophi?” Papai perguntou olhando Sophi, agora seu sorriso era totalmente verdadeiro “Julieta não exagerou quando disse que você é linda, estou feliz de ter te conhecido” Eu não duvido que eu estava sorrindo ao ver a cena.

“Você é o pai da Lety e marido da vó, né?” Sophi perguntou e meu pai confirmou “Isso faz de você meu vô, certo?” Gelei pensando no que meu pai poderia responder para Sophi, afinal meu pai não nunca se esforçou para ser muito simpático e eu não sabia como ele ia reagir a essa coisa de ser avô, porém ele novamente me surpreendeu e sorriu mais amplamente.

“Certo, você é muito esperta, sabia? Eu tenho sorte de ser seu avô” O que mesmo fizeram com meu pai? Senti como se algo tivesse muito errado, mas tentei pensar que era só paranoia minha. Mamãe foi até a cozinha esquentar o almoço, Fernando, Sophi e eu sentamos na sala junto do meu pai. O silencio era pesado.

“Como estão as coisas na Conceptos?” Meu pai perguntou em uma tentativa de acabar com o silêncio.

“Ótimas” Respondi e novamente o assunto acabou. Por sorte minha mãe mandou irmos almoçar.

Durante o almoço falamos apenas sobre a comida e como o inverno estava rigoroso, o clima era estranho, assim que comemos a sobremesa e voltamos para a sala o silencio continuava presente. Eu queria entender melhor tudo que estava se passando na cabeça do meu pai, afinal um homem tinha ido até lá e me pedido em casamento e meu pai nem sequer sabia que eu tinha namorado, do nada lhe surge ainda uma neta de oito anos. Meu pai sempre foi um homem tradicional demais e eu estava orgulhosa com seu esforço de tratar tudo de forma natural, porém eu sabia que dentro dele tudo deveria está muito confuso.

“Papai, o senhor pode ir comigo até meu antigo quarto me ajudar a pegar algumas coisas?” Foi a desculpa mais idiota que encontrei, mas obviamente deu certo e meu pai se levantou e subiu comigo as escadas, abri a porta do meu quarto e ele estava exatamente igual da última vez que ali dormi, porém daquela vez ficar lá foi claustrofóbico e agora a sensação era diferente, uma sensação de saudade da infância me preencheu. Saudade de levar uma vida mais calma e sem tanta responsabilidade e pressão.

“O que quer pegar?” Papai me perguntou e tive que sair do meu mundo de recordações e voltar para o mundo real.

“Não quero pegar nada, apenas conversar com o senhor” Fiquei nervosa ao pensar no rumo que aquela conversa poderia tomar, mas eu sabia que meu pai precisava dela e de certa forma eu também precisava.

“O que foi?” Meu pai me perguntou de forma ríspida, me dando apenas mais certeza que eu não podia fugir dessa conversa.

“Quero saber como você está lidando com todas essas mudanças? Soube que Fernando veio conversar com o senhor, falou sobre o casamento e sobre Sophi” Meu pai respirou fundo e sentou na minha antiga cama, sentei-me ao seu lado, aquela conversa seria longa.

“Lety, eu sempre tentei ser um bom pai, eu me esforcei muito para isso, porém eu falhei e descobri minha falha no dia que você foi embora sem se despedi e sumiu por quase um ano” Eu pensei em falar algo, porém apenas me calei, papai não tinha falhado, mas não era hora de rebater isso, deixei que ele continuasse falando “Eu não vi que você cresceu, agia com você como se você ainda fosse uma menina de quatorze ou quinze anos, eu não tive a sensibilidade de ver que você se tornou uma mulher. Quando você veio de Nova Iorque e eu te vi foi um choque de realidade, eu fui naquele aeroporto com a intenção de buscar minha menina e brigar com ela, mas quando eu te encontrei, você não era mais minha menina, era uma mulher, adulta, bonita e que já não cabia mais a mim brigar, porque você já se mandava. Você cresceu, Lety e eu estou orgulhoso no que você se tornou” Senti uma lagrima molhar meu rosto, eu estava chorando e nem tinha reparado “Talvez eu não saiba demonstrar as coisas, mas eu fiquei orgulhoso quando você conseguiu sua própria casa, estou orgulhoso que você seja presidente de uma empresa tão grande quanto a Conceptos e eu também estou orgulhoso desse homem que você escolheu para está ao seu lado, ele teve coragem de vir até aqui e não se inibiu pelo meu modo ranzinzo, simplesmente falou tudo e pediu sua mão em casamento. Como eu podia negar? Acima de tudo o que me deixa mais orgulhoso é saber do gesto nobre que vocês estão tendo com essa menina. Eu errei muito como pai, mas aparentemente eu também acertei muito e te criei bem” Abracei meu pai e chorei abraçada a ele.

“Você é o melhor pai do mundo e não errou em nada” Falei.

“Errei sim filha. E não duvide que você vai errar também, nem sempre você vai fazer o certo para Sophi, mesmo achando que está fazendo o certo, as vezes você vai errar,  porém o que vale é o esforço, se esforce para ser a melhor mãe do mundo e no final as coisas vão dá certo” Mãe? Assim como seu Humberto, meu pai se referiu a mim como a mãe de Sophi, me senti tensa, será mesmo que eu conseguiria ser sua mãe?

“Eu não sei se vou consegui, não sei se estou pronta para ser mãe” Confessei ao meu pai ainda abraçada a ele.

“Filha, pelo que sua mãe me conta e pelo que vi hoje, você já está sendo uma mãe e está indo bem. Ficar insegura é normal, eu fiquei inseguro quando você nasceu, achei que eu não seria um bom pai, mas no meu caso eu recebi você bebê e pude perder meu medo ao longo do seu primeiro ano. Sophi já está chegando maior, você não tem muito tempo para perder o medo, mas acredite, você está fazendo um bom trabalho e pode contar sempre com sua mãe e comigo, você sabe que apesar de ser um homem difícil, eu sempre te apoiei em tudo”

“Eu sei, papai.  Eu amo o senhor” Beijei sua bochecha

“Eu também amo você”

Descemos as escadas de braços dados, meu pai e eu estávamos nitidamente mais leves, descemos conversando sobre a nova cor que ele pintaria a sala e encontramos Fernando, minha mãe e Sophi assistindo Frozen.

“Essa menina é viciada nesse filme, papai” Falei com um sorriso.

“Não reclame, você obrigou sua mãe e eu a assisti Cinderela algumas centenas de vezes” Papai e eu nos juntamos aos três e vimos o filme completo antes de irmos para casa, afinal era domingo e segunda-feira Fernando e eu iriamos trabalhar.

“Vejo vocês amanhã” Minha mãe disse ao se despedir.

Entrei na casa do meu pai tensa e sai totalmente relaxada.

.

.

Segunda-feira Fernando foi ao cartório dar entrada nos papeis do casamento e eu cheguei antes dele na empresa. A sensação de que tudo estava dando certo era confortante, nunca antes eu tinha tido esse sentimento, afinal, nunca antes na minha vida tudo estava dando tão certo assim. Antes de entrar na minha sala, conversei com as meninas do quartel e como sempre elas me fizeram ri. Fernando chegou por volta das dez da manhã e me encontrou já focada no trabalho.

“Dentro de dez dias você será a senhora Mendiola, como se sente?” Ele me perguntou genuinamente feliz.

“Eu não quero pensar nisso” Falei sincera.

“Está arrependida?” De feliz seu semblante pulou para preocupado.

“Arrependida não, só com medo” Fernando voltou a sorri e caminhou até mim “Eu prometo te fazer feliz” Ele se agachou e beijou meus lábios. Eu sabia que ele estava falando a verdade e que iria sempre se esforçar para me fazer feliz, assim como eu faria com ele.

Por volta do meio dia Fernando me chamou para almoçar. Agora com Sophi ele já não tinha mais tempo de fazer o almoço e acabávamos comendo em um restaurante próximo a Conceptos.

“Não posso, hoje vou almoçar com Carolina” Falei com um sorriso travesso.

“Leticia” Ele me advertiu “Ainda isso?”

“Para minha defesa, Carol que me chamou para almoçar e eu apenas aceitei” Fernando me pediu para eu ir com calma e disse que almoçaria com Omar.

“Elogie Carolina durante o almoço de vocês” Sugeri a Fernando e ele nada respondeu “Seu amigo ficará mais feliz tendo alguém com quem divida a vida”

“Mas...” Ele tentou falar e eu o cortei.

“Fernando, você não é mais feliz agora comigo do que quando vivia sua vida de solteiro?” Perguntei tentando ganhar o apoio dele em meus planos.

“Deixa eu pensar ...” Ele falou teatralmente, eu sabia que ele estava brincando e apenas resolvi entrar na brincadeira e dá um forte tapa em seu braço “Ai!” Ele reclamou “Eu só estava brincando, sim, eu sou muito mais feliz ao seu lado”

“Melhor assim” Dei um selinho nele “Você já sabe, fale com Omar o quanto Carolina é incrível e eu vou me esforçar para elogiar ele para Carolina”

                .

Quando cheguei ao restaurante Carolina já estava lá me esperando, me desculpei pela demora e ela por educação ou não disse que tinha chegado a pouco tempo, pedimos nossos pratos e quando o garçom se foi notei que ela me olhava mais que o normal.

“Que foi? Meu batom está manchado ou meu rosto está sujo?” Peguei meu celular afim de usá-lo como espelho e conferir o que tinha de errado comigo, Carolina apenas riu.

“Eu ainda fico assustada toda vez que vejo o quanto você mudou. Eu custo a acreditar que você e a antiga Lety são a mesma pessoa” Oh, então era isso, ela estava me elogiando - sorri tímida.

“Eu não sei medir o quanto somos a mesma pessoa e o quanto mudei”

“Eu queria ter essa capacidade de me reinventar como você teve” Eu não entendi direito o que ela quis dizer com aquilo, Carolina era uma mulher linda e bem sucedida, o que ela poderia querer mudar?

“Você não precisa mudar nada, você é linda e uma excelente profissional, eu que era patética e realmente precisava de um choque de realidade”

“Eu não digo mudar a aparência ou minha profissão, estou realmente satisfeita com os dois, apenas ...” Ela se calou “Nem eu me entendo, é melhor deixa para lá” Fiquei tentada a perguntar sobre o que estava incomodando-a e ela gostaria de mudar, mas não fiz, não era hora para pressionar Carol e sim para preparar o caminho e encaixar Omar na vida dela.

O garçom chegou com nossos alimentos e tivemos uma refeição prazerosa, falando apenas de amenidades.

“Como é está na presidência?” Ela perguntou e pude notar sua real curiosidade.

“Eu não sei explicar, mas sinto que é confortável, muito mais confortável do que eu imaginei. Eu tenho mais liberdade para decidir as coisas e as pessoas me respeitam mais”

“Não está em crise com Fernando? Porque ele me parece ser bem cabeça dura, não vejo como ele pode aceitar suas decisões sem criticar e tentar forçar as ideias dele” Respirei fundo. Era assim mesmo que ela via Fernando, como um homem machista e mimado? Eu não queria que ela tivesse essa imagem dele, ele não merecia isso. Olhei para Carolina e sempre senti algo bom vindo dela, eu gostava dela e gostaria que fossemos mais amigas, resolvi que não seria ruim contar para Carolina toda a verdade, eu estava disposta a me abrir com ela e contar sobre minha relação com Fernando. Por fim era hora de fazer novas amizades.

 



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