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História Miss me (TWD/Bethyl) - Lamb


Escrita por: PatyNinde

Notas do Autor


Búu :)
Cheguei com att. Mas tô achando as coisas meio paradinhas aqui. Sei que não tô atualizando com aqueeela frequência (na verdade tô bem negligente), mas, gente! Onde vocês estão?

Aproveitem a leitura <3

Capítulo 9 - Lamb


Ouro, prata, bronze. 

Medalhas de melhor aluna. 

A casa dos Greene sempre estava lotada de medalhas. De todos os tipos. A maior parte delas pertencentes à Elizabeth Greene. Maggie não gostava muito do estardalhaço e da atenção excessiva das cerimônias que entregavam círculos dourados, marrons ou prateados aos alunos. Não era exatamente boa em vencer as coisas. Beth era. 

O pai e a mãe sempre ovacionavam a pequena Beth por suas conquistas, por sua inteligência, e por encher a família de orgulho. 

— Deveria existir uma medalha para pessoas que viram mais mortos-vivos por aí. Eu tenho certeza que estaria na lista de indicados.  

A conversa era tranquila, a despeito do barulho das máquinas que permaneciam continuamente ligadas. O garoto de pele escura e sorriso fácil estava claramente tentando quebrar o gelo com o seu companheiro de feições levemente indígenas. Talvez tivesse perdido o jeito, depois de tanto tempo sem alguém da mesma faixa etária por perto. 

Jason sorriu. A coluna ainda doía, era provável que não aguentasse percorrer longas distâncias, se fosse necessário. Isso era apavorante, tendo em vista a realidade da qual fazia parte. 

— Eu vi alguns também. Seria um páreo duro. Mas quem diria, nao é mesmo, Noah? Que a melhor forma de conversar com um desconhecido seria falar sobre os monstrengos.  

— Acho que é um avanço. Eu sempre detestei comentários sobre o tempo. 

As gargalhadas ecoaram pelo corredor. A maioria dos policiais estavam em ronda, então eles tinham liberdade para serem normais.  

— Eu posso saber a piada?  — Beth surgiu no corredor, mancando e ajeitando a roupa de hospital que a fizeram vestir. Era ridícula, na sua opinião. — Não o vejo sorrir assim ha dias, Jay. 

— São seus belos olhos, querida. Me fazem lembrar que ainda existem anjos lá fora. — o garoto fez a mesma piada de todos os dias. 

Estar no hospital há mais de um mês fez com que certos laços de amizade se desenvolvessem. Jason e Beth sentiam falta das pessoas amadas e, talvez por esse motivo, encontrassem apoio um no outro. Dizem que a dor une as pessoas. 

Jason era agora como um irmão. Era como sua família. 

— Ei, Beth! Muito trabalho? — Noah perguntou, casualmente, enquanto tirava um pano roto de cima do armário de remédios e fingia tirar uma poeira imaginária do móvel. 

— Meu maior trabalho tem sido sair deste lugar, Noah.  

O garoto abaixou a cabeça e franziu o cenho. Beth sabia que ele desaprovava completamente a ideia de fuga que ela vinha alimentando já há algumas semanas, mas dessa vez não falou nada, tão somente afastou-se, alegando que precisava buscar mais um frasco de limpa vidros para a mesa de Dawn.  

— Mentiroso... — Jason falou, sem se preocupar com o tom de voz. — Por certo vai ficar na lavanderia dobrando roupas e convencendo a si mesmo de que aqui é mais seguro. 

— Ei, Jay... Você não pode culpá-lo. Certo? — Beth comentou, em tom repreensivo. — Ele também passou por muitas coisas e... 

— Aaah, corta essa Beth! Ele pode ter uma família viva lá fora! A mãe e os irmãos, não lembra? Ele disse isso há dois dias. Como alguém pode ter mudado de opinião tão rápido? 

— Não estamos num período muito estável para discutirmos sobre isso. As pessoas já não podem garantir mais nada. É normal que ele escolha ficar por medo. Aliás, que garantia ele tem de que se sair não morrerá? Nós partiremos... Mas não espere que todos pensem da mesma forma que você, Jay. 

— Ugh. Você pareceu minha mãe falando, credo. — Beth estapeou o ombro de Jason e riu do comentário — E toda essa lição de moral me deu fome, a propósito. 

— Noah deve ter alguns doces escondidos. Quem sabe ele não aceite traficar aquelas balas coloridas? Estou há dias com vontade de mordiscar um doce. 

— Você terá que persuadi-lo, eu suponho. Um beijo de cinema deve bastar. 

Beth arregalou os olhos. Jason era um exímio humorista, se as coisas não tivessem mergulhado no mais profundo caos, talvez tivesse a chance de brilhar nos shows de comédia, ou mesmo filmes do gênero. 

— Oh, Cale a boca, Jay! Respeite ainha autoridade! — um riso despontando nos lábios de Beth apontavam que ela não estava zangada como pretendia demonstrar. 

— Estou falando sério. Nunca reparou na forma que ele te olha? Como ele tropeça nos próprios pés? Tudo bem que ele manca naturalmente... Mas... Veja, vocês fariam um casal legal. 

— Jay...eu 

— É sério, Beth. Você pode começar algo se quiser. Olhe as possibilidades. Você é tão jovem quanto eu. Bem, um pouco mais velha, é claro... Creio que você deveria aproveitar 

— Escute, Jas-... 

— Olha... Eu sei que você meio que tinha um lance com o cara da flecha... 

— Daryl. E não tínhamos nenhum lance.  — Beth completou apressada. Não sabia por que, mas mencionar o nome de Daryl lhe causara certo reboliço no estômago, e uma pontada fraca no lado esquerdo do peito. Sentia saudades, mas em seu íntimo, sabia que não o veria mais.

— É, esse aí mesmo. Não me diga que vocês não tinham uma coisa, porque era visível a maneira protetora que ele te tratava e, acredite, passava bem longe do cuidado de um pai para com a filha.  Ele deve ter o que? Uns trinta anos? Você tem dezoito...

— Dezenove... — Beth sussurrou.

— Dezenove? Mas eu achei que... Ah — O garoto sorriu com afabilidade, aproximando-se de Beth abraçou-a como se ela fosse sua irmã caçula, fazendo-lhe um cafuné exagerado, que bagunçou os fios loiros já desalinhados. — Feliz aniversário, Beth.

— Obrigada, Jay... Fico feliz de estar aqui com você. Acho que períodos como os que estamos vivendo servem para aproximar pessoas que, em circunstâncias comuns, sequer olhariam para a cara um do outro.

— Ei, qual é?! Está querendo dizer que nunca olharia para mim em circunstâncias comuns? Olhe só para tudo isso, boneca.

Jason remexeu o corpo numa tentativa de reproduzir uma dança sensual. Os risos foram inevitáveis, mas logo cessaram diante da presença de Gorman.

— Parece que estão se divertindo bastante, não é, crianças? — Nojo era um termo bastante brando para definir o que Beth sentia pelo homem asqueroso à sua frente.  Por interromper um dos poucos momentos de felicidade, ele acumulara mais alguns pontos na lista negra de Beth. — Ao trabalho! Exceto você, Beth. Gostaria de dar uma palavrinha com você na minha sala.

Jason tentou  acompanhar Beth, mas recebeu um tapa no rosto.

— Você não será necessário lá, meu chapa. — o homem respondeu, e Jason temeu o pior. Não seria a primeira vez que tinha um pressentimento parecido.

O brilho maníaco no sorriso, a perversão em cada linha de expressão em volta dos olhos, e a força dos braços do policial arrastando-a para o cubículo no fim do corredor lembrou à Beth a cena de um cordeiro sendo levado para o sacrifício.

— x —

  — Nos preocupamos muito com essas coisas, Daryl. Todo o lance da verdade e da dominação. Você não pode mentir, e tudo o que tocar é seu. Entendeu?

O grupo de homens caminhava sob os trilhos de uma estrada tão deserta como deveria ser em tempos como aqueles. Eventualmente esbarravam em um ou dois mortos-vivos, mas nada de anormal.

— Hum... Tudo bem. — Daryl questionava-se até que ponto da estrada acompanharia aquele grupo. Sua busca por Beth não havia terminado. No entanto, não poderia deixar que Joe e seus “amigos” lhe tomassem tudo e o abandonassem na estrada. Pela primeira vez estava seguindo um dos muitos conselhos de Rick: “Estratégia é saber que em alguns momentos precisamos ficar em grupo”. Daryl sabia que era o momento de estar em grupo, ou não poderia continuar sua busca futuramente, afinal de contas, precisava estar vivo se quisesse salvar a vida de alguém.

Beth.

Já perdera as contas, não sabia mais há quantos dias ela havia sido raptada. Ela e o garoto, seu filho. Como era intragável a palavra, ainda que ficasse somente em seus pensamentos, era assustadora. Ele se parecia com a sua mãe, pelo pouco que Daryl conseguia lembrar da figura desleixada, deitada na cama o dia inteiro, fumando como se possuísse dois pulmões. O garoto lembrava os traços da jovem senhora Dixon, quando levantava antes de o sol nascer, limpava a casa e comprava cervejas para o marido no armazém da rua de baixo; que ria quando os filhos brincavam de caçadores.

Beth... Sentia falta dela. Sabia que as pessoas boas não duravam muito num mundo em ruínas. Por isso esperava que Beth não fosse uma pessoa boa, apenas para que pudesse sobreviver.

— Devaneando, meu caro? Você não me parece um homem de muitas palavras. Saiba que eu prefiro assim. Pessoas como você são mais leais. — Joe comentou, enquanto todos se ajeitavam num barracão vazio e fétido. Daryl não respondeu, tão somente ajeitou seus pertences num canto.

O coelho que havia caçado pela manhã já estava fazendo a bolsa pesar. Provavelmente pelo sangue que se esvaía. Joe fizera uma divisão, quando Len alegou ter atingido o animal primeiro, gerando certo tumulto.

Mas o tumulto não fora causado somente pelo coelho. Len provocara Daryl, insinuara coisas sobre seu comportamento taciturno. Fizera menção à uma mulher e, embora o homem não soubesse da existência de Beth, isso não aliviou o incômodo de Daryl. Saber que alguém poderia pensar de forma tão suja sobre ela, acendeu dentro dele uma ira descomunal.

— Devolva meu coelho. — Len gritou, de forma acusadora, quando todos já estavam se preparando pra dormir. Todos pararam o que estavam fazendo para a acompanhar a confusão que sabiam estar prestes a começar.

— Fique longe de mim. — Daryl sentiu o sangue aquecer em suas veias. Não pretendia entrar em uma briga com Len, mas se precisasse, o faria sem arrependimentos. O desejo de destroçar cada osso do rosto comprido e sujo.

Joe interveio na confusão. Len era o mentiroso e Daryl sabia disso. Não imaginava, contudo, que fosse presenciar a punição.

— Mentiroso. — a única palavra que saiu dos lábios de Joe. Um soco foi suficiente para que os membros do grupo entendessem que Len deveria ser castigado.

— Sei que ele mentiu. Você falou a verdade. Você entendeu as regras, ele não. — Joe afirmou, dando leves tapinhas no ombro de Daryl . O líder do grupo, então, mandou  retirassem o corpo inerte de Len do barracão, para que, segundo ele, os mortos pudessem, no dia seguinte, ter sua refeição.

— Para onde estamos indo?

— Estamos na trilha de um desgraçado que matou um de meus companheiros. Lou. Ele era um bom homem, dentro dos nossos padrões, se é que você me entende.

Daryl entendia muito bem. Na verdade entendia bem demais para o seu gosto.

— x —

 

 – Eu já ganhei algumas medalhas... de plástico.  – Michonne disparou, recebendo alguns aplausos de Catherine.

O caminho seguia tranquilo, sob o som dos risos de Catherine, Carl e Michonne. Estavam falando sobre medalhas. Carl já havia ganhado duas, nos torneios de Baseball da escola. Rick também, por enfrentar uma situação de alto risco quando resgatava uma criança sequestrada das mãos de um padrasto lunático.

Michonne e Catherine, no entanto, não contavam com medalha alguma em suas conquistas pessoais, então, haviam se tornado um alvo fácil para as chacotas de Carl e Rick.

— Tudo bem, Cath... Eu desenho uma medalha de papelão para você. “A melhor fazedora de nós que eu conheço.” — o garoto riu e passou o braço pelo ombro de Catherine, e assim ficaram por alguns segundos, até Carl perceber a troca de olhares entre seu pai e Michonne.  Ambos coraram e mantiveram-se distantes um do outro.

Rick continuou a encará-los, um sorriso mal contido estampado em sua face.

— Tudo bem, crianças... Vamos andando. Já está escurecendo e precisamos achar um lugar para descansarmos. — Carl fitou o pai com o popular olhar adolescente que prometia uma morte lenta, caso o pai fizesse alguma piada a respeito da suposta relação entre ele e Catherine.

A noite caiu mais rápido do que todos esperavam, e logo o frio foi quebrando a atmosfera de descontração. O medo de não encontrarem um local seguro era gigante e dominava a todos, embora nenhum deles admitisse em voz alta.

— Acho que podemos ficar aqui por enquanto. — Rick apontou para a estrada erma, onde um carro bastante danificado estava bloqueando parte do caminho. — Partiremos pela manhã.  Michonne disse que existem muitas casas nas redondezas. Se for assim, poderemos encontrar armazéns e farmácias. Acomodem-se e descansem bastante, precisam estar bem dispostos amanhã.

Carl e Catherine assentiram e caminharam até o carro. Ali dormiriam em segurança.

Catherine começou a se ajeitar no banco da frente, onde jazia morto o antigo proprietário do carro. Alguém passara ali antes e dera um tiro na cabeça do homem, bem como levara tudo o que ele possuía.  O cheiro era insuportável e a garota fez questão de demonstrar seu desagrado com uma torcida de nariz bastante caricata.

— O cheiro não é tão ruim aqui atrás. Você pode vir aqui, se quiser...Tem espaço para nós dois. — Carl disparou antes mesmo de ponderar se deveria ou não fazer o convite, que,  depois de ter feito percebeu o quão mal interpretado ele poderia ter sido.

Catherine não pareceu se incomodar. Com a agilidade de uma raposa, a garota saltou para o banco traseiro.

— Realmente, aqui é menos pior. — Falou, após um suspiro teatral. — Obrigada.

Carl piscou algumas vezes antes de respondê-la e, quando o fez, ela já havia fechado os olhos. A verdade é que ele gostaria de saber o que estava acontecendo com seu corpo. Sentia coisas estranhas quando observava Catherine dormindo, principalmente quando seus olhos, despretensiosamente pousavam nos seios pequenos da garota; eles subiam e desciam num ritmo bastante regular, era engraçado, ele diria.

Do lado de fora, Rick esquentava as mãos  na fogueira onde pequenas chamas consumiam um punhado de folhas secas e pedaços de madeira retirados do cabo de seu machado. Michonne fazia pequenos rabiscos num mapa.

— Quando foi que ele cresceu tão rápido? — Rick questionou, fazendo Michonne voltar sua atenção para ele. — Quanto tempo eu dormi? Olha só para ele e Catherine...

— Eu percebi, mas acho que você deve deixar as piadinhas e olhadelas para quando o assunto for mais confortável; ou quando você tiver “a conversa”.

Rick torceu o nariz.

— Eu pensei que o fim do mundo seria suficiente para não ter que encarar esse tipo de assunto. Eu pensei que...

Um barulho nas folhas das árvores impediu o término da frase.  Rick tocou o cabo da faca instintivamente e ajeitou-se para melhor enxergar o perímetro.

— Ora, ora, ora... O que temos aqui, meus amigos? Um desgraçado assassino!

Joe havia encontrado Rick

Apontou a arma para a cabeça do homem que vinha perseguindo há tempo demais, enquanto seus companheiros fechavam o cerco.

— Lembra-se de mim, meu chapa? Talvez não... Mas meu amigo aqui lembra. Lou também se lembraria de você,  mas foi assassinado pelas suas mãos imundas.  Chegou o momento de lhe dar uma lição. — O homem procurou por Daryl entre o grupo. Ele havia desaparecido— Hoje vingaremos a morte de Lou.

Eram todos cordeiros, sem saída, indo direto para o matadouro.

                                                                                                      


Notas Finais


¹ Cordeiro em inglês :)

Hehe. Digamos que parei numa parte importante.
Sorry, galera... Mas é que eu já estou tombando de sono. Dediquei o dia todo para esse capítulo e amanhã levanto cedinho :p
Mas o próximo não vai demorar. Estou com a ideia pronta e já revi os episódios da série p/ refrescar a memória.
Também não vejo a hora de juntar as histórias, mas vou com calma, não quero atropelar as coisas. :))

Comentem, reajam, mandem beijos, gritos, High five.
Bjinhoos.
Obrigada por não desistirem da fic!


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