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História Meu Melhor Amigo - Ensaio


Escrita por: jaimencanto

Notas do Autor


Aconselho vocês a ouvirem a música "Fue ella fui yo" do Yahir

Capítulo 9 - Ensaio


               Eu não estava pronta para aquele dia. Mesmo que não fosse oficialmente o casamento, participar do ensaio seria tão doloroso quanto. Assim que acordei, a primeira coisa que pensei foi que já era hora de ir embora. Fernando provavelmente ficaria com raiva, principalmente depois do dia maravilhoso que passamos juntos. Mas, justamente por isso, eu não poderia continuar com aquilo. Não poderia continuar fingindo que estava tudo bem, quando na verdade não estava. Sempre que eu deitava a cabeça no travesseiro, eu me lembrava de que Fernando ainda estava noivo, e a cada dia estava mais perto de se casar. Nós quase nos beijamos por várias vezes no dia anterior, e isso mostrava o quanto as coisas estavam erradas. Fernando dizia que não se esquecida do nosso beijo, que queria repeti-lo, mas simplesmente não desiste daquele casamento ou sequer me explica o porque disso. Era confusão demais para lidar, e ir embora seria a melhor coisa a se fazer.

               Ouvi batidas à porta e rapidamente a abri, sorrindo quando vi que era Antonio.

- Oi! – Ele sorriu me entregando uma xícara. – Trouxe café.

- Obrigada. – Dei espaço para que ele entrasse.

- Como você está?

- Na mesma.

               Ele olhou para minha mala sobre a cama.

- Não me diga que voce está pensando em ir embora?

- Eu não tenho outra escolha, Antonio.

- É claro que tem! Não acredito que voce chegou até aqui para desistir!

- Não estou desistindo, eu só não tenho mais o que fazer aqui! Antonio, você não sabe o quanto está sendo difícil ficar perto de Fernando com tudo o que está acontecendo.

- Eu posso imaginar sim, mas eu não entendo porque tomou essa decisão agora, faltando dois dias para o casamento. Você já teve tantas outras oportunidades para desistir, e vai fazer isso justo depois de um dia maravilhoso que tiveram?

- É justamente por isso! Nós tivemos um dia maravilhoso juntos, e isso não vai acontecer de novo porque ele vai se casar! E sinceramente, não estou nem um pouco afim de lidar com isso.

- Você não tem que estar afim... Você tem fazer isso por voce. Olha, Lety... Você precisa conversar com ele.

- Nós já conversamos.

- Não. Você apenas desabafou o que estava guardando durante todo esse tempo. Agora voce precisa ouvir o que ele tem para dizer.

               Encarei a xícara de café em minhas mãos.

- Não desista agora, Lety. Vá nesse ensaio e encontre o momento ideal para conversar com ele.

- Você acha que eu deveria ir?

- Com certeza!

               O olhei pensativa.

- Não sei se seria uma boa idéia.

- O que aconteceu com a Letícia que fazia tudo que quisesse?

- Ela está desmotivada.

- Então trate de motivá-la! Você precisa se animar, garota!

- E se não der certo?

- Ao menos voce tentou, não é?

               Sorri para ele.

- Você vai comigo?

- Não. É melhor não. Você precisa desse tempo.

- É, tem razão. Mas eu não quero ir sozinha!

- Não se preocupe, vai dar tudo certo. – Ele sorriu, virando-se para a minha mala. – Agora vamos encontrar um vestido especial para você! Não pode chegar lá com essa cara derrotada.

- Obrigada pela sinceridade.

               Ele riu, abrindo minha mala logo depois.

 

 

 

                                                           -------------------------------

 

 

 

               Eu ainda não estava totalmente convencida de que ir àquele ensaio era a coisa certa, mas como Antonio disse, eu me arrependeria por ter perdido a oportunidade. Cheguei à casa dos pais de Marianne e tomei fôlego antes de entrar. O portão estava aberto, e quando adentrei o jardim, percebi que os preparativos do casamento já estavam no local. Caminhei em direção à casa, mas logo vi a mãe de Marianne se aproximar.

- Lety! – Ela sorriu, me cumprimentando com um abraço. – Que bom que você veio! Marianne quer que todas as madrinhas estejam aqui para o ensaio, e como voce é a única madrinha do Fernando, é imprescindível sua presença.

               Apenas sorri, sem saber o que responder.

- Ah, e por falar nele!

               Me virei para a direção em que ela olhava e vi Fernando caminhar em nossa direção. Senti minhas mãos suarem e a tensão tomar conta de mim. Nós nos olhamos e ele sorriu de lado, me deixando um pouco mais aliviada.

- Vou deixá-los conversando. Com licença. – A mãe de Marianne falou.

               Assim que ela se afastou, Fernando colocou as mãos no bolso ainda me olhando.

- Oi. – Ele disse quebrando o silencio.

- Oi. – Respondi apenas.

- Que bom que veio.

- Por que eu não viria?

- Não sei... Ontem quando te deixei no hotel você parecia... Triste.

               Ficamos em silencio por um tempo.

- O dia ontem foi ótimo. – Ele sorriu.

- Sim, foi mesmo. – Retribuí o sorriso.

               Ele me olhou parecendo desconfortável.

- O altar já está pronto? – Perguntei.

- Sim.

- Posso vê-lo?

- Claro.

               Caminhamos pelo jardim, até chegarmos aos fundos da casa, onde havia um gazebo de madeira totalmente decorado.

- Uau. – Exclamei quando nos aproximamos. – Pelo visto gastaram uma nota nesse casamento.

               Ele riu.

- Ficou muito bonito.

- É...

               Fernando parecia um pouco distante e desanimado, e eu precisava entretê-lo de alguma maneira.

- Já escreveu seus votos?

- Não. – Mais uma vez ele pareceu desconfortável. – Na verdade, nem estava pensando nisso.

- Você precisa escrever. O casamento já é amanhã!

- Lety, eu...

- Se quiser eu posso te ajudar com isso.

               Ele suspirou, balançando a cabeça concordando.

- Quer algo romântico ou...?

- Quero que me diga o que voce diria... – Ele me olhou. – Se fosse voce se casando.

               Ele me pegou. Seria impossível dizer alguma coisa sem pensar nele, e principalmente sem que ele percebesse que tudo o que eu estava dizendo era relacionado à ele. Mas, como Antonio disse, eu só tinha mais uma chance para fazer a coisa certa, e aquele parecia o momento certo para isso.

- O que eu diria? – Respirei fundo. – Bom... Acho que eu começaria dizendo como nos conhecemos. Como foi quando se conheceram?

- Foi no escritório.

- Então... Eu diria como estava o seu cabelo... – Sorri quando as lembranças surgiram em meus pensamentos. – Com vários cachos espalhados por ele. E eu me lembro que... A primeira coisa que eu disse foi que tinha adorado os cachos. Você sorriu sem jeito, mas achou engraçado o comentário.

               Ele sorriu.

- Eu pedi para que voce me explicasse a matéria daquela aula porque eu estava totalmente perdida, e voce fez melhor do que isso. Você se disponibilizou a me ajudar a fazer o exercício, e desde então se tornou meu companheiro de estudos. A partir daí começamos a contar tudo um para o outro, e me dei conta de que havíamos nos tornado amigos. Mais do que isso até. Você se tornou meu confidente, meu companheiro, e estava sempre ao meu lado para me ajudar quando eu mais precisava.

               Senti meus olhos marejarem e Fernando estava da mesma maneira.

- Eu queria ter aproveitado mais cada minuto ao seu lado. Eu sempre me senti bem ao seu lado, mas hoje vejo que... Os momentos que passamos juntos são os mais importantes para mim. Não há um momento sequer que eu sinta saudade e que voce não esteja nele. Eu aprendi a conviver com voce ao meu lado, e quando isso mudou... Foi como se... Uma parte de mim tivesse me deixado.

               Seu sorriso diminuiu e seus olhos se avermelharam.

- E até então eu não tinha percebido porque me sentia tão deslocada sem voce. Mas, hoje eu sei que... Eu tenho certeza que... Eu... – Respirei fundo, tomando coragem para dizer o que estava preso em mim há tanto tempo. – Eu amo voce. Como um amigo, como um companheiro, e como... Algo a mais. Eu não tinha me dado conta disso até sentir que estava te perdendo. Em poucas horas você estará casado com outra pessoa, e tudo isso que eu sinto não valerá de mais nada. Eu queria não ter perdido tanto tempo para perceber isso, e principalmente, queria não ter dito à você naquele dia que nós não daríamos certo, quando o que eu queria dizer era que... Eu estava disposta a enfrentar tudo com voce. E se não desse certo? Ao menos teríamos tentado, e eu tenho certeza que seriam os melhores dias da minha vida.

               Eu já não conseguia mais segurar as lágrimas. Fernando me olhava tão profundamente que era como se ele conseguisse me enxergar através dos meus olhos. Me apressei em enxugar as lágrimas e sorri envergonhada.

- Isso era o que eu diria. – Falei. – É claro que você não vai dizer as mesmas coisas, e vai ter que mudar as palavras. Mas, é isso. – Suspirei.

- É isso o que você diria? – Perguntou ainda me olhando.

- Sim.

               Estávamos próximos demais um do outro, e isso poderia resultar em algo que não seria nada legal. Para a minha sorte, fomos interrompidos pelo pai de Marianne, mas ele não pareceu nada feliz em nos ver ali.

- Fernando! Estávamos te procurando há um tempo! – Ele disse se aproximando. – O que estava fazendo?

- Nada. – Ele respondeu com certa irritação.

               Gonzáles me olhou e não pareceu feliz em me ver ali.

- Olha, eu sei que já tivemos nossos desentendimentos, mas você precisa levar esse casamento a sério! Estamos falando da minha filha, e tudo já está preparado para o grande dia. Se você por acaso magoá-la ou fizer algo que vá se arrepender depois, acho bom você rever os seus conceitos e...

- Gonzáles, está tudo certo! – Fernando falou impaciente. – Não vou magoar a sua filha, fique tranqüilo.

               Percebi que eu não deveria mesmo estar ali com Fernando. Eu havia feito papel de boba em sua frente falando tudo o que eu sentia por ele, mas a verdade é que ele não cancelaria o casamento por minha causa, principalmente na véspera da cerimônia.

- Eu... Preciso ir.

               Os dois me olharam.

- Com licença.

- Lety! – Fernando me chamou, mas eu não lhe dei ouvidos.

               Caminhei o mais rápido que pude para me afastar dali, antes que eu não conseguisse mais segurar as lágrimas. Ouvi alguém correr atrás de mim, e torci para não ser Fernando, ou isso só pioraria as coisas. Mas era ele, e assim que se aproximou, ele segurou em meu braço.

- Lety, espera.

- Você precisa ir para o ensaio. – Falei sem olhá-lo. – Eu não quero atrapalhar.

- Lety...

- Está tudo bem. – Forcei um sorriso. – Eu... Aceito a sua decisão.

- Não diga isso, Lety.

- Fernando, você é meu melhor amigo, e eu jamais me perdoaria se isso mudasse por minha causa, ou por causa de um... Sentimento bobo.

- Não é um sentimento bobo.

- Está tudo bem, de verdade.

- Não é assim que as coisas têm que ser, Lety.

- É exatamente assim que as coisas têm que ser, Fernando. Você a escolheu, e eu preciso aceitar isso.

               Ele me olhou magoado, ainda segurando em meu braço.

- Fernando? Algum problema? – Marina se aproximou.

               Fernando revirou os olhos e colocou uma das mãos à testa.

- Não. – Respondeu impaciente. – Está tudo bem.

- Minha irmã está esperando voce para começar o ensaio.

- Diga à ela que já vou.

- O que vocês dois estão fazendo aqui sozinhos? – Ela me olhou.

- Eu já estava indo embora. – Falei rapidamente.

- Eu não acredito nisso. – Ela cruzou os braços. – Essa amizade de vocês dois nunca me convenceu! Fernando, acho bom que saiba que minha irmã confia em você, mesmo que você não seja digno dessa confiança. E se você quebrá-la...

               Enquanto ela criticava Fernando, percebi que ele estava prestes a explodir. Mas não precisou que ele fizesse isso. Eu fiz por ele.

- Cala a boca! – Falei irritada. – Você só sabe reclamar e julgar os outros! Por que não experimenta cuidar da sua própria vida que parece ser chata o suficiente para você julgar todo mundo?

               Fernando me olhou assustado, assim como a tal Marina. Eu já estava afim de dizer isso à ela a muito tempo, e já que estava tudo desandando, resolvi ser sincera de uma vez.

- Como é que é? – Ela me olhou ofendida. – Escuta aqui...

- Calma! – Fernando se colocou entre nós duas. – Marina, por favor, vá dizer à sua irmã que eu já estou indo. Só estou resolvendo uma coisa.

               Ela bufou impaciente, mas não discutiu. Bateu os pés e se afastou, nos deixando a sós.

- Que garota chata! – Exclamei impaciente.

- Deixa ela pra lá. Ela é amargurada com o casamento só porque foi obrigada a se casar com alguém que não ama.

               Olhei para Fernando e ele colocou as mãos no bolso, encarando o chão.

- Eu preciso ir.

- Lety, não...

- Eu prometo que amanhã estarei aqui para ser sua madrinha. – Sorri triste. – Eu prometi à você e eu vou cumprir. Mas, agora eu realmente... Preciso ir.

               Não lhe dei tempo para me impedir de ir embora. Imediatamente me virei e me afastei o mais rápido que pude. Se eu ficasse mais um minuto perto de Fernando, perderia todas as minhas forças e desabaria ali mesmo.

 

 

                                                           -------------------------------------

 

FERNANDO

 

 

- Fernando! O ensaio! – Marina gritou pela vigésima vez.

               Eu ainda estava olhando para a direção que Lety havia seguido, sem saber o que fazer. A voz insuportável daquela mulher ecoava em minha cabeça me deixando mais nervoso do que eu já estava. E só de pensar que em poucas horas ela seria a minha cunhada, me fazia embrulhar o estomago. O ensaio mal havia começado, mas eu já estava impaciente, e a única coisa que me restou foi seguir pelo jardim onde todos estavam reunidos para o ensaio. Assim que cheguei, Marianne me olhou preocupada, mas não fiz questão de explicar sobre o problema. De qualquer maneira ela não entenderia ou me interpretaria mal.

- Até que enfim! – Gonzáles exclamou. – Achei que não faríamos esse ensaio hoje.

               Suspirei impaciente e parei ao lado de Marianne, que continuou me olhando.

- Está tudo bem? – Ela perguntou.

               Apenas balancei a cabeça assentindo. Eu me sentia mal por fazê-la passar por essa situação, mas eu realmente não conseguia disfarçar. Eu não a amava, e ela sabia muito bem disso.

 

 

 

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               Há dois dias Fernando não conseguia se concentrar no trabalho, e isso era algo raro. Sua desconcentração estava relacionada à ultima conversa que teve com Letícia, e principalmente, ao fato de que ela não atendia suas ligações e tampouco se importou em ir ao aeroporto se despedir. Por mais que a frase “Nós não daríamos certo juntos” ainda martelasse em sua cabeça, ele não conseguia esquecê-la. Em sua cabeça, ter voltado para àquela cidade tinha sido o maior erro que ele havia cometido, e desde que chegou, não conseguia disfarçar seu incomodo e seu desanimo.

- Toc Toc. – Marianne entreabriu a porta da sala dele. – Posso entrar?

- Claro. – Fernando ajeitou-se em sua cadeira.

- Vim ver como você está.

- Eu? Eu estou bem. Por que a pergunta?

- Porque desde quando você chegou não temos nos falado direito.

               Fernando encarou a mesa, sem coragem de olhá-la. Ainda não tinha dito à ela sobre o que aconteceu, mesmo sabendo que era preciso.

- Aconteceu alguma coisa que você queira me contar?

               Marianne era uma ótima pessoa, e se mostrou uma boa companhia para ele naqueles meses. Mesmo que ele jamais tivesse deixado claro que queria ter um relacionamento sério com ela, não era assim que as coisas funcionavam quando sai em alguns encontros com a filha do seu chefe. Fernando jamais tinha dito à Marianne que queria namorá-la, mas todas as pessoas do escritório, principalmente Gonzáles, deduziram que a partir do terceiro encontro aquilo era definitivamente um namoro.

- Na verdade, aconteceu. – Ele suspirou, escorando-se à sua cadeira. – Eu preciso te dizer uma coisa.

               Marianne sentou-se à cadeira em sua frente, olhando-o com atenção.

- Eu me encontrei com a Lety assim que cheguei à cidade.

- Isso é óbvio. Ela é sua melhor amiga.

- Sim, mas... Não... Foi apenas um encontro comum. Eu... Passei a noite com ela.

               Ela o olhou sem reação alguma. Mesmo que já soubesse que Fernando não a amava, ela não esperava que uma pessoa tão centrada e correta como ele pudesse fazer algo do tipo.

- Eu não me orgulho de ter feito isso com voce. Eu sei que... Nós... Estamos juntos, mas é que... Eu preciso dizer à você que eu não me arrependo de ter feito isso.

- Vocês... Dormiram juntos em que sentido? – Ela perguntou desconfortável.

- Não. Não é o que voce está pensando. Nós nos beijamos e... Apenas dormimos juntos.

- Você gosta dela?

               Fernando a olhou, balançando a cabeça afirmando.

- Você gosta muito dela?

- Sim. – Respondeu sincero. – E eu sinto muito, Marianne.

               Ela não o respondeu.

- Eu sei que voce não merece isso, e acredite, eu me sinto péssimo por ter feito isso com voce. Mas é que... Embora você seja uma pessoa maravilhosa, não é... Não é certo ficarmos juntos.

- Eu já imaginei isso. – Ela sorriu triste. – E para dizer a verdade, eu não te culpo por isso. Você jamais disse que me amava ou algo do tipo. Meu pai foi quem exagerou e colocou em sua cabeça que tínhamos um relacionamento sério.

- Acredite, por um momento eu pensei que poderíamos mesmo ter um relacionamento sério. Mas, quando eu voltei à cidade, eu... Eu vi que... É com a Lety que eu quero ficar, e não seria certo nem comigo, nem com voce e nem com ela se eu não admitisse isso.

- Eu entendo. – Ela suspirou. – E você... Pretende ficar com ela a partir de agora?

- Eu não sei. – Ele a olhou magoado. – Nós tivemos uma discussão quando vim embora. Não nos falamos desde então e ela não atende minhas ligações.

- Bom... Eu realmente espero que tudo dê certo para voce. – Ela se levantou.

- Marianne...

- Tudo bem. – Ela sorriu. – Vou ficar bem, não se preocupe.

               Fernando a olhou magoado, mas não disse mais nada. Marianne caminhou em direção à porta e saiu, deixando-o a sós. Fernando tinha feito a coisa certa dizendo a verdade e confessando seus sentimentos por Lety, mas as coisas não poderiam ser tão fáceis assim. Nunca seriam.

 

 

 

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- Eu estou dizendo, Omar! Eu enviei um email para ela dizendo para esquecermos o que aconteceu, e sabe o que ela respondeu? Ela concordou! Pode acreditar nisso? – Fernando andava de um lado para o outro em sua sala.

- Mas maninho, foi você quem sugeriu. Por que está bravo?

- Não sugeri porque é algo que eu queira! Sugeri para saber se ela realmente queria deixar isso para trás ou queria resolver as coisas entre nós dois! Eu fui um idiota por pensar que ela aceitaria enfrentar tudo para ficarmos juntos!

- Por que você simplesmente não enviou um email dizendo tudo o que sente e que queria insistir nisso?

- Porque não é assim que as coisas funcionam, Omar. Ela não queria atender minhas ligações, não foi se despedir de mim, e a ultima coisa que me disse foi “nós nunca daríamos certo”.

               Fez-se silencio do outro lado da linha.

- E agora? O que você vai fazer?

- Não sei... – Fernando colocou à testa. – Sinceramente não sei.

- Por que não da uma fugida e vem pra cá de novo? Talvez pessoalmente as coisas se resolvam.

- Não posso. Eu já estou esperando Gonzáles explodir comigo porque rompi o meu relacionamento com a Marianne.

- Ele gostava tanto assim do relacionamento?

- É claro que não! Mas é muito melhor para ele ter uma filha que namore um advogado do que outra pessoa.

- Que interesseiro!

- Pois é! – Fernando respirou fundo. – Bom... Eu vou chegar em casa e descansar um pouco, depois vejo o que eu faço.

- Boa sorte, maninho!

- Obrigado! De verdade, Omar.

- Não há de que. Se precisar, me ligue.

- Pode deixar.

- Tchau!

- Tchau!

               Fernando desligou o celular sentindo-se um pouco mais calmo. Desabafar com Omar, mesmo que por telefone, sempre o tranqüilizava. Lety era sua melhor amiga e sua confidente, mas Omar lhe dava os melhores conselhos sobre mulheres, principalmente por já saber há um tempo o que Fernando sentia por Lety.

- Fernando? Está ocupado? – Gonzáles abriu a porta da sala.

- Não. Já estava indo embora, mas entre.

- Não quero tomar muito o seu tempo. Só preciso dar uma palavrinha com voce.

- É claro. – Fernando escorou-se à mesa.

- Conversei com Marianne hoje e... Ela me contou o que aconteceu.

- Ah... – Fernando o olhou envergonhado. – Eu realmente sinto muito, Gonzáles. Mas é que...

- Não, não precisa se explicar. – Ele sorriu estranhamente. – Eu entendo perfeitamente. Sei que as vezes ficamos confusos, principalmente em um caso peculiar como o seu. Sinceramente, jamais vi alguém ter uma amizade tão forte com o sexo oposto.

               Fernando não respondeu.

- Mas eu entendo. Eu juro que entendo. A única coisa que eu não entendo é que você tenha de certa forma magoado minha filha.

- Não foi a minha intenção. – Fernando respondeu rapidamente.

- Não foi a sua intenção, mas você não pensou nisso quando se envolveu com outra mulher, não é?

               Ele mantinha a calma, e isso era totalmente estranho.

- Gonzáles, eu entendo que esteja tomando as dores da Marianne, mas sinceramente, eu jamais deixei claro que eu queria ter um relacionamento sério com ela, por mais que ela seja uma pessoa maravilhosa. Não foi minha intenção magoá-la, pelo contrário. Mas eu não posso ter uma relação com alguém que eu não ame.

- Amor... – Ele riu. – Amor é algo para adolescentes bobos, Fernando. É coisa de histórias para criança. Ninguém se envolve com outra pessoa por amor hoje em dia.

               Fernando o olhou estranhamente.

- Ou você acha que eu digo “eu te amo” para minha esposa todos os dias? Que besteira! – Ele gargalhou. – Nós nos casamos porque temos interesses em comum com outras pessoas. Eu me casei com minha esposa porque o meu pai e o pai dela eram sócios e melhores amigos.

- Você quer dizer que se casou por interesse? – Fernando o alfinetou. – Me desculpe, mas se voce pensa isso de mim, voce está errado. Não me envolvi com a Marianne porque ela é sua filha, até porque eu só soube disso depois do primeiro encontro, e já falamos sobre isso. Foi você quem me induziu a continuar me encontrando com ela, e esse foi o meu erro. Eu não deveria ter te escutado e as coisas não teriam chegado à esse ponto.

- É claro que eu induzi voce a continuar saindo com ela! – Ele se aproximou. – Fernando, você é o melhor advogado daqui. A maior porcentagem de causas ganhas que temos foi graças à voce! Você é o meu braço direito aqui dentro, e isso só tende a crescer!

- Espero que não esteja insinuando que eu vou me envolver com a Marianne para ter um cargo mais alto aqui dentro. Eu não sou assim, Gonzáles. Eu gosto de conquistar as coisas pelo meu mérito.

- Mas é o seu mérito, Fernando! Você não consegue perceber como é um bom advogado, e está crescendo mais a cada dia. Eu sou o advogado mais bem pago desse país, e ser o meu braço direito deveria ser uma honra para voce.

- Não foi o que eu quis dizer. É uma honra trabalhar para voce. Só não quero que pense que pode se envolver na minha vida pessoal.

- Não, de maneira alguma eu faria isso. – Gonzáles tirou uma pasta que carregava por baixo do braço quando entrou na sala. – Eu só... Fiz algumas pesquisas à fundo quando te contratei. Você sabe... Para saber quem eu estava colocando dentro do meu escritório. Acabei encontrando uma coisa curiosa relacionada ao seu pai. Humberto Mendiola, não é? Acusado de atropelar uma vítima de apenas quatorze anos, deixando-a paraplégica...

- Não foi ele! – Fernando respondeu de imediato. – Meu pai não fez isso!

- Mas aqui no processo dele não diz isso. Várias audiências, nenhuma ganha... Ele está por pouco de ser preso, sem nenhuma testemunha para comprovar sua inocência.

- Ele não fez isso. – Fernando repetiu. – Ele estava no local e parou para ajudá-la. O culpado fugiu sem prestar socorro.

- Mas você sabe disso, não é? E pelo que eu vi aqui... – Ele voltou a olhar para os papeis em suas mãos. – Você esteve presente em algumas audiências para defendê-lo, mas ainda era um recém formado. Não tinha chances de ganhar isso sozinho.

               Fernando não respondeu. A raiva que estava crescendo em seu peito naquele momento era inexplicável, e ele praguejou mentalmente por Gonzáles ser tão bom em negociar. Ele já sabia exatamente qual era a intenção daquela conversa.

- Eu posso te ajudar com isso, Fernando. Podemos fazer isso lado a lado, e com uma equipe especializada nisso. Nós já sabemos que você cresceu muito aqui dentro, e ao meu lado, nós teríamos essa causa ganha com toda a certeza.

               Fernando continuou a encará-lo.

- Mas isso terá custos para você também, e você já deve saber que minhas filhas são as coisas mais preciosas para mim, principalmente Marianne. Ela está magoada pelo que aconteceu, e acho que voce poderia pedir desculpas por isso, não acha?

- E se eu não fizer isso?

- Bom... – Gonzáles sorriu, fechando a pasta em suas mãos. – Então você terá que trabalhar muito para conseguir tirar o seu pai da cadeia, ou ao menos diminuir a sentença dele. Talvez ele pegue uns... Quinze ou vinte anos se você tiver sorte.

               A raiva que Fernando estava sentindo era maior do que qualquer outra coisa, mas ele não poderia deixar que seu pai fosse para a cadeia, principalmente por um crime que ele não cometeu.

- Você tem até amanhã para consertar essa bobagem que voce fez. E então, se tudo der certo, logo pela manhã, uma nova audiência para o seu pai será marcada. – Ele sorriu. – Mas apenas se tudo der certo. – Ele bateu no ombro de Fernando. – Você precisa aprender com os melhores, Fernando. Você tem potencial para isso, só precisa saber usá-lo.

               Dizendo isso, Gonzáles se retirou da sala, deixando Fernando completamente sem saída.

 

 

 

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               Fernando encarava o computador há alguns minutos. Já havia digitado um email três vezes, mas não teve coragem de enviá-lo. Não teve coragem, e não sabia como dizê-lo. Depois de longos meses sem se comunicar com Lety, por medo de piorar ainda mais sua situação, ele precisava dizer à ela tudo o que estava acontecendo. Como sua melhor amiga, ela saberia lhe dar o melhor conselho, e ao mesmo tempo entenderia os motivos dele ter se afastado todo aquele tempo. Mas, nenhum email parecia convincente o bastante, e por três vezes ele desistiu de enviá-lo.

               Cansado de toda aquela situação, pela liberdade de seu pai estar em risco e principalmente por ele estar prestes à dar um passo importante com alguém que ele não ama, Fernando digitou desabafando tudo o que estava em seu coração. Depois de praticamente afundar os botões do teclado, ele leu o que acabara de digitar, assustado com tamanha sinceridade:

 

“Querida Lety,

 

Me desculpe por todo esse tempo de ausência. Me desculpe por nunca mais ter voltado à cidade. Me desculpe por ter dito que deveríamos esquecer o que aconteceu. E principalmente, me desculpe por não ter lutado por você. Espero que saiba e acredite que tudo o que eu te disse no restaurante naquele dia é verdade, e tudo o que eu mais queria era que você estivesse ao meu lado nesse momento. Eu não me importo se estaríamos nos arriscando ou se estaríamos cometendo uma loucura. Eu só me arrependo de não termos tentado. Infelizmente agora é muito tarde, eu estou prestes a me casar com alguém que não amo. Não, eu não a amo, e sei que você me mataria se soubesse o motivo disso. Mas, eu não tenho outra escolha, e pelo bem nos meus pais eu preciso fazer isso. Eu fui um idiota por ter permitido ser tão manipulado, mas talvez eu não seja bom o bastante à ponto de conseguir me livrar de uma ameaça. Eu sinto muito por tudo o que aconteceu, mas espero que ainda possa ter você ao meu lado. Essa é a única coisa que me faz seguir em frente, e você é a única que me dá forças. Eu estarei sempre pensando em voce.

 

Com amor, Fernando.”

 

 

               A seta do mouse passou algumas vezes por cima do botão “enviar”, mas Fernando hesitou por um instante. Antes que pudesse criar coragem e enviar o email para o endereço de Letícia, a porta se abriu e Gonzáles entrou com um envelope em sua mão. Fernando rapidamente fechou a aba do email perdendo tudo o que escreveu e o olhou, sem se esforçar em disfarçar seu desanimo com a visita.

- Aqui está o que você me pediu. – Ele disse jogando o envelope sobre a mesa. – São os papéis da próxima audiência. Aí está tudo o que você precisa para inocentar seu pai. Demorou, mas está aí.

               Fernando abriu o envelope e tirou alguns papeis de dentro.

- Quem são essas testemunhas? – Perguntou confuso. – Pensei que tivesse claro que não havia nenhuma testemunha no local.

- E não tinha.

- Você vai manipular o processo? – Fernando o olhou incrédulo. – Isso não fazia parte do combinado!

- Eu não faço milagres, Fernando. E você já deveria ter notado que por aqui as coisas não funcionam como deveriam. Se todos os advogados fossem sinceros e corretos ninguém teria uma causa ganha.

               Não era o que Fernando pensava. Ele era um dos poucos advogados que preferia a sinceridade dentro de um tribunal do que ganhar uma causa através de mentiras e manipulação.

- Deveria estar feliz por isso.

               Fernando não respondeu. Apenas jogou os papéis sobre a mesa e suspirou. Gonzáles colocou a mão no bolso e tirou de dentro uma caixinha de veludos, colocando-a na frente de Fernando.

- Estamos te esperando no jantar. – Ele o olhou. – Espero que não se esqueça desse pequeno detalhe.

               Fernando pegou a caixinha sobre sua mesa e a encarou desanimado.

- E não se esqueça que do mesmo jeito que eu arrumei as coisas para esse processo, eu posso desfazê-las. – Ele caminhou em direção à porta. – Estaremos te esperando as oito em ponto. Não se atrase, futuro genro. – Ele sorriu saindo da sala.

               A vontade de mandar Gonzáles para o inferno era grande, mas ele não poderia ter esse luxo. Ao abrir a caixinha de veludos, Fernando encarou o anel que havia dentro dela. Ele jamais pensou que um dia se casaria com alguém que não amasse.

 

 

 

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- Fernando? – Marianne me chamou e eu a olhei. – Os seus votos... – Ela sussurrou.

               Olhei em volta e as pessoas presentes no ensaio me olhavam. Eu definitivamente não estava pronto para aquilo, e já não conseguia mais disfarçar isso, nem de Marianne e nem de ninguém.

- Eu não o escrevi ainda.

               As pessoas suspiraram impacientes e Marianne me olhou triste.

- Desculpe. – Sussurrei para ela.

- Tudo bem. – Ela segurou minha mão. – Você ainda tem tempo para escrevê-lo.

- É... – Forcei um sorriso.

- Francamente, não se fazem noivos como antes! – Marina exclamou, e minha vontade era que Letícia estivesse ali para mandá-la calar a boca pela segunda vez. Mas, Lety não estava. Não estava ao meu lado, e talvez por isso as coisas estavam completamente de cabeça para baixo.

 

 

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LETY

 

 

               Cheguei no hotel completamente desmotivada e desanimada. Tudo o que eu queria era tomar um bom banho e cair na cama para tirar um cochilo. Ao menos enquanto eu dormia os problemas desapareciam. Assim que entrei no saguão, vi Antonio caminhando em minha direção, e não pude deixar de respirar aliviada. Finalmente estava com alguém que me entendia e que sabia interpretar meus problemas mesmo que eu não precisasse dizer absolutamente nada.

- Oi, bonita. – Ele sorriu. – Como foi lá?

- Horrível. – Suspirei. – Preciso de um abraço.

- Ah... Vem cá! – Antonio se aproximou me abraçando.

               Apertei o abraço, já que realmente precisava daquilo. Ficamos daquela maneira por alguns segundos, até ele me olhar.

- Não sei o que aconteceu, mas vai ficar tudo bem.

- Eu espero que sim.

- Preciso te animar, não posso te deixar assim!

- Márcia e Carolina fazem falta. – Sorri triste. – Elas conhecem bem o conceito de diversão.

- Tem razão. – Ele riu. – E por falar nisso, tem uma surpresa para voce no seu quarto.

- No meu quarto?

- Sim!

               O olhei curiosa, mas ele apenas entrelaçou seu braço ao meu e seguimos para o elevador. Imaginei várias possibilidades do que seria a tal surpresa, mas nenhuma delas estava relacionada com o que realmente era. Quando abri a porta do meu quarto, Márcia e Carolina estavam deitadas à cama assistindo televisão. Assim que me viram, pularam da cama e correram para me abraçar. Não pude deixar de disfarçar minha animação. Eu realmente estava com saudades das loucuras das duas, e tê-las ao meu lado em um momento tão delicado como aquele me aliviava.

- Que saudades! – Carol exclamou ainda me abraçando.

- Nem me falem! Eu nunca pensei que sentiria falta de vocês duas enchendo minha cabeça!

               Elas riram.

- Gostou da surpresa? – Antonio perguntou sorrindo, escorado à porta.

- Claro que sim! – Exclamei animada. – E onde está o Omar?

- Ele virá amanhã. Estava apertado com o escritório. – Carolina respondeu.

- Mas agora você precisa nos contar tudo! – Márcia me puxou pelo braço, me fazendo sentar à cama junto com elas. Antonio não ficou de fora, e também se juntou à nós três.

- Bom... Por onde começar?

- Você foi ao ensaio, não é? Nos diga o que aconteceu.

               Contei tudo à elas. Desde quando Fernando se desculpou pelo seu comportamento da noite anterior até os meus “votos”, que na verdade foram direcioniados à ele. Os três ouviam tudo com atenção, mas percebi que estavam tento a mesma reação que eu teria se ouvisse essa história da boca de outra pessoa. Parecia surreal que eu, Letícia Padilha, uma mulher que jamais me apeguei à homem nenhum, estivesse apaixonada pelo meu melhor amigo que estava prestes a se casar. E pior: sem nenhuma possibilidade desse sentimento ser correspondido como eu queria.

- E foi isso. – Falei ao terminar de contar toda a história.

               Os três se olharam, e logo depois me encararam.

- Sinceramente... – Márcia disse. – Eu não sei o que aconteceu com voce. Antigamente você teria chutado o balde nos dois primeiros dias, e teria voltado para casa.

- Eu também não sei o que aconteceu comigo. – Respondi sincera. – Parece que algo me prendeu aqui todos esses dias, e por mais que eu tivesse argumentos suficientes para desistir de tudo, eu simplesmente não conseguia.

- E agora? O que voce vai fazer? – Carolina perguntou.

- Nada. Não tenho mais nada para fazer. Já conversamos ontem e hoje, e em nenhum momento ele me deu esperanças de que pudesse cancelar o casamento.

- Ai amiga... Eu não sei o que dizer.

- Mas quer saber? Está tudo bem. Eu vou ser forte o suficiente para conseguir ir à esse casamento, e vou deixar bem claro que apesar de não estar com Fernando da maneira que eu queria, nós podemos continuar amigos. É isso que me importa. Apenas isso.

- E como voce pretende fazer isso? – Antonio perguntou. – É fácil uma amizade se tornar paixão, mas uma amizade se tornar paixão e depois se tornar amizade de novo é complicado.

- Eu sei. – Suspirei. – Mas se ele fez a escolha dele, eu preciso aceitar. É melhor do que me afastar dele para sempre.

- Você é corajosa. – Márcia sorriu. – Estamos orgulhosas de voce.

- E querem saber? Eu estou faminto! – Antonio se levantou. – Vamos fazer um lanche? Dar uma volta pela cidade? Não tem nada de bom por aqui, mas não podemos nos trancar em um quarto de hotel.

- Eu topo! – Márcia disse também se levantando.

- Eu também! – Carolina fez o mesmo.

- Eu vou ficar por aqui.  – Falei.

- Ah não, Lety! – Carolina exclamou. – Vem com a gente!

- Você precisa sair! – Antonio insistiu.

- Vamos, Lety! Vamos matar a saudade.

- Eu queria muito, mas... Eu realmente quero ficar um pouco aqui quietinha. Nós podemos matar a saudade mais tarde no jantar.

               Os três pareceram convencidos.

- Ah... Tudo bem então. – Antonio sorriu. – Não vamos insistir muito. Mas no jantar você não escapa.

- Combinado. – Sorri.

- Então até logo. – Márcia me abraçou.

- Nos vemos depois.

- Fica bem, amiga. – Carolina me abraçou.

- Obrigada!

               Antonio piscou para mim e foi o ultimo a sair do quarto. Quando enfim fiquei sozinha, o silencio foi mais torturante do que eu imaginava. Por mais que eu precisasse de um momento a sós, os pensamentos martelavam em minha cabeça à ponto de quase explodi-la. E os meus problemas ainda não tinham terminado. Eu ainda teria que me preparar para encarar o dia mais difícil da minha vida. 


Notas Finais


E então? O que acharam sobre isso?


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