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História Moondust (camren) - O Fim - Escola


Escrita por: tainamendes196

Notas do Autor


Lauren ta chegando...
Tt: tainamendes196

Capítulo 4 - O Fim - Escola


P.O.V. Camila Cabello

- ACORDAAA!!!!!

Caio da cama quando escuto oa gritos de Dinah no meu ouvido.

- CARALHO, VOCÊ TA LOUCA?

- Olha, não me xinga. Sou sua irmã, me respeita. Anda, levanta. Sofia ja está la em baixo com o A Menos, que inclusive não larga do pé dela, e você preciso se arrumar porque papai disse que você tem um encontro às duas da tarde com a sra. Yousaf para fazer um teste com vocês e prepará-las para a escola. Precisam saber em que nível vocês estão, já que você disse que tinham alguns livros lá e estudou sozinha, como também ensinou Sofi.

- Mas ainda são 9 horas da manhã - falo assim que olho para um relógio que tinha no criado-mudo do meu quarto.

- Eu sei, mas parece que dona Sinu quer te levar para fazer compras - fala com um tom debochado - você precisa de roupas para a escola. E por falar nisso, eu ja estou atrasada.

- Boa aula pra você, Dinah. E...obrigada.

- Sem problemas - fala e sai correndo pela porta.

Estranhei o comportamento de Dinah hoje de manhã. A maneira como ela me tratou ontem para a maneira como ela me tratou hoje foi completamente diferente. Mas quem sou eu para julgar, não é? Vai ver ela só quer ser minha amiga já que agora somos "irmãs". Ou Sinu deu um esporro nela...prefiro ficar com a primeira opção.

Depois das compras, volto para casa do meu pai para pegar Sofi para o teste.

Escola, como as garotas nos meus livros.

Meu estômago se revira quando passo por Sinu, que está de joelhos ao lado da banheira no primeiro andar, semicerrando os olhos enquanto Sofi espirra bolhas por todo o chão.
Penso nas costas de Sofi e traço uma linha reta escada acima, indo direto para o banheiro ligado ao meu novo quarto, fechando a porta atrás de mim com o pé. Alcanço a privada bem a tempo de as panquecas e o bacon serem postos pra fora, aterrissando com um baque e meu próprio esguicho na água.

Não quero ir para a escola. A floresta é minha escola.

Relembro o hotel que paramos durante a viagem da floresta até aqui e como ensinei Sofi a usar o vaso depois de ela ter pegado um montinho de folhas do bolso do casaco e ter seguido em direçao às árvores perto de estacionamento. Lágrimas brotaram em meus olhos ao ver a alegria dela em não ter que ir até a escuridão de lugares estranhos e frios. Ela deu descarga com um sorriso largo, observando o conteúdo rodar sem parar e, então, como mágica, desaparecer.

De novo, seus olhos gritaram. De novo!

Ligo o chuveiro, a água sem ter o cheiro de peixe do riacho com o qual cresci acostumada e do qual até passei a gostar depois de um tempo. Juntando as mãos em forma de concha debaixo do jato, jogo água no rosto. Depois que confiro mais uma vez que estou trancada, tiro toda a roupa, pronta para me observar no espelho de corpo inteiro na parte de trás da porta do chuveiro. Nunca vi todo o meu corpo de uma vez. Vejo ossos de muitos ângulos. Me viro e olho por cima do ombro, olhos percorrendo as linhas brancas deixadas pela vara e as duas cicatrizes circulares vermelho-arroxeadas dos cigarros de minha mãe, logo abaixo do meu ombro esquerdo. A única marca recente é um arranhão na parte de cima do meu braço, de quando escorreguei em algumas pedras ao perseguir uma codorna. Apesar de tudo, reconheço que sou uma garota muito bonita, só não tinha como me cuidar. Cabelos longos e castanhos, assim como meus olhos, com lábios carnudos e bem desenhados. Tenho um corpo magro, mas sempre tive uma bunda um tanto quanto...grande.

Fico em pé embaixo do fluxo de água quente. Eu poderia ficar aqui para sempre.
Aproveito para lavar meu cabelo e quando saio do banho, ouço uma batida na porta e a voz de Sinu flutua como um fantasma pela madeira da porta.

- Sua irmã está limpinha. Ela está pegando as roupas. Temos meia hora, está bem?

- Sim, senhora.

- Tem uma escova e um pente para você, Camila, na gaveta de cima.

- Obrigada, senhora.

No corredor, aplaudo Sofi em sua camiseta do boneco do Elmo. Nos pés, ela colocou tênis Keds azuis, um par antigo de Dinah, de acordo com Sinu. Eles servem perfeitamente e quase parecem novos.

- Você está tão bonita - digo, meus olhos ficando cheios d'água. Sofia sai correndo, abraça minhas pernas e ficamos ali por um instante, agarradas uma à outra. Pego sua mão e sigo Sinu até o andar de baixo.

Sofi escapa e sai correndo para a porta quando vê A Menos roendo um osso na varanda. Ele o larga por causa dela, que o abraça, puxando-o para perto, seu rosto enterrado no pelo dele.

- Eu ainda não consigo acreditar nisso. Farinha do mesmo saco, esses dois - fala meu pai, balançando a cabeça.

- Sofi reaparece e reboca meu pai pela mão, puxando-o pela porta. Noto os sentimentos que passam pelo seu rosto - felicidade, tristeza, choque, arrependimento - antes que ele desvie os olhos.

- Vire-se Sofi, me deixe colocar o cinto de segurança - falo e aproveito para amarrar seus tênis

- Onde aprendeu a fazer isso? - pergunta Alejandro, com admiração na voz.

- Você - digo baixinho quando vislumbro uma lembrança

Visualizo a mim mesma, uma garotinha de outro mundo, no carro do meu pai.

- Ah nao. Meus sapatps tão queblados - faço beicinho, balançando os pés no ar na cadeirinha no banco de trás.

- Quer que eu faça orelhas de coelho pra você?

- Orelhas de coelho! Orelhas de coelho!

Meu pai mantém os olhos fixos na estrada. A voz da minha mãe também surge em minha mente.

- Aquele filho da puta nos deixou pra nos virarmos sozinhas.

- Mas você falou que a gente deixou ele. - seu golpe veloz com as costas da mão me antingem no pé.

- Não fale desse jeito malcriado comigo.

- Desculpa, mamãe.

- Pode apostar que fomos nós que deixamos ele. Eu tinha que salvar minha garota.

- Eu sei, mamãe.

- E não fica falando com desconhecidos sobre os nossos assuntos. Se você vir alguém nessas matas, se esconda. Não deixa ninguém te ver, garota, e o que quer que faça, não fale seu nome.

- O que ia acontecer mamãe? - pergunto com o rosto doendo e Sofia choraminga querendo que eu vá até ela. Mas mamãe não deixa.

- Eles vão te tirar de mim e fazer você ir morar com ele e. Aí não vou estar lá para te proteger.

- Sim, senhora.

- Agora vá ver tua irmã, antes que eu dê motivo pra ela chorar.



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