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História Meu vizinho - Biscoitos


Escrita por: MinniePower e jiminoppa

Notas do Autor


Bom, a historia não vai envolver o grupo todo. Talvez apareçam um ou dois dos garotos. HanBin não será o HanBin que conhecemos, o líder do próximo boy group da YG, e ele também será mais velho, terá 24 anos. Espero que gostem!

Capítulo 1 - Biscoitos


Fanfic / Fanfiction Meu vizinho - Biscoitos

- Então ainda não falou com ele?

- Hum? - SoRi continuou a trabalhar em sua mesa de desenho, marcando traços divisores no papel com uma experiência adquirida ao longo de anos.- De quem você está falando?

Seguiu-se um longo suspiro de censura. Ao ouvi-lo, SoRi teve de se esforçar para não rir. Conhecia muito bem YuRa, sua vizinha do andar de baixo, e sabia exatamente sobre quem ela estava falando.- Do irresistível sr. Misterioso do 3B, SoRi. Ele se mudou para cá há uma semana e ainda não trocou uma palavra com ninguém! É mistério demais para mim. Seu apartamento fica bem em frente ao dele e você nem tentou dizer "olá"? Pelo amor de Deus, mulher! Você precisa fazer alguma coisa!

- Tenho andado muito ocupada ultimamente. - SoRi levantou a vista e arriscou olhar para YuRa, que estava andando pelo estúdio com ar impaciente, fazendo os cabelos tingidos de ruivo balançarem com veemência.- Mal notei a presença dele.

YuRa revirou os olhos, parecendo não acreditar no que estava ouvindo.- Não me venha com essa história, SoRi. Notou a presença dele, sim.- YuRa se aproximou da mesa de desenhos e inclinou-se por cima do ombro da amiga, então torceu o nariz. Nada além de algumas linhas azuis. Gostava mais quando SoRi começava a esboçar as figuras.- Ele ainda nem pôs o sobrenome na caixa do correio. E ninguém o vê sair do prédio durante o dia. Nem mesmo a sra. Gong, e olha que ninguém escapa àquele olhar de falcão.

- Talvez ele seja um vampiro.

- Uau... - Intrigada com a idéia, YuRa apertou os lábios. - Sabe que essa hipótese seria mesmo excitante?

- Excitante demais - anuiu SoRi, voltando a se concentrar no desenho, enquanto YuRa retomava sua caminhada impaciente pelo estúdio, falando sem parar.

SoRi nunca se importara em ter companhia enquanto trabalhava. Na verdade, até gostava disso. Não era do tipo que gostava de isolamento e quietude. Talvez por esse motivo se sentisse tão feliz vivendo em Incheon, em um prédio de apartamentos cheio de vizinhos animados e, quase sempre, muito barulhentos. Aquele tipo de coisa a satisfazia não apenas em nível pessoal, mas também servia de base para seu próprio trabalho. De todos os moradores do prédio, YuRa era sua vizinha preferida. Três anos antes, quando SoRi se mudara para o prédio, YuRa era uma enérgica recém formada em arquitetura que acreditava plenamente que todo mundo tinha de ser tão feliz quanto ela. E felicidade, para YuRa, era sinônimo de festas, trabalho e namoros.

- Nem mesmo o viu no corredor? - YuRa quis saber.

- Ainda não.- Pensativa, SoRi pegou uma caneta e apoiou-a entre os lábios rosados e polpudos. Seus olhos expressivos eram de um profundo tom de chocolate. Seriam considerados olhos de uma pessoa fria, não fosse o fato de viverem constantemente iluminados por um brilho de bom humor.- Acho que a sra. Gong está é perdendo a prática. Eu o vi sair do prédio durante o dia, o que elimina a "hipótese vampiresca".

- Viu mesmo? - YuRa se aproximou dela no mesmo instante, com ar de interesse. - Quando? Onde? Por quê?

- Quando? De madrugada. Onde? Indo na direção leste da cidade. Por quê? Por causa de uma crise de insônia. - Decidindo entrar na brincadeira, SoRi girou a cadeira, mostrando um brilho de divertimento no olhar.- Acordei cedo e fiquei pensando nos biscoitos que sobraram da festa da outra noite.

- Biscoitos atômicos - brincou YuRa.

- Sim. E não consegui voltar a dormir até provar outro deles. Já que havia levantado e estava sem sono, decidi vir até aqui trabalhar um pouco e, em certo momento, acabei indo parar diante da janela. Foi quando o vi sair. Aliás, é impossível não notá-lo. E aqueles ombros...- As duas reviraram os olhos, imaginando como deveria ser tudo aquilo de perto.- Bem, ele estava carregando uma espécie de mochila de ginástica e trajava jeans e camiseta pretos. Portanto, deduzi que ele estivesse saindo para o trabalho, em alguma academia. Ninguém consegue ter aqueles ombros comendo batatinhas fritas e bebendo cerveja por aí, meu bem.

- A-ha! - SoRi estalou os dedos no ar. - Você está interessada.

- Não estou morta, YuRa. Ele é lindo de morrer. E como se não bastasse isso, aquele ar misterioso e o traseiro perfeito moldado no jeans justo... - SoRi levantou as mãos no ar. - O que mais uma mulher pode fazer, senão fantasiar?

- E por que só fantasiar? Por que não bate à porta dele e lhe oferece alguns biscoitos ou algo do gênero? Dê-lhe as boas-vindas como vizinha. Quem sabe, assim, conseguirá descobrir o que ele faz lá dentro o dia inteiro. Tente descobrir se ele é solteiro, no que trabalha... - Ela se interrompeu.- Bom, vou fazer umas comprinhas. Quer vir também?

- Não, não posso. Preciso trabalhar.

- Nos veremos à noite, então. O jantar será às sete horas.

- Está bem.

 Acenou para a amiga, ao passar pela porta do estúdio, e saiu em seguida. SoRi sorriu consigo. YuRa podia até ser meio excêntrica, mas havia se tornado uma amiga maravilhosa. Com uma careta, lembrou-se do jantar que teria pela frente. Um jantar tedioso com JungMin, primo de YuRa. Quando criaria coragem para dizer a YuRa que parasse de tentar lhe arranjar um pretendente? Provavelmente no mesmo instante em que reunisse coragem para dizer o mesmo à sra. Gong, concluiu. E à sra. Park do primeiro andar. Por que as pessoas insistiam em manter aquela obsessão de ficar lhe arranjando pretendentes? Estava com vinte e dois anos, era solteiríssima e feliz por isso. Não que não pensasse em formar uma família algum dia. Como qualquer garota, queria ter uma casa confortável, com um jardim onde seus filhos pudessem brincar. Ah, e um cachorro... Sim, teria de haver um cachorro. Mas isso era coisa para o futuro. Gostava de sua vida no presente e não pensava em mudá-la. Não mesmo. Mantendo os cotovelos sobre a mesa de desenho, apoiou o queixo sobre as mãos unidas e se permitiu olhar através da janela e divagar um pouco. Devia ser o ar da primavera, pensou, que a estava fazendo se sentir tão inquieta e cheia de energia.

Considerou a possibilidade de sair com YuRa para se distrair um pouco, mas logo em seguida viu sua amiga já no portão do prédio, saindo para seu passeio. Suspirou. Bem, não estava mesmo com vontade de sair. "Então desenhe, Han SoRi", pensou consigo, voltando a se concentrar na mesa de trabalho, onde os primeiros esboços de sua tira de jornal aguardavam ser terminados.

- Amigos e vizinhos - leu o título em voz alta.

Tinha uma mão bastante firme e treinada para desenhar, por isso os traços seguintes foram surgindo naturalmente, sem grande esforço. Sua mãe era uma .artista de sucesso, reconhecida internacionalmente. Seu pai, o gênio recluso por trás das famosas tiras de jornal. Juntos, haviam transmitido a ela e ao irmão o amor pela arte, o senso do ridículo e uma sólida formação. Mesmo depois de haver deixado a atmosfera de segurança da casa dos pais, em Busan, SoRi sabia que seria aceita de volta com todo carinho, se Incheon a rejeitasse. Mas, felizmente, não fora o que acontecera. Havia mais de três anos que vinha apresentando suas tiras cômicas em um famoso jornal local e seu trabalho estava ganhando cada vez mais reconhecimento. Sentia-se orgulhosa disso, orgulhosa da simplicidade, do contexto agradável e do humor que conseguia criar com seus personagens, em situações vividas no dia-a-dia. Não tentava imitar a ironia de seu pai ou as sátiras políticas que ele costumava fazer. Seu estilo era outro. Para ela, a vida era uma fonte de risos. Entrar em uma fila quilométrica para ir ao cinema, encontrar um par de sapatos que combinasse com a roupa, sobreviver a outro almoço de negócios, esse tipo de coisa.

Enquanto muitos viam sua personagem, HaYi, como uma criação autobiográfica, SoRi a via sempre como uma maravilhosa fonte de idéias, nunca como um reflexo de si mesma. Afinal, HaYi era uma linda garota de cabelos tingidos de loiro, alta que vivia sempre com problemas para se manter nos empregos e para arranjar namorados. SoRi, por outro lado, era morena, de estatura baixa, e tinha uma carreira bem-sucedida. Quanto aos homens, bem, eles não eram exatamente uma prioridade em sua vida para que ficasse se preocupando muito com isso. Um ar de censura surgiu em sua expressão, fazendo-a estreitar os olhos ao se flagrar tamborilando a caneta, em vez de estar usando-a para trabalhar. Não estava conseguindo se concentrar. Passou a mão nos cabelos castanho-claros, mordeu o lábio bem delineado e deu de ombros. Talvez estivesse precisando mesmo parar um pouco e comer alguma coisa. Provavelmente um chocolate resolvesse seu problema. Empurrou a cadeira para trás, colocando a caneta atrás da orelha, repetindo o gesto do qual vinha tentando se livrar desde a infância. Então deixou o estúdio ensolarado e desceu para o andar de baixo.

Seu apartamento dúplex era incrivelmente arejado e um pouco separado de seu local de trabalho. Aliás, fora justamente esse o motivo que a levara a ficar ali quando se mudara para Incheon. Um longo balcão separava a cozinha da sala, criando um espaço aberto e agradável para receber visitas. As janelas amplas permitiam que a luz do sol entrasse com vigor no ambiente, criando uma atmosfera saudável. Nos primeiros dias em que se mudara para ali, o único problema que tivera de enfrentar fora o barulho vindo da rua, que a mantinha acordada durante a maior parte da noite. Incheon nunca dormia, mas, aos poucos, ela acabara se acostumando com isso. Com seu andar elegante, outra característica herdada de sua mãe, SoRi encaminhou-se descalça para a cozinha. Tinha pernas esguias, adquiridas na época em que implorara para fazer aulas de balé, só para, pouco depois, enjoar e abandonar o curso. Cantarolando baixinho, abriu a geladeira e examinou seu interior. Poderia preparar alguma coisa para si. Também havia tido lições de culinária na adolescência, e só se cansara delas quando sua criatividade começara a sobrepujar à de sua instrutora. Suspirou, quando começou a ouvir aquele som que já estava se tornando familiar. Atravessando as paredes do prédio e o corredor, a música lhe chegou aos ouvidos com a mesma suavidade dos últimos dias. Triste e sexy, pensou ela. Era assim que definia aquela espécie de rap. O sr. Misterioso do 3B não cantava todos os dias, mas SoRi gostaria que ele o fizesse. Seria ele um músico em começo de carreira, tentando encontrar seu lugar ao sol na grande industria coreana? Sem dúvida, devia ter sofrido alguma desilusão amorosa para cantar daquele jeito, pensou ela, enquanto tirava alguns ingredientes dos armários. Devia haver uma mulher por trás de todo aquele sentimentalismo. Provavelmente uma morena deslumbrante que o enfeitiçara com seus encantos sedutores, fizera-o abrir o coração e depois pisara nele, ainda vivo, vulnerável e pulsante, com seu salto de sete centímetros.

Poucos dias antes, havia inventado um contexto diferente para seu novo vizinho. Nele, o sr. Misterioso havia saído da casa de sua renomada família com dezesseis anos. Vivera nas ruas, cantando seu rap nas esquinas de Seul, uma de suas cidades preferidas, e recebendo alguns trocados por isso. Depois seguira em direção ao norte, enquanto aquela mesma família perseguidora, liderada por um tio insano, vasculhava o país à procura dele. Não desenvolvera muito bem a idéia do motivo pelo qual eles eram perseguidores, mas isso também não importava muito. Ele estava buscando seu lugar ao sol no mundo, confortado apenas por sua música. Também havia a possibilidade de ele ser um agente federal trabalhando disfarçado. Ou um ladrão de jóias internacional fugindo de um agente do governo. Ou, quem sabe, um serial killer à procura da próxima vítima. Sorriu consigo, então olhou para os ingredientes que havia acabado de separar sem prestar muita atenção. Quem quer que ele fosse, ponderou com outro sorriso, pelo visto estava prestes a ganhar biscoitos feitos por ela.

-x-

O nome dele era Kim HanBin. Não se considerava particularmente misterioso, apenas reservado. De fato, fora justamente o desejo de privacidade que o levara, ironicamente, a ir parar bem no coração de uma das maiores cidades da Coreia. Felizmente, seria por pouco tempo, pensou ele desligando o som. Seria por pouco tempo. Com sorte, dali a alguns meses a reforma de sua casa estaria terminada. Exatamente por isso escolheu a empresa do pai do seu amigo, JiWon, para que o trabalho fosse feito bem e em pouco tempo. Começou a subir a escada, deixando para trás a sala praticamente vazia. Costumava ficar ali apenas quando decidia ouvir musica e relaxar, pois a acústica do ambiente era ótima. Ou então para se exercitar, quando não tinha vontade de caminhar até a academia alguns quarteirões adiante. O segundo andar era o local onde ele passava a maior parte do tempo. Mas felizmente aquilo não duraria muito, pensou mais uma vez. Tudo que precisava enquanto estava ali era de uma cama, um guarda-roupa, iluminação adequada e uma mesa de escritório com um tamanho suficiente para comportar seu notebook e os papéis de trabalho que ele costumava usar. Não quisera ter um telefone, mas sua agente insistira para que ele mantivesse pelo menos um telefone celular, para o caso de ela precisar entrar em contato com ele. HanBin aceitara a idéia, mesmo não gostando dela.

Sentou-se à mesa de trabalho, satisfeito por seus pensamentos estarem mais claros graças a musica. GaIn, sua agente, andava preocupada com o progresso de seu último roteiro teatral. Mas, em sua mente, tudo já estava bem definido. A peça ficaria pronta quando tivesse de ficar, e nem um minuto antes. Fora assim que ele sempre trabalhara, e não seria àquela altura de sua carreira que iria mudar de atitude, devido ao nervosismo de uma agente. O problema com o sucesso, pensou ele, era o nível de cobrança que ele trazia consigo. Ao fazer algo que as pessoas apreciavam, você era sempre cobrado a repetir o feito, só que de maneira mais rápida e mais eficiente. HanBin não dava a mínima para o que as pessoas queriam. Nada disso era importante para ele. Também não dava a mínima para críticas. Se o público não gostasse, que fosse à bilheteria e exigisse seu dinheiro de volta.

Para HanBin, o trabalho em si era o mais importante. E isso dizia respeito apenas a ele e a mais ninguém. Financeiramente, estava seguro como sempre estivera. GaIn costumava dizer que isso era parte do problema. Sem a necessidade ou o desejo de ganhar dinheiro para incentivá-lo, ele havia se tornado arrogante e indiferente ao público. Por outro lado, dizia ela, isso também era o que o tornava um gênio da criação teatral. HanBin não se importava com nada, e isso era o que fazia seu trabalho ser tão especial. Continuou sentado à mesa, pensativo. Porém, logo despertou do devaneio e passou a mão por entre os cabelos castanho-avermelhados. Seus olhos, de um marrom intenso, perscrutaram as últimas palavras que havia digitado. A expressão séria e os lábios ligeiramente apertados denotavam sua concentração. Com os ruídos característicos da rua chegando-lhe aos ouvidos, HanBin estava tendo de se esforçar mais para voltar a penetrar na alma do homem que ele havia criado no texto mostrado na tela do computador. Um homem que lutava desesperadamente para superar os próprios desejos. De súbito, o incômodo som da campainha o fez praguejar, desconcentrando-o mais uma vez. Pensou em continuar ali e não dar atenção, mas sua noção da natureza humana o fez mudar de idéia, ao concluir que provavelmente o intruso continuaria insistindo até obter uma resposta. Por isso, decidiu despachá-lo de uma vez por todas. Imaginou que se tratasse da senhora do andar térreo. Aquela com olhos de águia, que parecia viver bisbilhotando a vida de todos. Ela já havia tentado abordá-lo por duas vezes quando ele estava saindo para o clube à noite, mas não tivera êxito. HanBin sempre fora muito bom em escapar àquele tipo de situação, mas aquela insistência já estava começando a aborrecê-lo. Seria melhor bancar o mal-educado de uma vez e deixar que ela saísse falando mal dele, afinal, não era do tipo que se importava com isso.

Porém, ao espiar através do olho mágico, não se deparou com a mulher corpulenta que ele havia imaginado estar ali, mas com uma bela morena de cabelos castanhos e lindos olhos chocolate. O que diabos ela poderia querer? Reconheceu-a como uma vizinha do mesmo corredor, cujo apartamento ficava quase em frente ao que ele estava ocupando. Depois de haver sido deixado em paz por quase uma semana, imaginara que a situação fosse continuar assim. O que, em sua mente, faria dela a vizinha perfeita. Mas, pelo visto, enganara-se mais uma vez.

Ainda aborrecido por ter sua paz perturbada, abriu a porta e apoiou-se nela. - Sim?

- Olá. - Oh, Deus, ele era a ainda mais bonito de perto, pensou SoRi, contendo a vontade de suspirar.- Sou Han SoRi, sua vizinha do 3A - apresentou-se com um sorriso amigável, in- dicando a porta de seu apartamento.

HanBin se limitou a arquear uma sobrancelha.- Pois não?

Um homem de poucas palavras, concluiu SoRi, mantendo o sorriso. Desejou que ele se distraísse pelo menos por um instante, para que ela pudesse esticar o pescoço e dar uma espiada no interior do apartamento. Claro que não poderia tentar fazer isso com aquele olhar perscrutador centrado bem em seu rosto, sem nenhuma indicação de que iria se desviar.- Eu o ouvi cantando há alguns minutos. Trabalho em casa e, você sabe como é... O som atravessa as paredes.

Se ela fora até ali para reclamar do barulho, não iria conseguir nada, pensou HanBin. Haveria musica tocando em seu apartamento quando ele quisesse, e isso não mudaria devido à mera reclamação de uma vizinha, por mais encantadora que fosse ela.Continuou a observá-la com atenção. Nariz arrebitado, lábios polpudos, sensualmente curvados...

- Geralmente esqueço de ligar o aparelho de som quando estou trabalhando - continuou ela em um tom animado, interrompendo os pensamentos de HanBin. - Por isso gosto quando o faz. sr. e sra. Cho ouviam Vivaldi durante a maior parte do tempo. Não deixa de ser agradável, mas se torna monótono quando isso é a única coisa que você ouve o dia inteiro. Eram eles que ocupavam o apartamento antes de você se mudar. - acrescentou ela, indicando o apartamento atrás dele.- Eles se mudaram para SeongNam, depois que o sr. Cho teve um caso com uma vendedora. Bem, ele não chegou a ter um caso de verdade, mas parecia estar pensando na possibilidade. Por isso sua esposa deu-lhe o ultimato: se não mudassem de cidade, ela pediria o divórcio. A sra. Gong deu seis meses de prazo para os dois continuarem juntos. Particularmente, acho que eles vão conseguir resolver o problema.- Dizendo isso, mostrou um prato com uma simpática decoração com detalhes amarelos cheio de biscoitos de chocolate cobertos por um plástico protetor, próprio para alimentos.- Estes biscoitos são para você - disse, estendendo o prato na direção dele.

HanBin abaixou a vista para olhá-los, dando a SoRi a breve oportunidade de espiar a sala vazia atrás dele. Pelo visto; ele não tivera condições nem mesmo de comprar um sofá, pensou ela. Então os introvertidos olhos marrons voltaram a fitá-la. - Por quê?

- Por que o quê?

- Por que me trouxe os biscoitos?

- Bem, fui eu mesma que os fiz. Às vezes, cozinho para arejar um pouco a cabeça, quando não estou conseguindo me concentrar no trabalho. Na maioria das vezes, é cozinhando que eu consigo relaxar o suficiente para voltar a trabalhar. Mas se eu ficar com tudo isso, acabarei comendo tudo sozinha e vou me detestar por isso. - O brilho bem-humorado continuou presente nos olhos chocolate.

- Não gosta de biscoitos?

- Não tenho nada contra eles.

- Então, sirva-se - falou SoRi, entregando o prato a ele.- E bem-vindo ao prédio. Se precisar de alguma coisa, estou sempre por aqui. - Indicou a porta do outro apartamento com um gesto vago. - Se quiser conhecer os outros vizinhos, também poderei apresentá-lo a eles. Moro aqui há alguns anos e conheço todo mundo.

- Não quero conhecer ninguém - respondeu HanBin, dando um passo atrás e fechando a porta.
 


Notas Finais


Tchau ~~


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