Minha vida mudou completamente depois do sumiço de Kyungsoo. Para mim aquela carta tinha muitos significados, mas queria acreditar que ele era um idiota aproveitador. Bom depois que passei alguns dias tentando processar aquela situação eu resolvi procurar Jongin.
- Sinto muito mesmo Chaeyoung mas não vou te ajudar. Ele estava nervoso era nítido.
- Qual é o seu problema? Dizia irritada, ele ao menos me deixou entrar.
- Fique calma Chaeyoung eu não quero tornar as coisas mais difíceis. Ele dizia sem expressão em seu rosto, como se aquele assunto fosse banal.
- Decisões difíceis Kai? Vivemos 5 anos juntos e agora que eu preciso de você não esta disposto a ajudar? Minha cabeça latejava ao menos conseguia encara-lo.
- Eu prometi que seria leal a sua decisão, eu prometi a ele. Sinto muito mas não posso ajudar, vá para sua casa esfriar a cabeça. Disse fechando a porta na minha cara.
Mal conseguia andar, eu não conseguia parar de chorar. O que eu fiz de errado, porque Kai foi tão grosso? Como ficar naquela casa sem ao menos saber o motivo de Kyungsoo ter sumido. Eu não conseguia aceitar aquilo, como alguém pode entrar na vida de outra pessoa, se tornar especial e ir embora sem mais nem menos?
Depois de 2 dias procurei seus pais.
- Desculpe Chaeyoung mas não posso dizer nada. Diz sua mãe séria e nervosa.
- Porque estão fazendo isso comigo? Porque? Não conseguia disfarçar minha tristeza sua mãe veio me abraçar mas eu me afastei. -Isso que vocês estão fazendo comigo não é humano, eu confiei em vocês, confiei em seu filho. Eu abandonei tudo por ele eu não fiz nada errado, eu me entreguei a ele como nunca, eu amo o seu filho mas depois disso, dessa palhaçada eu não consigo mais.
Peguei minhas coisas daquela casa e voltei a morar com a minha mãe, mas querendo o não aquela casa não pertencia a minha família e sim a Do. Comprei um apartamento novo e então nos mudamos e em menos de 3 meses minha vida mudou completamente.
As vezes a saudade vinha forte e doía muito, resolvi ligar para Kai mas seu número não existia mais. Liguei para sua mãe, para seu pai e nada. Chorava todas a noites pensando no que eu fiz de errado, pensei muito e me lembrei de Jongdae.
- Alô? Disse o mesmo do outro lado da linha.
- Jongdae, sou eu a Chaeyoung.
- Oi Chaeyoung, tudo bem? Sua voz estava sem graça me permitindo perceber que ele não queria falar comigo.
- Acha que estou bem?
- Chaeyoung eu...
- Para, não fala nada!
- Eu tenho muitas coisas a fazer, preciso desligar.
- Só me diz uma coisa, eu ainda vou ve-lo algum dia? Saber a verdade?
- Não posso dizer, sinto muito.
- Jongd... Merda, ele desligou.
Depois de mais 3 meses eu perdi completamente o contato com a família de Kyungsoo e até mesmo com a empresa dele, pois me mandaram para uma nova empresa e então eu acabei desistindo de escrever, qual seria a graça de escrever um romance com o grande problema que estava vivendo. Minha vida? Bom queria acreditar que estava livre dele e queria seguir adiante assim como ele me disse.
Infelizmente eu me sentia presa, ainda mais presa do que á 5 anos atrás quando nos casamos.
Um dia eu o vi. Minha mãe disse que foi um delírio meu mas sei que era ele. Kyungsoo estava em uma livraria, o observei por um tempo e vi que ele estava com um dos meus livros nas mãos. Mas por que ele compraria um se foi ele mesmo que publicou? Eu pareço ser louca em correr atrás dele?
- KYUNGSOO? Gritei quando ele saiu do local, assim que me viu entrou em seu carro e foi embora me deixando mais uma vez.
Não estava preparada para esquecer mas a espera estava sendo longa e sem limites, todos os dias eu o chamava mas não tinha resposta. Minha vontade de viver estava acabando. Pensei em suicídio mas de que valeria a pena se eu morresse sem saber o motivo de tudo isso? Eu me perguntava mais que nunca, o que era aquele amor doentio? e como eu me livraria daquilo?
Mais 4 meses se passaram, estava melhorando e me sentindo bem melhor em relação a isso. E mesmo depois de tanto tempo eu não consegui esquecer. Aquilo iria me atormentar para sempre, tive a ideia de escrever a nossa história depois que minha mãe falou que não deveria guardar tudo para mim e que deveria fazer algo negativo se tornar positivo.
Eu fiz com todo cuidado do mundo, a história estava impecável mas havia um problema, e o final? Qual seria o final daquela grande história de amor? Por que ele abandonou a garota? E mais uma vez fiquei mal, fiquei pior ainda no final do ano, era minha data favorita que virou a pior data. Saudades de meu pai, saudades de Kyungsoo e de sua família mas não doía tanto como antes e ainda sim eu conseguia transformar a pequena dor na pior dor possível.
7 meses depois...
- Querida tem alguém batendo na porta, atenda por favor. Disse minha mãe da cozinha.
Eu não deveria ter ido, eu não deveria mesmo. Quando abri aquela porta meu coração disparou, o encarei confusa e de certa forma feliz mas ele não estava, seu olhar era frio me fazendo arrepiar sua energia negativa dominava o local.
- O que faz aqui em minha casa Jongin?
- Chaeyoung eu preciso conversar com você. Ele mal conseguia me encarar.
- Agora? Depois de tanto tempo?
- Acredite eu não queria estar aqui, não hoje.
- E por que está? Ele se calou, encarava o chão e percebi um lágrima sendo derramada em sua camisa. - O QUE TE TROUXE AQUI? Gritei para o mesmo que começou a chorar sem parar me fazendo ter a mesma reação, eu mal sabia o motivo de sua tristeza. - Por favor Jongin me diga.
- Ele se foi... Ele nem terminou a frase mas era como se tivesse dito. Eu entrei em choque e não consegui processar, ele me olhou e enxugou minhas lágrimas.
Minha mãe que ouvia atrás da porta começou a chorar de soluçar como se já soubesse que isso poderia vir a acontecer.
- Como ele? Não terminei minha frase mas Kai entendeu perfeitamente.
- Câncer. Minhas pernas não conseguiram se segurar por muito tempo, eu me ajoelhei e chorei muito.
É uma dor inexplicável, aquilo era surreal para mim. Perder qualquer pessoa é difícil, diariamente pessoas ao nosso redor morrem mas não temos ideia que um dia quem pode vir a falecer é alguém que a gente ame. Jongin se ajoelhou na minha frente e me abraçou forte e sabia que ele de certa forma estava não só me ajudando, mas ajudando a si próprio.
Ele me ajudou a levantar e me levou até o sofá, sentei ao lado de minha mãe naquele momento minha cabeça já estava explodindo.
- Por que não me contaram que ele estava doente? Eu falava arrastado e com uma certa dificuldade.
- Ele não queria te machucar. Aquelas palavras que eram ditas e de certa forma me matavam por dentro. - Ele queria viver e se curar, ele não podia deixar você sofrer tanto.
- Foi por isso que ele foi embora? Comecei a chorar muito novamente, Kai me abraçou e eu negava a acreditar que aquilo era realmente verdade.
- Eu tentei convencer ele a te contar mas quanto mais insistia mais ele piorava, foi quando decidimos te afastar de vez, ele não podia te ver mal que o quadro dele piorava.
- Isso é tão injusto, eu o odiei por meses eu desejei que ele sofresse, eu nem me despedi dele. Me fala que é mentira por favor.
- Você não sabe o quanto eu queria que fosse mentira, isso não é culpa sua.
- É sim, de certa forma. Kai eu só queria me despedir eu só queria abraçar ele e dizer o quanto o amo ou então beija-lo e sentir seu cheiro eu só queria mais um segundo para ouvir sua voz.
- Toma. Disse Kai tirando um pacote de sua bolsa.
- O que é isso? Abri o embrulho e encontrei um CD com meu nome.
- Ele queria escrever, mas não conseguiu. Dei a sugestão de gravar um vídeo.
- Ele gravou? Um sorriso triste formou em meus lábios. - Se me dão licença eu vou ver isso. Fui para o quarto e senti minhas pernas bambas e meu coração apertar.
Eu perdi o homem da minha vida, e junto com ele foi uma parte de mim.
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