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História Miserável - Capítulo 21


Escrita por: Kiwi-Voador

Notas do Autor


OLÁÁÁ
ta, eu sei que eu disse para alguns que eu postaria ate o fim de janeiro... mas bom, né fazer o qe

enfim

aqui temos um novo capitulo!! com um pouco mais de quatro mil caracteres

minha correção foi superficial, entao peço desculpas por qualquer erro que tenham encontrado! 'kay?

bom

sem mais delongas, leiam o cap aushuahs


E COMO SEMPRE NAO DEIXEM DE COMENTAR OS LINDOS COMENTARIOS <3
eu sei que as vezes eu demoro pra responder, mas responderei, entao... PACIENCIA BUNDA!!

e leitores fantasmas, por favor, nem que seja apenas um 'oi' SE MANISFESTEM E PAH

favoritem <3 pleaseeeee

byeeeeeee

Capítulo 21 - Capítulo 21


Sasuke fora o primeiro a acordar naquela manhã. Pulou para fora da cama de casal – recém substituindo a de solteiro - e abriu as asas, sentindo as juntas estalarem e soltando um longo suspiro de alívio. Costumava lhe agradar o fato de acordar primeiro que o amigo, pois tinha a chance de observá-lo com calma.

Virou para o lado e fitou a postura relaxada e tranquila de Naruto, adormecido profundamente. Ressonava baixinho e a cabeça pendia para o lado devido à maneira incomum de dormir – culpa de suas asas –, as madeixas loiras lhe tapavam os olhos e uma das asas cobria-lhe o corpo como um cobertor, enquanto que a outra mantinha-se esticada em direção ao chão, ocupando um espaço generoso do quarto. As penas estavam embrenhadas umas nas outras e os diversos tons pastéis se misturando, daria um pouco de trabalho alinhas as penas novamente.

Tinha certeza que enquanto ambos dormiam, suas asas eram incômodos obstáculos para quem quisesse atravessar a habitação...

Ouviu o estômago grunhir de fome e ignorou-o com facilidade, como já havia feito centenas de milhares de vezes antes. Conseguia facilmente ignorar a bile que lhe subia a garganta por pouco mais de doze horas, até finalmente reconhecer que não aguentaria mais.

 Suspirou audivelmente e passou a mão pelos cabelos, ignorando a pontada de dor ao arranhar o indicador na ponta do chifre.

“Como vou lhe explicar tudo?”, pensou Sasuke. Duvidoso sobre como deveria contar para Naruto a proposta que receberam, e o desafio que havia aceito de Tobirama, o irmão mais velho de Tsunade. Excluindo o fato de que sabia que tinham familiares ali.

“Devo contar sobre Minato?”.

Sasuke não era tolo, sabia qual a resposta certa para aquela pergunta. “Sasuke? E a mamãe e o papai?”, “a gente tem uma família lá fora, Sasuke? Procurando pela gente?”, “Eu fiz algo de errado, Sasuke? Por que eles me deixaram aqui?”, “eles me odeiam? Por que me abandonaram?”. Fechou os olhos com as antigas palavras de Naruto ressoando em sua mente, como agulhadas, apenas reforçando o fato de que era mais do que sua obrigação lhe contar a verdade.

Mas era egoísta. E tinha medo.

Não sabia como Naruto reagiria, mesmo o conhecendo há tanto tempo. Tinha medo de ser odiado por esconder isto dele, tinha medo de ser abandonado a partir do momento que soubesse que a companhia de seus irmãos e pais era mais gratificante. Tinha medo de sua relação mudar. Tinha medo de ficar sozinho de novo.

Suspirou e mirou o rosto de Naruto, que para sua surpresa o observava curioso.

-Está acordado?

Naruto assentiu de leve com a cabeça. Desviou o olhar de Sasuke e mirou suas asas, notando as penas desgrenhadas e suspirando ao pensar que teria de arrumar aquilo tudo.

-Conseguiu descansar? – perguntou Sasuke.

Naruto deu de ombros e endireitou a postura, cruzando as pernas. Recolheu umas das asas para seu colo e começou a desembrenhar as penas.

-Está com fome? – Naruto assentiu mas não tirou os olhos de seu trabalho.

Suspirou. Era mais do que óbvio que ainda estava chateado com ele pela noite anterior.

-O que você bebeu ontem que te deixou com esse cheiro? – contornou a cama e sentou-se ao lado de Naruto, que curioso cheirou as próprias roupas, franzindo o nariz depois.

-Não sei. – e voltou a alinhar as penas da asa.

“Cheira a álcool”.

-Vamos caminhar um pouco? – não queria que ficasse chateado consigo, nunca chegou a se acostumar com o fato, mesmo que pudesse ignorar com facilidade.

-Por quê? – o loiro o observou desconfiado. Desde quando Sasuke se dispunha a convidá-lo para qualquer coisa? Sempre queria ficar o mais longe possível dos outros...

-Preciso de um motivo? – levantou uma sobrancelha, de certa maneira levemente indignado.

Não era a primeira vez que aquilo acontecia.

Deidara mirava Minato sentado à mesa de jantar vazia, fitando o a fruteira vazia como se na verdade não a visse. Apenas seu corpo estava ali, sua mente estava para lá do País do Fogo. Recentemente o homem andava mergulhado em seus devaneios, agora mais longos do que o normal, e isso parecia estar afetando-o de uma maneira nada saudável.

Suspirou e se aproximou.

-Pai? – chamou, mas o homem não deu sinal de ter ouvido – pai! – Minato assustou-se com os leves tapinhas em seu ombro direito e voz repentina atrás de si.

-Ahn?! – piscou rapidamente um par de vezes e virou o rosto para o filho – ah... Deidara... o que houve? – girou o corpo para vê-lo melhor.

-Eh? – franziu as sobrancelhas irritado e cruzou os braços – eu quem deveria estar perguntando isso, velhote! O que você tem?

-Huh? – não compreendia o que ele quis dizer com aquilo.

-“Huh?”! – revirou os olhos - você por acaso já se olhou no espelho? Há quanto tempo não dorme?

Minato abaixou a cabeça. Sabia que estava com uma aparência horrível, não dormia já tinha um tempo. Mas não tinha culpa, tinha? Acabara de descobrir que tinha um filho perdido e que sofrera de maneira absurda.

-O que eu faço Deidara? – agarrou os cabelos loiros e fechou os olhos com força, exasperado.

-Hm? – Deidara levantou uma sobrancelha e descruzou os braços, sentando-se na cadeira ao lado de Minato – o que houve pai? A última vez que o vi assim foi quando mamãe desapareceu... e ela também anda meio estranha... o que aconteceu? – perguntou novamente - vocês brigaram?

Minato sorriu de leve e soltou os cabelos, deixando seu couro cabeludo dormente.

-Não é nada disso... sua mãe e eu estamos bem... – hesitou – eu acho...

-Então o que aconteceu?

Hesitou.

-Você tem um irmão, Deidara. – ambos levantaram a cabeça para mirar Kushina, que se entrava na entrada da cozinha com as mãos na cintura e a expressão irritada. Tinha os cabelos vermelhos presos em um coque desajeitado e o avental puído com marcas de farinha de arroz e pasta de nori.

-Eh?! – os olhos arregalados e a boca semiaberta.

Minato fechou os olhos e massageou as têmporas, tinha sono. Há quanto tempo não dormia mesmo?

-O garoto que você resgatou – explicou cansado – Naruto.

-EEH! – levantou-se da mesa, o rosto cheio de surpresa – isso é uma brincadeira de mau gosto?! Porque se for, não tem a menor graça!

-Não é apenas você que está abalado com isso, Deidara... – suspirou Minato – por que você acha que eu estou assim?

Deidara olhava para os pais.

-Ele sabe? – forçou a calma para dentro de si.

-Não... – hesitou – sei... Sasuke sabe, mas não sei se contou para ele. Me pergunto como ficou sabendo... Tsunade disse-me não ter lhe dito nada...

-E seu pai me fez prometer que não o encontraria até ele ter esclarecido tudo... – resmungou irritada.

-É por isso que ele não está aqui com a gente?! – exclamou – ele já deveria estar sabendo! Você ouviu a história deles ontem! Por que não falou para ele ainda?!

-Que história? – interrompeu Kushina – Minato? Deidara?

Deidara virou-se para a mãe e antes que o outro pudesse impedir, disse:

-Naruto e Sasuke foram torturados, e pensaram a vida inteira que tinham sido abandonados! – Kushina ofegou e tampou a boca com uma das mãos, os olhos arregalados em terror.

-O-O que...?

-Kushina! – Minato levantou-se de supetão e segurou os ombros da esposa, que parecia prestes a desabar.

-Mãe!

 

 

Demorou certo tempo para que Kushina acalmasse-se. Foram necessárias uma explicação detalhada da história de Sasuke e Naruto contada na noite anterior; e da pequena conversa que Minato tivera com Naruto há um tempo sobre família.

-E-Ele pensa que... – engoliu em seco, a garganta doendo por controlar as lágrimas que queriam sair.

-Mãe... – chamou – se você sabia que teve um filho... por que não nos contou para que tivéssemos voltado antes e salvado ele?

Kushina mirou as próprias mãos.

-Eles disseram-me que ele morreu... que não conseguiu resistir aos experimentos e que nasceu morto... – contou com a voz baixinha – Minato?

-Sim? – aproximou-se mais, e agarrou-lhe uma das mãos.

-Você acha que ele irá nos perdoar um dia? – mordeu os lábios, controlando o choro e a simples ideia de perder a criança novamente.

Piscou os olhos com força.

“Ninguém perde aquilo que nunca teve…” lamentou em silêncio.

Aquele dia estava sendo, de longe, o melhor dia que já tiveram desde que chegaram ali.

Era sempre bom despertar e saber que a temperatura era basicamente a mesma. Que quando o estômago reclamasse de fome, bastava se dirigir ao refeitório e pegar uma porção do que estivessem oferecendo. Caso tivessem vontade de sair daquele prédio fechado e quase sem janelas, podiam subir no terraço e exercitar as asas.

Estavam deitados na grama de um campo aberto, o sol fraco de fim de tarde a lhe banhar as asas abertas. Tinham todos os membros estirados no chão – como um pentagrama – e apreciavam o leve calor do sol e o frescor da brisa.

-Quando que você deve se encontrar com ele? – perguntou Naruto com um suspiro.

-Tobirama?

-É, o irmão da chefe – quando Sasuke lhe contou durante a primeira refeição, sobre a luta que teria, Naruto apenas trincou os dentes irritado, mas não brigou ou lhe deu sermão. Manteve-se calmo e mudou o assunto para o que estavam comendo, que a propósito tinha o nome de ‘tomate’, e que para o paladar de Sasuke, era uma estranha maravilha.

Sasuke olhou para o sol, calculando que hora do dia era naquele momento.

-Em alguns minutos imagino…

-Apenas não o machuque muito – Naruto dobrou uma das asas sobre o chão, como um braço, e com um único impulso virou-se de bruços sobre o chão, voltando depois a esticar a envergadura e a relaxar na grama.

-Isso vai depender dele.

A luta, foi a única coisa que lhe contou de importante naquele dia. Não lhe contou sobre Minato ou Fugaku. Mas ainda se perguntava… ele não havia notado? É compreensível que Sasuke tenha os sentidos levemente mais aguçados que os de Naruto, mas ele ainda poderia sentir as diferenças se quisesse.

-Naruto?

-Hm? – grunhiu o outro.

-Você tem algo para me contar? – abriu os olhos e apoiou-se nos cotovelos, mirando o loiro com desconfiança.

Naruto não respondeu de imediato. Permaneceu com o rosto escondido entre as gramíneas.

-O que você quer dizer com isso? – nesse momento Sasuke soube que Naruto já sabia de tudo, e algo em seu peito se apertou contra a sua vontade.

-Exatamente o que a frase diz – explicou. Sabia que o outro estava fazendo-se de tolo – e acho que você sabe bem o que quero dizer com ‘algo’.

Naruto levantou o corpo e apoiou-se nos joelhos.

-Não sei sobre o que está falando… - evitava olhar para o amigo, concentrando-se nas árvores a sua frente.

Permaneceram em silêncio por um momento. Cada um pensando no que deveria ser dito, ou se algo deveria ser dito.

-Você não vai fazer nada? – perguntou Sasuke.

-O que posso fazer? – riu de leve – não há nada que eu possa fazer, eles nunca me quiseram.

Sasuke deixou a cabeça tombar para trás e fitou o céu, acompanhando o trajeto de uma nuvem até que esta sumisse por detrás das copas.

-Está errado.

-Huh?

-Eu disse que você está errado – repetiu e cravou os olhos nos do amigo – ele parecia não ter a menor ideia de que você existia, ou se tinha, provavelmente pensava que você estava morto – hesitou – e não o culpo por isso.

-Sasuke…

-Agora que ele sabe – continuou – ele anda desesperado para lhe contar isso, mas não sabe como e não sabe se tem o direito de lhe contar qualquer coisa – como sabia isso? Era simples, assim como Naruto, Minato era como um livro aberto. As conclusões eram a primeira página – tem medo de que você nunca irá perdoá-los e que nunca os considerará família.

Naruto observou o amigo com a surpresa estampada no rosto. Por que?

-Por que? – perguntou.

-Huh? – Sasuke encontrou seus olhos.

-Por que está me dizendo isso? – por que? – você disse-me que família era algo inútil, que haviam nos abandonado, que eles nunca nos quise…

-Eu sei o que eu disse – interrompeu – e quero que esqueça o que eu disse.

Naruto arregalou os olhos.

-Eu me enganei em muita coisa, Naruto. – moveu os cotovelos e se arrastou em direção ao amigo – quero que fique feliz – apoiou a cabeça em seus joelhos e olhou o amigo uma última vez antes de voltar a fechar os olhos – pra mim isso já basta.

Hoje era um dia importante.

Kakashi caminhava em meio ao tumulto de pessoas que se ocupavam com as compras na feira. Tinha as mãos enfiadas nos bolsos da calça e a mesma inabalável expressão de tédio em seus olhos. Caminhava em direção à colina leste, onde alguém lhe aguardava.

Permitiu-se sorrir minimamente por detrás da máscara que tapava-lhe a boca e o nariz.

O barulho foi deixado para trás quando entrou em uma pequena e curta alameda, onde apenas um pequeno punhado de pessoas caminhava em silêncio. Observou os galhos das árvores a balançar com a leve brisa e levantar algumas folhas do chão. Subiu a colina e parou no topo para observar a imagem a sua frente.

O cemitério que cobria dois terços daquele campo estava banhado pelo sol do fim de tarde. Nem mesmo o imenso arvoredo por trás das últimas lápides conseguiria fazer uma sombra grande o suficiente para um terço dos túmulos naquele lugar. Mas estava tudo maravilhoso.

Desceu a colina e andou por entre as lápides de mármore que descansavam no chão. Observou interessado, os diversos tipos de flores espalhadas pelas sepulturas por algum ente amado. Perguntou-se por um momento se deveria ter trazido algum presente para ele...

Sorriu com a ideia. Quem sabe outro momento.

Aproximou-se de um túmulo específico e estacou à sua frente.

-Yo... – levantou uma mão em cumprimento – Obito...

Observou a lápide onde o amigo, parceiro e amante jazia.

-Já faz um tempo, não é mesmo? – levantou os olhos e fitou uma nuvem solitária flutuando no céu, acompanhando a leve brisa – imagino que tenha sentido minha falta...

Sentou-se no chão com as pernas cruzadas e depositou uma das mãos sobre o mármore.

-Vim lhe contar algumas coisas novas que andaram acontecendo ultimamente... – disse para o vento. – recentemente saímos em uma missão de resgate, que foi um sucesso, aliás. Corria boatos que Orochimaru andava criando novas experiências. – pausa – e era verdade. Você iria gostar muito de vê-los!

Sabe como é perder alguém?

Suspirou e passou a pensar em uma maneira de descrevê-los para o amigo.

-São dois garotos de dezessete, e para a sua surpresa um deles é um Uchiha como você. Filho de Fugaku. Parece que quando Mikoto desapareceu ela estava grávida... Ah! E tem o outro garoto! Ele é filho de Minato-sensei, e é tão lerdo quanto o pai. – riu desta ultima parte – os dois são muito parecidos... ambos tem os olhos azuis e o cabelo da cor de omelete. Vocês dois se dariam muito bem...

Perder alguém especial...

-O outro não é tão parecido com o pai se você olhar bem... – suspirou – ele é mais parecido com o irmão... mas a personalidade dele me lembra muito você, sempre querendo proteger o amigo – deixou um riso suave ser levado pela brisa.

É como se naquele momento essa pessoa representasse o mundo para você...

-Os dois possuem asas magníficas! – exclamou baixinho – Naruto, o filho de Minato, é quase que a representação perfeita de um anjo. Asas lindas em tons pastéis e a típica cabeleira loira de um anjo dos livros.

É como se houvesse um fio conectado ao seu coração... este fio é revestido de sangue... este fio agora é pele... corpo... este fio agora são vocês dois, transformando-se em um só ser...

-Sasuke por outro lado, é exatamente o contrário de Naruto – explicou com a voz tranquila, roçando os dedos de leve nos cantos da lápide de mármore.

E por ironia do destino, este fio é partido... mas você não ficou sem sua parte do fio... você ficou sem sua metade, sua segurança, seu outro eu.

-Ele tem asas gigantescas de morcego... bom... não sei se posso chamar de asas de morcego, porque são revestidas de escamas... – olhou para as árvores, pensativo.

De repente deixamos de sentir o tempo passar, deixamos de reparar no anoitecer ou no amanhecer, e dormir já não faz sentido, é como se viver fosse só um dia... um grande e sem fim.

-Ele tem a exata imagem de como seria um demônio. As asas escarlates, um par de chifres na cabeça e o mais impressionante... na minha opinião, claro! – voltou a fitar a lápide – ele tem uma cauda que fica balançando de um lado para o outro – sorriu pequeno.

Parece que os nossos olhos, abertos ou fechados, apenas vêm momentos dessa pessoa e nada mais à sua frente.

-Outra coisa impressionante, é a maneira como lutam...

A dor de perder alguém só é aumentada quando não te dão o direito de saber o porquê.

-Eles lutam melhor que o sensei... – comentou distraído com uma folha que caíra em seu joelho. – e parece que Sasuke vai ter uma luta daqui a pouco com Tobirama... garanto que foi ele quem começou... Sasuke apenas provoca quando é provocado...

Mas não estava mais sozinho. Teve pessoas que lhe ofereceram a mão para puxá-lo para fora daquele poço de agonia.

-Eu gostaria que você pudesse ver comigo a essa luta... seria como nos velhos tempos.

Teve amigos para arrancar a frieza que adquiriu quando ele se foi, para amenizar sua dor e tentar fazer com que o tempo passasse mais rápido sem aquela pessoa.

-Tenho certeza que Tobirama vai cair – riu.

Mas eram o equilíbrio um do outro, a metade um do outro.

Amava-o. Apenas isso.

Mas ele se fora.

E não voltaria mais.

-Gaara?

-Hm – enfiou uma bolinha de dango¹ na boca.

-Você irá ver a luta? Todos parecem ansiosos… - disse Kankuro.

Gaara cruzou os braços e fechou os olhos. Era uma pessoa um tanto que peculiar. Não tinha sobrancelhas e um terço de sua testa era ocupada por uma tatuagem em vermelho vivo do kanji para ‘Amor’. Era comandante de um pequeno batalhão de Jounins de elite – ANBU² – e sempre teve uma expressão séria e atitudes perigosas.

-Sim, estou curioso para ver aquela pessoa lutando – bebeu um gole do chá verde – lamento não ter visto a primeira vez.

-Ainda acho surpreendente eles estarem vivos – comentou Temari, que se ocupava em abanar o pescoço com o leque em sua mão.

-Dependendo do resultado, estou pensando em convidá-los para o time – disse Gaara.

-Eh?! – Kankuro arregalou os olhos e sentiu um arrepio lhe percorrer a espinha ao imaginar ele ao seu lado em uma missão. Não. Não queria nem pensar nessa possibilidade.

-Tem certeza Gaara? – Temari havia fechado o leque e tinha os olhos cravados no rosto vazio do irmão mais novo.

-É claro que não! – interveio Kankuro.

                       

-Kankuro! – seu tom era de atenção, estava irritada – não cabe a você decidir quem pode ou não estrar no time. Esqueceu o seu lugar, irmão?

Kankuro trincou os dentes e desviou o olhar do irmão mais novo.

-Não faça besteira.

Gaara continuou com os olhos fechados, mas se permitiu levantar o canto do lábio em um minúsculo e quase invisível sorriso.

-Ele está atrasado – Sasori estava irritado – não gosto disto.

Deidara riu de leve. Achava cômico a maneira como o namorado se irritava com atrasos.

-Ninguém gosta, Sasori – disse – se você olhar bem, todos estão impacientes.

O pequeno coliseu estava atulhado de pessoas prensadas contra as paredes e sentadas em longos e finos bancos de apoio para pistolas. Todos se remexiam e conversaram em voz alta, atiçando a irritação de Sasori.

-Ele já vai chegar, se acalme – disse Deidara.

Não era surpresa nenhuma surpresa Tobirama estar atrasado. O irmão mais velho da chefe tinha o chato desleixo de chegar atrasada nos locais. Sasori diz que o homem faz isso para ter toda a atenção para si. Deidara não discordava.

-Até eles chegaram antes – resmungou o ruivo.

Referia-se às duas criaturas recém chegadas na vila. Deidara olhou para cima e viu os dois sentados no topo do muro externo oeste – quatro andares acima do chão -, pareciam concentrados no sol que estava prestes a se por.

Deidara sorriu de lado, triste. Abaixou a cabeça e chutou uma pedra perto de seu pé. A felicidade dentro de si era imensa. Tinha um irmão caçula! Mas estava triste e angustiado por não poder lhe dizer isso. Ainda.

-Tsc! Olha lá para ele – Deidara levantou a cabeça e olhou para onde Sasori apontava – eu lhe disse que ele só quer atenção.

Tobirama entrava na arena junto de um pequeno punhado de homens e ignorava os aplausos e gritos de apoio em sua direção, mantendo a expressão séria que faziam-no parecer um homem difícil de derrubar. O que não era mentira, já que era um dos melhores guerreiros daquela vila. Em realidade, era considerado o melhor.

Tsunade e Hashirama se aproximam e o repreendem pelo típico atraso, mas este simplesmente abaixa a cabeça em respeito e segue para o meio da arena, deixando os outros para trás.

Deidara vê o pai acompanhado de Fugaku perto de Hashirama, ambos com uma expressão de desagrado com o atraso e a atração.

-Garoto! – Tobirama chamava por Sasuke, que não havia movido um músculo e continuava a fitar o sol ao lado de Naruto.

Deidara viu Fugaku levantar uma sobrancelha ao ouvir a maneira como Tobirama se dirigiu ao seu filho – Minato lhe contou sobre Sasuke.

“Ora vejam só…”, sorriu de leve para Fugaku, que fitava Tobirama com interesse.

Sasuke girou a coluna, as asas acompanhando o movimento e lhe dando espaço para ver. Fitou Tobirama por uns segundos e se virou para Naruto, disse-lhe algo perto ouvido enquanto passava as pernas para o lado interno da arena. Fechou as asas e com um único impulso pulou do muro e passou por cima da pequena multidão aos seus pés. Pouco antes de atingir o chão, abriu as asas e pousou no chão com leveza. Todos ali notaram que tinha os pés descalços.

-Vamos começar? – Tobirama falava em tom claro, para que todos naquele espaço pudessem ouvir o que dizia. Não que muito esforço fosse necessário, a voz ecoava naquele lugar.

Sasuke não respondeu, continuou em silêncio, esperando pelo o que viria a seguir.

Tobirama estreitou os olhos, irritado com aquela atitude.

“Aparentemente, não é a primeira vez…” pensou Sasori.

-Venha comigo – Tobirama girou o corpo e se dirigiu para uma das laterais da arena. As pessoas cederam-lhe espaço para que os dois pudessem chegar à mesa de armamento. – o que vai usar garoto? – e para si mesmo pegou uma kusarigama³ e um par de pistolas de calibre 5.7.

“Ele quer o máximo de balas possíveis sem que o peso o afete” compreendeu Deidara.

-Nada. – respondeu simplesmente.

“Eh?!”.

-Você ouviu o que eu ouvi, ou eu estou começando a distorcer a realidade? – perguntou Deidara para Sasori, os olhos visivelmente arregalados.

-Você não ouviu errado. – disse simplesmente.

-Não seja um tolo que se faz de corajoso, moleque! – repreendeu Tobirama, enrolando a corrente da kusarigama no antebraço. – está querendo me ofender por acaso?

Deidara mordeu o lábio e tentou decifrar o que Sasuke estava pensando. Ele provavelmente sabia que aquela era uma atitude um quanto que ofensiva, ou apenas se achava bom o suficiente ao ponto de não precisar de armamento?

Viu Fugaku com um sorriso zombeteiro no canto dos lábios e levantou a sobrancelha. O que ele sabia?

-Se isto lhe ofende ou não – passou a mão nos cabelos, colocando-os para trás dos chifres – não tem importância para mim – virou-se e voltou para o meio da arena.

As pessoas se entreolhavam ao redor e colavam-se umas às outras aos cochichos. Realmente, era uma grande surpresa alguém tratar o irmão mais velho da chefe e o melhor guerreiro da vila, daquela maneira.

Tobirama tinha os lábios prensados e o rosto lívido de raiva por ser tratado daquela maneira na frente dos outros. Apertava a foice da kusarigama e parecia fazer força em se controlar para não usá-la contra o outro. Fechou os olhos e respirou fundo, ignorando os cochichos ao seu redor, se dirigiu até o meio da arena, parando há vários metros de seu oponente.

-Vai arrepender-se de não estar armado para essa luta, moleque. – girou a corrente na lateral do corpo, dando tempo às pessoas para pensarem em suas palavras.

Muitos sentiram-se afetados por suas pequenas palavras, mas aquele à quem foi dirigida a frase, não demonstrou qualquer alteração em seu comportamento. Sasuke em realidade, pôs-se de cócoras, apoiando todo seu peso nos calcanhares e deixou que metade das asas repousasse no solo. Apoiou um dos cotovelos no joelho e sustentou a própria cabeça segurando seu queixo - muito semelhante a uma gárgula. 

Sorriu de lado para o homem a sua frente e lhe respondeu:

-O que lhe faz pensar que não estou armado? – debochava.

Deidara sentiu o próprio rosto ficar frio com a palidez e engoliu em seco.

Fugaku sorria.

­­­­­“Só o tempo é capaz de amenizar a dor de perder alguém que amamos. A saudade e as lembranças são eternas, permanecem vivas, florescem e, como o amor, jamais morrem.”

 


Notas Finais


¹. Dango é um bolinho japonês feito de mochiko (farinha de arroz), relacionado ao mochi. É geralmente servido com chá verde. O prato contém três pequenos bolos de dango no espeto, cada um com uma cor condizente ao seu sabor, sendo rosa para feijôes vermelhos, verde para chá verde e o branco para ovos.

². ANBU abreviação de 'Ansatsu Senjutsu Tokushu Butai', sendo traduzido como 'Esquadrão Especial de Assassinato e Tática'. Recebem ordens diretamente do chefe da vila, realizando missões especiais de alto nível.

³. Kusarigama (鎖鎌?) é uma arma tradicional japonesa que consiste de uma kama (o equivalente japonês a uma foice) com uma longa corrente presa ao cabo e um peso de metal na outra extremidade da corrente frequentemente usada como arma pelos agricultores durante a era feudal do Japão.

ENFIM GENTE!!! O QUE ACHARAM???
seriao me digam, quero saber de tudon! mas enfim

NAO ESQUEÇAM DE FAVORITAR!!! ME FAZ MUTCHO FELIX E ME DA UM PUTA APOIO PRA CONTINUAR ESCREVENDO!!

byeeeeee
amo vocs

beijos


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