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História Minha doce flor de cerejeira - Que meu amor chegue a você


Escrita por: Thewhitewitch

Notas do Autor


Obrigada por ler!!!

Capítulo 1 - Que meu amor chegue a você


Meu coração batia forte, mal podia conter minha respiração ofegante, todos os meus pensamentos só tinham uma direção, um objeto.

Sakura.

Eu a veria novamente, mal podia acreditar nisso. Tantos telefonemas, mensagens, cartas, nosso amor infantil resistiu ao tempo e à distância. Guardava a última imagem de seu rosto na minha mente, Sakura estava corada, os olhos mareados de lágrimas, sussurrou “eu te amo” e saiu corendo pela estação, num arroubo desesperado de quem acaba de descobrir e perder seu primeiro amor.

Prometemos que nos uniríamos novamente, que nos amaríamos apesar de tudo e assim foi, aguardava ansioso os telefonemas de sexta à noite, onde ela discorria animada sobre as coisas ordinárias do seu dia a dia, ela era uma adolescente comum agora que a magia havia sido selada. Ela adorava falar e eu adorava escutar, podia ser sobre qualquer coisa, seu caderno rosa comprado para a matéria de língua japonesa, suas péssimas notas em matemática, eu só queria ouvir sua voz, sua linda voz.

Às vezes me perdia nos seus longos discursos prestando atenção nas suas pausas ritmadas, nas risadas abafadas, nos suspiros ofegantes, imaginando sua expressão ao dizer aquilo. Me torturava não poder tocá-la, sentir a maciez dos cabelos castanhos, não poder me perder nos seus doces olhos cor de mel, ainda sim, conhecia cada expressão de Sakura, ela era como um livro aberto, uma flor que oferece tudo que tem, tudo estava expresso naqueles enormes olhos.

Mas não bastava.

Eu possuía uma foto recente de Sakura na gaveta da minha escrivaninha, foto que era meu tesouro, minha garota havia crescido e se tornado uma linda mulher como eu havia imaginado. Por dentro ela ainda continuava a ser doce, inocente e totalmente inconsciente da sua beleza. Ela era pura e eu sabia não merecer esse presente do destino, mas não era bom o suficiente para deixá-la, assim eu a mantive conectada a mim por essa linha de carma, eu era um ser egoísta e ela era minha.

Não disse nada sobre minha visita, queria lhe fazer uma surpresa, mas aqui estava eu, totalmente paralisado de medo. Voei de Hong Kong logo que as aulas terminaram para aproveitar jundo dela o festival de verão, era sua festividade favorita, alegre e colorida como ela. Vesti uma Yukata tradicional japonesa, ela tinha dois tons de verde, um profundo verde esmeralda se intrincava com um verde musgo em desenhos complexos. Sakura dizia que a cor ficava bem em mim, que eu era como a força da natureza, constante e forte. Nada disso minha querida Sakura, eu era fraco e volúvel, minha paixão por você fazia isso, faz eu não dormir pensando nas coisas que você não me contou do seu dia, faz eu ter medo de me tornar só a memória do seu primeiro amor enquanto eu perco todas as coisas importantes da sua vida, faz eu desejá-la tão forte que me torna submisso.

Aqui estava eu, escondido entre as árvores como um criminoso, observando sua vida de longe, mas como eu queria fazer parte dela. Ao longe pude distinguir sua figura, era impossível não ver, Sakura estava linda numa Yukata rosa claro com flores de cerejeira em tons distintos do mesmo rosa. Mesmo de longe pude notar como ela havia mudado, a foto não fazia jus, ela estava bem mais alta, os cabelos permaneciam curto, destacando ainda mais seu pescoço longo como de uma garça, ao contrário de seu antigo jeito meio moleca ela, agora, caminhava com graça em pequenos passos. Ela então olhou justamente em minha direção com um olhar perdido, como se estivesse em transe. Os mesmos olhos claros e expressivos. Deus, como ela era linda, a pele parecia ser feita de cedro, aqui, abrigado pela noite eu poderia observá-la sem receios.

É claro que nós dois mudamos, depois de 7 anos não poderia ser diferente, mas meu amor se manteve o mesmo, a não ser pelo meu desejo crescente por ela. Nosso amor começou quando tínhamos apensa 10 anos, mas eu já sabia que seria o último, estávamos destinados eu sabia, mas à medida que crescíamos, só dizer não era o suficiente, queria mostrar à ela todo o meu amor, toda a força da minha paixão, queria saber que ela era minha e só minha. Era um sentimento mesquinho esse que crescia em mim, mas não importava, não queria assustá-la, mas faria qualquer coisa para tê-la ao meu lado agora e para sempre. Será que ela sentia o mesmo? Será que Sakura ainda me amava? Ela me aceitaria agora que sou praticamente um estranho?

Alguém chamou seu nome e Sakura pareceu despertar de seu torpor, se virou e começou a falar com alguém. Me aproximei mais para conseguir distinguir a figura, seria Tomoyo? Meu coração gelou no momento em que vi grandes mãos masculinas apoiando suas costas e a impulsionando para frente. Quem era esse? Não era Toya ou Yukito, ele sabia bem. O garoto era alto e parecia ser mais velho, talvez 20 anos, cabelos escuros, tinha uma estrutura grande e olhos muito negros. O garoto gravitava ao redor de Sakura e agia como se ela fosse sua. Sakura jamais o trairia, ela não seria capaz disso, ele a conhecia bem, mas ela poderia estar se apaixonando por outro? Ela poderia estar apenas acostumada a sua presença, poderia se sentir ligada a ele por obrigação, Sakura era fiel e boa, poderia temer magoá-lo e, assim, continuava a manter a relação. Poderia ser isso? Syaoran se sentiu zonzo e o sangue parecia ter congelado, ele entrava em pânico só de pensar em perder sua linda e preciosa Sakura.

Sem refletir muito, ele saiu correndo dentre as árvores e arbustos até onde Sakura se encontrava e se postou diante dela e do estranho. Sakura olhou para ele e não havia espanto, medo ou decepção, seus olhos se abriram, as pupilas dilatadas, seus lábio pareciam formar palavras que não saíam, ela parecia ser guiada por uma voz invisível e de repente, ela se jogou no seu pescoço, ele podia sentir os beijos, a inspiração profunda, como se ela tentasse memorizar seu cheiro, e a umidade das lágrimas que ela derramava por ele. Por ele.

Era por ele que ela chorava desesperadamente.

Era por ele que ela não conseguia formar frases coerentes.

Só havia ele e ele no mundo.

Ele tomou suas faces e beijava suas lágrimas, abraçou forte seu pequeno corpo, e não pretendia soltá-la nunca mais. Tomou sua mão e saiu correndo pelo pátio do templo onde ocorria o festival, sem sequer olhar para trás ou para onde iam. Sakura ria e chorava, segurava forte a sua mão e corria como se não houvesse nada mais importante no mundo. Seu coração estava inflado de orgulho e amor da garota que ele amava desesperadamente.

Ele parou sob uma grande árvore de cerejeira e por um instante fechou os olhos, fez uma prece de agradecimento e pediu à lua  e à noite para que os guardasse de todo mal. Se virou para Sakura, a puxou para si e lhe deu o primeiro beijo guardado há tantos anos e distância, sabia que poderia assustá-la e até machucá-la, mas não importava, ela lhe pertencia e nem Buda conseguiria tirar essa mulher dele. Sem interromper o beijo, moveu seu corpo em direção à árvore e apoiou Sakura gentilmente, beijava seu pescoço, o lóbulo de sua orelha, sentia o perfume natural de flores exalando de seu corpo, Sakura permanecia de olhos fechados, a expressão atormentada de desejo e privação, o corpo retraído e ao mesmo tempo entregue. A imagem fascinava Syaoran.

- Sakura.. abra os olhos

- Não posso..

- Abra os olhos meu amor.

Sakura abriu lentamente os olhos e Syaoran pousou um beijo em sua testa.

- Como você é linda, como eu te amo, nunca mais me deixe assim.

- Assim?

Syaoran sabia como Sakura era inocente e inconsciente do que despertava nos outros. Ele estava cego de ciúmes, raiva, desejo e amor. Precisava dela para voltar a ter paz.

- Vamos embora.

- Tem tanta coisa que eu preciso te falar, tanta coisa pra contar..

- Não hoje Sakura, hoje não há conversa. Venha.

Sakura me olhou com certo espanto e eu sabia que ela estava tentando me reconhecer no garotinho por quem ela se apaixonou. Eu não era mais ele, somente a sombra, mas eu vou fazer você me conhecer novamente. Você vai aprender a amar o novo eu, não vou deixar você escapar meu amor. Mesmo que não seja o melhor pra você.

E assim eu levo Sakura pela mão e adentro a noite, ela é meu sol, ela ilumina minha escuridão. Você ainda não conhece nada do mundo, mas eu a ensinarei. Sem questionar Sakura me segue para o desconhecido.


Notas Finais


Esperem a continuação...


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