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História Meu vizinho - Kwons


Escrita por: MinniePower e jiminoppa

Notas do Autor


Por algum motivo eu não consigo por o ' de Kwon's ...

Capítulo 2 - Kwons


Fanfic / Fanfiction Meu vizinho - Kwons

SoRi ficou ali parada por algum tempo, atônita com o que acabara de acontecer. Em seus vinte e dois anos de vida, nunca alguém havia fechado a porta em sua cara, mas, mesmo tendo acabado de passar pela experiência, felizmente concluiu que aquilo não a afetara tanto assim. No entanto, teve de se conter para não bater à porta e pedir seus biscoitos de volta. Não iria descer tão baixo, disse a si mesma, girando decididamente sobre os calcanhares e encaminhando-se para seu apartamento.

Agora sabia que o sr. Misterioso era irresistivelmente atraente, que tinha o corpo de um deus grego e também que ele era tão mal-educado quanto uma criança de dois anos necessitada de umas boas palmadas no traseiro. Mas tudo bem, tudo bem. Iria sobreviver àquilo e aprender a ficar longe do caminho dele. Não bateu a porta de seu apartamento, para não dar a ele o gostinho de ouvir e deduzir que ela ficara irritada. Mas ao se ver no ambiente seguro de seu apartamento, virou-se para a porta e fez uma porção de caretas, mostrando a língua e mexendo as mãos ao lado das orelhas. E isso a fez se sentir incrivelmente melhor.

Contudo, a questão principal era que ele havia ficado com seus biscoitos, seu prato de sobremesa preferido e com uma boa dose do seu bom humor. E tudo isso sem que ela sequer soubesse o nome dele!

-x- 

HanBin não se arrependia das atitudes que tomava. Nem por minuto. Tinha quase certeza de que sua rudeza propositada manteria sua atraente vizinha a distância por algum tempo. A última coisa que precisava era do comitê local de boas vindas reunido à sua porta, principalmente sendo este liderado por uma bela morena falante, falante até demais, e com olhos de fada. "Droga!", praguejou ele, em pensamento. Em Incheon, era de se supor que as pessoas ignorassem os vizinhos. Ao se mudar para ali, tinha quase certeza de que esse era o comportamento vigente, mas, pelo visto, enganara-se. A sorte era que ela era solteira, segundo HanBin pudera notar, pois se tivesse um marido, o pobre coitado provavelmente já estaria maluco com toda aquela tagarelice. O fato de ela trabalhar em casa e de haver deixado claro que estaria sempre por ali não era um detalhe lá muito agradável. Como se não bastasse, também fazia os biscoitos de chocolate mais apetitosos que ele já tinha visto, isso também não era nada promissor. De fato, era quase imperdoável. Conseguiu ignorar os biscoitos por algum tempo enquanto trabalhava. Na verdade, era capaz de ignorar até mesmo um holocausto nuclear quando assunto em questão era lidar com palavras em um texto. Entretanto, assim que HanBin se desconcentrou voltou a lembrar-se dos biscoitos que havia deixado na cozinha.

Continuou pensando neles durante horas, ao se vestir e enquanto massageava a nuca dolorida depois de horas sentado no mesmo lugar, em uma postura classificada como "deplorável". Por isso, quando foi à cozinha buscar sua merecida latinha de cerveja, não conseguiu deixar de olhar para o prato sobre a mesa. Abriu a latinha, tomou um gole de cerveja e continuou olhando para os biscoitos, pensativo. E se provasse alguns deles? Afinal, não havia motivo para jogá-los fora, se já havia deixado bem claro para Han SoRi que não estava interessado em amizades. Evidentemente, ela iria querer o prato de volta, e ele teria de esvaziá-lo de alguma maneira. Foi então que provou um deles e gemeu baixinho, aprovando o delicioso sabor. Depois comeu outro, com um suspiro de pura apreciação.

Quando já havia comido quase duas dúzias, foi que se deu conta do que estava fazendo e praguejou. Olhou para o prato quase vazio com um misto de autocensura e de indignação. Então foi para a sala e pegou sua mochila. Seria mais saudável fazer uma breve caminhada antes de ir para o clube.

Ao abrir a porta, ouviu SoRi se aproximando com passos firmes pelo corredor. Com ar de desagrado, ele deu um passo atrás, deixando apenas um pequeno vão aberto na porta. Mesmo a certa distância, ouviu a voz dela e arqueou uma sobrancelha ao notar que ela estava sozinha.

- Nunca mais! - protestou SoRi. - Nem que ela me ameace de morte. Nunca mais passarei por essa tortura novamente! É isso, e ponto final!

HanBin notou que ela havia mudado de roupa. Estava vestida com uma pantalona e um blazer pretos, por cima de uma elegante blusa de seda lilás. Um par de brincos de argola dourados deixaram-na com uma aparência mais sensual.
Continuou falando sozinha, enquanto abria a bolsa do tamanho de um envelope do correio.

- A vida é curta demais para ter suas horas desperdiçadas com uma pessoa tão insuportável. Ela não vai me fazer isso novamente. Sei como dizer "não", e é isso que farei da próxima vez. Preciso apenas praticar um pouco, só isso. Onde diabos está aquela chave?

O som de uma porta se abrindo atrás dela a fez se sobressaltar e virar-se derepente. HanBin, notou que os brincos que ela estava usando não eram totalmente iguais e imaginou se aquilo seria um novo tipo de moda ou falta de atenção mesmo. Porém, ao se lembrar de que ela não estava conseguindo encontrar uma chave dentro de uma bolsa menor do que a palma de sua mão, optou pela última hipótese.

SoRi parecia refrescada, como se houvesse acabado de sair do banho, deixando para trás uma nuvem de um perfume maravilhoso. E o fato de HanBin haver se sentido afetado por isso, deixou-o ainda mais aborrecido.- Espere um pouco - pediu a ela, então voltou ao apartamento para pegar o prato.

SoRi não tinha a mínima intenção de ficar ali esperando. Finalmente encontrou o esconderijo da chave: no canto do bolso interno, onde ela mesma a havia colocado justamente para se lembrar de onde encontrá-la quando fosse necessário. HanBin conseguiu alcançá-la antes que ela entrasse. Saiu do apartamento pouco depois e fechou a porta atrás de si. Em uma mão, trazia a mochila e na outra o prato onde SoRi havia colocado os biscoitos.

- Aqui está - disse a ela, jurando a si mesmo que não iria perguntar o que provocara aquele brilho de indignação nos olhos dela. Se o fizesse, era bem capaz que ela passasse a meia hora seguinte contando a história a ele.

- De nada - ironizou ela, aceitando o prato.Estava com a cabeça doendo, depois de haver passado as duas últimas horas ouvindo a conversa monótona de JungMin, primo de YuRa. Mas do que estava reclamando?, pensou com sarcasmo. Afinal, agora estava sabendo tudo sobre o mercado de ações e sobre as aplicações mais seguras que poderiam ser feitas nele. Levada pelo mau humor, decidiu dizer poucas e boas ao sr. Misterioso.- Ouça, se não quer fazer novas amizades, tudo bem. Não preciso mesmo de mais amigos - declarou ela, balançando o prato para enfatizar o que dizia.- Na verdade, tenho tantos no momento que estou querendo me livrar de alguns deles. De qualquer maneira, não havia motivo para você ser tão rude. Tudo o que fiz foi me apresentar e lhe oferecer alguns malditos biscoitos!

HanBin teve de se esforçar para se manter sério.- Malditos biscoitos deliciosos - confessou ele, arrependendo-se assim que viu um brilho de divertimento surgir nos olhos dela.

- E mesmo?

- Sim.- Dizendo isso, ele seguiu pelo corredor em direção à saída, deixando-a surpresa com aquela reação.

Foi então que SoRi decidiu seguir seu impulso, um de seus hobbies preferidos. Destrancou rapidamente a porta de seu apartamento e deixou o prato sobre a mesinha de centro. Em seguida, saiu novamente e trancou a porta. Então começou a seguir o sr. Misterioso, esforçando-se para não fazer nenhum barulho ao andar.

Seria um ótimo roteiro para uma nova aventura de HaYi, pensou ela, contendo a vontade de rir. Claro que seria preciso criar um contexto onde HaYi estivesse completamente apaixonada, concluiu, enquanto tentava descer a escada com rapidez e na ponta dos pés. Uma atitude como aquela não poderia ser justificada como normal, advinda de uma mera curiosidade. Teria de ser algo mais intenso, uma espécie de paixão desenfreada. Ofegante sob o efeito de uma intensa expectativa, flagrou-se com a mente repleta de possibilidades. Ao sair do prédio, olhou rapidamente para os lados. Ele já se encontrava no meio do quarteirão. Uma boa distância, concluiu SoRi, começando a segui-lo e disfarçando um sorriso. Em seu lugar, claro que HaYi manteria um ar de mistério, escondendo-se atrás de postes e nas esquinas, para o caso de ele se virar de repente e... Com um sobressalto, escondeu-se de repente atrás de um poste, quando a "vítima" de sua perseguição arriscou um olhar por sobre o ombro. Levando a mão ao peito, SoRi inclinou-se ligeiramente para frente a tempo de vê-lo virar a esquina. Aborrecida por haver decidido usar saltos em vez de sapatos mais confortáveis para o jantar, ela respirou fundo e seguiu na mesma direção onde ele havia virado. Seu vizinho caminhou durante vinte minutos, até SoRi sentir os pés em chamas e todo aquele ânimo inicial se desfazendo como uma nuvem assaltada por um sopro insistente. Teria ele aquela mania de caminhar todas as noites pelas ruas? Talvez não fosse apenas mal-educado, mas também maluco. Provavelmente fora liberado de algum hospício naqueles últimos dias, e por isso não sabia ao certo como se dirigir às pessoas de uma maneira normal. A família abastada e cruel o mantivera em uma espécie de cativeiro, afastando-o do resto do mundo para que ele não reivindicasse seus direitos sobre a herança da avó falecida, que morrera sob circunstâncias suspeitas, deixando toda sua fortuna para o neto. Por fim, era provável que todos aqueles anos de cativeiro, tendo de lidar com um psiquiatra corrupto, haviam-no deixado meio amalucado. Sim, seria exatamente isso que HaYi deduziria, chegando à conclusão de que somente seu amor puro e dedicado seria capaz de curá-lo. Então todos os amigos e vizinhos tentariam dissuadi-la, tentando mostrar os riscos que ela estaria correndo. Mas HaYi, sendo HaYi, iria até o fim.

E antes que o sr. Misterioso pudesse... SoRi parou de repente, quando ele entrou em um clube chamado Kwon's. Finalmente, pensou ela, afastando os cabelos para longe do rosto. Agora, tudo que precisaria fazer seria entrar ali, encontrar um canto escuro onde pudesse se ocultar e ver o que aconteceria em seguida.



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