Porque ninguém te salva como eu te salvo.
“Cause nobody knows you, baby, the way I do
And nobody loves you, baby, the way I do
It's been so long
It's been so long
Maybe you are fireproof”.
Sinto minha cabeça latejar, parecia que o sambódromo estava em plenas atividades atrás dos meus olhos. Que ressaca!
Olho para os lados e não reconheço o ambiente, dirijo-me a cozinha e vejo que estou na casa do Chris, pus-me a tomar um enorme copo de água, enquanto aguardava o café. Ele apareceu na cozinha com os olhos praticamente fechados.
– Bom dia migo!
– Bom dia Elizabeth!
– JESUS AMADO!! O que eu fiz de tão grave pra você me chamar assim?! – pergunto parada em sua frente, desesperada pela possível resposta.
– Fazer, fazer não fez, mas me deu um puta de um trabalho, perdeu as chaves da sua casa e a dignidade junto – ele já não estava tão sério.
– Ah, mas se melhor amigo não é pra essas coisas é pra que hein?
– É assim então? BELEZA! Me aguarde no próximo role – disse quase me ameaçando.
– Eu provarei minha lealdade.
Continuei tomando a agua e infelizmente teria que passar o café, meu estômago estava me matando. Olhei na minha bolsa e tinha uma roupa de exercício, porque eu sou assim? Trouxe o único tipo de roupa que certamente não usaria, quer saber? Vou correr. Já estava trocada quando passo pelo quarto do Chris.
– Vou correr, vamos comigo?
– Nossa Lia, você abusa da minha boa amizade – falou me encarando com uma cara péssima.
– Faço um café da manhã com aquele ovo mexido que você adora e é minha especialidade – falei enquanto dava pulinhos, segurando em suas mãos.
– Tá, agora você jogou baixo real, me rendo – disse indo em direção ao guarda roupas.
Chris colocou sua roupa e saímos para a corrida. Não é surpresa que ele não aguentou por muito tempo, mas o fato de ter me acompanhado mesmo não gostando de correr, conta mais que tudo.
Precisei ir a uma farmácia antes de ir pra casa, realmente meu estômago não estava feliz com o tanto que bebi ontem. Já estávamos na fila, conversava com o Chris enquanto ambos mexíamos no celular.
– Eai loco.
– Eai Júlio, beleza?
Não pode ser, às vezes as forças não colaboram com a gente não é mesmo?!
– Oi Lia.
– Oi Júlio.
Pude sentir um certo climão, e na real nem sei dizer porquê. Resolvi dar um fim nisso, nada havia acontecido para aquele cenário fúnebre estar conosco.
– Estamos indo pra minha casa tomar café, quer vir Júlio? – falei sorrindo, tentando ser o mais simpática e convidativa possível.
– Que honra ser chamado pra sua casa Lia, é claro que eu topo – respondeu-me enquanto sorria.
Pra que ele tem que sorrir mesmo? Não consigo me mover, to presa dentro dessa felicidade espontânea e dessa risada gostosa, igual a ele por um acaso. Já estávamos no caminho de casa quando sai do coma que o sorriso desse garoto me deixa.
Chegamos, entramos e fui preparar as coisas pro café, enquanto isso tomei os remédios pra dar um jeito no lixo que meu estômago está.
– Trata bem seu estômago que você judiou dele ontem – Júlio falou se aproximando da cozinha.
– Culpa sua Júlio César! Se não tivesse me desafiado, nada disso estaria acontecendo – disse rindo de ontem.
– A culpa é toda sua Lia, quem mandou aguentar tanto? Ta achando que eu não fiquei comprometido com o tanto que bebemos.
– Pelo jeito me dei mais mal, até porque estou tomando um coquetel de remédios pra melhorar meu estômago.
– Eu já tenho esses remédios separados em um kit em casa, sempre preciso mesmo, estou sempre preparado – disse enquanto sentava-se à mesa.
– Então estamos num empate técnico?
– Por enquanto eu aceito isso, mas com certeza quero revanche!
– Se você insiste em me levar ao alcoolismo compulsório, eu aceito – disse rindo do meu próprio drama.
Deixei os garotos arrumando a mesa, fui ao meu quarto pegar meu computador para mostrar-lhes as fotos do ensaio. Conversávamos enquanto mostrava foto por foto, inclusive as que fiz algumas montagens, como as do Chris.
O computador estava no final da mesa quando vejo um novo e-mail, vou até lá e vejo que confirmaram as duas pessoas que fariam o ensaio essa semana comigo, lia o texto comecei a pular e dar uns gritinhos.
– CHRISTIAN FIGUEIREDO DE CALDAS, CORRE AQUI! – disse praticamente o obrigando.
– Fala Elizabeth! – veio até mim praticamente desinteressado.
– Confirmaram um ensaio nosso para essa semana ainda – disse ainda empolgada.
– Aí sim. – agora ele já estava mais animado.
– Já que você está zero interessado vou dizer logo de uma vez, CHAMARAM A PAVANELLI TAMBÉM.
Ele só gritou junto comigo, me abraçou e rodopiou, eu sabia o quanto ele gostava dela. Nessa vibe que fomos assistir filme.
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