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História Mostarda e Mel - Alguns tacos e algumas conversas...


Escrita por: CatyBolton

Notas do Autor


Eu definitivamente não sei nomear capítulos :'v
Aaaaaaa eu nunca imaginei que tanta gente gostasse desse shipp! Sempre achei ele meio esquecido no fandom brasileiro, mas é maravilhoso que tanta gente goste/esteja dando uma chance pra honeymustard <3

Perdão por qualquer erro (se alguém vir algum, pode avisar) e aproveitem a leitura!

Capítulo 3 - Alguns tacos e algumas conversas...


Em um minuto Sans estava implorando para o seu chefe não lhe machucar e no outro havia começado a sentir a cabeça pesar por causa da falta de sono e o cansaço recair sobre os seus ombros, simplesmente desmaiando . Aqueles eventos não eram tão incomuns, já que normalmente dormia muito pouco e muito mal, as vezes, enquanto andava ou fazia alguma refeição, o seu corpo não aguentava e desligava. Mas aquele era um péssimo momento para isso acontecer, o pior de todos, primeiro havia fugido e depois implorado como um verme para o seu chefe não lhe machucar…

Mas quando acordou, acordou completamente atordoado e ainda sentindo como se o dedo do seu chefe estivesse passeando por dentro da rachadura em seu crânio. A primeira coisa que Sans fez, sem realmente lembrar a princípio dos outros acontecimentos, foi tentar voltar a dormir novamente e gemer de dor. Ainda estava se sentindo terrivelmente cansado, seus ossos doíam para caralho e tudo que sua mente conseguia processar no momento era que precisava dormir mais. Só mais alguns minutos não fariam mal nenhum, pensou enquanto abria ligeiramente as pálpebras e se revirando na cama a procura de uma posição agradável para cair no sono, mas nesse processo, apesar de o quarto estar bastante escuro, percebeu um detalhe relevante e apenas este foi o suficiente para que despertasse por completo.

Não estava em nenhum local que conhecesse.

Tentou se levantar e notou que estava amarrado a cama. Testou sua força contra as amarras nos pulsos, mas ainda estava fraco demais, não conseguiria se soltar daquela maneira e a sua magia parecia estar estagnada, simplesmente como se alguma coisa tivesse desregularizado-a. O que diabos estava acontecendo? Por que estava amarrado em um quarto que não era o seu – por mais que fosse muito parecido? Por que a sua magia não estava funcionando? Efeito da maquina, talvez? Espera, a maquina! O pensamento fez Sans se lembrar com detalhes de todo o ocorrido, da entrada no teletransportador e de como momentos depois de apertar o botão, depois de tudo ficar escuro, após o enjoou e o mal estar, mesmo depois de todo os esforço que teve para fugir e ainda sim ver o seu chefe – seria mesmo o seu chefe? – abrindo a porta. Então o que exatamente estava fazendo ali?! Onde era ali?! Como... Como ainda estava vivo...?

A porta do quarto se abriu, atraindo imediatamente a sua atenção, mas só foi capaz de sentar, esquecendo-se por um momento da dor aguda nos seus quadris, quando a pessoa em questão ligou a luz do quarto. Depois de alguns segundos se acostumando com a repentina iluminação, pode ver um outro esqueleto de pé perto da porta, que parecia uma copia sua. Ele também lhe encarava com uma estranheza no olhar, mas isso nos primeiros cinco segundos, pois por alguma razão desconhecida para Sans ele arregalou os olhos, meio assustado, e empurrou mais a porta para entrar.

— Não chega perto! – Rosnou tentando parecer ameaçador, o que aparentemente funcionou, pois o outro parou ainda segurando a porta, prestes a entrar.

— Mas a sua cabeça tá sangrando! – Teimosamente ele entrou no cômodo e fechou a porta, sem se deixar intimidar. – Caramba, ele não fez o curativo direito...

— O que...?

Antes que pudesse protestar, a sua versão de roupas azuis se aproximou mais e tirou algumas bandagens da sua cabeça, coisa que não percebeu que usava antes, podendo ver uma mancha considerável de sangue nelas.

— Me chamo Sans. – Ele sorriu, um sorriso verdadeiro. – O meu irmão disse que te encontrou ferido dentro de uma das gerigonças velhas do papai e achou melhor te trazer para cá, mas eu não sei porque ele te prendeu, você não parece perigoso, apenas um pouco machucado...

Sans – o outro, animadinho que não parava de falar. – agora enfaixava a parte machucada do seu crânio bem apertado, procurando estancar o pequeno sangramento que insistia em ficar ali. Enquanto isso Sans, o que estava calado e cheio de dores, encarava o outro sem se sentir realmente ameaçado e com o cenho franzido em confusão, tentando encaixar as peças do quebra-cabeças que sua mente criava. Antes de qualquer coisa, precisava de algumas respostas, porém o outro foi mais rápido e perguntou:

— Mas, ei, qual o seu nome?

— Sans…

— Nos temos o mesmo nome! Que legal! Mas... – Ele ficou pensativo por um momento. – Te chamar de Sans vai ser confuso... – Então lhe encarou por três segundos antes de continuar. – Já sei! Red!

Aquele monstro era muito estranho, ele conhecia Sans a apenas cinco minutos e já estava lhe dando apelidos. E não era de todo mau, pois verdadeiramente não incomodou. Quase como se não estivesse falando com um completo desconhecido, mas sim com algum tipo de amigo que não via a muitos anos, se sentia curiosamente confortável na presença dele, mesmo que estivesse amarrado. O que, no geral, conseguia ser ainda mais estranho, já que não tinha amigos.

— Então nada mais justo do que eu te chamar de Blue.

— Gostei!

Quando Blue sorriu, não conseguiu evitar e sorriu timidamente de volta.

[...]

Conversando algum tempo com Blue, Sans descobriu que havia dormindo por quase um dia e meio direto e que estava com muita fome. Não passaram muito mais tempo no quarto antes de Blue sugerir que descessem para a cozinha para ir comer alguns tacos, e nesse tempo teve algum tempo para refletir sobre algumas coisas sozinho, já que, aparentemente, o outro esqueleto não sabia nada em relação a outras linhas do tempo alternativas. Era obvio que estava em uma delas naquele momento, tudo indicava para aquela única solução lógica, a maquina velha do seu criador funcionou muito bem logo na primeira tentativa. O monstro concentrado em cozinhar algo de cheiro bom no fogão certamente era a sua versão daquele universo, por mais que não parecesse muito visto de fora, a essência da alma era a mesma, de algum jeito que não compreendia ainda eles eram a mesma pessoa, e isso explicava muito mais coisas do que Sans conseguia imaginar no momento.

Quando um prato com uma comida estranha foi colocado na sua frente os seus pensamentos foram interrompidos pelo mesmo. Era um tipo de massa de aparência crocante dobrada cheia de recheio, conseguiu identificar alguns verduras, tomate, queijo e um tipo estranho de carne. O cheiro era ótimo, especialmente para alguém faminto como Sans, que apenas tratou de pegar um deles com as mãos e dar uma grande mordida. Podia jurar que aquela era a melhor comida que já havia provado em toda a sua vida. Mas não poderia ter tanta certeza, como dizem por ai, a fome é o melhor dos temperos.

— Uau, você tá mesmo com fome. – Blue comentou, já sentado em uma das quatro cadeiras com os cotovelos apoiados na mesa. – Mas não é para menos, depois de um dia dormindo...

— Está incrível. – Falou com honestidade, voltando a comer logo em seguida.

— Claro que está! Fui eu que fiz! – Afirmou orgulhoso e logo depois pegou um dos tacos no prato para comer também.

Os próximos minutos se deram de conversas banais, tranquilas e descontraídas de um jeito que fazia muito tempo que Sans não tinha. Blue não parecia ter nenhum problema com o fato de que Red era de outro universo, apenas falou animadamente do seu mundo, de como todos eram felizes e amigos uns dos outros, e o outro esqueleto mal pode acreditar. Era tudo muito diferente da sua realidade, muito "bonito", quase bom demais para ser verdade. Um subsolo onde os monstros eram todos pacíficos... Isso simplesmente não entrava na sua cabeça.

— Mas como é a sua casa, Red?

Aquela era uma pergunta que Sans não queria responder. Coçou uma parte do crânio que era próxima a rachadura e engoliu seco, desviando o olhar para o prato, agora vazio, tentando pensar em alguma coisa, em qualquer coisa. Sentia que Blue não precisava saber de como era o seu mundo.

— É... Diferente.

— Diferente como?

Antes que pudesse pensar em algo pra responder – resposta que certamente não passaria de uma desculpa ruim. – uma voz chamou pelo seu nome vinda do outro cômodo, a sala, e apesar de o tom bem diferente, sem um pingo de raiva ou desprezo como normalmente teria, não conseguiu deixar de lembrar do seu chefe. Enquanto o outro monstro na mesa praticamente pulou da cadeira e foi ao encontro do irmão, Sans apenas virou-se na cadeira para olhar a cena. O esqueleto menor falava alguma coisa rapidamente com o mais alto, palavras que Red não realmente prestava atenção, mas somente encarava aquele tão estranho Papyrus. Roupas relaxadas e normais se comparadas ao que seu chefe normalmente vestia, com uma aparência bem menos intimidadora do que Sans era acostumado, ele sorria e falava com Blue tranquilamente. Quando começaram a falar sobre sua pessoa, com um tom de voz um pouco mais baixo que anteriormente, finalmente tratou de prestar um pouco mais de atenção:

— Sans, eu pedi para você deixar ele lá e, cima... – O chefe, não, Papyrus falou com um tom de repressão. – Não consegui falar com a Undyne.

— Mas ele não é perigoso Papy! – Defendeu-se Blue. – O Red só parece um pouco machucado, a gente devia ajudar, não prender ele!

— Red...?

— Apelido! Nós dois temos o mesmo nome, legal, né?! – Aquele esqueleto tinha a capacidade de falar incrivelmente rápido. – Seria confuso chamar ele de Sans, aí eu...

Por um momento sentiu inveja, eles conversava com uma naturalidade que definitivamente não estava acostumado. Porém rapidamente afastou aquele sentimento, não tinha o direito de se sentir assim, por mais que o chefe fosse um pouco duro, por mais que não conversassem mais como irmãos, desde a sua volta ele sempre lhe protegeu dos outros monstros, afinal, ninguém era louco de mexer com o irmão mais velho do segundo no comando da guarda real... Mas, ainda sim... Muitas vezes sentia que não deveria ficar sozinho no mesmo cômodo com ele, e não deixava de se sentir horrível por isso, quer dizer, no fundo aquele cruel e poderoso esqueleto ainda era o seu irmãozinho...

Certo?

Apesar de mais calmo e ter observado a clara diferença em praticamente tudo, ao ver a versão do seu chefe nesse universo não conseguiu não sentir aquela sombra de medo em sua alma. Sabia que ele era uma pessoa diferenente, mal o conhecia mas as diferenças eram óbvias tanto em aparência quanto em personalidade, ainda sim, porra, aquele esqueleto se parecia tanto com o chefe, era assutador. Quando os olhares se encontraram, encolheu-se na cadeira tentando reprimir o medo, tentando manter em mente que ele não era o seu irmão. Após breves segundos, foi quase como se alguma coisa tivesse estralado dentro da sua cabeça, um detalhe até o momento esquecido.

Estava ali, em um local completamente desconhecido e seu chefe não fazia a menor ideia disso, o que ele achava do seu repentino desaparecimento? Talvez achasse que o irmão estava morto naquela altura, na realidade era bem fácil de supor a sua morte, levando em consideração o local onde moravam e o seu 1 HP, mas se uma coisa Sans tinha certeza, era de que Papyrus certamente estava com muita raiva. O que o chefe faria se voltasse...? Virou-se para frente, desviando o olhar de volta ao prato vazio, e estremeceu de leve, sem coragem de concluir tal linha de raciocínio. Não sabia se desejava mesmo voltar. Mas sabia que precisava fazê-lo.

Bem, talvez o chefe pudesse perdoa-lo de ter fugido se voltasse por vontade própria, talvez ser um pouco mais leve na punição – mesmo que fosse bem pouco provável. Sans decidiu se agarrar naquele fio de esperança. Engoliu o medo e segurou com força a mesa, permanecendo alheio a conversas dos outros dois esqueletos presentes, então falou:

— E-ei, onde tá a máquina mesmo...?

— No porão. – Quem respondeu foi Papyrus, pode sentir o olhar dele pesando em suas costas. Logo ele voltou a falar, com apenas uma pergunta obvia e curta. – Por que?

— Preciso voltar para casa. – Levantou-se da cadeira para encarar os dois na sala, perto da porta da frente, uma distância que considerava segura.

— Eu também queria que você voltasse... Mas tenho péssimas notícias.

Aquele tom era extremamente sarcástico, obviamente ele não estava nenhum pouco feliz com a sua presença ali e imediatamente decidiu que não gostava daquela versão do seu chefe.

— PAPY! – Blue reprendeu o irmão e logo ele apareceu do seu lado. – Não liga para ele, mas sobre a máquina, olha, eu não entendo daquilo, mas...

— Infelizmente não vai funcionar. – Papyrus bufou, enfiando as mãos nos bolsos do moletom. – Se funcionasse você já estaria lá dentro, acredite em mim.

— Eu posso concertar.

— Se quiser tentar...

[...]

A droga do teletransportador não passava de um monte de lixo inútil. A porra de um amontoado de metal meio enferrujado, com afiações a mostra e algo que lembrava o local onde deveria entrar. Era como se apenas tivessem jogado a máquina ali para ser deteriorada pelo tempo, e exatamente isso acontecia. Aquilo não iria funcionar, desesperou-se com seu plano indo por água abaixo diante dos seus olhos, simplesmente demoraria um tempo terrívelmente longo para concerta-la, isso se Sans conseguisse.

— Merda... – Sibilou. – Isso tá um lixo...

— Eu avisei. – Papyrus se mantinha encostado na porta, o observando os movimentos de Red com desconfiança.

Não via meios de concertar aquilo e a presença de Papyrus na porta, lhe barrando a única saída, única rota de fuga, e o fato de estarem sozinhos não ajudava nenhum pouco. Agarrou o braço esquerdo com força, tentando parar de tremer, e fechou as órbitas por uns segundos, respirando fundo para se acalmar. Aquele não era o seu chefe, não tinha razões para ter medo, ele não iria lhe fazer mal...

— Mas eu acho que ainda tem como conseguir algumas peças... – Falou, mas quando não obteve resposta do esqueleto mais baixo, após quase dez segundos, aproximou-se e tentou tocar-lhe o ombro. – Ei...

Sans mal deixou o tocar no seu ombro quando virou-se e se afastou rapidamente, andando de costas e quase tropeçando em um caixa no caminho. Segurava o próprio braço com mais força, tentando simplesmente tremer menos, enquanto encarava o chefe com medo... Não, merda! Ele não era o seu chefe!

Ambos ficaram se encarando em um silêncio desconfortável por quase um minuto, tempo o suficiente para Papyrus perceber o que estava deixando Red naquele estado de pânico.

— Só... Não se aproxime.

— Ok, ok... – Deu alguns passos para trás, quase imediatamente o outro relaxou. – Eu vou trazer as peças, aí você vê o que dá para fazer.

— Certo...

— Acho que você não quer a minha ajuda.

Ficar sozinho com aquele monstro, que parecia tanto o chefe, durante horas a fio em um porão escuro? De jeito nenhum!

— Não mesmo.


Notas Finais


Aceito feedback, pode mandar a real mesmo, eu aguento!


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