Acordo na manhã seguinte com o despertador tocando ao meu lado e quase me jogo da cama pelo susto, belo jeito de acordar, quando mal consegui dormir, pensando no que fazer, mas depois capotei que nem senti.
Solto um bocejo e o desligo quase o quebrando com um soco, sento na cama e olho pro quase campo de guerra que estava meu quarto, com a escada ainda no meio dela, coço a cabeça lembrando de tudo, não sei se choro ou rio. Mas chorar não é o que vou fazer hoje.
Levanto da cama obstinado, hoje vão ver um novo eu, vou até meu guarda roupas e escolho uma camiseta azul e uma blusa vermelha xadrez por cima, uma calça jeans com uns rasgos e um all star vermelho. Deixo tudo na cama e vou pro banheiro, escovo os dentes, faço o que tinha que fazer e desço pra enfrentar a "fera".
Desço as escadas e meus tios já estavam a mesa tomando café, suspiro, dou um tímido bom dia e me sento pegando as coisas que precisava, porque a fome tava enorme. Olho pra cima e meu tio me olhava e indicou para o lado e olho minha tia, tomando seu café quieta e meio murchinha e meu peso na conciencia aumentou.
— Tia... - falo baixo e ela me olha. - Por ontem... desculpe ter gritado com a senhora, não foi minha intenção. - falo a olhando e ela da um pequeno sorriso.
— Tudo bem querido. Não era um bom dia não? - fala e abaixo a cabeça afirmando e ela pega em minha mão me confortando e sorrio de leve. - Posso saber o que aconteceu? - fala leve.
— Não foi nada, não se preocupe... - falo sorrindo, mas que não a engano mais ela deixa quieto.
— Tudo bem querido, fale quando quiser ok? - fala e eu afirmo.
Sorrimos e voltamos a comer, olho pro meu tio e ele sorria pra mim de modo caloroso, sorri e baixei a cabeça voltando a comer, que sei que com ele não iria escapar.
- Tia, cade a vassoura? - falo olhando pro lado onde ficaria.
— porque querido? - pergunta estranhando.
— eerr... pra mim limpar aquela bagunça que ficou meu quarto. - falo constrangido, a olhando com meia careta.
— Não, tudo bem querido, eu arrumo pra você, não tem problema. - fala sorrindo.
— certeza, tá tudo zoniado lá em cima. - falo com uma careta.
— eu sei muito bem lidar com sua zona. Agora coma ou vai se atrasar. - fala ela sorrindo.
— sim senhora. - falo batendo continência e rimos.
— Vai querer carona pra escola filho? - pergunta meu tio e meu coração se aperta.
— Brigado tio. - falo sorrindo. Não era uma recusa, nem afirmação.
Termino, peço licença e vou pro meu quarto, pego minha roupa, vou pro banheiro e tomo um banho revigorante, sentindo tudo de ruim sair de mim. Acabo e solto um suspiro me sentindo mais leve. Me seco, coloco a roupa, me olho no espelho e mudo meu penteado, que me apontava como 'nerd', os deixo bagunçados e um meio topetinho na frente, parecido com os dos outros garotos, mas que ficou mais legal em mim.
Vou pro quarto, olho pro lado e a escada não estava mais ali, sorrio dou de ombros, passo um perfume, pego minha mochila e desço as escadas de dois em dois degraus e chego ao ultimo fazendo barulho e sorrio quando os dois me encaram e meu tio da um assovio pelo meu novo estilo, coro de leve, sorrio e dou a volta em mim mesmo.
— To bem? - pergunto com um sorriso.
— Bem?? Cade o Peter que subiu agora a pouco? - pergunta divertido.
— tá de férias pra bem longe e esse é bem melhor não? - falo com um sorriso de lado.
— eu amo os dois. - fala minha tia chegando perto.
Dou um sorriso envergonhado, ela me pega e me da um abraço longo que eu sentia falta. Depois bate em meu braço me tocando pra escola, rio lhe dou um beijo no rosto e saio porta afora com meu tio e parece que o sol sai detrás das nuvens justo nessa hora -pra iluminar meu novo dia - sorrio e vou até seu carro.
— O que realmente aconteceu Pete? - pergunta meu tio no meio do caminho.
— nada... o de sempre. Armário. - falo num sussurro.
— Pete, você não pode deixar fazerem isso com você. - ele fala sério.
— eu sei. - falo e me endireito no banco com um sorriso. - Não vou mais me deixar tratar assim. - falo com um sorriso.
— Isso, esse é meu garoto. - fala rindo. E ele ergue a mão pra bagunçar meu cabelo, mas finjo um bloqueio de karatê o impedindo, que me olha espantado.
— não bagunce meus cabelos. - finjo falar sério. Me olha e ri.
— Mas não mude tanto assim, ok? - fala com uma sobrancelha arqueada e eu rio.
— Sim senhor. - falo rindo.
Ele sorri e logo chegamos na escola que não era tão longe assim. Me despeço e entro e conforme vou andando vou recebendo olhares, alguns até duas vezes, pra ver que era realmente eu. Quase rio e escondo minha vergonha, meu ego crescendo só um pouco.
Passo pelos corredores recebendo mais olhares e fui até meu armário e peguei meus livros que precisava e pensando um pouco aliviado, que não vereia a porcaria do Flash hoje, com horários diferentes, cada um em um canto da escola e por ele estar um ano acima. Fecho a porta do armário e quase tenho um treco com uma cara que aparece atrás dela.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.