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História Mostarda e Mel - Enquanto isso, em Underswap...


Escrita por: CatyBolton

Notas do Autor


Eu realmente não sei oq colocar aqui, só que to feliz pra caralho por estar escrevendo isso e ter gente gostando :'3

Enfim, perdão por qualquer erro (serio, se vcs verem algum podem falar) e aproveitem a leitura!~

Capítulo 2 - Enquanto isso, em Underswap...


Aquela foi uma das perturbações mais bizarras da linha temporal que Papyrus já tinha presenciado em toda a sua vida.

Uma hora estava lutando contra o humano – matando-o pela vigésima vez, ou seria vigésima quinta? – e em outra, enquanto realizava um dos seus ataques, o tempo havia voltado e do nada encontrava-se na cozinha da sua casa.

Quando a linha do tempo foi jogada para trás bruscamente, por alguma força que obviamente não vinha do maldito pirralho, voltou em um momento inoportuno, quase um mês antes, quando estava na mesa de jantar com seu irmão comendo os tacos que ele recém preparará.

Foi difícil tirar a atenção de Sans do seu pequeno ataque de pânico, ainda sentia a adrenalina de uma luta de vida ou morte nos seus ossos, os sentimentos de perda, de ódio, pareciam ter sido cravados em sua alma por ferro quente e o brusco e anormal evento havia lhe deixado enjoado por longos minutos. Por sorte Sans havia acreditado na desculpa de que o irmão só estava se sentindo mal. A linha do tempo nunca havia se comportado daquele jeito violento, normalmente tudo voltava de maneira repentina, rápida, parecendo que simplesmente Papyrus tinha se teletransportado para trás, ou de maneira que tudo que ocorrera antes não passasse de um sonho ruim. Mas daquela vez foi terrivelmente diferente, sentiu como se alguma coisa tivesse segurado os seus ombros e lhe puxado com força para trás, parecia que as suas costas tinham batido em uma dura parede de cimento, lhe deixando sem ar, atordoado, por um momento.

Mal teve tempo de se recuperar do susto, mas pelo pequeno irmão precisou faze-lo bem rápido, não queria o deixar preocupado.

É claro que estava muito aliviado por ver Sans vivo, vê-lo feliz, bem e comendo os tacos que tanto gostava, mas a ponta de desconfiança ainda estava ali, fazendo os seus pensamentos voltarem para a estranheza de tal acontecimento. Precisava se lembrar de investigar aquilo depois,  talvez Temmie soubesse de algo, ou na pior das hipóteses, fosse o responsável...

Então Papyrus lembrou-se das coisas de Gaster, do estranho e velho computador, junto do amontoado de outras máquinas quebradas e não montadas do seu pai no porão, e das várias pesquisas que o cientista fizera quando ainda estava entre eles, pensando se alguma dessas coisas poderia ser útil no momento. Nunca fora antes, a capacidade do humano estava além de a compreensão e os estudos que ele havia realizado, mas daquela vez a culpa não foi do humano, daquela vez alguma coisa poderia realmente...

— Papy, tem certeza que você está bem?

Sua linha de raciocinio foi interrompida e precisou tirar o olhar da comida e encarar o irmão. Não, não tinha certeza, talvez não tivesse mais certeza de nada naquele mundo, mas Sans não precisava saber.

— Eu tô sim, só foi uma dor no crânio. – Abriu um sorriso pequeno para o outro esqueleto, tanto para tentar tranquiliza-lo quanto pelo que acabará de falar, mas ele apenas revirou os olhos por causa do terrível trocadilho.

Seu irmão mais velho – sim, Sans realmente era o mais velho – era simplesmente o monstro mais incrível que já havia conhecido. Tinha uma alma bondosa, gentil e que estava sempre tentando ajudar, apesar de ser um tanto egocêntrico. Quando eram menores Papyrus admirava o irmão e depois de um tempo percebeu que queria protege-lo, os anos foram passando, o mais novo amadureceu mais rápido que o mais velho e agora, para quem não tivesse os conhecido antes, juraria que Sans era o mais novo. Ele era o seu mundo, e quando o humano o matou sem misericórdia, sentiu como se tudo tivesse desmoronado diante dos seus olhos, sem que pudesse fazer absolutamente nada para impedir. Sentiu como se uma parte sua tivesse morrido ao ver o irmão se transformar em pó.

— Qualquer coisa pode pedir ao seu incrível irmão! – Afirmou e logo depois empurrou o prato com dois tacos para o irmão. – Você precisa comer a minha magnífica comida para melhorar, Papy!

A comida de Sans conseguia ser saudável demais para o seu paladar, pessoalmente Papyrus preferia estar comendo alguma coisa no Muffet's, mas pegou um dos tacos para agradar o irmão, procurando deixa-lo menos preocupado. Sem falar que, no final das contas, o gosto estava longe de ser ruim.

Mas o principal era que queria ter certeza que aquilo não era um sonho.

[...]

— Não vá dormir tarde, amanhã a gente vai acordar cedo!

— Ok.

— É sério Papy! Eu vou te acordar as cinco da manhã!

— Ok, bro.

— Você não vai dormir até tarde amanhã! - Frisou Sans, que continuava na frente da televisão, impedindo Papyrus de ver o show de musica do Napstablook. Não fazia muito diferença, já sabia o que iria acontecer, havia assistido exatamente o mesmo programa antes do reset e, obviamente, o esqueleto menor não sabia disso.

— Prometo que depois que o programa terminar, vou ir dormir. – Deu aquele sorriso preguiçoso. – Afinal, estou cansado até os ossos.

— PAPY!

— Eu sei que você gosta das minhas piadas.

— De jeito nenhum! – Bufou e cruzou os braços, batendo rapidamente um dos pés no chão, ligeiramente emburrado. – Essa foi pior que o normal!

Quase foi capaz de concordar com Sans, o trocadilho realmente havia sido não tão criativo quanto poderia, a verdade era que não estava tão no clima e muito provavelmente deveria se preocupar com isso, porque não havia um "clima" para piadas ruins. A situação toda era boa demais para que estivesse mesmo acontecendo, mas não ousaria reclamar, não quando tudo de repente estava perfeito e tudo que deveria era aproveitar como se fosse a última vez. Mas isso não significava que não fosse investigar, na verdade pretendia fazer exatamente isso depois que o irmão fosse dormir, simplesmente precisava descobrir o que havia acontecido de tão diferente naquele reset.

— Você parece cansado, Papy… Mas do que exatamente eu não tenho certeza. – Ele saiu da frente da televisão para se sentar ao seu lado no sofá vermelho de três lugares, lhe encarando, preocupado. – Eu sou o seu irmão, você sabe que qualquer coisa pode falar comigo, não sabe?

Papyrus simplesmente tinha o melhor irmão do mundo, mas não poderia falar o que realmente lhe assolava, simplesmente era incapaz. Sans não se lembrava de nenhum dos resets e estava muito bem assim, não seria o próprio irmão quem acabaria com aquilo, a ignorância, muitas vezes, podia ser a maior das bênçãos.

— Eu sei, bro. Obrigado.

[...]

O porão era, sem sombra de duvidas, a parte mais desordenada da casa inteira. Caixas cheias de entulho inútil enfeitavam as paredes do comodo escuro, assim como varias outras coisas, ainda sim as mais chamativas eram o computador velho em cima de uma pequena mesa a um outro estranho e alto aparelho de formato retangular – lembrava um tipo estranho de máquina de teletransporte. – que claramente faltava um monte de peças importantes para o seu funcionamento.

Mas Papyrus estava mesmo interessado no computador, já havia o feito funcionar algumas vezes e a única coisa que ele mostrou foi uma espécie de gráfico de linhas coloridas , onde nenhuma jamais ficava próxima da outra e todas aparentavam certo equilíbrio entre elas, não tinha mais nada de onde pudesse tirar qualquer tipo de orientação e a única coisa que sabia fazer era liga-la. Provavelmente o seu pai havia escrito algumas instruções sobre aquela criação, ele sempre fazia isso com todas pelo que o esqueleto conseguia puxar das memórias de sua infância, mas muita coisa havia se perdido com o tempo e somente alguns papéis soltos escritos em wingdings haviam sobrado de grandes pilhas e pilhas que eram os originais. A grande maioria fazia pouco ou nenhum sentido sem seus começos, meios e finais. Mesmo que, pelo pouco que o monstro conseguiu interligar, descobrindo que a maioria esmagadora falava sobre o poder dos humanos, a chamada determinação, e uma teoria enigmática sobre a existência de outras linhas do tempo, ainda não pareciam ser o suficiente.

"Existem tantos outros universos, que a ideia de catalogar todos é simplesmente um absurdo", lembrou-se de um pequeno trecho que leu a bastante tempo "porém, ao menos alguns fui capaz de localizar alguns deles.". Era extremamente fácil supor que Gaster estava falando daquele computador.

Porém o maior mistério de todos continuava sendo como Papyrus, um preguiçoso profissional como era, havia tido paciência e vontade o suficiente de concertar o tal computador.

Enquanto esperava o aparelho iniciar, tirou um cigarro do maço bem guardado dentro do bolso e acendeu, colocando-o entre os dentes. Sans não gostava que fumasse em ambientes fechados, na verdade preferia que o irmão apenas nunca mais fumasse, mas ele não estava ali para vê-lo. Depois de acender com um isqueiro preto que mantinha consigo e coloca-lo entre os dentes viu que a tela do computador mostrava algo ligeiramente diferente das últimas vezes que havia verificado, ao menos diferente em relação a três das dezenas de outras linhas. A linha de cor laranja, que ficava mais ou menos no centro, estava perfeitamente normal, se não fosse pela vermelha. Ela costumava ficar um pouco mais acima, porém em um momento desceu e encostou na de baixo por uns milésimos de segundos antes de voltar a sua costumeira linearidade. E uma outra curiosa linha, de cor azul escura, estava tendo picos e quedas de um jeito assustadoramente constante, perto de encostar em outras, mas sem realmente alcançar.

Não existia nada nas pesquisas do seu pai falando que uma linha do tempo poderia interferir em outra, mas leu uma vez algo sobre elas serem completamente independentes umas das outras, como se o cientista nunca tivesse cogitado uma hipótese contraria. Papyrus não sabia o que aquilo poderia significar e não pode reprimir o sentimento de querer descobrir, talvez fosse passar um pouco mais de tempo que o normal dentro do porão daquele dia em diante...

Escutou algo batendo na porta da máquina de teletransporte e parou no mesmo instante, virando a cabeça para ela, e ativando a magia que era denunciada pelo seu olho direito. Parecia que alguém ou alguma coisa estava tentando abri-la, mas não sabia como. O esqueleto  aproximou-se cautelosamente, pensando em algumas possibilidades sem nenhuma fazer verdadeiramente algum sentido. No máximo poderia ser Temmie tentando tirar com a sua cara e se assim fosse o menor dos problemas era se livrar da maldita criatura mais uma vez. No segundo que segurou o puxador da porta seja lá o que estivesse dentro parou  de tentar abri-la, começando a respirar tão forte que Papyrus foi capaz de escutar daquele lado.

Ao abrir a porta, que abria para cima, viu Sans encolhido lá dentro, tremendo e lhe encarando com um medo que nunca havia visto em seus olhos antes. Estava escuro demais ali dentro, mas ainda sim pode ver uma rachadura grotesca em no crânio do menor, que parecia sangrar bastante, e aquilo encheu Papyrus de desespero.

— Sans, o que aconteceu...!?

No momento em que falou e se aproximou, estendendo a mão para tentar alcança-lo, Sans, de maneira extremamente assustada e cheia de pavor, empurrou a sua mão para longe e gritou:

— NÃO ME TOQUE!

— Sans...?

De repente, como se tivesse tomado consciência dos seus atos, talvez como se tivesse feito algo extremamente errado, as mãos de Sans tremeram e ele as trouxe de volta para perto do corpo, que seguraram com força o casaco preto. Lágrimas começaram a brotar das suas órbitas e descer pelo seu rosto, ele soluçou e tentou muito engolir o choro, parecia em pânico.

– Q-quer dizer... P-perdão chefe... Por favor, não me machuque...


Notas Finais


se eu quiser e esqueletos sangrem, ELES VÃO SANGRAR SIM.

Aceito feedback ;3


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