Pov. Joana Zacherl:
[...]
- Jô... já que agora você está melhor... – Bastian começa a falar.
Eu espero ele continuar.
- Você disse que essa é a segunda vez que perde um filho, que história é essa? – ele pergunta.
Parece que o chão desaparece.
- Joana, você está bem? – Bastian pergunta preocupado.
- Estou... – digo.
- Olha, me desculpe perguntar por isso mais é que você comentou naquele dia e eu fiquei curioso... se isso te deixa mal, não precisa falar. – ele fala.
Bastian estava se mostrando um homem incrível e não contar essa parte dolorosa da minha vida para ele, é como se eu não confiasse nele o suficiente.
- Eu irei te contar Bastian. – digo.
- Não precisa... eu não quero que você fique mal mais uma vez. – ele diz.
Sorrio com a sua preocupação.
- Fique tranquilo, eu irei me senti melhor. – digo.
Eu espero que sim.
Ele fica me encarando enquanto me espera começar a falar.
- Eu namorava um cara a muitos anos atrás e... – começo.
Respiro fundo.
- Nós nos descuidamos e eu acabei engravidando. Na época eu fiquei com medo de tudo mais eu contei ao meus pais... foi um baque para eles, mais apesar de tudo eles me apoiaram. – digo.
Bastian me ouvia atentamente.
- Eu acabei perdendo o bebê pouco tempo depois... – digo.
Me sento ao lado dele e suspiro antes de continuar.
- Foi ai que eu fiquei sabendo que caso quisesse ter filhos novamente, eu teria que passar por um longo tratamento e mesmo assim não teria garantias de uma gestação...
Basti me puxa para perto e abraça de lado.
- Eu imagino o quanto você deve ter sofrido com isso... – ele diz.
Passo a mão no cabelo dele.
- Doeu muito, ainda doí muito e ainda irá doer muito. – digo.
É isso o que eu sinto.
- E o seu namorado? – ele pergunta.
Falar sobre Mats...
- Ele se mudou, arranjou uma nova namorada pouco tempo depois e hoje é casado. – digo.
Bastian arregala os olhos.
- Ele te abandonou? – ele questiona.
- Sim. Ele sempre foi covarde, essa só foi mais uma das atitudes dele que comprovaram isso. – digo me lembrando.
- Você ainda tem algum tipo de contato com ele?
Acabei falando demais, não deveria ter citado o casamento.
- Não, apenas fiquei sabendo de algumas coisas por conta de viagens. – minto.
Não sou capaz de dizer toda a verdade a ele.
- Ele mexe com você de alguma forma?
Essa pergunta me surpreende.
- Não Basti.
Ele apenas me observa e quando parece decidir falar algo, a campainha da sua casa nos atrapalha.
- Deve ser Leticia. – digo.
Saímos do quarto e fomos atender a porta.
- Trouxe tudo. – Leticia diz assim que abro a porta.
- Ótimo. Já colocou alguém na cola dele? – pergunto.
- Já, o mesmo que cuidou daquele caso. – ela não dá detalhes mais eu capto a mensagem.
Ethan é um antigo conhecido nosso, ele já prestou serviços para o meu pai e sempre descobre tudo sobre a determinada pessoa. Ele é um ex militar americano, foi um estrategista nato.
- Teremos resultados em tempo recorde. – digo.
- Do jeito que Klaus costuma deixar rastros, eu não duvido de nada. – ela concorda.
Nos acomodamos na sala, enquanto Bastian prefere nos deixar sozinhas resolvendo tudo.
- Eu preciso que uma equipe medica venha até aqui para colher uma amostra de sangue minha. – digo.
- Assim que sair daqui, eu irei cuidar disso. Vou tentar dar um jeito da coleta ser feita pela noite. – ela diz.
- Isso.
- Klaus estava pendurado no seu pai hoje... foi bom você não ter comentado nada com ele. – Leticia diz.
Qual o problema do meu pai?
- Eu vou adorar desmascarar ele... a impressão que ele passa para todo mundo de que é maravilhoso e eu sou a implicante vai cair por terra.
- E é isso que todo mundo está acreditando mesmo. O pessoal tenta disfarçar na minha presença, mais eu sei o que eles falam... você ficou como a louca mimada e Klaus como o que sempre esteve certo.
- Eu vou acabar com ele e ele vai se arrepender de um dia ter nascido e cruzado o meu caminho.
- Isso não soou como uma simples ameaça. – Leticia fala me observando.
- Eu realmente irei acabar com ele. – confirmo.
Leticia arregala os olhos.
- Ninguém mandou ele atrapalhar o meu processo de adoção, ninguém mandou ele cruzar o meu caminho.
- Você não está bem... – Leticia fala.
Dou risada.
- Me poupe Leticia. Vamos falar de como acabar com o Klaus, que é melhor. – digo.
Ela fica me olhando por um tempo.
- Leticia. – digo e estalo os dedos na frente dela.
- Tome cuidado com o que pretende fazer. – ela me avisa.
- Pode deixar.
Ela balança a cabeça negativamente.
- Você está ficando cega de raiva e isso não irá te ajudar a pensar. – ela diz.
- Eu já sei que rumo tomar. Iremos desmascarar Klaus, mostrar a imprensa o que realmente aconteceu e ai eu consigo retomar o processo de Peter. – digo.
Ela suspira.
- Espero que saiba realmente o que está fazendo. – ela diz.
- O que você tanto teme? – questiono.
- Isso tudo. – ela diz.
- Seja mais explicita. – peço.
- Acho justo você querer fazer a verdade vir a tona, acho justo você provar que tudo o que aconteceu foi uma armação, mais acho que você está indo longe demais querendo destruir Klaus. – ela diz.
Oi?
- Não era você que me dizia para dar um jeito de tirar ele do meu caminho?
- Comprar a parte dele e tirar ele da empresa, agora fuçar a vida dele em busca de uma traição para conseguir a ira da mulher dele... acho um pouco demais. – ela fala.
Dou risada e balanço a cabeça negativamente.
- Ele não pensou que estaria indo longe demais em tirar Peter de mim... eu também não irei pensar que estou indo longe demais livrando a mulher dele do ser desprezível que ele é.
- Faz o que achar melhor, mais não se esqueça que arrependimento não muda o passado. – ela diz.
- Eu sei o que estou fazendo e não irei me arrepender.
Voltamos nossa atenção para a lista de pessoas que trabalharam na festa e como eu sei que meu pai comentou alguma coisa com Klaus, eu e Leticia começamos a buscar pessoas que haviam saído da cidade depois de toda essa história. Chegamos em quatro nomes.
- Um desses quatro tem que saber de algo. – digo a Leticia.
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