1. Spirit Fanfics >
  2. Minha Salvação >
  3. Capítulo XIX - Memórias em pedaços

História Minha Salvação - Capítulo XIX - Memórias em pedaços


Escrita por: KimBabby

Notas do Autor


Ooie gente, tudo bom?

Antes de mais nada, sei que vocês querem me matar por não ter postado semana passada, mas quero dizer que teve um bom motivo. Vocês sabem que estou sem tempo por causa da escola e dos meus trabalhos e tal, ou seja semana passada o capítulo não estava pronto, não poderia postar ele incompleto. Só terminei ele na terça, e mesmo assim não tive tempo de parar para revisar e postar bonitinho. Está tão corrido esse mês que estou pirando, tanto trabalho e provas que só Deus kkkkk Mas quero pedir desculpas por não ter postado, vocês como leitores merecem toda semana um capítulo, mas dessa vez não deu mesmo, me perdoem sim? Para melhorar esse capítulo está com mais coisas dos passados de ambos, principalmente do Eren. É isso meu povo, mais uma vez desculpe pela demora e espero que gostem. Até as notas finais!

Boa leitura! <3

Capítulo 19 - Capítulo XIX - Memórias em pedaços


Fanfic / Fanfiction Minha Salvação - Capítulo XIX - Memórias em pedaços

Os sons dos pássaros do lado de fora do quarto indicavam o início da manhã, junto com o céu claro e os raios de sol que adentravam a pequena fresta da janela. O Ackerman dormia tranquilamente entre os lençóis, sua respiração rítmica e calma mostrava o cansaço que se encontrava pelo dia anterior. Seus pensamentos estavam focados cem por centro em Eren, na conversa que teriam. O que diria ao mais novo? O que falaria? A única forma de amenizar a confusão mental, foi dormir para recarregar as energias para a semana de aulas. Porém, seus sonhos que se seguiram, não vieram para trazer paz ao professor, pelo contrário, lembranças eram mais dolorosas do que simples sonhos ruins.

Sonho On 

"Levi...tem certeza? Não acha melhor procurarmos outro jeito?"

"Não existe outro jeito. Temos que fazer isso. Custe o que custar..."

"Mas...não parece correto..."

"Eu não sei o que é correto a muito tempo Hanji...e não me importo com as consequências..." 

¥~~~~~~~~~~~~~¥¥~~~~~~~~~~~~~¥

"Eu o encontrei...você vai até lá?"

" Sim. Quanto mais rápido isso acabar melhor..."

"Levi...eu não sei se quero fazer isso. Ele...bom...não é qualquer pessoa..."

"Foi o acordo Hanji. Ou fazemos ou ficamos assim para sempre...não existe outro jeito..."

¥~~~~~~~~~~~~~¥¥~~~~~~~~~~~~~¥

"Você sabe bem o que irá acontecer se você me matar"

"Eu não tenho escolha. São ordens que recebi, e como bem sabe. Ordens devem ser cumpridas não importa quem seja, ou quem é dentro da hierarquia."

"Não tem? Agora eu pude entender, na verdade eu sabia o que você faria aqui quando entrou por essa porta. Você Ackerman, trocou sua liberdade pela minha vida, não foi?"

¥~~~~~~~~~~~~~¥¥~~~~~~~~~~~~~¥

"Não se preocupe Ackerman, para tudo tem uma primeira vez."

"O barulho do disparou soou pelo cômodo fechado, acertando em cheio o coração do homem. O sangue escorreu de seu lábio direito, junto com o sangue saindo da ferida feita pelo tiro. O homem, sorriu para Levi, respirando uma última vez antes de fechar seus olhos verdes como esmeraldas, e cair no chão frio da sala. Sujando o piso marrom com o sangue vermelho..."

"Acabou..."

"Levi colocou a arma sobre o corpo já morto do homem, o olhou antes de sair pela porta do cômodo. Deixando para trás não só uma pessoa que matou com suas mãos, mas deixando também o seu passado junto com o homem morto."

¥~~~~~~~~~~~~~¥¥~~~~~~~~~~~~~¥

"Você...fez?"

"Sim...eu o matei..."

Sonho Off

O Ackerman abriu os olhos assustado, sua respiração desregulada e o suor que desciam por seu rosto mostravam o nervosismo que se encontrava pelo sonho. Olhou ao redor, se certificando que ainda estava em Le Rosey, em seu quarto na Suíça. Fechou os olhos, ouvindo seu coração bater tão rápido como se tivesse corrido uma maratona de horas. Colocou a mão em sua testa, a sentindo molhada pelo suor. Suas mãos tremiam, apertou o lençol entre os dedos. Fazia tanto tempo que não tivera nenhum outro sonho, e agora teve outro pior que o anterior. Se lembrando das conversas, das vozes, o timbre da voz do homem que matou, a cor de seus olhos tão vivos como os de Eren, o sorriso de lado igual ao do jovem e o som do disparo que soou pelo cômodo naquele dia. Sensações que queria esquecer, mas pareciam voltar a cada segundo, lhe mostrando e dizendo que o seu passado estava ali junto consigo, o manchado de vermelho. Como poderia esquecer algo que o fazia ser quem é? Mas o professor não queria ser quem era, não mais. Respirava com calma para se controlar, levantando da cama visualizando o céu azulado do lado exterior, balançou as mãos, abrindo a janela para entrar ar. Se sentia sufocado, parecia que o ar tinha desaparecido, sua garganta impedia seu oxigênio e seus pulmões pareciam ter parado, mas não seu coração, ele estava batendo tão rápido como naquele dia. O mesmo som...Tum...Tum...Tum...parecendo um relógio lhe avisando. Entrou no banheiro, vendo sua imagem refletida, sua aparência continuava impecável, porém seus olhos mostravam dor e desespero, culpa, remorso. Suspiro, colocando as mãos em seu pescoço onde marcas arroxeadas de chupões estavam, marcas feitas por Eren e sua boca habilidosa. Então o nervosismo, a agonia, e a culpa deram lugar a calma, tranquilidade e ansiedade para ver o jovem, queria poder o ver e o sentir de novo, como ontem. Poder beija-lo. Conversariam e poderiam dizer suas reais intenções, isso não tirava o lado errado de tudo, mas não se importaria muito. Tirou as vestes, ligando o chuveiro, permitindo que a água gelada percorresse seu corpo e acalmasse seu ser, relaxando os músculos, podendo deixar seu corpo mais leve. Em dias que seu passado lhe afligia, o mundo parecia sobre suas costas, podia jurar que via o sangue em suas mãos. Como poderia viver daquele modo? Desligou o chuveiro após se lavar, pegando a toalha enrolando em sua cintura. 

Saiu do banheiro, pegando uma calça jeans com lavagem escura e uma blusa social vinho, passou as mãos nos fios molhados para os arrumar, pegando sua maleta. "Droga...o celular do Eren...", abriu as gavetas para o procurar, encontrando tudo organizado como deixava, mas sem sinal do aparelho. "Eu o levei comigo no sábado, mas eu não lembro de...será que ficou na boate? Eu tirei minhas roupas e....deve ter caído lá ou enquanto eu pilotava a moto. De qualquer forma, vou ter que comprar um novo para ele...como eu pude ser tão descuidado? Claro, estar com a boca colada com a dele não ajudou a nada...Tsh...", estalou a língua, saindo do quarto, fechando a porta com sua chave.

- Levi! - Ouviu uma voz grossa no corredor, levantando sua cabeça, fitando a primeira porta, visualizando Mike com um sorriso para si caminhando em sua direção. O loiro carregada uma pasta junto consigo, parou em frente ao Ackerman mantendo o sorriso em seu rosto - Não te vejo dês de sexta, estava em Rose, não é? 

- Sim, eu fui obrigado a ir. - Revirou os orbes, ajeitando sua postura.

- Eu não te vi, voltou no sábado? - O professor negou com a cabeça, fazendo Mike abrir um sorriso divertido - Voltou ontem? - Ouviu um xingamento do menor, rindo baixinho - Eu sabia que a Hanji não ia deixar você voltar no sábado, uma vez ela me fez chegar na segunda de manhã. Tive que dar aula de ressaca.

- Se eu ver ela, sou capaz de estrangula-la, ela me deixou em Rose e foi para Sina. - Falou, ouvindo as risadas altas de Mike, fitou o loiro com raiva que pediu desculpas - Ela é louca.

- Ela apenas é excêntrica. Mas acho que a viagem não foi perdida, não é? - Abriu um sorriso malicioso, que fez o Ackerman levantar a sobrancelha em dúvida - Digo, não que eu ache ruim. Mas o diretor não gosta muito de exibições da nossa vida pessoal, e as marcas no seu pescoço, vão fazer alguns alunos comentarem. - Apontou para o pescoço do menor, onde se podia ver quatro marcas bastante evidentes e outras menores.

- Droga, tinha me esquecido. - Colocou a mão no pescoço, sua blusa não cobriria as marcas expostas.

- Mas tenho que dizer, a mulher que fez isso deve ter uma vontade insaciável. Está muito marcado. - Soltou uma risada divertida, vendo o Ackerman bufar irritado - Como sou um bom amigo, eu vou te emprestar algo que me ajuda quando tenho o mesmo probleminha. Me acompanhe. - Andou até sua porta no início do corredor, a abrindo sendo seguido por Levi. O quarto do loiro era como o seu, uma cama, guarda-roupa, escrivaninha, e um banheiro, tirando o fato da bagunça e as várias roupas espalhadas pelo chão. Parou no meio da porta, vendo o maior procurar dentro de uma gaveta - Achei! - Sorriu, colocando na mão do Ackerman um pequeno tubo bege, com o nome de alguma marca famosa.

- Maquiagem? Como maquiagem vai me ajudar? - Fitou o loiro sem paciência.

- Qual é? Vai me dizer que você nunca usou maquiagem para esconder alguns chupões? É a melhor forma de esconder, e ninguém percebe. - Pegou de volta o tubo, colocando um pouco em sua mão, se aproximando do professor que recuou alguns passos - Vai me dizer que você prefere ir assim para a aula? Acredite os alunos são piores do que imaginam. - Levi pensou por um estante, suspirando deixando seu pescoço a mostra - Caramba são muitos!

- Você vai passar ou falar? - Mike se desculpou, espalhando a base na pele pálida do outro até que cobrisse as marcas arroxeadas - Pronto. Ninguém vai ver. - Piscou, fazendo Levi revirar os olhos arrumando sua blusa - Mas me fala. Quem foi a garota que fez isso? Ela deve ser bem selvagem para ter deixado isso aí...

- Olha, eu não falo da minha vida pessoal para ninguém. - Falou grosso, Mike deu de ombros jogando a base em sua cama desarrumada. Saíram do quarto, e seguiram para fora do dormitório. O loiro começou a falar sobre o clima, enquanto o Ackerman se perguntava se Eren teria acordado. Pensando na conversa que teriam, e como falaria sobre aquilo que tiveram, teria que manter sua postura e não se deixar levar como nas últimas duas vezes. Mas quando se tratava de Eren, tudo era imprevisível. E Levi estava começando a gostar disso.

¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤¤

Eren dormia tranquilamente em seu quarto, sua respiração pesada dava-se pelo cansaço do final de semana. Tinha dormido direito dês de quando adormeceu ao conversar com Armin, seu corpo pedia descanso, afinal Levi era um pouco agressivo na cama, o que fazia seu corpo ficar dolorido. Seu sono foi interrompido por um travesseiro jogado em sua cabeça, resmungou, abrindo os olhos vendo o loiro parado ao seu lado com o rosto irritado.

- Estou te chamando há dez minutos. Como pode dormir tanto? - Falou, revirando os olhos - Levanta logo, temos que ir para o refeitório em quinze minutos.

- Quinze? Tenho tempo de sobra... - Murmurou com a voz rouca pelo sono, se envolvendo nas cobertas, sentindo as mesmas serem puxadas.

- Você quer morrer? A Mikasa está preocupada por não ter te visto ontem, então sugiro que levante e se arrume, antes que ela venha aqui e faça o dormitório inteiro acordar. - Cruzou os braços, fitando o moreno, mas semicerrando os orbes azuis no pescoço alvo do amigo que se encontrava marcado com diversos chupões - Ai meu Deus você transou com quem? - Essa pergunta fez Eren levantar da cama com pressa, sorrindo para o loiro caminhando para o banheiro - Eren? - Seguiu o maior, parando alguns centímetros da porta.

- Vou me arrumar. - Fechou a porta, suspirando aliviado, como explicaria a Armin? Ou a Mikasa? Annie?  E se eles perguntassem? Não tinha pensando nessa desculpa. Respirou fundo, tirando suas roupas e entrando no chuveiro. Seu corpo relaxou, ainda sentia suas pernas e quadris doloridos, mas comparado ao dia anterior, sua dor era quase nula. Pensava em ver o Ackerman, mas especificamente em quanto o ver, afinal marcaram de se falar depois da aula. Falar sobre eles? Ou sobre as transas que tiveram? Eren não sabia o que falaria para Levi, apenas sabia que queria beijar o professor de novo, o tocar, o sentir, sentir todas as sensações que tivera antes, as queria ter de novo. Mas será que o mais velho queria? Ou diria para esquecer e seguir como se nada tivesse acontecido? De todas as opções, essa era a que ele menos gostaria que acontecesse. Ignorou tais pensamentos, terminando de se banhar ainda vendo as marcas deixadas em seu corpo pelo Ackerman, sorriu de lado ao se lembrar da agressividade do outro consigo. Teria que admitir, Levi conseguia o fazer se perder em prazer, nunca tinha sentindo tanto sentimentos misturados como sentia com o professor. O ter entre suas pernas, o beijando, o marcando, o sentimento em cada parte do seu ser, e ter aquela voz grave e rouca em seu ouvido, dizendo entre sussurros e investidas seu nome com luxúria, poderia ser considerado considera a oitava maravilha do mundo. Espantou seus pensamentos impuros, fechando o chuveiro, saindo do banheiro com uma toalha em volta da sua cintura. Abriu a porta dando de cara com Armin, com as pernas cruzadas, sentado em sua cama fitando a porta.

- Achei que tinha saído... - Comentou, tirando a toalha da cintura fazendo o loiro corar violentamente, fechando os olhos. 

- Eu quero saber...ah...que marca são essas...no seu corpo... - Falava envergonhado, se levantando virando de costas para o moreno - Tipo...

- Eu passei a noite com uma garota... - Disse sentindo sua garganta seca pela mentira, mas não poderia falar que dormiu com o professor de história deles. Teria que ser um segredo entre ele e Levi. 

- Típico. Sabe ao menos o nome dela? - Olhou para Eren o vendo apenas de box, engolindo em seco, afinal o maior possuía um pelo corpo, atraente para muitos, inclusive até um pouco para si mesmo.

- Claro que sei. - Mordeu os lábios pensando em um nome que poderia dizer, se recordando da ruiva que quase dormiu - Daiane.

- Daiane? - Armin levantou a sobrancelha ao ouvir o nome da menina - Espero que ela não seja uma prostituta ou...

- Ela não é Armin. É só uma garota que encontrei no bar, e você sabe as coisas evoluíram. - Sorriu para o menor, terminando de vestir a camiseta do colégio. Arrumando seu cabelo no espelho, lhe dando um ar charmoso e sexy.

- Evoluíram para uma cama de boate? Hum, bom saber. - Ironizou, pegando seus livros, abrindo a porta acompanhado de Eren atrás de si. Armin nunca aprovou aquele comportamento do moreno, o maior saia para as boates e trasava com alguma menina que lhe desse moral. Tirando o fato do vício em cigarros que o outro tinha desde novo, a primeira vez que viu Eren fumar foi com quatorze anos, o moreno escondia esse detalhe de todos, mas uma hora Mikasa descobriu e o obrigou a parar. Porém, sabendo da rebeldia do amigo, sabia que ele fumava escondido para não ouvir sermões da menina. 

- Acredite foi ótimo. - Falou, sendo sincero pela primeira vez na conversa. Armin revirou os olhos, seguiram para a cantina onde visualizou a mesa com seus amigos. O loiro pediu para Eren guardar um lugar para ele, enquanto ele pegava comida para ambos. O moreno concordo, andando até a mesa, se sentando ao lado de Annie, que sorriu gentil para si - Quais as novidades? - Perguntou de bom humor, o que estranhou o restante.

- Novidades? Onde você estava? Porque não atendeu a porra do celular? Que horas foi embora? E... - Mikasa parou de falar ao ver a marca roxa no pescoço de Eren - Você dormiu com alguém? - Quase gritou, fazendo todos do refeitório os olharem estranhos. 

- Quer falar baixo. E sim, dormi. - Respondeu irritado pelo exagero de Mikasa, que o matava com o olhar cortante e raivoso sobre seu rosto.

- Dormiu? Você foi espancado? Olha todos esses roxos. - Annie falou, fitando de perto os arroxeados visíveis.

- Caramba Eren, que menina selvagem é essa? Olha o seu pescoço. - Ymr soltou uma risada divertida, que fez com que Mikasa olhasse feio para a morena.

- Não está tão feio assim. - Colocou a mão na região, se culpando por não ter coberto as marcas antes de sair do dormitório.

- Claro que está, dá para ver de longe. - Sasha disse com a boca cheia, fazendo Eren bufar irritado pelos comentários.

- Qual o nome dela? - Jean perguntou sarcástico, ouvindo um palavrão da boca do moreno para ele, que apenas aumentou o sorriso em seu rosto - Qual é? Preciso saber, afinal para uma garota fazer tudo isso, ela deve ser boa de cama. 

- Jean! - Ymr reprendeu, tampando os ouvidos de Christa, que olhava para Eren divertida - Não fale essas coisas assim.

- Ue, porque não? Tudo mundo já transou aqui, ou pelo menos fez sexo oral em alguém. - Jean disse, fazendo Christa, Connie e Mikasa ficaram vermelhos pelas suas palavras. A última era mais de raiva do que vergonha. 

- Tudo bem, chega dessa conversa. - Annie cortou o clima, olhando para Eren com um sorriso travesso - Mas creio que você também fez sua parte, não é? - Piscou, ouvindo um murmúrio do moreno. 

- Do que estão falando? Ouvi você gritar da cantina. - Armin chegou, entregando para Eren uma maçã, sabendo que o mesmo não sentia muita fome de manhã.

- Da transa do Eren. - Annie respondeu, sentindo um papel jogado em seu rosto por Mikasa - Qual é? É verdade. Vocês são caretas, parece que não pode ouvir a palavra sexo que surtam.

- Eu só não gosto de falar sobre o assunto. - Mikasa respondeu, revirando os orbes negros - Tenho que ir, preciso passar na biblioteca primeiro. - Se levantou, não fitando Eren, que não entendeu o atual comportamento da amiga consigo.

- Tenho que pegar meu livro, esqueci de novo. Vejo vocês na aula. - Ymr se levantou acompanhada de Christa, Sasha e Connie, se afastando da mesa para o dormitório. 

- Por que quando falamos de sexo todo mundo se esquiva? - Annie perguntou emburrada, cruzando os braços em frente ao peito.

- Eu não. Por mim pode falar disso abertamente. - Jean sorriu sínico, voltando a comer seu café da manhã. Armin fitava o maior sentado à sua frente, se perguntando se Jean já tinha perdido a virgindade com alguém, queria que a resposta fosse não se possível.

- Para você tudo é normal. Vou no banheiro, vejo vocês na aula. - Eren beijou a bochecha de Annie, andando para fora da cantina recebendo olhares das garotas. O mais novo não podia evitar, quase todas as meninas o olhavam quando passava, e a maioria tentava algo consigo. Mas sua mente estava no professor, queria o ver logo, esperar a primeira aula para o ver parecia uma tortura. Suspirou, entrando no banheiro, abrindo uma das cabines. Sentou no vaso com a tampa fechada, trancando a porta, pegando o maço dentro do seu bolso, abrindo a caixinha tirando um cigarro, colocando em sua boca o acendendo com o isqueiro que estava junto com os cigarros. Tragou a fumaça, sentindo a nicotina adentrar sua garganta, descendo direito para seus pulmões. Fechou os olhos soltando a fumaça dos seus lábios, sentia seu corpo relaxar e sua mente se acalmar. Se encostou na parede fria, mas não se incomodando com a superfície gelada. Segurava o cigarro entre seus dedos, vendo a fumaça sair do mesmo lentamente. Se recordava da primeira vez que fumou, estava em Rose para uma festa com seus amigos, por algum motivo decidiu sair da boate e ir até uma lojinha de conveniência, quando entrou no lugar iria apenas comprar algo para comer. Mas viu os cigarros em uma prateleira, por um segundo pensou em ignorar, mas sua curiosidade era maior. Pegou uma caixinha, pagou por ela e saiu da loja, afinal ninguém se importava se um menor comprava cigarros, pelo menos na época. Saiu da loja e acendeu o seu primeiro cigarro, quando sentiu a fumaça se instalar, uma tosse começou, mas não se importou ainda insistindo em terminar o mesmo. Quando terminou de fumar, pode constatar que não era tão ruim. Assim, seu vício pela nicotina começou. 

No início, fumava apenas quando estava ansioso, nervoso ou estressado, mas agora não conseguia ficar um dia sem fumar. Era raro quando ficava mais de vinte quatro horas sem acender um cigarro. Aproveitava agora que estava sozinho para fumar, já que ninguém iria lhe encher o saco. Tragava a fumaça com gosto, sentindo o amargo em seu paladar, fitou o teto branco do banheiro, fechando seus olhos novamente, seu coração doía, acordava com aquela sensação horrível, que o matava por dentro a cada respiro. 

Lembrança On

- Mamãe? Mamãe? - Eren estava agachado ao lado de um corpo ensanguentado, balançando o braço da mulher diversas vezes. Sua voz infantil se encontrava chorosa e frágil, Eren era frágil. As lágrimas dos seus olhos pingavam no rosto machucado da mulher, tendo a marca roxa dos tapas que levará marcando sua pele branca. O pequeno garoto segurava na mão gélida e imóvel do corpo, chamando incontáveis vezes, mas não tendo resposta.

- Pegue a criança... - Uma voz distante disse, guardando a arma. O outro homem junto com o primeiro, caminhou até Eren o puxando para longe do corpo.

- Não...mamãe! - Eren gritou tentando se soltar da mão grotesca e forte do homem, apenas aumento a força imposta em seu braço - Mamãe! Mamãe! - Chorava compulsivamente, vendo o corpo ficar distante.

- Ela morreu garoto. Sua querida mamãe está morta. - O outro homem com um sorriso maldoso falou, olhando para Eren com frieza.

Mesmo com olhos embaçados pelas lagrimas, mesmo com a dor em seu rosto pelo tapa que levou, mesmo sendo apenas uma criança. Conseguiu ver, tão claramente como uma cena de um filme de terror, o sangue vivo no chão, se espalhando pelo tapete branco da sala. As manchas de sangue das pegadas dos homens, marcando sua casa. Podia ver sua mãe, caída no chão com os olhos abertos o fitando, lágrimas manchando seu rosto bonito. Viu o corpo de sua mãe, no chão, coberto pelo próprio sangue. E seus gritos que tentavam a alcançar, mas era inútil. Era apenas uma criança.

Lembrança Off

Abriu os olhos rapidamente, sentindo uma lágrima lhe descer o rosto, suas mãos tremiam. Seu coração acelerado e machucado pela visão que teve, parecia que o ar tinha lhe faltado. Sentia uma dor em seu peito, como se seu coração estivesse se quebrando. Levou seus dedos gelados ao seu rosto, sentindo o molhado por sua lágrima, prendeu o ar. O cigarro estava no final, mas apenas tinha o tragado duas vezes. Desviou os olhos para o chão, tendo sua visão embaçada, estava nublado. Ouvia cada batida do seu coração e cada grito que deu naquele dia, pareciam facadas em si mesmo. Cortes profundos demais. Se levantou da privada, abrindo a porta em um estrondo, cambaleando até a pia jogando o cigarro inacabado na mesma, fitou seu reflexo, podendo ver o terror em seu olhar. Seu rosto estava pálido, seus lábios brancos. "Mamãe! Mamãe!", sua voz gritando soava em seus ouvidos, parecendo um filme de terror. "Eren! Soltem ele!", a voz de sua mãe em dor e desespero o matava, arrancando seu coração para fora do peito. "Tum...Tum...Tick...Tack...", um relógio lhe indicando o momento. Então tudo veio de novo.

Flask Back 

- Por favor...não façam isso...eu imploro... - A voz de sua mãe pedia por misericórdia, a voz embargada pelo choro.

- Pegue ele... - O homem alto com um sorriso cruel ordenou para o parceiro, que andou até criança agachada ao lado da mãe, o pegando pelo braço, a tirando da mão da mulher bruscamente.

- Lindos olhos...como os do seu pai. - O homem falou, puxando Eren para longe da mãe, a criança assustava começou a chorar e chamar pela mulher.

- Eren! Soltem ele! - Se levantou, levando um tapa no rosto do homem com a arma apontada para sua cabeça. Carla caiu no chão, sentindo as lágrimas pingarem no piso de madeira.

- Ele é nosso. Você não pode mudar quem ele é. - Engatilhou a arma, pegando Carla pelo rosto a trazendo para o campo de visão de Eren, que olhava para sua mãe com medo - Quero que veja isso pequeno Jaeger. Quero que lembre de cada segundo disso. Isso vai te fortalecer no futuro. - Sorriu maldosamente para a criança, levantando o olhar de Carla, fazendo a mulher fitar os orbes verdes do filho. Suas lágrimas agora eram de despedida, olhava para Eren desejando que seu filho esquecesse tudo aquilo e fosse salvo.

- Mamãe? - A criança tentou alcançar sua mãe com o braço, mas o disparou que soou da arma, a bala que atingiu a testa de Carla fazendo sangue pingar no rosto de Eren, o buraco causado pelo tiro impediu esse ato. A criança viu em câmera lenta sua mãe cair no chão e o sangue vermelho sair de sua cabeça espalhando pelo piso branco, sujando sua visão - Mamãe! - Eren chamou Carla, o homem por diversão soltou o garoto que correu até o corpo morto no chão - Mamãe? Mamãe? Acorda... - Chamava baixinho, sujando suas mãos de sangue, fitou suas pequeninas mãos as vendo cobertas de vermelho - Mamãe? Mamãe? - Tocou no colar de Carla, com esperança que a mesma acordasse.

- Pegue a criança... - O homem que atirou ordenou, ouvindo os gritos de Eren ao longe se afastando. Caminhou até o corpo, mantendo um sorriso divertido. Se abaixou, tirando do pescoço da mulher o colar que continha uma foto de Eren de um lado, ainda bebê e a outra um homem de cabelos longos e olhos tão semelhantes como os do filho.

Flask Back off

Outra lágrima caiu de seu olho, pingando em sua mão, o jovem começou a sentir falta de ar.

- Não...não pode ser....não... - Sua voz rouca estava baixa, fitou suas mãos ainda podendo sentir o corpo gelado de sua mãe. De repente pode enxergar sangue em suas mãos, arregalou os olhos, olhando para o espelho rapidamente, parando de respirar ao ver o mesmo homem ao seu lado no reflexo. 

"Você a matou. Você." 

A voz distante lhe falava, ouvindo a risada sarcástica do homem que atirou em sua mãe. Sentindo as lágrimas lhe descerem o rosto.

"Apenas você. Garotinho frágil" 

- Não...não... - Fechou os olhos, querendo acabar com aquela voz que lhe atormentava em seus sonhos.

"Garotinho frágil. Você é frágil. Não pode a salvar. Você é apenas um garotinho. Frágil e tolo"

- Chega... - Mordeu seus lábios, os machucando ao ponto de os fazer sangrar.

"Garoto tolo. Você sempre será frágil. Você a matou. Matou ela" 

- Por favor... - Sua voz falhava. Porque aquilo voltava para si? Aquela voz, aquelas lembranças, aquele olhar, aquela tristeza que não o deixava viver.

"Você é fraco Eren. Você é um assassino. Você tem sangue em suas mãos. Você matou sua mãe"

- Para! - Gritou em fúria, socando o espelho com força onde o rosto do homem estava, o vendo desaparecer logo em seguida. Como uma alucinação, e era uma alucinação. Sua alucinação, que o fazia perder a calma, agindo como um neurótico. Ouvia sua respiração ofegante, seus olhos arderem, cada lágrima lhe queimando o rosto. As gotas do seu sangue pingavam na pia branca de mármore, contrastando com a cor clara e intensa. Os filetes de vermelho desciam pelo espelho quebrado onde sua mão ainda permanecia. Eren tirou seu punho do vidro, sentindo a ardência dos cortes feitos e o sangue sujar seu braço, deixando gotas caírem no chão frio. Fitou seu reflexo no espelho agora quebrado e manchado, como ele estava. Seu corpo tremia, pegou os papéis em cima da pia enrolando sua mão, vendo o papel adquirir o tom vermelho. Tentou controlar sua respiração, limpando as lágrimas com sua mão trêmula. Apenas um de seus ataques, um daqueles que ninguém nunca viu. Um momento de desespero e medo de seu passado voltavam, como uma cicatriz que ainda doia toda vez que era lembrada. Passou minutos parado de frente com o espelho o olhando esperando ver o homem, mas soltando uma risada de dor ao ver seu estado. "Estou enlouquecendo...", tirou o papel de sua mão, vendo os cortes em seus dedos, dois estando profundos e latejantes, ao ponto de criar alguma cicatriz. Suspirou, levando sua mão manchada de vermelho a sua boca, sentindo o gosto amargo do sangue. O seu sangue.

Sorriu triste, levando sua mão cortada ao seu bolso tirando de dentro um cigarro e o isqueiro, acendeu o mesmo, tragando profundamente aquele sabor que lhe acalmava. "Como sou patético...", deu uma risada sem ânimo, tragando mais uma vez longamente, tirando da sua boca o cigarro o apagando em sua mão machucada, em cima de um dos seus cortes profundos causados pelo vidro. A dor o fazia relaxar, o acalmando, como se ele mesmo tivesse se castigando por ter aquelas lembranças. Desde que se lembrava, a dor era sua amiga mais antiga e mais sombria. Jogou o cigarro no ralo da pia, arrumando seu cabelo no espelho, sorrindo dolorosamente, andando para fora do banheiro. Olhou para os corredores vendo que os mesmos estavam vazios, o sinal tocou e não deve ter ouvido. Também como poderia? O seu mundo era barulhento. Sua mente era um caos, um terrível e lindo caos. Sua mente vivia com vozes interiores.

- Tsh... - Estalou a língua, caminhando para a saída do prédio, precisaria trocar sua camiseta e cuidar de seus cortes, antes de voltar para a sala de aula. Quem olhava para Eren, pensava que ele era um garoto bonito, popular, charmoso e feliz, mas não era. Por dentro era machucado, quebrado, triste e morto. Certos dias pensava que uma parte dele estava morta, e a outra estava se matando aos poucos, apenas para sofrer um pouco mais. Ninguém conhecia esse seu lado, seu lado triste, nem mesmo Annie, Mikasa, Armin...apenas uma pessoa podia talvez saber o que se passava consigo. Christa. 


Notas Finais


Gostaram meus amores? Estão mais curiosos sobre o passado deles? Hahaha me perdoaram? Espero que sim Ashuashu

E tenho que agradecer todos os comentários, que incentivam muito para continuar a história, eu leio cada comentário com um sorriso enorme, saber que vocês gostam de acompanhar a história e gostam da minha escrita, me deixa muito feliz. Desculpe se as vezes demoro para responder os comentários, mas como disse estou sem tempo e quase não entro aqui no spirit. Tento responder o mais rápido possível, e muito obrigada por cada elogio. Vocês são o motivo para essa história! Vocês me dão muito ânimo para escrever e por isso peço novamente desculpas pela demora. Obrigada a cada leitor fantasma, os leitores que comentam e cada favorito. MUITO OBRIGADA GENTE!

É isso, conforme os capítulos vão evoluindo o passado do Levi e do Eren vão aparecendo. E claro o relacionamento vai evoluindo cada vez mais, no próximo já terá uma coisinha entre os dois kkkkkk

Bjuuus meus lindos, até semana que vem! Comentem para saber suas opiniões e não desistam de mim viu <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...