História Mulher Loba - Capitulo 5

Anne acordou sentindo um pouco cansada mal dormiu durante a noite e isso a deixava desanimada para prosseguir durante o dia. Levantou a contra gosto já não vendo Cristy em lugar algum, já que Cristy não estava por perto ela poderia muito bem ir ate a cachoeira outra vez. Agora sabia os riscos que corria mesmo assim não poderia evitar o fato de que estava ansiando por um banho e quem sabe reencontrar aquele homem tão lindo ao qual salvou. Caminhando lentamente pela floresta tomando cuidado para não dar de cara com Cristy em plena luz do dia indo fazer o que não devia, Anne conseguiu chegar à cachoeira onde avistou o homem do dia anterior sentado a beira da agua observando a correnteza.

- Henry não é mesmo? – perguntou ao se sentar ao lado do homem e o ver praticamente saltar em um movimento de alto defesa a fazendo rir. – calma eu não sou nenhum monstro para agir assim. – disse colocando os pés dentro da agua.

- desculpe essa floresta pode ser bem assustadora não somente à noite, mas você vem sempre aqui? – perguntou enquanto se sentava ao lado de Anne.

- sim, digamos que aqui é um lugar especial para mim. Me ajuda a refletir sobre minhas ações e sobre o meu passado. – disse abaixando a cabeça.

- algo ruim aconteceu em seu passado? – perguntou e Anne assentiu. – quer conversar? – perguntou Anne negou. – você poderia me falar um pouco sobre você? Para nos conhecermos melhor? – perguntou enquanto observava cada movimento de Anne que para a jovem não era nada de mais para Henry era como se ela o seduzisse a cada movimento.

- não tenho muito que falar, apenas que vivo aqui nesta floresta e que Cristy a loba que viu mora comigo mais nada e você? Poderia me contar de onde veio? Como é a cidade? Sobre você? – perguntou tudo com os olhos brilhando em expectativa, nem mesmo quando era criança podia ir a cidade e agora conhecia alguém a qual morava em uma bem perto de sua floresta.

- esta bem, eu vim da cidade, esta que faz divisa com a floresta. Nasci ali e fui criado juntamente de minha irmã, meu pai tem o costume de entrar nesta floresta para caçar e ontem eu acabei vindo com ele e você sabe o que aconteceu. Eu tenho 23 anos e não tenho muito para falar sobre mim apenas que estou cursando direito, pretendo ser um bom advogado. – disse sorrindo. – agora você quer saber sobre a cidade não é? Você nunca esteve na cidade antes? – perguntou curioso.

- na verdade não, meus pais gostavam de morar afastados do movimento ate por que ninguém aceitaria Cristy. Muitos dizem que por ela ser uma loba pode acabar se revoltando contra seus donos e os matando, eu não acredito nisso afinal ela é muito doce e muito fiel. Ela me protegeu durante tantos anos e ainda protege. Mas me conta sobre a cidade. – pediu parecendo uma criança, aquele jeito fofo deixava Henry ainda mais encantado pela jovem mulher.

- a cidade é muito corrida, as pessoas não tem tempo para suas famílias, os adolescentes passam a maior parte do tempo ficam se encontrando em festas e alguns focados nos estudos. A única coisa que continua popular é a caça, muitos dos homens da idade de meu pai continuam vindo para a floresta e caçando os animais daqui dizendo que um dia irão encontrar as lobas de pelagem branca. À noite a sempre movimento e parece que a cidade nunca dorme. Você iria gostar se fosse em um festa. – disse parando de falar e a olhando.

- por que os homens tem interesse nas lobas brancas? Elas não fazem nada para eles assim como muito dos animais aqui, eles só tentam se proteger e se salvar. – disse apertando as mãos em punho.

- as lobas brancas são raras e dizem que são muito bonitas muitos estão em busca da pelagem delas para vender. Para eles não importa se elas não fazem nada a eles, tudo o que importa é o dinheiro que ganharam se as matarem e leva-las juntas para alguém que compre a pele. – respondeu, Anne bufou.

- se são bonitas por que mata-las? Por que não as deixarem viverem em paz e construírem sua própria família. O dinheiro é assim tão importante para as pessoas da cidade? – perguntou Anne não poderia chama-los de humanos não na frente de um e correr o risco de ser descoberta com tanta facilidade, não queria colocar Cristy em perigo por sua causa.

- eu queria poder lhe dizer que não, mas essa é a realidade. O dinheiro é o que move a sociedade hoje em dia, sem dinheiro você não pode comprar nem se quer comida. Mas os homens que veem nesta floresta são gananciosos e querem cada vez mais sem ligar se estão invadindo um lugar protegido ou não. Agora que sei que você mora aqui eu temo por sua segurança, mesmo não sabendo seu nome eu já me importo com você. – disse tocando na mão de Anne que se afastou rapidamente e se levantou.

- meu nome é Anne, você não precisa se preocupar comigo eu posso muito bem me proteger e tenho a Cristy. Por favor, não conte a ninguém sobre mim, eu prefiro viver aqui onde não á tanta ganancia e onde sou feliz por simplesmente estar com Cristy e ter toda a liberdade que poderia imaginar nesta floresta. – disse dando as costas para Henry que segurou sua mão.

- por favor, vamos nos encontrar outras vezes eu lhe peço. – pediu fazendo Anne o encarar.

- veremos, por favor, não venha com frequência à floresta. Cristy não vai gostar e não quero atrair atenção dos moradores da cidade. – disse se soltando e correndo para longe.

- eu terei o maior cuidado para poder encontra-la outra vez. Você é tão linda que eu não sei se posso me afastar depois de conhecê-la. – disse Henry para si mesmo sorrindo antes de finalmente resolver sair da floresta.

Anne corria por entre as arvores preocupada com Cristy, os caçadores estavam atrás dela e de si mesma. Enquanto corria resolveu tomar sua forma de loba para ir mais rápido e poder sentir o cheiro da amiga, poucos segundos depois sentiu o cheiro de Cristy juntamente ao cheiro de sangue, provavelmente Cristy avia ido caçar já que o cheiro vinha da caverna onde as duas costumam dormir, chegando lá Anne voltou ao normal e entrou vendo um animal morto na entrada da caverna e mais adiante estava Cristy deitada com um pequeno ferimento na pata.

- Cristy o que aconteceu? – perguntou enquanto pegava algumas plantas e amassava para fazer algum remédio para cicatrizar a ferida da amiga.

- este animal não foi fácil de pegar e a caminho daqui fui atacada por caçadores, eles estão caçando de dia e parecem mais determinados a nos eliminar. – disse lambendo o ferimento, Anne pegou a pata da amiga e colocou a pasta de ervas usando uma folha para cobrir.

- você deve tomar cuidado, ouvi os caçadores dizerem que estão atrás de lobas brancas e que nossa pelagem vale muito na cidade. Cristy nos duas somos as únicas lobas brancas desta floresta, precisamos tomar mais cuidado, eu não quero lhe perder e nem acabar morta. – disse Anne com os olhos marejados.

- você foi ate onde eu a proibi? Você não pensa nas consequências Anne? – perguntou Cristy rosnando, Anne abaixou a cabeça.

- eu não o farei novamente, apenas tome cuidado quando for caçar. Eu não vou me perdoar se você acabar morta por ir atrás de comida para mim. – disse se levantando e indo ate o animal morto.

- isso não vai acontecer, agora prepare esta refeição para nos. – disse vendo Anne sorrir.

- esta bem, vou preparar. – disse pegando o que precisaria para limpar o animal e fazer uma fogueira o mais discreto que poderia.