— Vai dar tu-tudo certo, né Jeon?
— Sim, hyung. Tudo certo. — O Taehyung chuta o pneu do carro que eu não sei se é carro ou caminhonete ou filhote da vampira Bella, e o Jimin não curti muito isso e arremessa algo na cabeça dele, acho que é um sapato. O seu sapato. Acabo rindo com a cena, ela parece ser querida para o Jimin-Junção-Algodão-Doce. Quando eles nos notam, meu coração chega a falhar.
Beijinhos e Céline Dion
×
Respiro bem fundo, e deixo o hyung sozinho por alguns instantes, caminhando em direção à Park Jimin, que parece-me muito focado em acertar Kim Taehyung, a pessoinha que eu particularmente estou vidrado, com qualquer coisa que ele encontre, até pensei que seu próprio agasalho contra o frio serviria como arma.
— Jeon? — Kim deve estar entendo vários nadas, sei que pela lei da coisa, ou apenas as coisas que se encontram vagando pela minha própria imaginação, eu deveria ir abraçar, beijar, perguntar se vai chover para a pessoa com quem estou acompanhado dentro do tal encontro. Mas tenho uma missão, preciso ajudar meu hyung antes que ele saia correndo. — Jeongguk?
Acabo sorrindo, aperto meu passo e me aproximou de um Park Jimin bastante eufórico. Acho que ele está mais interessado em observar Jung Hoseok provavelmente encarando o céu nublado. Então vai chover, preciso arrumar outra pergunta para o Taehyung, talvez? Hyung, você acha borboletas pretas assustadoras? Eu até poderia falar 'ponto de interrogação’ para dar ênfase.
O local onde me encontro é quase grande, porém não é espetacular como os cenários de filme de animação. Já assistiu Moana? Então, aquilo é um Oceano que honra sua Oceanidade. Enfim, as coisas aqui são verdes, como as árvores, os gramados e até às blusas de alguns homos sapiens. (Eu aprendi essa palavra hoje em um livro sobre genética, não que eu entendi o que seja RH ou quem doa sangue para quem no sistema ABO, mas adorei ficar cantarolando i homos sapiens, i, i, homo sapiens, no banheiro). O chão é sujo, de lixo e caquinha de cachorro, têm carros estacionados em locais proibidos e bicicletas fingindo ser motocicletas. É um ótimo lugar para se construir uma sorveteria.
— Oi, hyung.
— Oi, oi, Jeon! — Jimin bate o pé direito no chão, será que ele quer dançar? Por qual motivo uma pessoa cumprimenta a outra fazendo a dancinha dos carinhas do faroeste? (Pula boi, pula cavalo… lá, lá, lá). Eu estou rindo. — É algum problema com o Hoseok, não é? Kim Taehyung quieta o rabo! Estou tendo uma conversa civilizada aqui!
— Por um momento fiquei eu imaginando você como um cawboy! — Por que eu falei isso em voz alta? Para minha surpresa, o hyung sorriu.
— Eu seria um lindo algodão doce cor-de-rosa cawboy, né não?
Não acredito que ele entrou na minha idiotice. Eu deveria pedir desculpas por mudar de assunto? Droga de dislexia, ela me confunde. Deveria estar falando do hyung, e o motivo dele estar tão agitado.
Ao meu redor, Kim Taehyung está balançando os braços que nem um idiota, não sei exatamente o que ele está tentando fazer, talvez a dança da chuva? Será que ele tem superpoderes? Será que ele é um índio disfarçado? Olha, eu tenho mais perguntas para ele, estou feliz. Mais a frente, Jung Hoseok observa as correntes enferrujado de uma bicicleta amarrada em um poste, será que ele está tentando conversar telepaticamente com ela?
Em meu lado, o clone do carro enferrujado da moça do Crepúsculo é realmente esquisito.
— Jeon? — a voz angelical do hyung me traz de volta ao mundo. Me perdi de novo.
— Me perdi, hyung, me desculpi.
— Não precisa se desculpar não, na verdade, eu gerente me perco no Hoseok. Mentira, primeira vez que eu vejo ele! Mas eu quase coloquei a foto dele como papel de parede do meu celular, mas pareceria desesperador! — O hyung Algodão-Doce é meio precoce — No que pensava?
— Que o carro seu é esquisito! — Sai quase como um instinto, e Jimin me dá um peteleco no ombro. — E o hyung, ele… está com miedo. É, gago. Ele é gago.
— O Hoseok? Ele é… então é por isso? — Sabe aquela coisa de bater o pé no chão? Então, agora ele parecer querer dançar a música das moças bonitas do Sistar! Touch my bodyyy! Body. — Eu achei que ele não tinha gostado de mim, sei lá? Ele te mostrou as conversas? Eu fiquei tão assustado, por que cara, eu acho que ele fisgou meu coração de jeito!
Jimin hyung tem as bochechas levemente coradas, sua voz, mesmo que aparente uma certa afobação, é até calma com o decorrer da conversa.
— Foi possível isso que ele não queria gravar áudio para mim! — Apenas fico observando, terei que dizer ao hyung depois que o Jimin tem um penhasco, um abismo gigante de paixão para o oferecer. — Tudo bem, tudo bem… eu vou lá conversar com ele! O Algodão-Doce está indo fazer beijinhos.
O hyung aperta minhas bochechas, mesmo que ele seja um diminutivo de pessoa, ainda parece ter uma necessidade de me encarar como se eu fosse um bebê fofo, seu irmão mais novo. Na verdade, foi o próprio Taehyung que me disse isso.
Encaro novamente o carro feio, esquisito, da vampira sem reação; contudo, a expressão divertida do meu hyung me fisgando completamente. Será que ele estava ouvindo a conversa, encostado daquele jeito na lataria enferrujada do carro do Park apaixonado pelo meu amigo, amigão. Ele cruza o pequeno espaço, tocando de leve na parte dianteira do automóvel. Ele está lindo nas roupas que veste, tudo bem que não entendo para que tanto pano, mas Taehyung está tão estiloso. Acho que esse tipo de roupa só combina com ele, como um renomado influenciador de conceitos de moda.
— Sabia que eu estou muito enciumado? — Ele se aproxima o suficiente para me deixar um beijo na bochecha, porém, antes de qualquer ato de carinho que faça no mínimo sentido, seu nariz roçou levemente ao meu, e seus braços me têm em um aperto gostoso. — Queria ouvir sua voz primeiro! Sabia que o Junção quase me matou com o sapato dele?
— Hyung, acha você borboletas pretas ligais? — Por incrível que pareça, eu estou um caco de nervosismo, não pela presença do hyung em si, e sim por estar morrendo de saudades de tudo nele. — Senti sua falta.
— Jeon, aquelas coisas são assustadoras! — Hyung passa o braço em meu ombro, me puxando para si. Por algum motivo que eu não entendo, não sinto receio em tocá-lo também, sinto-me até quente por isso. — E eu também, quase irritei o Jimin. Se bem que nem é difícil irritar Park Jimin, ele já faz isso naturalmente.
— Junção hyung, está apaexonado pelo o Hoseok hyung, fofo ele.
— Você que é o fofo aqui! — Finalmente estamos andando, percebo que Hoseok e o Jimin já entraram na grande sorveteria, esse lugar é muito procurado pelas diversas caldas e acompanhantes para os todos os sabores de sorvetes a disposição. A única vez que vim aqui, não foi muito legal. — Eu queria te pedir uma coisa, Jeon, na verdade, nem é tanta surpresa já que eu considero você o meu namorado…
Eu tropecei no nada pelo simples susto. Na-mo-ra-do. Eu ouvi isso direito ou foi coisa da minha cabeça? Nossa quase que meu nariz foi em direção ao precipício do concreto. O hyung está me chamando de namorado dele, tipo um companheiro de beijar? Por que eu fico pensando nessas coisas de beijar, pareço um desesperado de merda. Droga, esse chão parece bem sujo, acho que quebraria minha cara com bactérias.
— Jeon?
— Eu, eu… o chão está cheio de bactérias! — Tem momento que eu acho que acontece tudo na minha vida, tirando as coisas que eu quero que aconteça.
Respiro fundo e deixo meus olhos encontrarem os seus, mesmo tremendo por dentro, preciso fazer isso. Suas mãos tocam meu rosto assim que ficamos frente a frente, meu coração provavelmente quer soltar de mim e ir tatuar um rosto humano na Lua. Se isso não é possível, que se foda a impossibilidade. Penso em fechar meus olhos, suspirando em aproveitar o momento, mas não o faço, deixo-me delirar por suas amêndoas, elas são sexys, como tudo em si.
— Hyung, eu… adoraria ser seu namorado. — Eu não errei em nenhum momento, nem ao menos troquei as palavras.
A expressão de Taehyung é um aglomerado de significados de um ser delirante. Acho que o impressionei. Talvez o coração dele esteja querendo escapar do próprio corpo em direção a galáxia selvagem, quem sabe, quem sabe. Minha cabeça gira em completo transe, eu posso ser sim alguém que o hyung se sinta verdadeiramente atraído, até mais que isso. Mesmo que uma parte de mim ainda me considere um verdadeiro idiota, acho ir posso agora sendo esse Jeon Jeongguk retardado gozando de seus sorrisos e toques avassaladora de carinho.
É o momento certo para um beijo, não é? Pela lei da coisa? Meus lábios chegam a tremer, em um pequeno pavor feliz entre deixar que a distância seja realmente quebrada sem a Céline Dion gritando lindamente como plano de fundo. Mas onde vou arrumar a trilha sonora do Titanic bem neste lugar carregando por coisas excêntricas em relação ao sorvete?
— Vocês dois… sabia que não é nada romântico ter o primeiro beijo no estacionamento de uma sorveteria? Andem, tirem o pé do meu geladinho! — Jimin está encostado pequena porta de vidro, e Hoseok hyung está ao seu lado, com os braços cruzados. Ele está sorrindo, daquele seu jeitinho de sempre, com um pequeno coração em formato de lábios.
A sorveteria tem cheiro… bom, de doce e frio, tudo juntinho e misturado, morango, chocolate, torta de limão, o céu azul, beijo do vampiro. Um bocado de sabores que deixam o ar perfumado de gostosuras cremosas. Seria um lugar perfeito, se não tivesse gente enfiada até ao lado das lixeiras, é um tanto desconfortável para mim aqui dentro, tento esconder, pois não quero preocupar os hyungs, mas o Hoseok começa a me encarar com seu felino protetor, como um espião ultra importante, já percebendo que estou querendo dar no pé.
Aqui você precisa ligar antes para agendar uma mesa, caso queira se sentar. É como um delivery, só que versão sorvete. Gosto de chamar de Fast Food versão Danoninho congelado! Sabe aquela propagando fofinha deles dentro do iglu? Então, muito esse lugar todo, só que em uma versão assustadoras de misturas a água e leite.
— Bom, prazer em te conhecer, Hoseok.
Hoseok solta um suspiro, ele ainda continua com a atenção focada em mim, e quero falar para ele parar.
— Eu bem estou. — tento sussurrar, o hyung sentou-se à minha frente, o que foi obviamente uma jogada bastante protetora. Mas minha tentativa falha consideravelmente quando Kim Taehyung esquece os bons modos.
— Jeon?
— Ele não go-gosta desse luga-gar. — o hyung ao menos fica com vergonha de falar em voz alta, recebe um olhar tão fofo do Jimin que me sinto na necessidade de pedir que ele preste atenção na maneira sensacional que o Algodão-Doce humano parece se admirar. — E-eu disse pa-para mudarmos de lugar.
— O hyung quiria tomar sorvete!
— Jeon? O que foi? E, olá Hoseok. Prazer, eu sou o namorado-futuro-namorado de novo preciso repetir isso, do Jeongguk que está me deixando preocupado!
— Desculpa interromper, mas a sua voz é linda. — Junção quase faz o hyung cair da cadeira, Hoseok se deixou levar pelo momento, deixando um Park Jimin ainda mais rubro. — E podemos trocar de lugar, eu só só escolhi aqui porque é tipo o melhor sorvete da cidade. Mas eu realmente não me importo, se for para te deixar confortável, Jeon.
— Meu co-coração chegou a coisa-sar to-todo. — Quando conheci o Hoseok, ele se segurava para não dizer absolutamente nada, mas não conseguia ficar quieto por muito tempo, o problema mesmo é que ele havia certos momentos que a situação não parecia nada favorável.
Por exemplo, teve uma vez que tentamos pedir pizza, e o cara achou que estávamos tentando passar um trote, e ameaçou ligar para a polícia. Não gosto de ir restaurantes ou em qualquer lugar que tenha alguém para me atender verbalmente, fico nervoso e acabo me atrapalhando todo, as pessoas me pedem para repetir e é nesse sentido que eu entro em um verdadeiro colapso, minha mente se perde toda e começa a me dar tremedeiras. Teve uma vez que uma moça me perguntou se eu poderia facilitar seu troco, me destrai pensando na reportagem que o papai estava falando, sobre o relógio que marca o fim do mundo, e fiquei cantarolando uma música que eu inventei sobre zumbis. A atendente não gostou muito disso.
— Jeon, você não gosta de lugar assim, não é? — Quase me esqueço da presença do Taehyung, é óbvio que ele estava na tocaia, apenas me observando.
— É que achei eu que vocês podiriam peder para mim! — Estou me encolhendo na cadeira por motivos que não entendo, preciso respirar fundo, mas acho que vai aparentar que minha saúde esteja indo para o beleléu, e é só o contrário, só estou morrendo de vergonha. O hyung sabe disso, Hoseok me entende, é por isso que geralmente compramos as coisas no mercado e cozinhamos na casa dele com a irmã dele rindo da nossa cara de inexperientes na cozinha.
— Não tem que se esconder, Jeon, principalmente por ter gente idiota no mundo.
— É o mais fácil. — Me vejo focando atenção apenas em Kim Taehyung, deixando o mundo para lá, até mesmo os olhares curiosos do Hoseok e Jimin hyung, os dois viciados em Harry Potter.
— Não é o mais fácil para você. — Taehyung está triste, e isso não é legal, não quero que ele se transforme desse jeito por minha causa. — Tudo bem, Jimin, eu vou com o Jeon para casa, certo? Você fica aqui com o Hoseok, quero ter um momento a sós com ele.
E o sorvete? Droga, eu sempre estrago tudo. Não consigo ao menos me desculpar com meus hyungs, apenas me levanto, até mesmo esqueço dos bons modos e saiu pela porta de vidro, ouvindo Kim Taehyung, o sentindo também. Perto o suficiente para me abraçar, ou fazer sei lá o que, mas ele só fica indo para onde meu corpo inventa de seguir.
Isso está me irritando, me sinto como um astronauta perdido na imensidão azul lá de cima, como aquele filme, Interestelar, e a minha concentração me fez me perder muito nas cenas, não entendia ao certo o motivo da cara deles terem sido explodidas, ou aquela mulher presa naquela corda. Ou seja, eu sou aquela mulher, mas a versão idiota.
Está chovendo, e eu estou com frio.
Contra minha vontade, meus pés cismam em se pregar ao chão, até pelo simples motivo de meu corpo toda está congelando, acho que a dança da chuva do hyung não surtiu efeito algum. Assim como as gotinhas de água que beijam o chão de bactérias, eu estou triste, profundamente irritado comigo mesmo. Quero que o hyung me abrace, que diga que eu não sou o que eu penso que sou, mas sinto que ele está cansado disso, tentar colocar coisa na minha cabeça, acho que ele é como um prego em perfeito estado, e eu sou um buraquinho que não consegue se adaptar.
— Jeon? — O hyung toca meu ombro, contorna meu próprio corpo trêmulo e tira a água que se acumula em minhas bochechas, não sei estou chorando, mas quero parar mesmo assim. — Eu sei o que está passando nessa sua cabecinha, sei que… — ele engasga um pouco com a chuva caindo nele daquele jeito meio atrevido, é até fofo. — acha que é um idiota, sei que acha que está me irritando. Também imagino que está pensando que atrapalhou o nosso encontro.
— Eu, eu… sae corrindo eu… minha culpa.
— Verdade, Jeon, é sua culpa sim! Você é completamente culpado… — tem uma espada entrando no meu coraçãozinho — por ter me pegado de jeito. Me apaixonei, e sabe o que mais me machuca? É que só eu consigo enxergar o quanto você é incrível! Não foi só o seu rosto lindo que me fez enlouquecer, Jeon Jeongguk, foi tudo em você, sua voz, seu jeitinho, sua mania de ficar tocando os dedos quando está nervoso… como balança a cabeça para o lado quando está pensando em suas coisinhas.
— Presta tanta atienção…
— Por que eu não prestaria atenção na maior preciosidade desse mundo todo? Me diz? — Eu quero espirrar, e o hyung percebe isso, mas não quero que ele termine de conversar comigo, preciso que ele continue falando, só acho que necessito me sentir tão bem como ele, me olhar no espelho e não sentir vergonha de nada, poder conversar no telefone com desconhecidos sem que meu corpo entre em um colapso. — Vamos, Jeon, antes que você pegue um resfriado, preciso me declarar da maneira certa.
×
Moço da Samsung? Yoda?
×
Não sei ao certo por que estou fazendo isso, mas já mandei mensagem para o Hoseok hyung e ele me ignorou. Será que está zangado comigo pela maneira como eu agi? Quero conversar com alguém dizer o que estou sentindo, e não sei se posso ligar para o Dr. Seokjin a essa hora, ele provavelmente deve ter algum cliente-amigo-companheiro tagarelando no seu ouvido, então só me resta o moço das coisas técnicas.
×
Eai, o que tem de novo?
Eu quero beijar o meu nariz.
Se eu entendo de corpo humano, acho que isso aí é meio impossível! Já que sua boca não é o Senhor Elástico.
Namorado*
Solvente Elástico? O Quarto Foda-se?
Fantástico*
Tadinho deles, corretor.
Você quer beijar o nariz do seu namorado?
Não, não. A bunda.
Boca! É a boca!
Mas não quer beijar a bunda também?
Eu poder beijar a bunda dele? Não é estranho?
Não, tem gente que tem uns fetiche em morder bunda. Eu particularmente acho interessante.
Você já morreu a bunda de pizza?
De onde saiu Pizza?
Se eu já mordi uma bunda? Já murdi muitas partes de uns corpos vivos por aí! Gosto de usar os dentes do jeito correto. E então, o que tem o beijar o seu namorado? Você não sabe beijar?
Sim eu sei Eu só sei se a idéia do beijo é legal
Estou usando microfone agora
É que eu queria colocar sirene de falar
Celine Dion
Entendi vários nadas! De onde saiu a Celine Dion?
É que Digite o corretor sirene era sem linha
Era sem linha ou era Celine Dion?
Ah, entendi, a digitação saiu errado, saquei. Agora o que a Celine Dion tem com teu beijo de nariz no teu namorado?
É que Queria eu Queria eu botar para tocar
Eu cacarejar
Eu não galinha sou célula tronco
Você é uma pessoa muito estranha, mas é uma pessoa estranha simplesmente genial! E se você quer colocar a Celine Dion e a música do Titanic para tocar, você coloca. O mundo já é chato demais, não deixe que ele pare seus desejos, e seu ato de cacarejar.
×
Só consegui conversar no celular porque o hyung realmente se enfiou dentro do banheiro para tomar banho depois de mim, e não saiu mais. Até pensei que alguma coisa tinha acontecido, sei lá, ele encontrou um buraco entrou dentro e agora está brincando de cavalgar nos dinossauros; contudo — o que é até favorável para a minha pessoa —, consegui ver seu reflexo pela cortininha branca com golfinhos. Fiquei encarando de ladinho ele passar sabonete no suvaco e então descer até os países baixos, foi quando eu soltei um risinho, e sai de fininho. (Rimei de propósito).
Agora, ele está andando de um lado para o outro com a toalha amarrada na cintura, só sei que senti vontade de ser a água que está acomulada no corpo dele, Taehyung aparenta estar morrendo de frio, mas ainda insiste em fazer um desfile para mim. Um bom Jeongguk deveria fingir que não perceber? Bom, talvez, mas eu estou enfurnado nas cobertas dele com a cabeça para fora, só esperando.
Peguei a faixa de My Heart Will Go On e deixou no preparo, nos minutos 3:23, no exato momento que tem aquele baque interessante e os cabelos dela brincam no vento. Muito bonita a Celine Dion, ela poderia ter a minha idade, né? Facilitaria, se bem que ela é uma mulher requintada de maravilhosa.
— Em quem você está pensando? Em mim e nas coisas bonitas que eu falei quando a chuva estava querendo nos gelar? — Estou imaginando a voz do hyung fazendo you’re here, there’s nothing I fear.
— Eu pensando na Céline Dion.
— Quem? — o hyung está subindo na sua própria cama, parecendo um tatu entrando na sua cova feliz. Se bem que falar “cova” faz retratar que ele esteja indo a caminho da própria morte, o que é uma coisa terrível para o pobre do animal de casco duro. — Céline Dion, já ouvi esse nome. É a moça daquele filme né? Titanic. Nunca assisti.
Se eu tivesse comendo alguma eu provavelmente teria engasgado, tipo, muito. Sabe? Sentindo, sei lá, um planeta gigante entrando dentro de mim, então o Darth Vader simplesmente ativa a Estrela da Morte e eu vou quebrando aos poucos? (Acho muito sacanagem aquela coisa matar o planeta aos poucos, se vai destruir tudo, destruí de uma vez! Fazer o povo entrar em desespero! Sacanagem!).
Como assim Kim Taehyung não assistiu Titanic? Se ele é o amor da minha vida como o amor da minha vida não assistiu o filme que representa a minha vida? Eu estou repetindo muito as palavras, me sinto um idiota eufórico, o que não entra fora dos conformes. Como assim ele não assistiu Titanic?
— Você assistiu o Titanic. Não assistiu. Você. Titanic! — Eu tô nervoso. — Hyung! Como, como, como, como assim? — Repetindo muito as palavras, estou oficialmente em transe. Aponto o dedo no rosto, depois que ele senta bem a minha frente, cruzando as pernas um tanto quanto confuso. — Ti-ta-ni-c.
— Jeon, o que foi?
— Ti-ta-ni-c. — Estou repartindo tudo, e nem tenho ideia se é assim que a palavra bonita se separa, se não for, e o c for junto do nic, peço desculpas. — Hyung, Titanic, assestir vamos o Titanic.
— Você quer assistir o Titanic?
— Você tem que assistir o Titanic! — Não estou errando muito, isso é tão bom, e olha que estou em colapso com essa notícia avassaladora, como a pessoa mais linda do mundo não assistiu o Titanic? Eu estou elogiando o Taehyung como se ele fizesse parte da minha vida, talvez isso seja bom, a minha mente compreende o quanto me sinto bem com ele. Será que somos necessários um para o outro? Como o filme? Como a música? — Hyung, eu… gosto de você. — tento com todas as minhas forças, permanecer com o olhar em si, mesmo que meu coração salte por minha boca, invisivelmente, ainda continuo com o contato — Eu, gosto qui você gosti de mim. Eu,acho que… que você precisa assistir ao Titanic.
Os lábios de Kim tremem, eu não sei se ele assimilou muito bem algumas das minhas frases, mesmo que eu tenha feito o possível para me manter instável, o que nem foi difícil, trocando algumas letras ou não, senti que parecia tudo bem, uma conexão apenas reafirmada. Seus olhinhos, marrons, esguios, cercados por sua franja recém-enorme, cobertos por aquela camada fina negra em seus cílios, se enchem de lágrimas e já penso que provavelmente fiz alguma merda, porém, ele sorri.
Eu sempre gostei de My Heart Will Go On por motivos de admirar a maneira como ela interpreta a música e como a melodia combina tanto com o filme, é como um duo sensacional. É por isso que sempre tomo ela como iniciativa para tudo.
A música fala que o amor pode superar tudo, mesmo com as barreiras ou com as verdades do mundo lá fora; podemos respirar em paz se entrelaçarmos os dedos e sorrir para os desafios, os enfrentando juntinhos. É meio impossível, considerado clichê? Se for, não consigo entender. Porque querer ficar alguém seria clichê? Ao menos que receber tal denominação significasse algo ainda mais lindo, uma espécie padrão que realmente importasse, pois até pessoas idiotas como eu merecem alguém para amar.
— Jeon? Você é definitivamente a pessoa com quem eu quero passar a minha vida todinha!
Todo mundo merece um clichê romântico no final, só um pouquinho, uma água com açúcar, meladinho. Tudo bem, estou exagerando, nem tanto, não é Jeon Jeongguk, o amor não tem formato de um grão que é completamente doce, delicioso, saboroso, mas que quando é demais chega a dar dor de cabeça e uns problemas de saúde.
— Eu sie não o falar que. Eu só, quero… beijar. — Meu celular ainda está em minhas mãos, é só eu desbloquear e deixar a música tocar, será que irá assustar o hyung?
Kim, mesmo que eu me sinta um pouco nervoso com seu ato, mordi de leve os lábios e fecha seus olhos, ele está esperando que e o beije, que eu faça as honras. Taehyung está confiando em mim, nos meus desejos.
Toco o cursor da pequena barrinha do play e atingo o número de 03:00. Respiro fundo, apenas para imaginar pelo menos um dos poucos toques que eu preciso realizar. Kim me segredou nesse dia chuvoso, que dói nele que eu não perceba determinadas coisas em mim, e pensar que meu querido hyung esteja sofrendo por algo, e ainda que tenha relação comigo, me deixa triste. Não sei se ele estranha quando a melodia se inicia, mas não reclama, continua estável, mesmo como os lábios trêmulos. Taehyung tem uma expressão serena, quase hipnotizante, completamente Kim Taehyung.
Meu nariz toca o dele, sinto seu cheiro gostoso de sabonete de frutas vermelhas, deixo que minha própria pele se choque com a sua ainda gélida pelo contato com a água, mesmo que fervendo em seus filetes que se chocam com o chão do banheiro, ainda carregam uma temperatura bem baixa, não favorecendo em nada esse inverno até que legal, mas ainda bem chatinho. Meus dedos tocam seu pescoço, e ele acaba tendo alguma espécie de reflexo, movimentando-se levemente, quase que nossas bocas se tocam, mas ainda não é o momento.
You're here, there's nothing I fear ainda não chegou. Segredar que a presença de Kim Taehyung na minha vida é muito mais do que um sinônimo de pessoa bonita, ainda retarda em poucos segundos ao som de Céline Dion sem seus berros maravilhosos no refrão. Deixo um pequeno selar em sua bochecha direita, descendo até a curvatura de seu pescoço, o hyung respira fundo e o sinto sorrir. Não estou com medo, pelo contrário, talvez sinta temor sobre o mundo lá fora, mas consigo facilmente me ver quente, aconchegado aos seus braços.
Estou tocando seu queixo, com as pontas dos meus dedos, com meus lábios quentinhos. O tempo de preparação se esvaiu completamente, nossos lábios dançam ao som de uma das faixas pertencentes a trilha sonora mais memorável do mundo todo. De início, apenas quero sentir, aquele macio, pensar em seus carnudos combinando perfeitamente aos meus.
Acabo soltando risinhos nervosos, quebrando completamente o clima. Parabéns, Jeon Jeongguk.
Taehyung abre lentamente os olhos, ele não sorri, mas eu percebo. Tem uma luz, algo que me atinge como o martelo do Thor quebra todo o chão (fico com pena do concreto nos filmes da Marvel, o bichinho sofre). Não espero muito, a música já está acabando, quero beijá-lo completamente, não como nos filmes, não acho que aqueles atores podem colocar a língua no lugar correto, ou se querem fazer isso, vai saber, não sou eles. Deixo que meus lábios voltem aos deles, suspirando; provavelmente buscando fôlego que ainda não me escapou.
Sei o que fazer, não que eu já tenha beijado muito ou até pouco, mas sei como minha boca precisa agir, buscando o macio da outra, conectando-se com sua semelhante e encontrando o momento certo para que os músculos rosados se encontrem. As mãos do hyung escorregam até a minha cintura, os meus braços cercam seus ombros largos, até me perco um pouco, mas uma pequena mordida em meu lábio inferior, com seus dentes nivelados e sexys — chamar dentes de sexys parece algo meio esquisito, percebe-se — me faz recobrar exatamente o que fazer, entrando ainda mais num mundo onde os sentidos foram perdidos.
— Tão lindo… — meus pés acabam dormindo, o que é uma coisa chata, mas o hyung se coloca entre minhas pernas e minha cabeça choca-se com o travesseiro perfumado. Kim repete tudo o que o havia proporcionado, os toques em meu nariz, os beijos em minhas bochechas, pescoços, minha pele se arrepia, assim como tudo dentro de mim.
É só um pouco mais, uma grande parte, uma espécie de um todo em mim que apaixonou Kim Taehyung.
— Você realmente fez amizade com esse Yoongi, hein! — Kim está fazendo chocolate quente, e de acordo com ele, Park Jimin está próximo, o carro da vida do hyung Junção é abastecido com cheiro de bebida cremosa sabor de chocolate. — Eu não disse, Jeon, olha o carro estacionando. Eu poderia ser vidente, trabalhar como um mago… sei lá, bruxo das artes das trevas!
O hyung assim que termina, colocando toda a bebida em quatro xícaras diferentes, me puxa para a sala, segurando em minha cintura, beijando o meu cangote. Deixo que meus dedos rimem aos seus, e suspiro em perfeita alegria, sincronia, como Céline Dion e Titanic.
A porta demora poucos segundos para se escancarada, não me sinto surpreso em ver Hoseok ao lado do Jimin, muito menos com a felicidade que ambos parecem carregar, sei que o hyung vai ter muita coisa para me contar, sorte a minha que eu tenho tempo livre, mesmo que meus pais tentem colocar ainda mais conteúdo no meu plano de estudo para deixar de ser um repetente.
— Eu estou sentindo cheiro de chocolate quente, Kim Taehyung.
— Olá pe-pessoas! — Hoseok hyung está realmente feliz, e isso me deixa ainda mais eufórico — Me falaram que o seu cho-chocolate quente é uma delícia!
E então, percebo uma coisa.
— Está frio! — Exclamo, e recebo olhares confusos. — Vocês tomaram sorvitis no frio?
— Tomamos a bo-boca um do outro no carro quentinho… — Park Jimin tem as bochechas levemente rosadas, parece realmente um algodão-doce. Ainda segurando meu corpo, Kim Taehyung sorri.
— Se preparem, temos que assistir um filme triste… e depois eu e o Jeon vamos sair, e então a casa vai ficar sozinha, apenas acompanhada dos gemidos de vocês! — Park Jimin solta um palavrão, enquanto Hoseok já procura o tal chocolate quente para experimentar.
— Para ondi vamos?
— Conversar com seus pais.
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