Um estrondo muito alto e o eco de uma risada,que não lhe era esquisita,a despertaram.
Abriu seus olhos e gemeu,pondo a mão sobre a testa.
Sua visão estava embaçada e uma forte dor de cabeça invadiu sua cabeça e a fazia apertar os olhos e gemer.
Forçou a melhora da visão estreitando os olhos e aos poucos a paisagem se tornava nítida aos seus olhos.
Viu a bagunça que estava ao seu redor,as câmeras,que estavam nas paredes,ao chão,completamente destruídas.
Estilhaços e pedaços das paredes estavam ao seu redor.
-"Eu não vou morrer!"-gritou com voz chorosa,em pé no elevador que estava em queda.
Segurou firme o celular,fixou o olhar a sua frente e tentou manter a calma.
As visões do elevador esmagando no chão e explodindo faziam seu corpo tremer e a luz vermelha de seu celular não parava de brilhar.
Seu fim estava a segundos de acontecer.
Mari fechou os olhos,respirou fundo e sentiu tudo desacelerando.
Sua cabeça começou a doer fortemente,mas Mari não iria parar.
Ergueu um poucos as mãos e apertou os olhos,a dor já era tamanha,e tudo começou a parar.
O elevador foi desacelerando até que parou.
Mari abriu os olhos devagar e olhou ao redor,suas mãos começaram a tremer e o elevador começou a subir devagar.
Mari ofegava e mantia o olhar fixo a sua frente afim de ver a entrada para um andar qualquer.
Logo a entrada apareceu e Mari abaixou as mãos e suspirou.
O tempo ainda estava congelado e Mari se apressou em ir para a porta,que já estava arrombada,do elevador.
Com medo,olhou para baixo e viu a distância que estava da entrada.
Seu nariz começou a sangrar,assustando Mari,o tempo começou a voltar ao normal.
Mari olhou ao redor e viu tudo a se acelerar novamente e o elevador a descer e ganhar sua velocidade atual.
Viu a entrada descer e logo pulou do elevador e estendeu as mãos para poder,pelo menos,agarrar a beira da entrada.
O tempo voltou ao normal,Mari conseguiu se segurar e escapar dos cabos que quase pegam sua perna,saindo apenas com escoriações e alguns cortes em sua pantorrilha.
Seu destino seria bem pior se ela fosse puxada por aqueles cabos.
Ouviu o elevador descer e o estrondo de sua explosão logo em seguida.
Mari então se ergueu vagarosamente,queixando-se da dor que estava sentindo em seu corpo,mas principalmente de uma que vinha de sua perna.
Se ajoelhou e esticou a mão para pegar o celular que estava a sua frente.
Sua luz de canto brilhava em rosa,anunciando o perigo iminente.
Mari pegou o celular,desbloqueou a tela com apenas uma deslizada de seu dedo polegar,e foi direto ao diário.
A luz então começou a oscilar,fazendo aparecer uma cor verde,que espantou Mari.
Seu sorriso se alargou e Mari soltou um suspiro de alívio.
-"Ela está viva!"-disse entre ofegos,sorridente,olhando as mensagens que mostravam repetidas vezes o nome de Yoko.
Bloqueiou a tela do celular e o encostou em seu peito,como se o abraçasse e suspirou.
-"Eu vou até você,Yoko."-disse com firmeza e se levantou,meio que debilmente.
-"Ela virá atrás de você,segunda."-diz Nara,calmamente.
Yoko a encara e sorri.
Um dos capangas de Nara se aproxima e lhe acerta um tapa no rosto.
Nara solta um leve grito em espanto.
-"Já chega,idiota!"-repreendeu Nara,furiosa.
-"Mas ela..."
-"Controle os famintos!"-ordenou,com olhar severo.
O rapaz então se virou e foi ao encontro de um grupos de homens que estavam sentados ao chão,com os olhos fixos em Yoko.
Seus olhos brilhavam em rosa e seus zípers já estavam abertos.
Yoko estava presa em uma cadeira,com as mãos amarradas e presas com uma algema.
Suas roupas já estavam reviradas.
Suas coxas estavam a mostra,já que sua saia havia sido levantada.
Seu sutiã estava a mostra,a blusa estava com um corte que a partia ao meio.
Sangrava pela boca,já que havia apanhado bastante no rosto,principalmente perto da boca.
O brilho de seus olhos oscilava fracamente.
Yoko se debatia tentando se soltar,mas era inútil.
Mari mancava pelos corredores,com o celular na mão.
Uma forte dor na barriga a fez gritar e se encolher levemente.
Mari apoiou as costas em uma porta,que estava bem ao lado dela,e tentou segurar os gritos.
Mas,a porta estava apenas encostada e com o peso de Mari,a porta se abriu e ela rapidamente caiu de costas no chão.
O celular escapou de sua mão e deslizou para dentro da sala.
Se contorcia no chão e choramingava de dor.
Com dificuldade,se virou de peito para baixo,se ergueu,se ajoelhou,pegou o celular mais uma vez e se levantou.
Mexeu um pouco no celular,ligou a lanterna e começou a andar,entrando mais na sala escura.
Olhava ao redor e aos poucos foi tentando reconhecer a sala.
Se aproximou de uma mesa e com curiosidade começou a vasculhar tudo,pegava os vidro e tentava ver o que era.
-"Comprimidos."-sussurrou.
Jogou o foco de luz para trás e viu armários com várias caixas,pacotes e mais vidros.
Ao jogar mais uma vez a luz,viu uma cadeira,daquelas de se retirar sangue.
Se virou e mirou a porta,viu a placa na frente e sorriu.
"Enfermaria."
Fez uns curativos em si e enfaixou a perna.
Olhou para o lado,pegou um rolo de fita e tirou pedaços para prender direito as faixas.
-"Isso vai servir."-sussurrou para si mesma e suspirou.
Passos a assustaram e Mari rapidamente se abaixou e engatinhou para baixo da mesa a sua frente.
Pegou o celular e viu na tela que o diário havia atualizado e se amendrontou.
Rapidamente foi até ele e o leu.
"...-homens armados entram na enfermaria."-leu para si mesma,em voz alta na sua mente.-"...-me encontram e atiram contra mim."
Os disparos ecoam em sua cabeça e a imagem que vê lhe assusta.
Seus passos se aproximam e Mari sente o desespero lhe tomar o ser,mais uma vez.
Mari então engatinha até um canto escuro da sala e lá se encolhe,torcendo para que não fosse vista ou ouvida.
-"Viu isso?"-um dos homens pergunta e sua voz ecoa pela enfermaria.
-"Onde?"-o outro lhe pergunta.
-"Eu tenho certeza que algo se mexeu ali!"-o primeiro afirma com convicção e saca sua arma.
Mari paralizou e se encolheu no canto escuro,torcendo para que não a encontrassem.
Em sua mão,a luz vermelha começou a brilhar,ela sabia o que significava,e suas pernas começaram a tremer.
Tentava controlar a respiração com os olhos fixos para a frente,vendo as sombras se aproximarem e as armas em suas mãos.
-"REALMENTE TEM ALGUÉM!"-um deles gritou e apontou a arma,com o dedo no gatilho.
O outro o acompanhou e apontou para a mesma direção e ambos começaram a atirar.
Mari,em desespero,estendeu a mão na direção dos homens e suas imagens perderam a velocidade rapidamente.
Uma fisgada em sua cabeça a fez gemer e abaixar a cabeça por um momento e quando reergueu os olhos,viu as balas paradas no ar,em sua direção.
Olhou para os homens atrás,e suas imagens paralizadas,e se espantou,olhando para a própria mão.
Se levantou rapidamente,ainda confusa,e passou por eles,nervosa.
Parou,pensou e voltou,pegou as armas das mãos dos homens e as levou consigo.
Se afastou e os encarou,apontou as armas na direção deles e pôs o dedo no gatilho e apertou.
O tempo voltou ao normal,a dor na cabeça também,e as balas sairam das pistolas e atingiram os crânios dos homens,logo que suas balas acertaram o chão.
Mari soltou um leve grito de susto e olhou para as armas nas mãos,espantada.
Saiu da enfermaria rapidamente e começou a caminhar para as escadas,mancando.
Olhou para cima e viu nas paredes pequenas câmeras.
"Ela vê tudo."-pensou alto.
-"SIM,PRIMEIRA."-a voz ecoa pelos corredores.-"Não é a toa que já me chamaram de o olho de Deus."-completou e começou a gargalhar.
-"Você é louca."-disse furiosa.
-"Todos neste jogo são.Este é o antídoto."-disse Nara,com uma voz mais macia.
Mari apontou uma das armas que tinha na mão em direção a câmera e atirou.
Estendeu logo a mão na mesma direção e a bala parou.
Se virou para a outra câmera e mirou a arma que estava na outra mão e apertou o gatilho.
A bala ficou estática.
Mari então fechou os olhos e suspirou,enquanto fazia leves expressões de dor.
Ao fim do suspiro,as balas acertaram as câmeras quase que ao mesmo tempo e ambas foram destruídas.
-"M...Mas como ela..."-o espanto de Nara se ouviu naquele instante.
Os olhos de Mari se escureceram,ficando em azul marinho,e o tempo parou mais uma vez,com mais rapidez e sem dor.
Voltou a caminhar e agora atirava em cada par de câmeras que haviam naquele corredor,sem ao menos olhá-los.
Depois de apertar o gatilho,tirava a arma com cuidado e a bala tremia no ar.
Ao passar de todas e pisar no primeiro degrau da escada,seus olhos voltaram ao normal rapidamente e Mari começou a tossir.
Todas as câmeras foram acertadas em uma sincronia perfeita e os gritos de susto de Nara ainda ecoavam pelo corredor.
Mari continuou a tossir e pôs a mão na boca.
Ao tirar,viu sangue e seus olhos se arregalaram.
Suspirou e olhou para cina,vendo os degraus que ainda deveria subir até Yoko.
-"Ainda não acabou."-sussurrou para si.
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