Os dias passaram incrívelmente rápidos, a tão esperada sexta – feira havia chegado, Cecília estava ansiosa, a semana inteira Gustavo fez mistério sobre onde a levaria, ela também resolveu impressionar, aproveitou que saiu mais cedo naquele dia e foi ao shopping, tinha um dinheiro sobrando e aproveitou pra comprar algo pra usar a noite. Após andar um pouco viu um lindo vestido, era todo preto de mangas longas e continha um pequeno decote na frente, o que a incomodara foi o tamanho, achou curto mas quando provou viu que ficara perfeito seu corpo, ele era colado na cintura e solto na parte de baixo, Cecília comprou. Quando chegou em casa sorridente encontrou Fátima, achava que a irmã ainda estava no trabalho.
- Chegou mais cedo?. – estranhou Cecília.
- Sim, posso saber que felicidade é essa e que sacola é essa?. – a mais velha apontou pro pacote na mão dela.
- Eu vou sair com o Gustavo hoje, e como ele disse que vai me levar num lugar diferente resolvi comprar um vestido novo.
- Olha que bom, eu fico tão feliz em te ver assim minha irmã.
- Eu também. – sorriu Cecília. – agora vou tomar um banho e depois quero que você me ajude a usar a sua maquiagem.
Fátima concordou enquanto Cecília foi em direção ao quarto, a jovem tomou um belo banho, lavou os cabelos e saiu, secou as longas madeixas e fez cachos como Fátima ensinara, chamou a irmã que correu até o quarto, Fátima fez uma leve maquiagem em Cecília e passou um batom rosa, nada exagerado, Cecília era linda ao natural não precisava de muito. Por último a mais nova colocou o vestido e uma sandália de salto preta, se olhou no espelho e estranhou, nunca tinha se vestido assim.
- Você está maravilhosa Cecília. – elogiou Fátima.
- Não está muito curto?. – Cecília passou a mão pelo vestido e encarou Fátima.
- Claro que não, você só não está acostumada. – afirmou a mais velha. – você está linda.
Cecília sorriu em agradecimento e pegou sua bolsa, passou seu perfume e deu uma última olhada no espelho, ouviu a campainha tocar, só podia ser Gustavo, desceu pra não deixa – lo esperando.
(...)
Quando cheguei na casa de Cecília Fátima me recebeu e disse que a irmã já estava descendo, concordei e comecei a mexer em algo no meu celular, estava distraído e não percebi quando ela desceu, e Deus, quando a olhei queria guardar aquela imagem pra sempre, Cecília estava maravilhosa, aquele vestido deixava suas pernas a mostra e eu quase perdi o ar quando vi, ela sorriu envergonhada e veio até mim.
- Meu Deus Cecília...eu...você está maravilhosa.
- Gustavo. – ela diz com as bochechas vermelhas.
- Eu só tô falando a verdade meu amor, vamos.
Me despeço de Fátima e nós partimos, vou levar Cecília a um restaurante que eu costumava ir com Teresa, íamos lá quando ela queria dançar, o lugar continha duas partes, a de baixo o restaurante e a de cima que era quase uma boate onde as pessoas se divertiam e dançavam. Quando chegamos percebi seus olhos brilharem, abri a porta do carro pra ela e entreguei as chaves ao manobrista pra que ele estacionasse, tinha as reservas feitas então só entramos e fomos levados aos nossos lugares.
- Aqui é tão lindo Gustavo. – Cecília diz enquanto se senta.
- É mesmo, mas ainda tenho outra surpresa pra você.
- Qual?. – ela perguntou curiosa.
- Depois do jantar. – digo, ela sorri e concorda. – o que vai querer?. – perguntou enquanto olho o cardápio.
- Eu não conheço nada, então pode escolher. – ela sorriu.
- Tá bom. – concordo.
Faço os pedidos e peço pro garçom trazer um vinho, Cecília me disse que nunca havia bebido nada alcoólico na vida e eu peço que ela experimente, de início vejo sua cara estranha e depois ela sorri e diz que o gosto é bom.
- Tem um gosto diferente. – ela diz virando a taça toda.
- Vai com calma mocinha, você não está acostumada. – ela concorda e sorri divertida.
Nosso jantar foi maravilhoso, conversamos sobre sua vida, sobre a minha e sobre a nossa, eu estava tão feliz que podia acreditar que aquilo era um sonho, depois que Teresa morreu eu me afundei numa tristeza profunda e jurei não amar mais ninguém, tive apenas aventuras e nada mais, mas quando Cecília apareceu em minha vida eu tive a certeza que era ela, mesmo quando ela estava no colégio eu sabia que era ela, e agora eu não queria mais ninguém.
- Vamos?. – perguntei.
- Já vamos embora?. – ela perguntou triste.
- Não, vou te levar em outro lugar, aqui mesmo. – seus olhos brilharam e ela sorriu.
Paguei o jantar e saímos, subimos alguns degraus que tinha num pequeno corredor e chegamos ao destino, estava cheio e tocava músicas eletrônicas, nos sentamos em uma mesa vazia que tinha e eu pude perceber o olhar de surpresa do meu amor.
- O que achou?. – perguntou próximo a ela.
- É tão diferente, e divertido. – ela sorri e me olha. – obrigada.
- Não tem de quê senhorita. – pisco pra ela. – quer beber alguma coisa?.
- Uma água.
Chamo o garçom e peço duas águas, logo ele trás os pedidos, Cecília olha tudo a sua volta, ela parece estar encantada com aquilo, seus olhos brilham e eu sorrio ao ver que ela está feliz.
- Quer dançar?. – pergunto.
- Eu não sei dançar, melhor ficarmos aqui. – concordo com ela e lhe dou selinho. – você sempre vem aqui?. – seus olhos se viram pra mim.
- Eu costumava vir com a Teresa.
- Me desculpe, eu não sabia. – ela diz sem jeito.
- Tudo bem meu amor.
- Eu queria ir ao banheiro. – ela diz mudando de assunto.
- É só virar a esquerda naquela corredor. – digo mostrando a ela.
- Eu já volto. – ela sorri e sai pela multidão.
(...)
Passo por todas aquelas pessoas e chego ao banheiro, quando entro vejo que está vazio, uso e rápido e lavo as mãos, dou uma última olhada no espelho e saio, o corredor está pouco movimentado, voltei até Gustavo que mexia em algo no seu celular.
- Algum problema?. – pergunto.
- Não meu amor, só algumas mensagens de trabalho. – ele desliga o aparelho e me olha.
Continuamos curtindo mais um pouco daquele lugar e depois fomos embora, quando chegamos em frente a minha casa eu não queria me despedir.
- Chegamos. – ele diz desligando o carro.
- Que pena. – falo triste.
- Também acho, se eu pudesse não te largava nunca mais. – sorrio com sua afirmação e tenho uma ideia maluca.
- Você podia dormir comigo. – Gustavo ergue uma das sobrancelhas e me olha incrédulo.
- Dormir? Mas... Cecília...você tem certeza?.
- Porque? Você não quer?. – pergunto.
- Claro que eu quero, mas você...você quer?. – ele pergunta sério.
- Quero Gustavo. – afirmo. – e além do mais eu sei que você me respeitaria.
- Claro meu amor, eu nunca faria nada sem que você permitisse. – ele tocou meu rosto e sorriu. – o problema é que não tenho roupa, e dormir de calça jeans não é tão bom assim.
- Eu posso dormir na sua casa. – sugeri.
- Cecília Santos você largou mesmo o noviciado não é. – dou um tapa em seu ombro e gargalho.
- Bobo, vou avisar a Fátima e buscar umas coisas.
Sai do carro e adentrei a minha casa, arrumei uma pequena mochila com uma muda de roupa e minhas coisas de higiene e fui até o quarto de Fátima, Verônica estava num sono profundo, tentei fazer o menos barulho possível e toquei o braço de minha irmã.
- Irmã, eu vou dormir no Gustavo.
- Como assim?. – ela diz sonolenta.
- Vamos dormir juntos, eu quero saber como é acordar ao lado dele. – digo sorridente.
Ela sorri e concorda voltando a dormir em seguida, tranco a porta e corro de volta até o carro, Gustavo sorri quando me vê e da partida no carro, chegamos em sua casa em poucos minutos, estavam todos dormindo, subimos sem fazer barulho, passei pelo quarto de Dulce e minha pequena dormia feito um anjo, depositei um beijo suave em seu rosto e sai, Gustavo me levou até seu quarto e eu entrei, era a primeira que entrara ali e confesso que estava bem nervosa, era um lugar bem organizado com uma enorme cama.
- Eu vou tomar um banho amor, já volto. – assenti e me sentei na cama.
Continuei a olhar tudo aquilo quando meu amor saiu do banho, ele vestia um short e uma camiseta regata.
- Eu não costumo dormir assim, mas como a senhorita está aqui hoje tenho que me comportar né. – sorri sem graça e ele me disse que eu poderia tomar um banho, peguei minhas coisas e fui até o banheiro, era grande e limpo, prendi meus cabelos e liguei o chuveiro, a água quente escorria pelo meu rosto me fazendo relaxar, depois de vinte minutos desliguei a água, me sequei e coloquei meu pijama, era um short não tão curto e uma blusa confortável, escovei meus dentes e voltei ao quarto, Gustavo estava deitado e quando me viu sorriu.
- Está cheirosa meu amor. – ele diz.
- Obrigada. – digo.
- Deita aqui. – ele diz apontando pro lado vazio da cama.
Me aproximei lentamente e me deitei ao seu lado, não lembro de ter deitado numa cama tão confortável, estávamos de frente um pro outro, eu sentia meu corpo quente e meu coração acelerar.
- Não precisa ter medo, não vamos fazer nada. – suas acariciam meu rosto e eu fecho os olhos.
- Eu sei, é só que eu nunca dormi com nenhum homem.
- E eu fico feliz em saber disso. – seu sorriso se iluminou. – vamos dormir.
- Vamos. – concordo.
Me aconchego em seu peito e nos cubro com o grande lençol, enquanto Gustavo acaricia meus cabelos eu fecho meus olhos e pego no sono.
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