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História Momento Angular - Epílogo - Conservação do momento angular


Escrita por: ValotDeadly e Ether_Squad

Notas do Autor


Voltei, prometo nunca mais capitular nada em semana final.

~~ Boa leitura ~~

Capítulo 4 - Epílogo - Conservação do momento angular


O tempo corria rápido demais, como quando eu estava de braços fechados fazendo um spin. Meu desejo era que ele corresse de forma lenta, estava com meus braços abertos a espera de Minseok.

O Rideal congelou e com ele um novo campeonato iria começar, eu treinava duro, por mim e por aquele que amava, seria campeão por nós dois.

Meu cabelo crescia muito rápido e isso me desesperava, era como se eu continuasse a viver de forma acelerada enquando Minseok estava sendo desacelerado contra a sua vontade, até mesmo os cílios dele ficavam ralos, os cabelos não cresciam em algumas áreas e as sombrancelhas estavam falhas.

Eu raspava meu cabelo sempre para tentar lutar contra as leis da natureza, tentava me desacelerar juntamente com Minseok.

Abria os meus braços a sua espera e rezava para que o nosso momento angular fosse preservado.

Ainda distribuía os cartazes diariamente, escutando algumas piadas por ainda lutar por Minseok, ou simplesmente por ser o gay da rua 9.

Ignorava essas coisas, mas me entristecia ouvir coisas como: "Não é uma lastima para os Kim que o filho seja assim e ainda esteja doente?" ou ainda "Tadinho do Jongdae, mal entrou na puberdade e já vai ficar viúvo!". As pessoas eram demasiadas cruéis ao brincar com a dor alheia, e isso me machucava aos poucos, porém fazia de tudo para que meu namorado jamais percebesse.

Ele lidava com problemas demais, coisas que ninguém entenderia sem estar no seu lugar e coisas que ninguém queria assumir.

Então eu beijava Minseok com mais carinho, mesmo que agora ele possuísse um cheiro típico de hospital. O beijava por que amava, o beijava por que queria bem, o beijava por que acreditava em sua cura e salvação, e por que nunca teria vergonha do guerreiro que ele era.

A bala de menta nunca nos abandonou.

Aquela rotina hospital-casa, casa-hospital era cansativa, mas Minseok estava suportando bem eu estava muito orgulhoso por isso, todos os dias ele encontrava uma nova força para seguir em frente e eu o admirava por isso.

Luna estava na cidade e foi me visitar, pois havia visto os cartazes com as fotos dele, eu contei para ela tudo o que havia acontecido e ela se compadeceu da história do meu moreno.

Depois disso ela teve uma ideia que acreditei ser brilhante, mas que muitos podem acreditar ser loucura, ela disse que poderíamos competir no campeonato - mesmo que Minseok não estivesse inscrito -, ele entraria na minha vez, ao meu lado e juntos faríamos uma série simples espelhada, pois é esse o nosso estilo.

Assim eu pude acreditar que a patinação era de fato o que nos fazia felizes.

Ganhar ou perder não era importante.

O importante era poder patinar: colocar as lâminas sob os pés e cortar o gelo.

Luna ainda disse que assim assim chamaríamos a atenção de muitos patrocinadores e também de pessoas que assistiriam pela televisão, poderíamos usar a mídia para que a mensagem da doação de medula pudesse chegar a mais pessoas, e talvez assim achar alguém compatível.

Por Minseok eu encontraria as mil pessoas, e entre elas aquela que seria perfeita para que ele se curasse, e assim nós poderíamos voltar a fazer aquilo que amamos: patinar.

--X--

Contei o plano secreto que chamei de "conquista do mundo" para o mais novo que sorriu no mesmo instante, eu sabia que a a patinação fazia falta em sua vida, sem ela ele se sentia incompleto e mais que patinar, iriamos conquistar o mundo, começando pela cura da sua doença que estava tão distante em nossas mente.

Ele planejou toda a série nova, uma simples, mantendo os elementos obrigatórios, mas de uma forma que ele conseguisse a completar.

Patinariamos frente a frente, refletiriamos para nós e para a plateia o que sentíamos: amor; pela vida, pela patinação e por nós.

Não treinamos, e as escondidas Minseok entrava na pista e patinava para os meus braços, afinal, abraçados ainda conseguiríamos fazer movimentos espelhados, unidos ainda faríamos a série. 

Chocamos a todos, pois aquele seria o meu solo, e lá estávamos nós, dois carecas e patinar abraçados e juntos até que sentimos a necessidade de nos separarmos e mostramos a série que ele havia planejado.

Conservavam o nosso momento angular e giramos rapidamente, mas nenhuma velocidade ou aceleração nos prenderia, nem mesmo as leis físicas nos parariam, seguiriamos inertes; juntos para assim mostrar a todos aquilo que mantivermos sempre em nós: o talento.

Não tivemos tempo para treinar juntos então tentávamos os movimentos seguindo nossos extintos e olhares, eu percebia quando Minseok iria tentar um axer e esse sorriu ao perceber que eu iniciaria uma série de spins.

Ninguém naquela pista-estádio diria que não havíamos treinados juntos, estávamos tão sincronizados como qualquer outro par que se apresentou.

Sorriamos a cada movimento, e quando percebi que ele estava fraco o chamei piscando meus olhos para que fizéssemos um spin abraçados, como no início da série, para finalizamos.

A plateia delirava, gritando Kim para nós, era quase uma maldição ter o mesmo sobrenome.

Todos da cidade que sabiam sobre nós se mostraram emocionados, até mesmo aqueles que ironizavam a nossa situação.

Nós finalmente havíamos nos tornado os reis do mundo.

Foi isso que senti ao ouvir os aplausos e ver nossos pais chorando juntos.

Logo quando saímos da pista, Luna foi ao nosso encontro, trazendo jornalistas de todos os lugares. Contamos a nossa história, de como amávamos patinar e como Minseok havia caído em meio a um giro no ano anterior, contamos o nosso único desejo: uma doação de medula.

Nosso desejo não era ganhar o campeonato ou sermos reconhecidos, o nosso único desejo era a cura para o moreno, e essa poderia ser alcançada com uma simples doação de medula.

-- Tudo que preciso é uma medula compatível! -- Minsrok sorriu para a câmera. -- o resto a gente corre atrás. -- Dito isso, me abraçou.

Daquele dia em diante começaram uma campanha nacional, a frase que eu havia colocado nos cartazes se tornaram o slogan dessa campanha.

Milhares de pessoas se inscreveram e fizeram exames para salvar o "futuro da patinação artística", mesmo que nós não tivéssemos ganho o campeonato mais uma vez.

Em menos de dois meses, Minseok conseguiu uma medula compatível e fez o transplante. Tudo correu bem e aos poucos ele se recuperou.

No ano seguinte, ganhamos -- finalmente -- o nacional em pares, juntos criamos uma série que usava de tudo que aquela língua alienígena falava, eu aprendi passo a passo dela com muito gosto.

Conseguimos patrocinadores e hoje, depois de três anos desse pesadelo todo, estamos na sala de espera, nos preparando para o mundial, vamos com uma série repleta do nosso abraço espelhado e cheia do nosso amor.

Começamos a série sorrindo, isso foi o que sempre sonhamos.

O resultado não nos importa, ganhar ou perder não é o que nos move, o amor pela patinação é.

E quando voltarmos para a casa, vamos doar parte daquilo que ganhamos como membros da equipe nacional, afinal ainda existem muitos futuros bombeiros, futuros médicos, futuros professores, futuros atletas e infinitos futuros esperando o momento certo para se realizarem.

Precisamos fechar nossos braços em torno deles e conservar nosso momento angular.

Girar rapidamente para que o futuro chegue logo aqueles que precisam.


Notas Finais


Antes de qualquer coisa, obrigada por me acompanharem nesses dias loucos de atualizações.
O que eu quis dizer com essa fanfic?
Exatamente o que o Jongdae disse no final, existem milhares de futuros esperando por apenas uma chance de tentar se realizar.
Doem medulas ósseas, claro quem puder.
"Mas tia Nay, eu sou de menor."
Ótimo, muitos hospitais do câncer aceitam doações monetárias.
"Mas tia Nay, eu sou pobre!"
Muitos hospitais aceitam visitas terapêuticas, ou seja, uma doação de tempo. Seja para animar as crianças ou ouvir os adultos, doem um pouco de tempo.
"Não tenho tempo, nem dinheiro!"
Vc tem cabelo longo? Por que se tiver, pode doar também.

Vamos juntos, dar apoio e um pouco do que sobra em nós por aqueles que lutam diariamente para viver.

Informações: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/orientacoes/site/home/informacoes_sobre_doacao_de_medula_ossea

Enfim, é isso.

Muito obrigada.

http://twitter.com/valotdeadly


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