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História Meu Melhor Amigo - Prólogo


Escrita por: jaimencanto

Notas do Autor


Então pessoas... Não consegui resistir em postar essa fic para vocês! Prometo que isso não vai atrapalhar o andamento de "Love Inside Out" e eu irei atualizar as duas fics! Diferente de "LIO", essa fic será um pouco mais curtinha e com capítulos mais curtinhos, mas prometo que será uma história e tanto! Eu particularmente estava ansiosa para começar logo essa fic porque ela realmente está muito fofa, e eu espero que pensem o mesmo que eu! Dêem uma lidinha no prólogo e me digam o que acharam ♥

Capítulo 1 - Prólogo


               Eu não me lembro a ultima vez que fiquei tão animada. Acordei com um ótimo humor e uma disposição de uma adolescente de quinze anos. Certo... Não sou tão velha assim para dizer algo do tipo, mas eu realmente não me lembro quando foi que acordei tão empolgada com uma coisa. A notícia que recebi na noite anterior era o motivo da minha animação e da minha insônia por uma noite inteira. A notícia era tão boa que não consegui pregar os olhos, nem mesmo por um minuto. Meu melhor amigo irá voltar para a cidade, depois de oito meses. Só Deus sabe o quanto sinto falta dele, e o quanto esperei para que esse dia chegasse. Fernando e eu costumávamos ser inseparáveis desde o primeiro semestre da faculdade. A primeira vez que nos separamos foi quando nos formamos e ele recebeu uma proposta de emprego em outra cidade, e desde então ele vive lá, há 584km de distancia de mim.

 

 

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               A campainha tocou e Letícia correu pela casa, pronta para atendê-la. Assim que abriu a porta, ela sorriu para Fernando, dando espaço para que ele entrasse.

- Achei que não viria mais. – Comentou ela enquanto terminava de colocar os brincos.

- Achei melhor eu me atrasar, já que você sempre faz isso. – Ele comentou divertido.

- Eu só estou terminando de colocar os brincos. – Ralhou ela. – Mas não consigo nem mesmo achar o buraco dessa porcaria!

- Deixa eu te ajudar. – Ele se aproximou e Letícia entregou os brincos à ele. Delicadamente, Fernando encaixou o brinco em sua orelha, e com cuidado finalizou colocando a tarraxa. – Pronto. – Sorriu.

- Eu não sei o que faria sem você! – Letícia sorriu, inclinando-se na ponta dos pés para beijar o rosto dele. – Agora posso cumprimentá-lo.

               Fernando riu e caminhou em direção à mesa, escorando-se nela enquanto olhava para Letícia.

- Você vai com esse vestido curto? – Perguntou ele.

- Vou. Qual é o problema? – Ela caminhou pela sala, procurando por alguma coisa.

- Lá não é uma boate, é um restaurante.

- E daí? Tem roupa apropriada para usar em cada lugar agora?

- Tem.

- Você é muito machista.

- Eu não sou machista! Só estou dizendo que você tem roupas melhores e mais elegantes.

               Letícia revirou os olhos. Poderia ter respondido “você por acaso sabe de todas as roupas que tem no meu armário?”, mas a resposta seria sim, ele sabia.

- Eu estou muito a vontade com esse vestido. – Respondeu ela, pegando suas chaves sobre a estante, deixando-as cair no chão.

 Assim que ela se abaixou para pegá-la, ouviu um barulho de lago se rasgando. Imediatamente ela se levantou e olhou para a lateral do seu vestido, rasgada, mostrando praticamente metade do seu sutiã.

- Mas que merda! – Exclamou irritada. – Viu só o que você fez? – Ela olhou para Fernando, que prendia o riso.

- Eu? Mas eu não fiz nada!

- Você colocou olho gordo no meu vestido, e agora ele rasgou!

- Não seja boba, Lety!

- Agora vai ter que esperar mais dez minutos até eu encontrar outra roupa! – Ela bufou, adentrando o apartamento.

               Fernando riu e puxou a cadeira para se sentar. Como bem conhecia Lety, ela demoraria realmente dez minutos até encontrar um vestido ideal.

 

 

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- Esse daí ficou muito melhor em você. – Comentou Fernando quando desceram do carro e caminharam em direção ao restaurante.

- Eu acho bom você ficar calado durante o resto do jantar. Não estou boa com você.

- Como seria possível eu rasgar o seu vestido com a força da minha mente? – Perguntou divertido. – Eu teria rasgado uma parte mais estratégica, como a parte da frente.

- Você é ridículo! – Letícia exclamou, mas não resistiu soltar uma risada.

               Quando chegaram ao restaurante, logo Fernando avistou os outros sentados à mesa de sempre. Os dois caminharam em direção à mesa onde estavam os amigos e cumprimentaram um por um.

- Achei que não viriam mais. – Reclamou Márcia. – Eu estou morrendo de fome!

- A culpa é do Fernando. – Letícia disse ao sentar-se entre ela e Carolina.

- Não é minha nada!

- O que aconteceu? – Carolina perguntou.

- Ele rasgou o meu vestido!

               Os três olharam diretamente para ele.

- Não é o que vocês estão pensando. – Ele revirou os olhos. – Letícia colocou na cabeça que eu rasguei o seu vestido com a força da mente só porque eu disse que ele estava muito curto.

- Ah... – Omar riu. – Eu já estava pensando outra coisa.

               Não era a primeira vez que um deles sugeria que Fernando e Lety tinham alguma coisa. Márcia e Carolina durante todos os anos da faculdade sempre tentaram induzi-los a ter algum relacionamento, mas os dois jamais aprovaram, alegando que a amizade que tinham era muito maior do que isso.

- Agora podemos comer, por favor? – Márcia disse. – Estou faminta!

               Todos concordaram que estavam famintos e fizeram os mesmos pedidos de sempre. Um jantar no restaurante japonês havia se tornado uma tradição entre eles, e pelo menos uma vez no mês aquele encontro entre amigos acontecia. Enquanto comiam, os cinco conversaram sobre o fim da faculdade e o que fariam dali em diante. Omar já trabalhava na empresa de seus pais, e era o único deles que tinha um emprego fixo após os estudos.

- Eu estou pensando em fazer algumas miçangas para vender. – Márcia comentou. – Porque eu já desisti de espalhar meu currículo em todos os lugares.

               Todos riram.

- Márcia, você é tão modesta. Se formou como uma das melhores alunas e está lamentando. – Carolina comentou.

- Eu não cheguei nem perto. Melhor aluno foi o Fernando, e ainda recebeu um premio por isso.

- Se o problema é o premio, eu te dou ele, Márcia. Não tem problema. – Fernando riu.

- Não quero o seu premio. Quero um emprego.

- E você, Lety? Vai continuar a trabalhar onde você estagiou? – Carolina perguntou.

- Então... Eu... Tenho algo para contar para vocês. – Ela sorriu. – Eles disseram que irão me efetivar, e o meu chefe já quer me dar o primeiro caso na semana que vem!

               Todos comemoraram animados, principalmente Fernando, que foi pego de surpresa como todos os outros, mas que ficou tão feliz quanto Lety estava ao contar a novidade.

- Bom... Então pelo visto apenas nós três ainda não temos um emprego. – Márcia se referiu à ela, Carolina e Fernando. – Aliás, é muito estranho você ter recebido tantas felicitações da faculdade por ter sido o melhor aluno, e eles nem ao menos te indicaram um emprego.

               Fernando sorriu sem jeito.

- Na verdade... Eles indicaram sim.

- O melhor de todos! – Omar bateu em seu ombro. – Fernandinho vai trabalhar feliz em outra cidade com um dos melhores advogados do país. Vicente Gonzáles!

               Todos ficaram em silencio. Letícia deixou o seu garfo cair sobre o prato, causando um barulho estridente que chamou a atenção de todos à mesa. Carolina e Márcia estavam surpresas com a notícia, mas não mais do que Lety.

- Você vai trabalhar para o Vicente Gonzáles? – Carolina perguntou ainda abismada.

               Fernando olhou para Letícia e logo depois balançou a cabeça afirmando. Imediatamente Letícia se levantou irritada e saiu da mesa. Ninguém se atreveu a dizer nada, exceto Fernando, que logo depois se levantou e foi atrás dela.

- Lety! – Ele chamou sua atenção enquanto a seguia para fora do restaurante. – Lety, espera!

- Quando você pretendia me contar? – Ela virou-se para ele.

- Eu ia contar hoje. Eu só... Estava esperando o momento certo.

- O momento certo? Eu sou sua melhor amiga! Deveria ter me dito isso assim que aceitou a proposta!

- Mas isso é algo que não se diz por telefone. Eu ia dizer hoje depois do jantar. – Ele se aproximou. – Por favor, não fique brava.

- Não estou brava, só... Gostaria que você tivesse me contado antes.

- É só por isso?

               Ela o olhou.

- Não. Na verdade... Eu não sei como vou ficar aqui sem você.

- Eu também não queria ir para outra cidade. Mas... É realmente uma ótima proposta.

- Eu sei. Não deixaria você recusar. – Ela suspirou triste. – Quem vai me dar os melhores conselhos agora?

               Fernando riu.

- Ainda vamos nos falar. Por telefone, email... Eu prometo.

- Você não vai me abandonar aqui para sempre, não é?

- É claro que não! Assim que possível eu venho visitá-la. Nada vai mudar, Lety. Nada.

               Ela sorriu triste e o puxou para um abraço.

- Você promete?

- Eu prometo. – Respondeu ele, retribuindo o abraço.

 

 

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               Letícia estava juntando todas as suas forças para não chorar. Ela era durona o bastante para fazer isso, principalmente na frente dos pais de Fernando.

- Bom... – Ele pendurou sua mochila em um dos ombros. – É o meu vôo. – Comentou ele quando ouviram uma chamada ecoando por todo o aeroporto.

- Ligue para nós assim que chegar! – Terezinha exclamou, puxando-o para um abraço.

- Eu ligo sim. – Ele retribuiu o abraço.

- Boa sorte, filho! – Humberto o abraçou, batendo em suas costas.

- Obrigado, papai.

               Assim que olhou para Letícia, Fernando sorriu e ela retribuiu o sorriso, sem muito animo.

- Eu volto assim que puder. – Ele comentou, segurando carinhosamente no queixo dela.

- Espero que sim. Ou então passo o posto de melhor amigo para outra pessoa.

- Você não faria isso. – Ele riu.

- Tem razão, eu não faria.

- Vem cá. – Fernando a puxou para um abraço, e Letícia enterrou seu rosto no peito dele. – Vamos nos ver em breve.

- Eu espero que sim.

               Depois de alguns minutos abraçados, Fernando enfim se afastou quando ouviu outra chamada para o seu vôo.

- Preciso ir. – Ele suspirou. – Eu aviso vocês quando chegar.

- Certo. – Terezinha e Lety responderam ao mesmo tempo.

- Então, até breve.

- Até.

               Fernando sorriu triste e caminhou em direção ao acesso para o avião. Pela ultima vez ele virou-se para seus pais e Lety e acenou para eles. Com o coração partido e já sentindo falta da companhia de Fernando, Letícia retribuiu o aceno, esperando que Fernando voltasse o mais rápido possível.

 

 

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               Cheguei ao trabalho cumprimentando à todos, na maior das animações. Obviamente todos estranharam o meu bom humor, já que pela manhã eu não costumava ser tão animada assim. Mas, aquele dia era especial, e as únicas pessoas que sabiam o motivo disso eram Márcia e Carolina.

- Bom dia! Bom dia! – Falei ao entrar na sala, seguindo para a minha mesa.

- Eu disse que ela estaria bem humorada. – Comentou Márcia. – O que foi, Lety? Dormiu com o palhaço?

- Não, sua palhaça. – Respondi rindo sentando-me à mesa.

- Ah... Então tem a ver com a volta do Senhor Fernando Mendiola? – Carolina debruçou-se sobre sua mesa, que era de frente para a minha.

- Talvez... – Respondi ligando o computador.

- Isso daí está me cheirando à sentimento mal resolvido. – Márcia disse escorando-se à cadeira. – Você está feliz demais para o meu gosto.

- Não diga besteiras, Márcia. Você sabe muito bem que Fernando é o meu melhor amigo, e é claro que estou empolgada e feliz com a visita dele.

- Eu acho um egoísmo você dizer que ele é seu melhor amigo. – Márcia resmungou. – E nós somos o que?

- São duas chatas que pegam no meu pé por uma coisa que não faz o menor sentido.

- Bom dia! – Antonio entrou na sala, completando o quarteto de advogados loucos que trabalhavam juntos. – Qual é o assunto do momento? – Perguntou seguindo para sua mesa.

- Fernando volta hoje e Lety está bem humorada. – Márcia comentou provocativa.

- Fernando? Aquele da foto que você me mostrou? – Ele olhou para mim.

- Sim!

- Ah... Então isso explica tudo. Então, você vai fazer um stripper especial para ele?

- Que nojo, Antonio! – Exclamei irritada. – Fernando é o meu amigo! Amigo!

- É claro. Amigo... – Ele olhou para Márcia que prendeu o riso. – De qualquer maneira, quero conhecê-lo algum dia. Quem sabe esse seu “amigo” me interessa.

- Ele não é para o seu bico. – Comentei divertida. – Você tem um p onde ele prefere um v.

- E como tem tanta certeza disso, meu amor? Você se surpreenderia com as pessoas que saem do armário.

               Balancei a cabeça rindo.

- Bom... De qualquer maneira, o que você planejou para hoje? – Carolina perguntou animada. – Vamos ao restaurante japonês?

- Não... Eu pensei em fazer algo lá no meu apartamento. Algo só para nós. O que acham?

- Adorei a idéia! Podemos levar as bebidas.

- Ótimo! Antonio, você está convidado. Pode conhecê-lo. – Falei rindo.

- Convite tentador meu amor, mas tenho um encontro hoje.

- É mesmo? Com quem? – Márcia perguntou.

- Não posso revelar nomes ou o emprego dele estaria em jogo.

- Então é alguém daqui? – Carolina perguntou abismada. – Mas eu não sei de ninguém que pode ser gay aqui além de você!

- Como eu disse, você se surpreenderia.

- Enfim... Você sabe quando ele chega, Lety? – Márcia perguntou.

- Não... Ele disse que me avisaria, mas até agora nada. Não deve ter chegado ainda.

- E você é claro vai ficar o dia inteira grudada nesse celular, não é? Mas não se esqueça que temos dois casos em aberto.

- Eu não vou me esquecer. – Joguei uma bola de papel em Márcia. – Alias, vou começar isso agora mesmo.

               Carolina e Antonio riram e enfim pude me concentrar no trabalho. Ou ao menos tentar. A manhã e a tarde passaram arrastadas, principalmente porque não recebi nenhuma mensagem ou ligação de Fernando. Aquilo me preocupava, já que ele havia prometido me avisar quando chegasse. Eu tentava não pensar que o motivo para ele não entrar em contato seria algum problema com seu vôo, impedindo que ele fizesse essa visita em sua folga. Fernando trabalhava muito, e sempre deixava isso claro nos emails e ligações. Era a primeira vez que ele recebia uma folga desde que começou a trabalhar, e eu fiquei extremamente feliz por ele usá-la para visitar seus pais e é claro, a mim.

               No fim do expediente, por mais que eu tentasse disfarçar minha ansiedade, eu não conseguia. A cada dois minutos destravava a tela do meu celular na esperança de que tivesse alguma mensagem ou ligação perdida de Fernando. Mas, para o meu desapontamento, não havia nada.

- Ele deve ter se cansado da viagem e dormiu. – Carolina tentou amenizar a situação quando seguíamos juntas para o elevador.

- Ele não é assim... Ele teria me ligado antes.

- Talvez algumas coisas tenham mudado nesse tempo que ele ficou fora. – Comentou Márcia, e não me espantou ou me irritou o seu comentário pessimista.

               Preferi não responder e entramos em silencio no elevador.

- E se ele estiver namorando e trouxe a namorada também? – Carolina perguntou. – Talvez ela seja ciumenta e não tenha deixado ele entrar em contato com você.

- Acho que ele me diria se estivesse namorando. E de qualquer maneira, acho que Fernando não namoraria uma pessoa que fosse ciumenta à esse ponto. – Respondi calma.

- É, tem razão.

- Quando eu chegar em casa vou ligar para ele.

               Saímos do elevador e nos despedimos de Sérgio, o segurança que ficava na recepção. Assim que saímos da empresa, caminhamos juntas em direção à calçada, onde cada uma seguiria até o seu carro. Mas, ao reconhecer um carro que estava parado logo na entrada da empresa, parei de andar e Márcia e Carolina me olharam.

- O que foi?

- Esse carro não é do pai do Fernando? – Perguntei confusa apontando para o carro vermelho em nossa frente.

               Márcia e Carolina olharam para o carro, mas não souberam o que responder.

- Será que o pai do Fernando está aqui? – Márcia perguntou.

- Não seria muita coincidência? – Carol perguntou. – Pode ser o Fernando!

- Ele não sabe onde nós trabalhamos. E de qualquer maneira, ele não viria sem avisar. – Comentei.

- Eu não teria tanta certeza disso.

               Imediatamente viramos na direção em que ouvimos a voz, e não pude deixar de abrir um largo sorriso ao vê-lo. Fernando estava realmente ali. Meu melhor amigo estava ali. E com o mesmo sorriso maroto de sempre. Finalmente Fernando voltou, e eu não pude fazer outra coisa além de caminhar em sua direção e puxá-lo para um forte abraço. Um abraço que senti falta por oito meses, e que era o único que conseguia me tranqüilizar. Um abraço que eu não trocaria por nada nesse mundo. 


Notas Finais


E então? Gostaram? Pode continuar à postar os capítulos? haha


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