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História Mine - Twenty-seven


Escrita por: Saline

Notas do Autor


Catherine é inocente, gente, tudo o que o Harry repetir muito pra ela, ela vai acreditar.

...

Capítulo 27 - Twenty-seven


Fanfic / Fanfiction Mine - Twenty-seven


London (UK) - 2013, 11th March 一 6:22pm
P.O.V. Catherine Valentine

Eu queria poder dizer que o medo de tudo o que eu já senti nessa casa era maior que a curiosidade que eu tinha sobre o que acontecia aqui... Mas não era verdade. Num dia qualquer, enquanto procurava algo novo para ler (desde que havia terminado os livros sobre o bruxo que morava com os tios, nada mais parecia ser tão interessante assim), eu voltei a subir para as últimas prateleiras de cima e puxei o grande livro de capa velha e dura. Dessa vez tomei muito cuidado para não cair da escada, ele era pesado.

Coloquei o livro sobre a mesa e me sentei, começando a lê-lo. Ele falava sobre os métodos dos romanos de passarem mensagens secretas, contava detalhadamente cada método. Eram símbolos muito estranhos. Depois de ler o mesmo capítulo umas 10 vezes, comecei a entender. E percebi a imensidão da dificuldade.

Se era difícil entender, era ainda mais difícil aprender. Aquilo me deu uma dor de cabeça terrível, eu o fechei. E comecei a me perguntar do porque estava querendo aprender o que ele ensinava, era um livro muito antigo sobre métodos de um povo mais antigo ainda, eu nunca usaria aquilo em nada na minha vida. Então voltei a me lembrar que Harry estava com ele. E comecei a me perguntar então por que Harry o leria. A menos que ele queira passar uma mensagem secreta para alguém, o livro é totalmente inútil.

...

Ele está passando mensagens secretas para alguém? Quem? Que mensagens? E por que?
Mais uma vez as respostas me assustavam.

Já fazia tempo que eu estava parada no mesmo lugar dessa casa. Eu tentei resistir de todas as formas, nenhuma deu certo, Harry deixara claro que não me deixaria em paz. Nem mesmo dormindo, ele sempre dava um jeito de entrar até nos meus sonhos, e torná-los pesadelos.
Me acostumar com sua aproximação não foi tão difícil quanto eu imaginava, no final eu sempre gostava das vezes que ele ficava comigo, a parte ruim era os pensamentos que vinham depois... Eles sempre me pegavam no dia seguinte. E eu me arrependia de ter ficado com ele e de ter gostado.

"Se você gosta, não é errado, Catherine" 一 ele dizia enquanto beijava o meu corpo.

Então por que eu me sentia tão mal no dia seguinte?
Ele fazia questão de responder com a sinceridade que eu não queria ouvir;

"Porque eu não posso ficar com você o dia inteiro, nem todo dia, isso lhe dá tempo para pensar. Pensamentos são traiçoeiros, nos convencem que a pior alternativa é sempre a única verdadeira. Não quero que pense, só quero que sinta... Apenas sinta, Catherine"

Eu sinto... Muito!

Fechei os olhos para a sensação que me consumia como fogo. Eu adorava aquilo. De repente tudo voltava a ser frio e cansativo quando ele saía. Temo que eu esteja querendo ficar mais tempo com ele. Temo só de querer ficar com ele.

...Ele está bagunçando a minha mente.

Eu queria saber mais sobre Harry. Ele é tão sério e misterioso em cada coisa que faz e que o cerca, que quase não me deixava espaço para descobrir nada.

É curioso que todo mundo o defenda com praticamente o mesmo argumento; "ele não é um homem mau, você só precisa aprender a lidar com ele".

Eu estou tentando...

Peguei o livro de cima da mesa e fui para o meu quarto. Com os dias eu troquei minhas horas estudando e lendo outros livros, para o livro de códigos de capa velha marrom.

一 Você tem alguma coisa para me perguntar? 一 perguntou Harry sentado na cama na minha frente.

一 Você não gosta de perguntas 一 lembrei. Era por isso que o livro dele estava de baixo da minha cama.

一 Mas você é curiosa. Talvez podemos jogar um jogo 一 por que eu tinha tanta certeza de que não era um jogo de tabuleiro ou de cartas?

一 Para cada pergunta, você tira uma peça de roupa. Quer jogar? Só tenha cuidado com as perguntas 一 disse ele calmamente.

Olhei para minhas roupas. Não era um jogo muito justo, eu vestia apenas um pijama. Mas de qualquer forma eu acho que acabaria nua nessa noite, então seria melhor que pelo menos ele me deixasse saber de algumas coisas.
Balancei a cabeça concordando e pensei em quais perguntas eu o faria, tinha tantas para fazer. Ia tentar pelo começo, talvez seria melhor para entender.

一 Por que Catherine? Por que me deu esse nome?

Harry abaixou o olhar rindo, o observei, era tão raro vê-lo rir. Foi assim apenas que eu descobri que ele tinha covinhas nas bochechas. Mas depois voltou a me olhar nos olhos.

一 Gosto do nome, me lembra coisas boas 一 responde de um jeito leve, gostoso de ouvir.

一 Que tipo de coisas?

Ele volta a rir, dessa vez balançando a cabeça e sem desviar o olhar do meu.

一 Lembra a minha infância, uma parte dela pelo menos 一 respondeu 一 Já são duas peças de roupa 一 me lembrou, eu percebi que minhas perguntas eram totalmente inúteis.

一 Posso trocar de pergunta?

一 Não pode trocar uma pergunta que eu já respondi 一 respondeu ele ainda muito calmo e molhou os lábios.

Respirei fundo e tirei a parte de cima do meu pijama, e depois a parte de baixo. Abracei meu próprio corpo pelo frio que veio antes da vergonha de estar sob os olhos dele. E pensei na próxima pergunta, acho era a última.

一 Você já matou alguém?

Harry demorou um pouco mais para responder, provavelmente em dúvida, e quando ele abriu a boca, meu coração congelou.

一 Sim.

O que? Ele já havia matado alguém? Matado alguém? Meu Deus! Então todas as minhas suposições sobre isso se confirmavam.

一 Quantas pessoas? 一 um nó se formava na minha garganta.

一 Algumas, mas nunca matei sem motivo 一 respondeu, ainda muito calmo, ao contrário de mim.
Então a pior pergunta veio na minha mente, eu tive até medo de colocá-la em palavras, mas eu precisava saber...

一 Você matou os meus pais?

一 É claro que não, eu disse que não o faria. Sou um homem de palavra, Catherine 一 disse firme.
Um suspiro de alívio me escapou no meio do pânico e nos fez ficar em silêncio.

一 Mais alguma pergunta? 一 continuou me olhando diretamente nos olhos, desviei meu olhar para baixo, só vestia a calcinha.

一 Não tenho mais peças de roupas para tirar... 一 falo baixinho com vergonha, é um pouco humilhante.

一 Isso não é um problema 一 disse e veio para cima de mim, me deitando na cama.

Eu tentei não ficar nervosa ao sentir suas mãos grandes descendo minha calcinha enquanto ele deixava um selinho na minha barriga, um pouco acima do meu umbigo. Logo depois ele desceu, eu prendi a respiração ao sentir ele lamber a minha intimidade. Ele não me dara tempo para pensar. Me penetrou com um dedo, eu gemi de dor, mas não reclamei. Em seguida com mais um dedo, eu gritei.

一 Pára 一 pedi agoniada, ele entrava e saía com os seus dedos, e doía.

一 Você fez perguntas demais 一 falou. Eu me desesperei e tentei me afastar, ele agarrou forte em uma das minhas coxas, me obrigando a ficar ali. 

一 Isso dói 一 gemi.
Ele parou de repente, e da mesma forma aquela sensação ardente cresceu dentro de mim ao sentir minha intimidade ser chupada. Eu mal conseguia respirar.

...

Me sentei de volta na cama na frente de Harry, que me olhava profundamente. Parecia que ele estava lendo os meus pensamentos com a mesma calma de sempre, que chegava até a me deixar nervosa, eu ainda estava me recuperando do que aconteceu...
Harry passou os dedos contornando o meu rosto carinhosamente, eu fechei os olhos quando ele se abaixou para me dar um selinho longo, que se transformou em um beijo quente. 
Eu queria ficar com ele...

Ele me deitou novamente na cama, ficando sobre mim, mas sem soltar o seu peso, e apertou levemente minha cintura. Eu segurei o seu rosto, o beijando. Foi então que eu percebi, sem remorso, que eu queria muito que ele me tocasse. Mas, ironicamente, foi exatamente o que ele não fez. Ele terminou o beijo com um selinho.

一 Harry... 

一 Catherine... 一 murmurou de volta quando ia se levantar, me parecia como um alerta 一 Se eu continuar isso, vou acabar te machucando 一 falou baixo, sua voz rouca arrastada 一 É melhor você dormir 一 se levantou, estendendo a mão para eu fazer o mesmo, eu me aceitei, ficando sentada na cama. 

Fiquei parada vendo Harry apagar a luz do abajur do criado mudo, dar a volta na cama e apagar do outro, tornando o quarto completamente escuro. Eu voltei para debaixo das cobertas, com frio. Quando minha mente ia começar a rodar, me senti ser puxada pela cintura até bater contra o peito de Harry. Estremeci. Mas eu não pensei em me afastar, o cheiro dele acalmou meus pensamentos confusos sobre não dever ficar com ele. Eu queria muito...

一 Boa noite, Catherine 一 sussurrou no meu ouvido, e um arrepio percorreu meu corpo.

Eu relaxei inspirando seu cheiro e fazendo seu braço de travesseiro, era muito mais confortável que o meu. Meus olhos foram pesando...
Fiquei frustrada comigo mesma ao perceber que logo ao acordar, a primeira coisa que eu senti foi a falta de Harry, o seu cheiro ainda era tão bom, era a única prova de que ele esteve ali.

E só depois então veio o medo ao lembrar que ele havia matado "algumas" pessoas. Me lembrei do homem que - quase - entrou aqui nessa casa uma vez, ele me encarou e depois fugiu, e Harry foi atrás dele com uma arma. Aquele homem provavelmente foi uma das pessoas da lista de Harry.

Meu coração acelerou ao encontrar Harry logo cedo na sala de estar, que sempre estava vazia. No fundo do olhar que ele me deu, eu podia rever tudo o que aconteceu ontem. Mas algo além dele me chamou atenção na sala, e quase da sombra saiu Savannah, com seus cabelos louros brilhantes, e abraçou Harry, o beijando.
Eu assisti aquela cena com o estômago revirando, e um sentimento desconhecido e muito pior do que tudo o que eu já havia descoberto desde que morava aqui me tomou conta, sem piedade.
Harry terminou o beijo, que não durou muito, e voltou a me olhar, Savannah se virou para mim, surpresa.

一 Ah, bom dia Catherine! 一 ela sorri, seus dentes brancos perfeitos.

Eu não consegui responder.

一 Que falta de respeito não cumprimentar as pessoas, Catherine 一 Harry diz.

Me virei para sair quase correndo, para qualquer lugar. Até não percebi o último degrau da escada e caí, uma lágrima caiu junto. Pelo aperto no meu coração, eu não me surpreendi estar chorando, eu só não entendia muito bem o porquê.

Voltei para o quarto, me deitando na cama, e logo me dei conta de que foi a pior opção, pois o cheiro de Harry ainda estava ali, me lembrando cruelmente e injustamente da noite passada. E eu me levantei, indo até o banheiro. Sentei-me no chão gelado e abracei meus joelhos, afundando a cabeça nos meus braços.

E mesmo com todas as coisas que Harry tinha feito e que eu sabia sobre ele, o medo que eu sentia dele fora substituído por outro sentimento estranho, mas igualmente torturante.

Reparei que Harry tinha seguido os meus passos até banheiro, onde se agachou na minha frente, e seus olhos muito verdes me encararam profundamente. Eu quase perco o fôlego. Ele inspirou e abriu a boca para falar.

一 Por que está chorando?

Suspirei enxugando meu rosto com as mãos. Eu pensei em mentir, mas eu nem ao menos sabia a verdade.

一 E-Eu não sei.

一 Já chega, Catherine, eu já disse que não quero que você fique assim.

一 Assim como? 一 minha voz estava rouca de chorar.

一 Com ciúmes, se preocupando com o que não deve se preocupar.

A primeira parte era novidade.

一 Não estou com ciúmes 一 digo com raiva.

一 Então por que se importa tanto com Savannah?

一 Porque... 

Eu não sabia porquê. E também não sabia como ele sabia. E no meu silêncio, Harry balançou a cabeça.

一 Eu gosto de você, Catherine, mas você tem que aprender a viver com isso, a viver comigo 一 ele diz.

一 Você quer dizer aprender a viver com você e Savannah? 一 eu não consigo esconder a mágoa na minha voz.

一 Também 一 ele responde 一 Mas não vou obrigá-la a viver com ela 一 ele tocou o meu rosto com seus dedos longos 一 Você é minha prioridade agora.
 



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