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História Meus amigos não me amam como você. - Capítulo 7


Escrita por: AllyciaRosate

Capítulo 7 - Capítulo 7


Enrolada num cobertor quente e bagunçado Katya acabava de acordar com a luz do sol em seu rosto. Praguejando aquela maldita luz que queimava suas córneas. Podia sentir o cheiro de amaciante diferente do costume na cama em que estava deitada, o que a assustou naquele momento subitamente.

- O que aconteceu? - Ela se questionou, abrindo seus olhos de pressa, e ao seu lado da cama estava Courtney adormecida.

- Puta merda, puta merda, que puta que pariu! - Katya não fazia nem um terço de ideia do que havia acontecido. Não se lembrava de absolutamente nada do que houve depois de performar com Courtney.

Começou a se desesperar, esfregando suas mãos em seu rosto agoniada. Sua maquiagem ainda estava em seu rosto que fez suas mãos sujarem.

Com apenas os olhos começou a procurar pela suas roupas naquele quarto branco com cheiro de sexo, traição e infelicidade. Suas roupas espalhadas na cama junto com as roupas de Courtney.

A loira se levantou devagar da cama, sabia que Courtney acordaria assim que ela se levantasse então tentou ser mais sigilosa que podia, mas realmente foi em vão.

- Bom dia... - murmurou Courtney. - isso é muito típico de quem está traindo. - deu risada.

Katya forçou um sorriso, mas sua cabeça doía a ponto de seu humor estar azedo.

- Courtney, o que houve? Eu... Não consigo me lembrar muito bem.

- Você encheu a cara ontem. - Deu uma pausa enrolando seu corpo no lençol. - Nunca tinha visto você beber daquela maneira. Você tomou uma garrafa cheia de Absolut... PURA!

Os olhos de Katya estavam arregalados. Agora além dela ter bebido depois de quatro anos, ela transou com a Courtney, pior era, ela não se lembrava de nada. Absolutamente nada.

- Então depois de você encher a cara, você beijou... Não sei, noventa e nove por cento dos seus fãs, tanto homem quanto mulher. Você disse que era hétero e que ia engravidar alguém naquela noite.

O humor não estava dos bons mas isso era tão típico de Katya que ela começou a rir descontroladamente.

- Sim, só que você no caso me engravidou. Você fez tanta coisa... Você fez um fã seu cheirar seu cu.

Katya continuava rir. Estava realmente preocupada com tudo, mas não conseguia manipular sua mente com as preocupações naquele momento.

- Foi péssimo... Coitada da Alyssa. Ela estava muito preocupada com você, mas tinha que levar a Tatianna em casa. Ai me prestei a te ajudar. Levar você pra casa e você me trouxe pra cá, ainda estamos do lado da boate.

A expressão voltou a ser preocupante. Esfregou mais uma vez suas mãos em seu rosto e sentou-se na beirada da cama.

- Courtney, me desculpa... Eu tô numa fase que realmente, tá meio complicada a minha vida. Então me desculpa pelo que houve. Bêbada eu não posso nem te dizer o que senti, ou não.

Courtney apenas ouvia e anuiu com a cabeça compreendendo.

- Está tudo bem. Admito que você me provocou no palco, acho que por isso que deu nisso aqui. Como vai fazer com Alaska?

Katya parou pra pensar. As ideias voando em sua cabeça dolorida. De alguma forma ela se sentia aliviada, mas muito mal por ter bebido depois de anos sóbria.

- Eu... vou dizer a ela. Eu... - suspirou fundo. - eu não sei.

- Katya, você estava bêbada, podemos fazer de conta que isso não aconteceu. Você dormiu na minha casa, porque estava bêbada. Diga só isso.

- Eu... Preciso... Trixie!!!!

- Oi?

- Trixie! Eu tenho que gravar hoje. Puta merda! Eu morrendo de dor. Desculpa mesmo, eu preciso ir. Tenho que está na Wow às duas da tarde pra gravar. Você tem dinheiro pra ir embora?

Courtney apenas assentiu sem dizer nada, um pouco confusa.

- Ótimo! Desculpa... Hã... Hã... Sua bunda é linda! - Katya terminava de se vestir. Saiu do quarto batendo a porta.

O que Katya realmente não poderia ter ideia era de que suas redes sociais estariam todas ali como arma para ela. Estava confusa realmente pelo que houve e renegou a si mesma de voltar a beber e como não se lembrava do que havia acontecido, Katya tentou anular isso de sua mente.

Começou a pensar em Alaska, um sentimento estranho de indiferença e mágoa sobre ela.

Pegou um Uber na porta do hotel e deu as coordenadas para o motorista. Ajeitou um pouco sua roupa e sua maquiagem no carro. Não estava nada agradável, de fato ia ter que se maquiar no estúdio assim que chegasse. Tentou ligar mais de cinco vezes para Trixie e ela não atendia, resolvendo deixar uma mensagem na caixa postal dela: "Tracy, me liga, me responde, cadê você?". Esperou por um longo tempo e nada adiantou. Faltava menos de quarenta minutos para dar duas da tarde é o Uber não chegava no local. Katya com seu toc de pontualidade estava entrando em desespero. Queria ter chego antes de Trixie, queria ter tomado um banho, queria estar limpa. Não conseguia parar de pensar, estava de fato entrando num desespero surreal; exagerado quem sabe. Era Brenda sussurrando em seus ouvidos.

(...)

Pagou o motorista e ajustou seu top cropped em seu corpo. Tentou ajeitar também seu cabelo e colocar um óculos para disfarçar a maquiagem borrada em seu rosto.

- Katya? - Ouviu um sussurro mais não havia ninguém no local. Olhou pelos cantos apenas carros e pássaros.

- Katya vagabunda, aqui dentro do carro! - Dessa vez o sussurro se tornou um grito. Era a voz de Trixie dentro de um Ford Serie F vermelho. Katya estranhou aquilo. Trixie tão discreta num carro tão luxuoso como aquele. A loira caminhou até o carro enquanto tentava tampar seu rosto com uma mecha grossa de seu cabelo.

- De quem é esse carro? - ela encostou-se na porta do mesmo.

- Meu! Comprei.

- Você tá brincando comigo?!

- Claro que não. Eu vi, gostei e comprei.

- É... Você realmente mudou da água pro vinho...

- Cala boca e entra aqui. Eu quero conversar com você. Aliás... Você tá fedendo!

- Shiu, fica quieta, Samantha.

Trixie revirou os olhos e Katya entrou no carro, tirando o óculos e Trixie se assustou.

- Meu Deus! O que aconteceu? Você foi assaltada?

- Uma longa história mas isso não convém.

Trixie se calou e ergueu uma das suas sombrancelhas. O silêncio predominou ali por um instante.

- Então?...

- Katya eu não quero mais fazer isso.

Ela não disse nada, manteve-se encarando Trixie.

- Eu amo a Fame e ela não gosta dessa ideia, não posso ficar aqui, não posso mais trabalhar com você. Eu realmente sinto mui...

- Tudo bem. Você sente muito, eu sinto muito, nós sentimos muito, todos sentem muito. Ótimo, tudo bem, tanto faz, foda-se você e seu relacionamento perfeito. Eu tenho outros problemas pra resolver.

Trixie tentou tocar Katya, mas a mesma a empurrou com brutalidade. Saiu do carro batendo a porta.

A atitude de Katya assustou Trixie nunca tinha visto-a agressiva dessa maneira e o cheiro do álcool era evidente, mas só quando Katya saiu do carro que Trixie notou que Katya não bebia há tempos. Desceu do carro rapidamente tentando alcançar que já estava muito distante dela.

- Katya!!!! Espera!

Ela continuou a caminhar.

- Katya pelo amor de Deus, espera!

- O que você quer, Trixie? Enfia esse teu amor pela Fame no seu cu rosa e depois vende pro teus fãs.

Trixie correu agora, dessa vez alcançando Katya.

- Desde quando você está bebendo?

- O que? - Katya franziu o cenho.

- Você está fe-den-do álcool puro.

Katya se calou e voltou a caminhar.

- Katya para de ser durona, pelo amor de Barbara Streisand. Me diz, o que aconteceu? Por que você bebeu? Conversa comigo.

- Volte pra sua vida perfeita Trixie! E me abandone de novo. Faça o que sabe fazer de melhor.

Aquilo irritou profundamente Trixie, que se importava com Katya primeiramente do que aquele momento tivesse causado.

Agarrou ela pelos seus braços e encarou dentro dos olhos de Katya. Aquele azul, acreditava ela ser azul, notará que na verdade os olhos de Katya eram verde piscina. Quase azul, quase verde.

- O que houve, Katya? - sua voz foi de consolo, na espectativa de não assustar Katya. A loira parou de andar, o semblante mudou no mesmo instante. Encarou os olhos de Trixie e suspirou fundo.

- Eu sinto sua falta... - Deixou escapar. - Eu realmente sinto sua falta. E o que me mata é o fato de que vai me abandonar, mais uma vez. Por... Porque prefere sua vida Barbie Mattel e seu Ken. Perfeitos... Um para o outro.

Puxou seus braços das mãos de Trixie, continuou a caminhar.

- Eu não vou te abandonar, Katya. Eu estou aqui, me ajude a te ajudar.

- O problema que sua ajuda só me atrapalha. Eu queria muito a mesma Trixie por quem eu me... Apaixonei...

O silenciou reinou.

- Sim, é, me apaixonei, mas você fez questão de mostrar que você não era nada do que eu imaginei. Sentimos muito! - Katya foi irônica.

Sua cabeça doía. Naquele momento havia tanto sentimento aflorando em sua pele. Raiva, angústia, desdém, indiferença. Só queria pular essa parte é poder voltar pra casa. Mas continuou, mesmo não segura de si naquele momento, ela andou de cabeça erguida até o estúdio da Wow.

Cumprimentou todos os funcionários com mesmo sorriso no rosto que nunca morria. Katya podia estar devastada, mas seu sorriso era como um remédio para todos e ela sabia o efeito de um sorriso no dia das pessoas. Por isso nunca guardava seus dentes dentro da boca.

(...)

Entrou no camarim, tentou tranca-lo mas não havia tranca naquela porta.

"Ótimo". Pensou ela.

Deu passos lentos até o espelho, encarou seu reflexo sentia tanto ódio dentro dela. Que não estava feliz de ver sua própria imagem.

"Se eu soubesse... Eu não teria aceito nada disso. Nada."

Sentou-se no chão. Estava em outro mundo, queria alguém pra socorre-la, mas quem ela queria não era a mais óbvia de quem a prestaria socorros.

Dobrou seus joelhos e escondeu seu rosto no vão de suas pernas e seu peito. Havia tempos que esse sentimento não afetava tanto Katya assim. Nem ela entendia porquê estava tão abalada. Se era por Trixie, por ter transado com Courtney, por Alaska ter a traído, por ter bebido depois de tanto tempo se recuperando. Talvez fosse um mix de tudo isso afetando-a profundamente e agora ela só queria chorar e jogar todo esse sentimento para fora de seu coraçãozinho.

Tentava chorar baixinho, como aquelas crianças que têm medo de chorar para a mãe não ouvir e questionar o porquê. Não se dava pra ouvir o choro, mas podia ouvir pequenos ruídos por trás das portas. Ela queria estar bem.

A porta foi aberta discretamente que não pôde escutar o barulho da maçaneta sendo girada. Era Trixie, ela não deixaria Katya naquele momento mesmo que agora ela a odiasse. Tentou não fazer nenhum barulho só para ter a certeza de que Katya estava realmente chorando, e não precisou de muito para confirmar que Katya não estava no seu melhor momento. Cuidadosamente sentou-se ao lado da outra que chorava e abraçou com amor, carinho e afago.

- Me desculpa por ter magoado você.

Katya anuiu.

- Você é a pessoa mais especial da minha vida, Katya. Não sei o que houve, e não vou insistir que me diga, mas eu estou aqui, pode chorar comigo.

Dessa vez Katya ergueu a cabeça e encarou o rosto de Trixie. Analisou toda maquiagem e como ela era linda e não conseguia a odiar mesmo que quisesse.

O rosto de Katya estava vermelho e molhado, apenas sentiu a mão delicada de Trixie limpar sua face. Esboçou um sorriso fraco fungando seu nariz.

- Como se sente? - Trixie indagou.

- Brenda diz: Olá, Tracy! Quanto tempo. - Tentou brincar com a situação.

- Pode chorar, sou eu quem estou aqui.

Como aquelas podiam confortar tanto Katya? Como ela conseguia chorar sem ter medo do que Trixie poderia dizer? Ela apenas se entregou ao choro, quieta sem dizer mais nada.

Deitou sua cabeça no ombro de Trixie que a acariciava com cuidado e delicadeza.

- Let the rain come in the window screen, loser a dollar in the vending machine, spill a coffee on my new pair of jeans....

Trixie tentava inventar qualquer música que ocupasse a cabeça de Katya naquele momento.

Cantando palavras que definiram as atitudes de Katya quando estavam juntas. Mas não conseguiu encontrar outra frase que se encaixasse com a música inventada de última hora para acalmar "Brenda" na cabeça de Katya.

- Cuz' you belongs to me... - Katya murmurou a continuação da música, bem baixinho como se fosse algum segredo.

- Gimme traffic I got plenty time... Cold water in the shower that's fine, I can stand here in the waiting line... Cause you belongs to me...and I... breathe you in morning... and I... move with you at night...

Um sorriso surgiu no rosto de Katya e ela continuou aquela improvisação.

- And when you kiss me... If I could fly I'd take you with me... Up to the stars and we'll name them as we go... Up to the stars and we'll name them as we go...

Trixie desta fez se afastou.

- Katya... - a voz se manteve sussurrada da mesma forma em que cantavam.

- Trixie...

Ambas se encararam, o olhar buscava muito mais do que palavras.

Katya olhava profundamente os olhos de Trixie que fazia o mesmo se perdendo naquele par de olhos verdes piscina. Ficaram em silêncio depois que sussurram seus nomes.

Katya colou sua testa junto com a de Trixie. Ambas sorriram.

E Katya voltou a cantar bem baixinho.

- What if I lock myself out again, if I drink till my head till my head starts to spin... Take my hand again and tell me when... Cause you belong to me...

Trixie soltou um riso baixo, encarando Katya novamente. Seu rosto ainda estava vermelho e seus olhos também, mas podia enxergar nitidamente o brilho dos olhos que nunca se ofuscavam.

Mais uma vez elas se calaram, foi quando Katya esqueceu de todas as consequências futuras e permitiu-se selar seus lábios aos de Trixie, a outra tentou hesitar por um breve momento, mas logo estava com seus lábios sobre os de Katya.

Sentiram a união que suas línguas podiam fazer juntas.

Rodeando num sentimento tão gratificante. As mãos de Katya subiram até as bochechas de Trixie com cuidado enquanto se encaixavam melhor naquele beijo.

Ela podia sentir a respiração de Trixie contra a sua e como seu coração palpitava com isso.

Trixie afastou seus lábios e murmurou mais uma vez.

- Some days the sky's like a road... And some nights the stars keep me cold... But every morning I wake up.... I'm home, cause you belong to me...

Katya esboçou um sorriso calmo, encostando sua cabeça no ombro de Trixie e logo fechou seus olhos.

Ela estava em casa.



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