História Minhas canetas (poesias) - Castelo

Estou aprisionada nesse castelo,
Onde virei minha própria madrasta,
Que não me deixastes fugir deste inferno.

Então eu vivo trancafiada,
Já não sei mais como é a luz do dia,
Já não me lembro mais como é a noite sombria.

Eu não posso fugir deste maldito castelo,
Pois não me lembro como é o mundo lá fora,
Pois não sei quais são os monstros que me assombrarão.

Quero que meu príncipe encantado,
Me busque desse castelo amaldiçoado,
E me devolva a vida feliz que tinha antes.

Mas por que ele não vem?
Essa demora é minha única esperança,
Dele me devolver minha velha infância.

Nesse meu infeliz conto de fadas,
Meu castelo é uma piada,
E minha tristeza é tão grande que ficou engraçada.

É que meu castelo é minha deplorável rotina,
E eu iludida que sou acho que minha única saída é o amor,
Porque ele ainda é a única coisa que me fascina.

Enquanto isso eu me sinto num tormento,
Vivo como a maioria da população,
Que somente trabalha todos os dias esperando ter dinheiro na mão.

Eu espero meu castelo desmoronar,
Porque mesmo podendo me machucar,
Livre eu poderei ficar.

Mas os destroços podem me ferir,
E eu não terei para onde ir,
E os monstros à qual tanto temo, não serão mais desculpas para não fugir.

Quando finalmente poderia considerar,
Ter encontrado meu príncipe encantado,
Onde final poderia receber amor e amar.

Quando finalmente poderia considerar ser feliz,
Descubra que meu príncipe é na verdade um sapo amaldiçoado,
Que provavelmente me deixará mais infeliz.

E então percebo que minha ilusão,
Nada mais é que pura ficção,
A qual preferi acreditar do que entender que eu sou minha única salvação.

Mas eu arranjo mil desculpas,
Para ir em busca da minha felicidade,
Para fugir dessa sociedade.