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História Meus amigos não me amam como você. - Capítulo 8


Escrita por: AllyciaRosate

Capítulo 8 - Capítulo 8


- Então você conversou com a Katya?

- Sim. Eu conversei com ela...

- Que ótimo! Então nós estamos bem...

- Eu falei com ela, mas não desisti do programa. Eu não posso fazer isso. Preciso disso e não sou o tipo de pessoa que as pessoas costumam amar.

- Como assim? Você é maravilhosa! - Fame tentou tocar a face de Trixie, mas foi repreendida com um empurrão em sua mão.

- Ninguém entende meu conceito e minha maquiagem. Fui umas das primeiras a sair do programa, tachada de ser ridícula porque eu me dizia ser comedy queen.

Fame se calou.

- Então eu não posso! Não tenho tantos shows e nem patrocínios como você.

Mais uma vez Fame tentou tocá-la mas uma vez foi repreendida.

- Para! Não quero consolo.

- O que a Katya disse sobre isso?

- Katya.... - suspirou. - ela não disse nada.

- Hum... Sei.

Trixie deu as costas para Fame ignorando totalmente aquele momento que ela acreditava não precisar passar. Sua mente estava ocupada agora com outro tipo de coisa.

Ela caminhou da sala que estava até seu banheiro, onde se trancou.

Encarou sua face diante do reflexo do espelho, notara uma marca sutil do vermelho dos lábios de Katya sobre o seu batom rosa.

Ela respirou profundamente. Começou a se despir ainda encarando-se no espelho, estava diante de si mesma mas só via Katya através de si. As imagens passavam nitidamente em sua mente como se ainda estivesse lá. As mãos de Katya tocando sua nunca. Levemente ásperas e pesadas, não era nem de perto como as mãos delicadas de Fame. O hálito forte e presente de cigarro e álcool. Mesmo odiado essa combinação era algo que a prendeu. O gosto da boca da Katya. Suas mãos tocaram seus lábios, limpando o batom enquanto ela se lembrava da textura dos lábios de Katya. Eram inacreditavelmente macios mas logo ela se despertou de seus devaneios.

- Isso foi muito estranho. - disse para si mesma. Logo entrou no banho.

(...)

Ao chegar em casa a primeira coisa que Katya fez foi se jogar no sofá da sala. Nunca imaginou que amaria tanto um sofá naquele momento. Seu corpo implorava por conforto, estava exausta e precisava dormir e descansar as energias.

Ela fechou seus olhos e em seguida pode ouvir o barulho do salto de Alaska ecoando do quarto até a sala. Mas para sua surpresa não foi atacada aos beijos por ela, bem ao contrário, sentiu apenas o peso de panos sendo jogado em seu rosto. Abriu seus olhos e se deparou com Alaska segurando suas roupas em mãos, a fúria em seu rosto era óbvia e Katya só queria poder dormir. Mantém-se silenciosa até Alaska cortar esse silêncio.

- VOCÊ ME TRAIU!!!! - Ela gritou. - Saia da minha casa, vá embora daqui.

- O que? Você me quem me traiu. - rebateu.

- SAIA DA MINHA CASA, KATYA! - Alaska gritava e forma odiosa, seu rosto estava vermelho.

- Eu não vou sair daqui, sou eu quem pago o aluguel desse maldito apartamento. Saia você!

- Por que você está tão calma? Você me enganou!

- Quem te disse que eu enganei?

- Você não viu seu Instagram? O que mais tem nele são fotos suas beijando a Courtney. Vai negar e dizer que é mentira?

Katya apenas assentiu sem dizer nada.

- Você também traiu. - ela agora se levantou.

- Sharon não mantém muito bem a língua na boca.

Os olhos de Alaska se arregalaram.

- Eu não trai você!

- Alaska, não fode!

- Eu não trai você, se eu estou com é porque eu te amo.

Katya deu risada, pegando suas roupas caídas no chão.

- Sharon mentiria por que então? Para de mentir pra si mesma, Alaska. Vai doer muito menos se me disser a verdade.

A morena ficou cabisbaixa enquanto ouvia Katya falar.

- Okay. Eu dormi com a Sharon. Mas foi só uma vez, e eu não tinha pretensão nenhuma disso. Não foi proposital, porque eu amo você.

Katya revirou seus olhos, enrolando suas roupas em suas mãos e jogando dentro de uma mala que Alaska largou pela sala.

- Agora eu posso ir embora... - Disse enquanto fechava a mala.

- Você transou com a Courtney não é?!

- Com certeza eu fodi bastante a xota dela.

Forçou um sorriso e saiu pela porta. Alaska correu para a alcança-la e Katya já descia as escadas do prédio em que moravam.

- Pra onde você vai?

- Apenas saia mais cedo para trabalhar amanhã, volto pra buscar tudo que é meu...

- Katya...

(...)

Talvez Katya estivesse certa, talvez Alaska estivesse certa. Talvez as duas estivessem, ou talvez nenhuma das duas estivessem certas. O ponto de vista de Alaska era a distância que Katya vivia dela. Sempre houve barreira muito concreta que ela não conseguia derrubar, Alaska realmente amava Katya mas sentia falta do excesso de amor e carinho que costumava ter com Sharon. O ponto de vista de Katya era que mesmo ela estando distante de Alaska ainda sim, estaria lá por ela, pelo que a mesma precisasse, ela sabia que não era um exemplo de namorada ou de pessoa com excesso de empatia, mas ela jamais faria o que fez se Alaska tivesse a respeitado de modo que ela acreditasse nesse amor por ela. Certamente não confiava tanto assim em Alaska, já que ela havia traído Sharon e dizia a amar profundamente como amava Katya, ou simplesmente ambas estivessem erradas, por serem imaturas e não souberem dialogar sobre os problemas da relação em que estavam.

Katya se sentia mal pelo que criou e o que gerou. Antes de entrar em seu carro, olhou todo seu feed e sua timeline no Instagram, havia vários vídeos e fotos dela sedenta por Courtney, nem ela entendeu de onde surgiu tanto tesão assim.

Ela dirigiu por um longo tempo sem destino, sua cabeça voltou em Trixie e seus lábios rosados. Ela respirou fundo e sentiu aquele aperto horrível em seu peito de amor não correspondido. Estava tão melancólica que ela mesma estava se odiando por dentro. As árvores pareciam tristes e como o tempo estava naquele dia frio e vazio ajudaram-na a se deprimir ainda mais. Quando Katya notou, estava estacionada em frente a casa de seus pais. Realmente, naquele momento somente sua mãe podia lhe prestar qualquer conforto.

Ela tocou a campainha de sua velha casa, não tinha mais a chave e sua mãe a atendeu.

- Meu amor! - o olhar de sua mãe na porta, foi o melhor remédio e conforto que tiveras naquela semana, seus olhos rapidamente se inundaram em lágrimas. Katya abraçou sua mãe com amor, carinho e carência.

- Oh, mamãe...

- O que houve? Por que está chorando? Por que está suada desse jeito? Por que está fedida desse jeito? O que aconteceu?

Katya limpou seus olhos e em poucas palavras tentou resumir o que houve numa única semana.

- Trixie apareceu depois d'eu ter superado ela, achado que tinha superado ela. Alaska me traiu com a Sharon, eu bebi, e bebi muito porque Trixie e Alaska me detonaram e eu... Eu bebi... E não me lembro do que fiz do que aconteceu e eu transei com a Courney durante esse estágio alcoólico, depois eu beijei a Trixie e me sinto muito mal...

A feição de Pat era de dó. Mas ouvia Katya sem julgá-la.

- Eu me sinto mal porque eu sei que ela não me ama como.... Mãe, eu nunca acreditei em amor. Por que isso está acontecendo? Por que? Eu não quero. Eu quero isso. Isso é pior que ouvir centenas Brendas na minha cabeça.

Pat anuiu, respirando fundo. Tinha muita coisa pra formular e Katya estava desesperadamente aos prantos em seus ombros.

- Vamos entrar, vamos conversar dentro de casa.

- Papai não está aí, está?

- Não, nem seus irmãos, só eu.

- Ta bem. Eu não quero que o papai me veja chorando assim, a última vez eu tinha dezesseis anos e chorei com final de Contact.

Pat deu uma leve risada.

- Está tudo bem. Entra, vou fazer um café com leite pra você. Vá tomar um banho, se limpar e depois você me conta como aconteceu tudo. Sem soluçar.

Katya assim fez, a obedecendo. Entrou num banho quente e demorado. O que ela queria era só dormir e mais nada. Ensabou bem seu corpo querendo tirar todo aquele cheiro de álcool, suor, tristeza e Trixie Mattel de seu corpo.

Quando voltou a sala, sua mãe havia posto uma mesa farta de bolinhos, biscoitos e tudo que Katya costumava comer em sua adolescência nos finais de tarde.

- Mãe, eu acho que eu nunca devia ter saído de casa. - Katya deu risada brincando, sentando-se a mesa junto com sua mãe. Tomou um pouco de seu café com leite e um pedaço de bolinho.

- Então você ama a Trixie mesmo... Ou isso é excesso de carência? Há quanto tempo você não transava? Já que você tirou o atraso com a Courtney. Eu sempre gostei dela, pena que você odeia australianas.

Katya deu uma risadinha baixa e tentou recordar-se há quanto tempo não tinha relações com Alaska.

- Eu não sei exatamente.... Umas quatro semanas.

- Hum. Não é tanto tempo mas acredito que na atualidade seja, já que você vive pra sexo.

- Mãe! - Katya protestou vociferando.

- Mas é a verdade.... Sou sua mãe, eu te conheço.

- Eu amo você, mamãe. Mentira... Eu odeio. Você me conhece e isso me assusta.

- Eu conheço mesmo, a ponto de saber que você gosta da Trixie. Mas por que não ficam juntas?

- Bem, primeiro porque ela não sente o mesmo, e talvez seja só isso, ela namorar outra pessoa não é impedimento.

- Katya foram poucas as vezes que eu te disse sobre amor, já as você não acreditava na ideia. Mas agora eu como sua mãe posso te dizer. Ela não te beijaria a toa e nem voltaria também. Talvez ela esconda o sentimento dela mesma, mas eu sempre acreditei que: se você ama alguém, independe dos riscos que você tiver que passar pra estar com essa pessoa, corra atrás! Porque você envelhece e se arrepende disso pra sempre.

- Eu não sei amar.... - a voz de Katya era trêmula.

Apesar das palavras de sua mãe serem verdadeiras e reais, eram tão pesadas para ela. Como era lutar por alguém que ama? Como ela ia saber se ia ser tudo ou nada? O pavor de pensar que ela poderia perder seu tempo com algo que talvez fosse carência.

Katya não sabia amar, ela não entendia que o sinônimo do amor era o temor. Quem ama teme e ela temia em arruinar o pequeno fio que restou de uma amizade maravilhosa com Trixie. Ela temia em quebrar a cara e no final de tudo ser mais uma na estante de Trixie, pois sabia que Trixie não se mantinha por muito tempo com alguém, e se ela fosse só mais um livro na estante que Trixie não acabou de ler? Seu mal era pensar demais, a ansiedade falava muito mais alto quando se tratava de Trixie. Ela podia e tentava ignorar a voz de Brenda, mas era como se ela estivesse com fones de ouvidos e ainda sim estivesse ligada ao mundo. De fato ela não sabia, mas temia o que dizia que ela a amava.



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