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História Meu vizinho - Não. Espere.


Escrita por: MinniePower e jiminoppa

Notas do Autor


Voltei ~~~

Capítulo 11 - Não. Espere.


Fanfic / Fanfiction Meu vizinho - Não. Espere.

HanBin só estava conseguindo dormir por alguns breves cochilos. E estes eram invadidos por sonhos, sempre envolvendo SoRi de alguma maneira. Via-se em lugares estreitos e era sempre como se ela o houvesse levado até ali. Então ela se aproximava e o sonho se tornava perigosamente erótico, fazendo-o acordar excitado e furioso ao mesmo tempo. Também não estava conseguindo comer. Era como se nada o satisfizesse, como se nada parecesse tão saboroso como a refeição que os dois haviam compartilhado noites antes. Passara a se sustentar de café, até sentir seus nervos à flor da pele e o estômago queimando em protesto.Mas estava conseguindo trabalhar. Quando suas emoções ficavam tumultuadas, seus surtos de criatividade se tornavam mais intensos. Era quase doloroso ter de arrancar aqueles sentimentos de seu próprio coração, transferindo-os para as atitudes de seus personagens, mas era assim que ele trabalhava. Sempre fora. Arrancando seus próprios sentimentos e fazendo-os dar vida e personalidade àquelas pessoas, por meio das palavras. Em sua mente, era como se já visse a peça sendo encenada no palco, com toda aquela avalanche de emoções sendo trocada entre os atores e o público.

A certa altura, HanBin lembrou-se do que SoRi havia lhe dito antes de fechar a porta. Que ele devia usar todas as emoções no trabalho, esquecendo-se de aplicá-las à própria vida. Ela tinha razão, e talvez fosse melhor assim. Para ele, havia muito poucas pessoas nas quais poderia confiar. Seus pais, sua irmã... Ainda que sua necessidade de atender às expectativas deles agisse em sua vida como uma faca de dois gumes. Havia também Anne e JinHwan, amigos leais que não esperavam dele mais do que poderia oferecer. GaIn, que sempre lhe chamava a atenção nos momentos certos e que o ouvia quando ele precisava de alguém para desabafar. Não precisava de mais ninguém. Muito menos de uma mulher que, de um momento para outro, poderia decepcioná-lo. Não passaria novamente por isso. Aprendera a lição da primeira vez e ainda mantinha muito vívidas na lembrança todas as consequências que as atitudes de SooYoung haviam provocado em sua vida. Com todas suas mentiras, decepções e traições, ela meio que o deixara imunizado quanto àquele tipo de armadilha sentimental. Uma lição dura como aquela, aprendida aos vinte e dois anos, não era algo fácil de se esquecer na vida de um homem. 

Desde que percebera a tolice que era acreditar no amor, nunca mais perdera tempo procurando por ele. Ainda assim, não conseguia parar de pensar em SoRi. Tinha ouvido ela sair várias vezes naqueles últimos três dias. E também flagrara-se distraído com o som de risos, vozes e música vindos do apartamento dela. SoRi não estava sofrendo, disse a si mesmo. Então por que ele estava? Sentimento de culpa, concluiu. Havia magoado uma pessoa especial, ainda que sua atitude não houvesse sido necessária ou intencional. Havia-se deixado levar pelo charme de SoRi, mesmo relutantemente. Não tivera intenção de magoá-la ou de fazê-la se sentir a pior das criaturas. As lágrimas de uma mulher ainda surtiam um forte apelo em seu ser, por mais que ele soubesse quanto elas podiam ser sinal de falsidade e de manipulação. No entanto, as lágrimas SoRi não haviam lhe parecido falsas ou manipuladoras. Muito pelo contrário.

Por fim, convenceu-se de que não resolveria seu problema, enquanto não esclarecesse aquilo tudo de uma vez. Não havia se desculpado devidamente. Sim, iria pedir desculpas mais uma vez, agora que SoRi havia tido algum tempo para refletir sobre o que havia acontecido. Não havia motivo para os dois se tornarem inimigos, claro que não. Sabia que ela havia saido de casa, pois ouviu seus passos no corredor antes. Talvez fosse melhor ficar esperando-a, para não perder a chance de falar com ela enquanto ainda estava movido por aquela onda de determinação. 

Porém, provavelmente teria desistido se visse a expressão furiosa de SoRi meia hora depois, quando ela entrou no elevador, vindo do mercado. Estava aborrecida com o simples fato de ter de passar diante da porta de HanBin. Detestava o fato de ter de se lembrar dele ao passar por ali, de como agira feito uma idiota, e pior: de quanto ele a fizera sentir-se uma idiota. Equilibrando os dois pacotes que trazia nos braços, tentou encontrar logo a chave na bolsa, para não correr o risco de passar muito tempo no corredor. O elevador fez o característico ruído indiscreto ao parar em seu andar, mas ela continuou procurando a chave depois de sair dele. Então enrijeceu o maxilar e estreitou o olhar ao notar a presença de HanBin no final do corredor.

- Oi, SoRi. - HanBin nunca vira um olhar tão gélido a ponto de deixá-lo desconcertado. - Ah, deixe-me ajudá-la com isso.

- Não preciso de sua ajuda, obrigada - replicou ela, rezando para encontrar logo a maldita chave.

- Precisa sim, se vai mesmo ficar aí vasculhando a bolsa.- HanBin tentou sorrir, antes de começar uma espécie de cabo-de-guerra por causa de um dos pacotes. Por fim, conseguiu tirá-lo de SoRi. - Escute aqui, já disse que sinto muito. Quantas vezes terei de dizer isso até que você se convença de que estou sendo sincero?

- Vá para o inferno! - bradou ela. - Quantas vezes terei de dizer isso até que você comece a sentir o calor das chamas?- SoRi finalmente encontrou a chave e colocou-a na fechadura.- Agora me dê meu pacote.

- Eu o levarei para você.

- Já disse para me dar o maldito pacote - mandou ela, por entre os dentes. Os dois voltaram a "brincar" de cabo-de-guerra, até ela deixar escapar um suspiro resignado.- Então, fique com ele!

Ela abriu a porta com um movimento abrupto, mas antes que pudesse fechá-la, HanBin a segurou e entrou sem maiores dificuldades. Os dois se entreolharam, estreitaram os olhos e HanBin teve a impressão de ver um brilho de vingança nos olhos dela.- Nem pense nisso - avisou ele. - Não estou usando cueca de ferro.

Ainda assim, SoRi pensou na possibilidade de causar algum dano. Mas desistiu ao concluir que isso só o faria sentir-se mais importante do que ela estava determinada a fazê-lo se sentir. Então, limitou-se a girar sobre os calcanhares e tirar os tênis cor-de-rosa, como costumava fazer ao chegar em casa. Em seguida foi até a mesa e colocou sobre ela o pacote que estava carregando. Quando HanBin fez o mesmo, ela assentiu.- Obrigada. Quer uma gorjeta?

- Muito engraçado. Primeiro vamos acertar isso. - HanBin pegou a carteira no bolso, tirou dela uma nota de 100,000 wons e a entregou a SoRi.- Aqui está.

- Não vou aceitar o dinheiro de volta. Você fez por merecê-lo.

- Não vou aceitar seu dinheiro por aquilo que acabou se tornando uma piada de mau gosto.

- Piada de mau gosto?! - A sombra de frieza nos olhos dela se transformou em chamas. - Então foi isso para você? Bem, mas não estou surpresa. Já que tocou no assunto, acho que ainda estou lhe devendo cinqüenta dólares, não?

HanBin enrijeceu o maxilar quando ela abriu a bolsa e começou a procurar o dinheiro. Aquilo já estava indo longe demais.- Não me provoque, SoRi. Pegue o dinheiro de volta de uma vez.

- Não.

- Eu disse para pegar esse maldito dinheiro de volta. - Dizendo isso, ele lhe segurou o pulso e colocou o dinheiro palma da mão dela. - Agora... - interrompeu-se, atônito, quando a viu rasgar a nota de 100,000 wons em pedacinhos e jogá-los no ar.

- Pronto! Problema resolvido.

- Essa foi uma atitude muito idiota - HanBin a censurou.

- Idiota? Bem, para que quebrar a regra, não é mesmo? Pode ir embora agora.- A voz dela estava tão estridente e furiosa que HanBin teve de se conter para não pestanejar.

- Muito bom, muito eficaz - disse ele. - A dama da voz supersônica finalmente apareceu.- Quando ela voltou a falar, em um tom ainda mais abrupto, conseguiu sobressaltá-lo.- Muito eficiente mesmo - ironizou HanBin.

Furiosa demais para continuar o combate verbal, SoRi simplesmente foi até a mesa e começou a esvaziar os pacotes. Se insultos e gritos não estavam funcionando, talvez ignorá-lo desse algum resultado. De fato, talvez até houvesse funcionado se HanBin não tivesse visto suas mãos trêmulas, quando ela colocou uma caixa sobre a mesa. Ver aquilo, levou-o a sentir mais uma vez aquela onda de culpa que vinha experimentando nos últimos dias.

- SoRi, sinto muito. - Ele a viu hesitar, então pegar uma latinha de sopa e colocá-la sobre a mesa. - A situação me escapou do controle e eu não fiz nada para corrigir meu erro. Eu deveria ter feito alguma coisa.

- Não precisava ter mentido para mim. Eu teria deixado você em paz.

- Eu não menti, pelo menos não comecei. Mas deixei que você, continuasse pensando algo que não era verdade. Quero minha privacidade. Preciso dela.

- Pois agora a tem. Afinal, não fui eu quem acabou de passar pela porta do apartamento de outra pessoa.

- Não, não foi você. - HanBin enfiou as mãos nos bolsos, então tirou-as novamente e apoiou-as sobre a mesa.- Eu magoei você, e não queria ter feito isso. Sinto muito pelo que aconteceu.

SoRi fechou os olhos, sentindo que o muro que havia levantado para se proteger começara a ruir.- Por que mentiu?

- Porque pensei que isso a manteria em seu próprio lugar. Porque senti que sua proximidade era um pouco perigosa demais para mim. E porque, no íntimo, parte de mim desejava que você continuasse querendo me ajudar a encontrar um emprego. - HanBin hesitou ao vê-la encolher os ombros. - SoRi, eu não quis ofendê-la. Mas como poderia não me divertir vendo-a me oferecer 100,000 wons para jantar com você? E tudo isso para não magoar uma velhinha de setenta anos e poder, ao mesmo tempo, oferecer uma boa refeição a um músico desempregado. Aquilo foi muito... doce de sua parte. E isso não é algo muito comum de eu dizer, pode acreditar.

- É humilhante - resmungou ela, pegando o outro pacote e se encaminhando para a cozinha.

- Não deixe que seja. - HanBin deu a volta pelo balcão, de modo que os dois ficaram na cozinha. - A situação só teve aquele efeito desastroso porque deixei que a coisa fosse longe demais. Assumo a culpa por isso. Se eu tivesse lhe contado a verdade durante o jantar, como deveria ter feito, aposto que você teria rido muito de tudo. Mas, em vez disso, eu a fiz chorar e não consigo me perdoar por isso.

SoRi permaneceu onde estava, diante da geladeira. Não imaginara que HanBin fosse se importar tanto com aquilo, e que se desculpar houvesse se tornado uma questão tão essencial para ele. Mas, pelo visto, enganara-se. E ela simplesmente não conseguia resistir à completa sinceridade de alguém. Respirando fundo, disse a si mesma que talvez valesse a pena tentar fazer as pazes com ele.- Quer uma cerveja?

HanBin relaxou os ombros no mesmo instante.- Claro que quero.

- Foi o que eu imaginei. - SoRi pegou uma garrafa, colocou-a sobre a pia e começou a procurar um copo para ele.- Deve estar com sede. Eu nunca tinha ouvido você falar tanto de uma só vez desde que nos conhecemos.

Quando se virou para ele com o copo de cerveja, HanBin estava com um brilho de divertimento no olhar.- Obrigado - agradeceu ele, aceitando o copo.

- Mas estou sem biscoitos.

- Ainda há tempo de fazer alguns.

- Talvez. - SoRi começou a examinar as compras. - Para ser sincera, eu estava pensando em preparar uma torta. - Arriscando um olhar por sobre o ombro, arqueou uma sobrancelha. 

- Nunca comemos torta juntos.

- É verdade.

A visão foi sensual demais para sua paz de espírito, pensou HanBin. SoRi estava vestida com um camisão branco de algodão e com uma calça justa de um bonito tom de azul-claro. Porém, o detalhe mais provocante era o fato de ela estar descalça. A visão dos pés delicados, com as unhas pintadas de cor-de-rosa, provocou-lhe uma onda de excitação. As preferências exóticas de SoRi, como aquela de usar dois brincos de argola em uma mesma orelha e uma simples pedrinha de brilhante na outra, deixavam-no quase sempre encantado. SoRi era uma surpresa constante. Deliciosamente inesperada. Quando ela se virou para continuar esvaziando o pacote de compras, HanBin lhe segurou o pulso com a mão que se encontrava livre. 

- Estamos de bem novamente? - 

- Parece que sim.

- Então há algo mais que preciso lhe dizer. - Ele colocou a garrafa cerveja sobre a pia. - Sonhei com você.

Foi a vez de SoRi sentir a boca secar. - O quê?

- Sonhei com você - repetiu HanBin, aproximando-se dela o suficiente para que SoRi se encostasse contra a parede. Pelo menos dessa vez era ela que estava contra a parede, não ele, pensou HanBin.- Sonhei que estava tocando você. - Sem desviar os olhos dos dela, ele roçou a ponta dos dedos sobre os seios dela. - E acordei sentindo o sabor dos seus lábios.

- Ah, meu Deus.

- Você disse que sentiu algo quando a beijei, e que achou que eu também havia sentido. - Enquanto falava, foi deslizando as mãos devagar até os quadris dela. - Você estava certa.

SoRi engoliu em seco, sentindo as pernas trêmulas.- Estava?

- Sim. E quero sentir aquilo novamente.

Ela se endireitou junto à parede quando ele se aproximou mais.- Espere!

HanBin parou os lábios a centímetros dos dela.- Por quê?

SoRi não soube ao certo o que dizer.- Eu não sei.

Os lábios dele se curvaram em um de seus raros sorrisos.- Mande que eu pare quando achar que deve - sugeriu ele, antes de tomá-la nos braços. Foi a mesma coisa de antes. 

SoRi não tinha certeza de que voltaria a sentir todas aquelas sensações maravilhosas se HanBin voltasse a beijá-la, mas foi exatamente isso o que aconteceu. No entanto, era como se todo seu ser estivesse preparado e esperando por aquele turbilhão de sensações. YuRa tinha razão, pensou ela. HanBin havia arrasado sua vida. Nunca mais ela conseguiria 
exigir menos do que aquilo.

Linda, receptiva, doce, carinhosa... SoRi era tudo isso. Tudo aquilo que ele havia esquecido de que tanto precisava estava bem ali, em seus braços, concluiu HanBin. Queria tê-la para si. E com uma urgência que nem mesmo ele esperava sentir.- Quero beijá-la, SoRi- disse, com voz rouca. Roçando os lábios sobre a curva sensível do pescoço delicado, acrescentou: - Aqui, bem aqui...

SoRi fechou os olhos.- Não.- Aquela era a última coisa que ela esperava ouvir sair de seus próprios lábios, com as mãos de HanBin passeando por seu corpo e levando-a a desejar ir além, muito mais além. Ainda assim, porém, ouviu-se repetir:- Não. Espere.


Notas Finais


Vocês estão sabendo da nova polêmica envolvendo o HanBin? Ridiculo..


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