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História Miss me (TWD/Bethyl) - Evidence


Escrita por: PatyNinde

Notas do Autor


"Volta o cão arrependido..."

Gente, que vergonha. 4 meses...
Eu posso pedir desculpas? Bilhões de desculpas?
Bem, eu senti que a história tava uma bosta. Essa é a primeira verdade.

Eu estou a menos de 1 mês da conclusão do meu curso na faculdade, então o TCC está me afogando, e eu estou bem atarefada.

Tive um super bloqueio criativo. Super!!
Ainda não sei como vou conduzir essa fanfic. Ela nasceu sem um plano definido (embora eu saiba o que eu quero para cada personagem).

Bem, espero que gostem do capítulo. Ele já estava escrito há algum tempo, mas eu queria melhora-lo antes de postar.
Não fiquei 100% satisfeita com ele. Sinto que perdi a mão com a escrita...
Mas fiz de coração.

Beijinhos ❤

Capítulo 8 - Evidence


Eu escolho as cartas desta vez, Carl! — a garota protestou após perder a terceira rodada de Poker. — você só pode estar roubando.

Um leve rubor atingiu as bochechas naturalmente rosadas do garoto. Catherine fitava-o com uma expressão mista de indignação e divertimento.

Ambos haviam encontrado um punhado de cartas, de um baralho bastante velho, no andar superior da casa em que estavam alojados, num quarto que, pertencera a um adolescente, provavelmente da mesma idade deles.

O baralho transformara-se numa diversão até mesmo para Rick e Michonne que vez ou outra se arriscavam em pequenas partidas. Alguns  risos eram arrancados e uma pequena paz se instaurava.

— Não tenho culpa se você é péssima no poker! Eu me ofereci para te ajudar, você é que foi orgulhosa demais para aceitar. — Carl falou sorrindo levemente, as mãos extremamente machucadas afastando uma mecha do próprio cabelo, que já estava longo demais para o seu gosto. 

Catherine riu gostosamente, inclinando a cabeça para trás, os cabelos muito longos encostando no chão de madeira.

— Você é um convencido! Sabe disso, não sabe? — ela falou dando-lhe um leve tapa na coxa, que o fez estremecer levemente.O contato displicente desencadeou um pequeno momento constrangedor.

No silêncio que se seguiu a garota não pôde deixar de observar que ele tinha um jeito engraçado, era um pouco tímido e raramente a encarava. Vez ou outra apanhava-o em flagrante, olhando para ela, mas o garoto logo desviava o olhar, fingindo estar interessado em qualquer outra coisa no ambiente.

— Você vai com a gente buscar suprimentos?  — Carl soltou a pergunta, sentindo-se bastante tolo por lançar tal questionamento intempestivo.

—Er- Sim, eu acho. —Catherine respondeu, estranhando a mudança brusca de assunto, ou o fato de ter sido pega em seus devaneios. Intimamente ela agradecia o fato de Carl não ter o poder de ler mentes.

Novamente o silêncio incômodo se instaurou no quarto, e de repente Carl percebeu que o conjunto de livros escolares apoiados na base de uma estante torta, era muito mais interessante do que encarar os olhos quase felinos de Catherine. Ela tinha aquela coisa de encara-lo sem qualquer pudor, como se ele fosse um animal selvagem a ser estudado.

No andar de baixo, provavelmente na sala, seu pai limpava algumas facas e lia um livro de Júlio Verne, algo como "A volta ao mundo em oitenta dias", um clássico, segundo ele. Michonne estava vigiando o movimento externo pela fresta de alguma janela.

E eles estavam ali. Presos num pequeno momento de puro constrangimento. Carl não sabia conversar com pessoas de sua idade, estar diante de uma garota nao tornava as coisas mais fáceis.

— Hum... Você quer jogar mais um pouco? — Carl tentou retomar a conversa, e restaurar o clima ameno. Odiava a si mesmo e o fato de que não sabia como se portar perto de Catherine.

Ela demorou a responder. Estava absorta em seus próprios pensamentos, contemplando a paisagem modorrenta do lado de fora, as ruas desérticas e de coloração ocre.
— Quem é você, Carl? — Catherine soltou a pergunta de repente, como se estivessem falando sobre o assunto há poucos minutos.

— Ora, Catherine! — o garoto franziu o cenho — Eu sou esta pessoa que está te massacrando no poker.

Ele soltou um risinho, tentando aliviar o próprio nervosismo, mas ela permaneceu séria.

— Qual a sua história? Onde vocês estiveram? Quantas pessoas já perdeu? Tenho certeza que Michonne não é sua mãe... Por que seu pai está todo arrebentado?

O garoto ponderou por alguns segundos. Parte dele achava Catherine muito intrometida, afinal, ela deveria estar agradecida por eles terem-na acolhido sem maiores perguntas, não ficar bisbilhotando seu passado. Outra parte dele entendia a curiosidade dela, pois ele também tinha algumas perguntas para fazer, e foi pensando nisto que lançou à ela uma proposta:

— Eu te conto minha história, se você me contar a sua. — a proposta foi acompanhada de um brilho no olhar. Poderia saber menos que nada quando em se tratando de garotas, mas sabia perfeitamente compartilhar desgraças, e ele bem que gostaria de saber um pouco mais dos infortúnios de Catherine.
Olhando para as próprias mãos Catherine suspirou, e com um sorriso cansado e um leve balançar de ombros, encarou Carl, dizendo:
— Tudo bem. Não é uma história muito longa, se quer mesmo saber....
x
— Eu nasci em uma das famílias mais ricas de toda a região sul. Algumas pessoas diziam que meu pai era dono do Nebraska, tamanhas as suas posses. Minha mãe também era muito rica, mas nunca pareceu gostar realmente do meu pai, sabe, ela sempre quis mais. Algo como "liberdade". Foi presa duas vezes por assalto a duas lojas de departamento. Diagnosticada como cleptomaníaca.
Carl deixou escapar uma pequena exclamação.
— Sim, eu sei, é bizarro. — a garota completou com um misto de tristeza e uma pequena nota de revolta na voz — mas família a gente não escolhe, não é mesmo?
O garoto não respondeu. Estava ansioso para descobrir que fim levara seu pai, por quê ela estava vagando sozinha pelo mundo, quem ela estava procurando. (Afinal, ninguém sai estrada a fora, com suprimentos limitados, sem uma motivação).

— Sabe, Carl... Eu estava muito feliz, esperando ansiosamente pela minha festa de aniversário antes de tudo isso acontecer. Mesmo não tendo a família perfeita...— Catherine parou de súbito, olhando para cima, buscando algum amparo nas pequenas lascas de madeira que revestiam o teto do quarto. — Eu e meu irmão estávamos discutindo sobre ter ou não um mágico na nossa festa, quando minha mãe apareceu na sala, banhada em sangue, com uma faca de cortar pães igualmente ensanguentada. Nós gritamos de pavor e ela ordenou que nos escondêssemos atrás da grande cristaleira que pertencera à minha avó.
Meu avô era um homem repulsivo. Abusou de minha mãe até o dia em que a entregou para um homem tão cruel quanto ele, que eu pensara, durante toda minha infância, ser meu pai. Ele só de casou com ela para abafar as acusações de aliciamento de menores para uma grande casa noturna. Segundo meu avô, homens casados levantavam menos suspeitas, e uma cerimônia de pompa, por certo, colocaria panos quentes nas almas mais fúteis.

Carl, a essa altura, segurava a mão da garota, que estava gelada e trêmula. Ele suspeitava que há muito tempo ela não expelia toda a mágoa e nojo que sentia. Poderia arriscar dizer que poderiam ser bons amigos, dada a empatia que tinha por ela.

— Quando tudo começou a ruir, minha mãe nos contou a verdade. Disse-nos que nosso verdadeiro pai não era aquele a quem ela havia matado, mas outro homem, que, mesmo com todo o caos, estava vivo. Eu fiquei feliz por saber que meu pai não era o projeto de homem com quem minha mãe se casara. Eu passei a minha infância toda ouvindo gritos desesperados vindos do quarto deles. Ele sempre a agredia, de todas as formas possíveis.

Um vento leve começou a sacudir os farrapos das cortinas, e Carl se arrependeu, por um segundo, de querer saber a história da garota a sua frente. Mas ela continuou a compartilhar seu funesto passado.

— Ela estava se preparando para partir em busca do homem que ela tanto gostava, quando começou a passar mal. Nós não sabíamos que a mordida causava a transformação, então ela morreu aos poucos, sentindo muita dor, alucinando. No quarto dia, ela estava muito fraca, mas disse que precisava fazer uma visita especial à alguém. Nós a esperamos, mas ela não voltou... Então, resolvemos procura-la, encontramos seu corpo na porta da cozinha, inerte e sem vida. Ela então voltou muito rápido, avançando em direção ao meu irmão que chorava copiosamente, tentando explicar que era filho dela. Não pude hesitar, ou ele morreria.

Percebendo que ela havia terminado seu relato sombrio, Carl contou sua própria história e como havia chegado ali, com um “pai arrebentado”.
Quando terminou sua narrativa, que continha menos detalhes do que a de Catherine, e algumas omissões estratégicas, a garota apertou a mão dele, que ainda mantinha-se firme agarrada à dela. Nenhum dos dois fez menção de soltar.

— Somos dois desgraçados, Carl. Mas fico feliz por saber que não sou a única desequilibrada aqui.
Carl sorriu, pensando consigo mesmo que, nem de longe, sua vida era tão horrível como a de Catherine.

xx

—  Por Deus, Carl, tome cuidado. — o homem completamente debilitado, que um dia já fora considerado o policial mais eficiente de seu distrito, agora não passava de um pai preocupado com um filho adolescente.

— Ei... Tudo bem, pai. Vamos ficar bem! Prometo não desobedecer Michonne. E vou proteger Catherine — um sorriso debochado despontou dos lábios do garoto, que mal havia terminado a frase e já  estava levando sucessivos socos no braço direito.

— Ai! Ai... Isso dói! É brincadeira, Cathy...

— Cathy? — Rick arqueou uma das sobrancelhas. — vejo que estão se dando bem...

Carl, embora tentasse disfarçar, sentiu as bochechas corando absurdamente. Catherine retornou à postura anterior, de total seriedade.

— Você pode se comportar como uma adolescente normal, Catherine. Estamos no que preferimos chamar de “fim do mundo”, mas é permitido ter um pouco de diversão por aqui.
— Certo, senhor Grimm-
— Rick, apenas. Não há motivo para termos formalidades. Tudo bem?
— Tudo bem.
Era o primeiro sorriso amplo que Catherine dava em semanas.

XX

A casa estava vazia. As risadas contidas de Carl e a nova amiga, Catherine, faziam falta. Michonne também, apesar de ser sempre tão taciturna, tinha seu som característico: a limpeza da lâmina de sua espada samurai.
O silêncio era o momento em que Rick recebia a visita de alguns fantasmas. Era a hora marcada para os mortos voltassem para que ele perdesse o resto de sua — já escassa— sanidade mental.

Lori.
Hershel.
T-Dog.
Judith...

E aqueles que haviam sido separados na invasão da prisão.

O sono o alcançou. As vozes foram sumindo. Dormir sempre era a melhor opção para uma alma culpada.
O sono, porém, durou muito pouco. Um barulho de vidro se partindo e de vários passos tocando o assoalho de madeira despertou um Rick sonolento, frágil, mas ainda assim em estado de alerta.
Alguém havia entrado na casa.
Ele estava completamente sozinho e praticamente desarmado.

— Ei, Joe! Acho que temos um espaço amplo para os garotos... aqui em cima.
Uma voz rouca e grave aumentava, à medida em que botas pesadas chacoalhava e faziam ranger a escada de madeira.

Rick apressou-se em esconder-se. Não admirava a própria atitude, mas já havia aprendido que lutar nem sempre era a melhor estatégia. Precisava pensar, e muito rápido, numa maneira de sair dali, e evitar que Carl e os outros chegassem.

Não sabia quem eram e, justamente por isso, não podia confiar neles.
Uma discussão começou.
O homem que havia duvido estava acompanhado por outro, mais magro e igualmente rude. Rick não conseguia distinguir quem estava falando o quê, mas viu o momento em que o primeiro homem foi pego pelo pescoço e lançado ao chão.

Em poucos segundos estava morto, enquanto seu companheiro descansava na cama em que Rick, minutos antes, havia tirado um cochilo.

“Já sei que não são boas pessoas” Ele pensou, ao sair sorrateiramente em direção ao banheiro.

A porta foi aberta e Rick se deparou com um homem corpulento, de vestes sujas, armado até os dentes, mas em visível desvantagem, uma vez que fora pego em situação bastante complicada. As calças abaixadas.
Rick aproveitou a oportunidade.
Matar pessoas agora era uma questão de sobrevivência.

A fala: “Não matamos os vivos” ficara para trás. Junto com o velho Rick Grimes.

Precisava correr.

O mais rápido que sua condição física permitisse.

Quando chegou do lado de fora, avistou Carl, Michonne e Catherine, rindo enquanto carregavam sacolas nos braços.

Fez um sinal com as mãos para que fugissem. Quebrando a sintonia e o momento leve que, se pudesse, contemplará o dia todo.

Eles correram.

Mas foram vistos...

xx

Era a segunda noite consecutiva que sonhava com ela. O corpo pequeno e leve dançava com habilidade sobre um círculo de metal que não parava de girar. Ao fundo, uma música triste e tétrica dava o ritmo aos passos da jovem de cabelos esvoaçantes, bochechas ensanguentadas, pupilas dilatadas.
Daryl acordou assustado, os olhos ferozes procurando, como na última noite, o corpo de Beth ou qualquer coisa que indicasse que ela estivera ali de verdade, viva e segura, mas só encontrou a mochila que ela costumava levar para todos os lugares.
O sol já dava indícios de sua chegada, os finos raios tingiam o céu gradativamente, clareando o que havia sido o véu negro da noite.
O homem ajeitou sua besta sobre os ombros, sentindo a arma pressionar seu pescoço de forma incômoda. Olhou para o horizonte buscando indícios de que algum carro passara ali correndo. Não sabia ao certo se estava na direção do veículo e sentiu-se um grande inútil. A sensação persistiu quando ele se viu de frente à uma encruzilhada que dividia-se em três caminhos distintos. Definitivamente estava acabado.
Com as mãos no rosto, e um grunhido de insatisfação, ele sentou-se no chão e começou a socar a terra seca com os punhos, causando algumas escoriações nos nós dos dedos, e uma dor fina, bastante irritante.
— Ora, ora, ora. O que temos aqui, rapazes? — uma voz masculina levemente rouca chegou aos ouvidos de Daryl, e ele levantou os olhos lentamente. — parece alguém cheio de problemas.
Daryl ergueu-se de súbito, quase esquecendo do cansaço que já estava derrubando suas forças há poucos minutos.
Com uma agilidade típica apanhou sua arma, levando-a até a altura de seu queixo; os dedos tremiam imperceptivelmente e uma gotícula  de suor escorria pela testa franzida.
— Ei! Acalme-se, meu bom homem. Nem todos os habitantes do mundo querem sua cabeça, pelo menos nenhum de nós quer. Então abaixe a arma. — o homem de olhos estreitos, cabelos grisalhos, rosto redondo emoldurado por um cavanhaque igualmente grisalho, estava com as mãos para o alto, enquanto demonstrando uma postura pacífica.

— Eu abaixo, se eles abaixarem. — Daryl falou num esgar, as palavras mal escapando por entre seus lábios finos. Apontava com a cabeça para os outros homens do grupo.

— Abaixem as armas. — Foi uma ordem respeitada à contragosto pelos demais, embora um ou dois houvessem demostrado uma resistência mais insistente. — Len! Eu já disse: Abaixe a droga da arma, merda!
O rapaz, alto e enfurecido, continuou mirando Daryl nos olhos enquanto descia seu arco e flecha lentamente.

— Obrigado. — o homem mais velho sibilou ironicamente. Provavelmente muito mais injuriado do que seus olhos ágeis poderiam demonstrar.

— Sempre às ordens, Joe. — o homem magricela retrucou em tom pedante e provocador.

Joe então virou-se para Daryl, enquanto os outros apoiavam-se em em seus próprios corpos, fingindo não prestar atenção naquele que deveria ser o chefe do bando.

— Você. Qual o seu nome, e o que faz aqui sozinho?
Daryl demorou alguns segundos para responder. Mordiscou a língua e um murmúrio saltou de seus lábios ressequidos.

— Daryl Dixon — a voz saiu anasalada e menos brutal do que ele desejava — e não estou sozinho. Procuro alguns amigos.

— Amigos? Ora...não sei se já lhe contaram, Daryl, mas este já não é um mundo em que se coleciona amigos. — o tom jocoso na voz do homem incomodava Daryl, que só não esfolou a cara cínica porque estava em desvantagem — eu sou Joe, como você já deve ter ouvido agora a pouco. Estes são Len, Tony, Harley, Dan e Billy. Se controlar este seu temperamento poderemos nos dar muito bem.

Daryl imaginou que, se negasse o convite de Joe, poderia encontrar problemas. Embora não estivesse carregado de suprimentos, suas armas serviriam bem ao grupo, e eles não hesitariam em tomar o que quer que fosse a força.
Com um aceno leve Daryl Dixon resolveu acompanhar o grupo de Joe. Eles não deveriam ser tão maus assim.

**


Notas Finais


Sim, Daryl... Pode confiar... Galerinha super do bem!


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