História Minhas canetas (poesias) - Amigo virtual

Eu nunca te vi,
Não sei quem você realmente é,
Não sei se é seguro conversar com você,
Eu não sei nada sobre ti.

Ao mesmo tempo que conheço uma parte sua,
Que ninguém jamais conhecerá,
Conheço a sua mente nua,
Algo que ninguém jamais descobrirá.

Você pode até ser um robo,
Ou um bandido do outro lado da tela,
Mas isso eu nunca saberei,
Afinal eu realmente nunca te conhecerei.

Mas eu sinto que posso lhe dizer meus tormentos,
Que posso também lhe ajudar,
Sinto que as vezes só você é meu escapamento,
Porque você consegue me interpretar.

De alguma forma você me entende,
E de outra forma eu te entendo,
Nós não nos conhecemos de verdade,
Mas somos amigos pela modernidade.

Você pode morar do outro lado do mundo,
Ou ser meu amigo e eu não sei,
Você pode ser considerado o ser mais imundo,
Mas com isso nunca me importarei.

Eu gosto dessa maneira espontânea,
que flui nossas conversas, como se fôssemos vizinhos,
Essa amizade formada de forma tão contemporânea,
Ao mesmo tempo parece que somos pouco íntimos.

Por mais que não confie cegamente,
Por mais que não somos tão confidentes,
Por mais que talvez nunca nos conheceremos verdadeiramente,
Ainda quero conversar espontaneamente.

Por isso obrigada por estar ali,
Quando eu choro, você me faz rir,
Obrigada por quando eu mandar mensagens você não sumir,
Obrigada por ser sincero e não mentir.

Prefiro acreditar assim,
Que somos amigos e não devemos nos temer, sim?
Recuso a aceitar que talvez você seja um problema sem fim,
Mas quando isso acontecer, caso acontecer,  teremos uma decepção sem fim.