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História Meu vizinho - Quero saber detalhes!


Escrita por: MinniePower e jiminoppa

Notas do Autor


Mais um como o prometido ^^

Capítulo 8 - Quero saber detalhes!


SoRi começou a cantar enquanto trabalhava, fazendo um dueto com Bada. Atrás dela, a janela aberta revelava um belo dia ensolarado, vez por outra assaltado pela leve brisa fria de abril e permeado pelo inevitável ruído das ruas de Incheon. No entanto, o sol do lado de fora não estava menos radiante do que o humor de SoRi. Virando-se para o espelho preso à parede, a seu lado esquerdo, tentou imitar uma expressão de espanto que pudesse ajudá-la na caracterização de sua personagem. Porém, tudo que conseguiu fazer foi sorrir. Sorrir com plenasatisfação. Já havia sido beijada antes, claro. E também fora envolvida pelos braços de um homem. Entretanto, todas as experiências que tivera se comparavam ao que fora se ver nos braços de HanBin.


Na noite anterior permanecera com aquela deliciosa sensação de zonzeira durante horas. Adorara cada um dos momentos daquela espécie de arrebatamento de sensualidade feminina. Poderia haver algo mais incrível do que sentir-se vulnerável e forte, boba e sábia, confusa e esclarecida, tudo ao mesmo tempo? E tudo que precisava fazer para sentir aquilo era fechar os olhos e deixar sua mente devanear, livre de qualquer censura. Imaginou o que ele estaria pensando, o que estaria sentindo. Ninguém conseguiria ficar indiferente a um experiência daquela... magnitude. Um homem não poderia beijar uma mulher daquela maneira e não sofrer... digamos... algum efeito colateral. Sofrer até que era uma palavra adequada, concluiu ela, pensando nas conseqüências em seu próprio corpo. Riu, suspirou alto, então voltou a se concentrar no trabalho, cantando com Bada. O beijo de Kim deixara um rastro de chama em seu corpo e, embora aquilo fosse delicioso, era também assustador ao mesmo tempo.


- Pelo amor de Deus, SoRi, está muito frio aqui!


SoRi levantou a vista.- Oi, YuRa! 

- Está sentada diante de uma janela aberta, e a temperatura não deve estar mais do que quinze graus lá fora. - YuRa fechou o vidro, com um arrepio de frio.


- Eu estava sentindo um pouco de calor - declarou SoRi, deixando o lápis de lado.


- Está com uma expressão meio engraçada - disse ela. - Sente alguma dor? - Pousou a mão sobre a testa de SoRi, em uma atitude maternal. - Não está com febre. Agora mostre a língua.

- Não estou doente. Estou é em estado de graça.


- Hum... - YuRa apertou os lábios, não parecendo muito convencida. - Vou ao banheiro, depois pegar um café para nós duas e quero que me conte o que está acontecendo.


- Claro.


Voltando a adquirir o mesmo ar sonhador, SoRi pegou o lápis novamente e desenhou pequenos corações sobre o papel. Então se empolgou e começou a desenhar outros maiores, esboçando o rosto de Kim dentro de um deles. Sim, ele tinha traços fortes e marcantes, mas que se amenizavam quando sorria. Ela adorava fazê-lo sorrir. Aliás, fazer as pessoas sorrirem era um de seus talentos.Ficaria mais tranquila quando conseguisse arranjar um emprego para ele. 


Depois providenciaria um sofá para aquela sala vazia, mas isso não seria difícil com seus contatos. Tinha muitos amigos que poderiam ajudá-la a encontrar móveis práticos e por um bom preço. Queria ver Kim instalado com mais conforto, só isso. Claro que não havia nenhum interesse de sua parte, afinal, faria isso por qualquer pessoa. Ainda mais por um vizinho maravilhoso que beijava como um deus saído diretamente do sonho de toda mulher. Satisfeita com seus planos, cruzou as pernas sob si e voltou a se concentrar no trabalho.


YuRa abaixou o volume do aparelho de som. Então, sentindo-se como se estivesse em sua própria casa, foi até a cozinha e preparou o café. Subiu a escada pouco depois, carregando uma bandeja com duas xícaras de café e alguns biscoitos. Aquele pequeno ritual matinal era um de seus momentos preferidos do dia.Considerava SoRi como uma irmã e por isso fazia de tudo para vê-la feliz. Deixando a bandeja sobre a mesa, entregou uma xícara de café a SoRi.


- Obrigada, YuRa.


- Fez uma ótima tira esta manhã. Não acredito que HaYi esteja disfarçada com um casaco e um chapéu, seguindo o sr. Misterioso por toda Incheon. De onde ela tirou essa idéia?


- Você sabe que ela é uma criatura impulsiva e dramática. - SoRi provou um biscoito. Era comum as duas se referirem a HaYi e aos outros personagens como se fossem pessoas de verdade. - E abelhuda também. Ela simplesmente precisava saber.


- E quanto a você? Já descobriu alguma coisa sobre nosso sr. Misterioso?


- Sim - respondeu SoRi com um suspiro.- O nome dele é Kim. Bem vago.

Instantaneamente alerta, YuRa apontou o dedo para a amiga. - Ei, você suspirou!


- Não, só respirei mais fundo.


- Não, você suspirou. E por qual motivo?


- Bem, na verdade... - SoRi estava morrendo de vontade de falar sobre aquilo. - Nós... acabamos saindo ontem à noite.


- Vocês saíram? Como um casal? - YuRa puxou a cadeira mais para perto da amiga no mesmo instante. - Onde? Como? Quando? Detalhes, SoRi. Quero detalhes.


- Está bem, então. - SoRi virou mais a cadeira, até ficarem uma de frente para a outra. - Você sabe que a sra. Gong está sempre querendo que eu saia com o sobrinho dela, não é?


- Ah, de novo?! - YuRa revirou os olhos. - Será possível que ela não vê que vocês não têm nada a ver um com o outro?


O imenso carinho que SoRi sentia pela amiga foi o que a impediu de dizer que aquilo também servia para ela e JungMin.- Bem, é que a sra. Gong adora o sobrinho. De qualquer modo, ela arranjou outro encontro entre nós ontem à noite, só que eu não estava com a mínima vontade de ir. Mas você terá de jurar que não vai dizer isso a ninguém.


- Okay.


- Bem, o fato é que eu disse a ela que já tinha um encontro... com Kim.


- Você tinha um encontro com ele?


- Não, eu só disse isso porque fiquei desesperada. E você sabe como começo a gaguejar quando minto.


- Deveria praticar mais. - YuRa comeu outro biscoito.


- Talvez. Mas assim que acabei de dizer isso, percebi que ela iria ficar olhando pela janela para se certificar de que eu ia mesmo sair com ele, por isso tive de apelar e fazer uma espécie de acordo com Kim. Dei 100,000 wons a ele e lhe paguei um jantar.


- Você pagou a ele?! - YuRa arregalou os olhos, mas estreitou-os em seguida, com ar especulativo. - Mas isso é brilhante. Se eu houvesse tido essa idéia na época da faculdade, quando não estava namorando ninguém e nem tinha com quem sair, a história teria sido outra, minha amiga. Como se decidiu pela quantia?


- Achei que parecia justo. Ele não está trabalhando regularmente, e achei que ficaria agradecido pelo dinheiro e pela refeição. Até que nos divertimos - acrescentou, com um sorriso. – Foi realmente muito bom. Só espaguete e boa conversa. Bem, na verdade, o encontro tendeu mais para o monólogo, porque Kim não é muito de falar.


- Kim - YuRa repetiu o nome devagar. - Ainda soa misterioso. Não sabe o primeiro nome dele?


- Ele não o disse em nenhum momento e nem me ocorreu perguntar. De qualquer maneira, é melhor assim. Acho que fui meio precipitada, YuRa. Ele estava parecendo relaxado, quase amigável, então vi o carro de DaeHo e entrei em pânico. Imaginei que a sra. Gong não iria me deixar em paz se eu não demonstrasse com clareza que estava interessada em outra pessoa. Então fiz outro acordo com Kim e ofereci a ele 50,000 wons por um beijo.


YuRa apertou os lábios, antes de tomar outro gole de café.- Deveria ter deixado claro que esse valor estava incluído nos 100,000 wons.- disse ela.


- Não houve tempo - justificou SoRi.- Já havíamos definido o acordo e não havia mais tempo para renegociar. A sra. Gong estava nos espiando através da janela. Então ele me beijou bem ali, na calçada do prédio.


- Uau! - YuRa comeu outro biscoito. - E qual movimento de impacto ele usou?


- Ele me puxou de uma vez e colou meu corpo ao dele.


- Minha nossa! A puxada súbita. Oh, adoro esse movimento.


- Então fiquei lá, em meio aos braços dele e mal conseguindo me equilibrar na ponta dos pés, porque ele é alto.


- Sim, ele é bem alto - anuiu YuRa, ainda mastigando o biscoito. - E atlético também.


- Realmente atlético, minha amiga. Quero dizer, seus músculos parecem rocha.


- Oh, Deus. - YuRa lambeu os dedos, sem desviar os olhos da amiga. - Então você estava lá, na ponta dos pés. E depois?


- Bem, ele... se inclinou.


- Ah, meu Deus... Uma puxada súbita com inclinação! - Em sua empolgação, YuRa quase derrubou o outro biscoito que havia acabado de pegar. - Um movimento clássico. Quase nenhum homem utiliza isso hoje em dia, minha cara.


- Pois Kim agiu como um perito no assunto. Então, quando eu estava sentindo a cabeça girar, ele se afastou de repente e simplesmente olhou para mim.


- Homens - disse YuRa, com ar de censura.


- E fez tudo novamente! - festejou SoRi.


- Um duplo?! Não acredito! - YuRa segurou a mão da amiga, quase dando um pulo de alegria. - Você recebeu um duplo, SoRi! Há mulheres que passam a vida inteira sem sequer saber o que é isso! Sonham com isso, claro, mas nunca passam pela emoção de experimentar a puxada súbita com inclinação seguida de beijo, olhar intenso e beijo.


- Foi minha primeira vez - confessou SoRi. - E foi... maravilhoso!

- Tudo bem, tudo tem. Agora apenas a parte do beijo, certo? Apenas a parte dos lábios e das línguas. Que tal foi essa parte?


- Muito ardente.


- Ah, meu Deus! Acho que terei de abrir a janela de novo. Estou começando a suar.- Dizendo isso, levantou-se com um movimento súbito e abriu a janela, respirando fundo.- Então foi ardente. Muito ardente. Continue.


- Foi como ser... Sei lá, devorada. Sabe quando seu corpo inteiro fica trêmulo, um calor gostoso se espalha por seu corpo e... - SoRi moveu as mãos, tentando encontrar as palavras certas para se expressar. - Não sei como descrever.


- Tem de se esforçar. - Aflita, YuRa segurou-a pelos ombros. - Tente isso: na escala de um a dez, que nota você daria?


SoRi fechou os olhos.- Não há escala...


- Sempre há uma escala - YuRa a interrompeu. - Não é possível...


- Não, YuRa, o que eu senti não se enquadra em nenhuma escala.


YuRa deu um passo atrás.- Deus meu... Preciso me sentar. - sentou-se, passando a mão pela testa. - Você experimentou um beijo que não se enquadra em nenhuma escala. Acredito em você, SoRi. Mas muita gente não acreditaria. Muitas pessoas poderiam até zombar dessa afirmação, mas eu acredito no que disse.


SoRi sorriu.- Eu sabia que poderia contar com você.


- Sabe o que isso significa, não sabe? Significa que Kim arruinou sua vida. Agora, nem mesmo um beijo nota dez vai satisfazê-la. Você vai sempre procurar um que não se enquadre em nenhuma escala.


- Isso já me ocorreu. - Pensativa, SoRi pegou lápis e começou a tamborilá-lo sobre a mesa. - Mas creio que será possível levar uma vida tranqüila e feliz, alcançando com certa regularidade uma escala entre sete e dez, mesmo depois dessaexperiência. O homem pode até ir à lua, YuRa, viajar pelo espaço e se ver em outro mundo por algum tempo, mas tem de voltar para a terra e continuar vivendo.


- Puxa, isso foi sábio. - YuRa tirou um lencinho de papel do bolso da calça. - Quase heróico.


- Obrigada - SoRi agradeceu e, com um de seus sorrisos marotos, acrescentou: - Mas, enquanto isso, não fará nenhum mal bater à porta em frente de vez em quando, certo?



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