História Meu anjo - O conforto dos seus braços

Fiquei sentada, chorando e vendo o sangue escorrendo. Até quando eu passaria por isso? Até quando eu iria dizer que está tudo bem. Senti uma cutucada nas costas e virei.

- agora que o seu guarda costas não está aqui,vamos conversar.

- Jun young, não tenho culpa, você mexeu comigo.

- não importa, resto de aborto. Acha mesmo que eu ligo pra você, você pode morrer, espero que morra com os cortes que você faz. Sua mãe nunca te quis, nenhuma prostituta quer engravidar.

Mina entrou na sala.

- ridícula, nojenta. Você  deveria ir para o inferno sabia ?

- Mina...

- não fala meu nome.

- o que está havendo aqui? - Jay entrou na sala

- cara fica na tua.

- os socos que te dei mais cedo não adiantaram? Olha, eu já falei com meu pai sobre vocês e é melhor ficarem longe dela.

- vai lavar o braço JinSong. O sangue vai manchar sua blusa. - Jun young saiu da sala junto com Mina.

- você se machucou? Posso ver?

- não, tá tudo bem.

Ele não me ouviu puxou a manga do braço esquerdo e depois o direito. Ele ficou olhando por alguns instantes e eu fiquei de cabeça baixa.

- Jin posso te abraçar? É disso que você precisa, não é?

Voltei a chorar e seus braços logo me envolveram.

- chore, chore o quanto quiser, só por favor não se corte. Deve ser difícil suportar tudo que vive, mas agora você tem a mim. Não importa o que aconteça. Vai lavar o braço, princesa.

Fomos até o banheiro, lavei o braço e voltamos para a sala. As aulas se seguiram normalmente e na hora da saída ele me pós no carro do pai dele e me deixou em casa.

- obrigado. - falei

- você vai ficar bem?


- vou.

Desci do carro e entrei em casa, minha mãe nunca deixou de ser prostituta, nem depois que eu nasci. E ela fazia isso em casa. A porta do quarto estava trancada, eu ouvia os gemidos, mas não ouvia o do homem. Masturbação.
Me tranquei no quarto e fui me deitar. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para ele, que logo me respondeu.

" posso te ver agora?" mandei.

" pode"

" me encontre na praça" falei e me levantei para me arrumar e sai rapidamente.

Assim que chego o vejo sentado no banco. Ele me abraçou forte.

- aconteceu alguma coisa?

- não, eu só não queria fica em casa.

- Jin, por que se corta? Não precisa falar se não quiser, eu só quero ajudar você de alguma forma. O que acontece com a sua vida ?

Respirei fundo.

- Havia uma mulher, não tinha experiência com nada, se envolveu na prostituição e em uma dessas noites ela acabou ficando grávida, por que ela deu a luz? Ninguém sabe. Essa garota  cresceu num ambiente totalmente diferente das outras crianças. Sua mãe fazia seus trabalhos dentro de casa na presença da filha e sempre dizendo que foi daquele jeito que ela foi gerada. E ainda para piorar, a insulta, a bate e apenas diz que sua vida foi destruída por causa da filha. E no dia seguinte como pedido de desculpas ela faz bolinhos, mas ela não come, não mais.

- essa garota seria você? E a mulher seria sua mãe?


- ela sempre a deixou largada.


- meu deus, não dá pra acreditar.

- e na escola a garota só queria ser como as outras, normal. Mas não, era julgada por ter uma mãe prostituta. E como sabem? O pai de um dos alunos passou a noite com a mãe dela e no dia seguinte todos da escola estavam sabendo.


Ele me abraçou novamente


- essa garota sou eu Jay, sou eu.

- não chore por favor, vai ficar tudo bem. Olha sei que nos conhecemos hoje mas eu sou seu amigo agora, estou aqui pra tudo e não vou deixar ninguém mexer com você. Vem, vamos tomar um sorvete.

Eu não queria levantar, só queria ficar sentada.

- ta, eu trago pra você. Espere ai.

Ele foi até o cara que vendia sorvete. Ele tinha um sorriso lindo,um corpo musculoso e muitas tatuagens.

- peguei de chocolate, você gosta?

- gosto.

-  sabe sorvete me acalma.

Depois de tomarmos o sorvete ele me deixou em casa.


- onde esteve ?

- sai com um amigo.

- que amigo? Você não tem.

- agora eu tenho.

- você é um inferno na minha vida JinSong. Eu deveria ter abortado você, como fiz das outras vezes. Eu teria uma vida melhor sem você.


- por que não me ama?
- não preciso de você. O que você me traz? Nada. Só despesas. Por que não sai dessa casa?

- não tenho pra onde ir.

- arrume alguem e suma daqui. Eu te odeio.

Subi para o quarto, era sempre assim todos os dias, o pior era que ela não estava bêbada,estava sóbria demais.  E acabei adormecendo e acordando um pouco mais tarde com os gemidos dela e do cara. Primeiro fui tomar um banho e sai em seguida por ai sem rumo. Eu poderia ligar mas e se ele estivesse ocupado? E por que eu o chamaria ? Pra que? Voltei a andar com os meus pensamentos de sempre. Coloquei meus fones e coloquei uma música que eu estava viciada no memento. Era Teen Idle. Comecei a cantar em meio as lágrimas.

Parei de andar e liguei para ele.

- fique ai, estou indo. - disse e desligou

Ele chegou trinta minutos depois.

- o que faz na rua essa hora?

- não queria fica em casa... Não quero atrapalhar o trabalho dela.


- sei que é estranho mas, quer dormir lá em casa? Eu moro sozinho, e eu também não quero que você volte pra casa. Vamos?

- não quero te atrapalhar Jay.

- não vai não princesa, vem.

Ele abriu a porta do carro para que eu entrasse, no caminho ele falava umas coisas engraçadas me fazendo rir. Na sua casa ele me levou ate o seu quarto.


- Jin, só tem um quarto. E uma cama.


- eu fico no sofá.


- não eu fico. - ele beijou minha testa - durma bem.


Passei alguns minutos acordada até cair no sono.

Na manhã seguinte ele mesmo veio me acordar, com um sorriso lindo.

- como dormiu princesa?

- bem e você?

- bem também. 

Ele deitou do meu lado

- eu quero te fazer sorrir todos os dias Jin, todos os dias eu estarei com você. Serei seu protetor. Mesmo que não queira, eu estarei aqui.