História Mundos paralelos - Um novo amigo

Eu estava suando de nervosa quando a professora chegou:

-Bom dia turma!
-Bom dia. Dizem todos, mas permaneci quieta.
-Hoje temos uma nova aluna na turma, ela vem do Brasil.
-(Que merda professora! Agora sim vou ser alvo de zoação porque sou de um país problemático, principalmente em questão de política!). Penso frustrada.
Mas ninguém abriu a boca graças a Deus.
-Por que não fala um puco de você Flávia?
A coisa que eu mais sei sobre as escolas dos Estados Unidos é que todos os alunos novos devem se apresentar para o resto da classe, e essa é a coisa mais constrangedora de todas.
-Vamos lá não seja tímida, todos estão curiosos para saber sobre seu país.
-(Não estão nada! Acho que a maioria sabe do Brasil, principalmente os problemas. Ok, tenho que ser forte).
-O-olá! Meu nome é Flávia Pompilio Leiria, tenho 14 anos e como vocês sabem eu venho do Brasil, irei morar aqui por alguns anos.
-E como é o Brasil Flávia? Diz a professora bem curiosa, parece que nunca foi boa em Geografia. Nah, quem estou enganando eu também nunca fui.
-Bem, ele é legal, curioso e tem bastante pontos turísticos, mas eu sempre gostei mais da América do Norte.
-Por acaso tem algum problema em seu país que você nos gostaria de dizer?
-A política. Digo na hora. -É injusta, trapaceira e ruim. -Diferente daqui.
-Oh! Eu entendo. -Só mais uma pergunta. Por que você gosta tanto daqui?
-Porque eu queria nascer americana, sempre gostei da língua, da cultura, e do lugar.
-Fico feliz em saber, pode se sentar e seja bem-vinda!
-Obrigada. Digo enquanto me sento.
-Bom, sou a senhorita Sarah, serei sua professora de Literatura.
-Muito prazer senhorita Sarah.
Ah! O prazer é todo meu. -Agora todos pegem o livro "Hamlet, de William Shakespeare e o abram na página 10.
O livro era entediante mas estava feliz pela minha primeira aula no meu novo colégio.
Fiquei acompanhando a leitura até que o sinal do intervalo tocou, fiquei anciosa e saí em disparada, estranhamente me senti mais rápida quando chega aqueles inspetores de corredor chato:
-Parada aí garota!
-Aaai!
-Não pode correr assim no corredor!
-Oh! Me desculpe eu não sabia.
-Huuum... novata hã? Eu poderia te dar uma multa mas já que é novata te darei apenas uma advertência.
-UFA! Respiro aliviada. -Me desculpe, prometo não fazer mais isto.
-Eu espero.
Saio andando mas estava com uma energia fora do normal, meu corpo começava a tremer fiquei um pouco assustada mais ignorei.
Ando até o refeitório, quando vou pegar meu lanche eu olho para a dona que estava servindo e ela me recebe com um enorme sorriso e diz:
-Olá você é a aluna nova do Brasil?
-Hum... sou sim.
-AAAAAAAA!!! Eu não acredito você por aquiii!
Levei um susto enorme, essa mulher estava mais feliz do que eu. Uma mulher enérgica e simpática com um rabo de cavalo pra cima, seus cabelos eram morenos e seus olhos cor de mel, seu sorriso era tão lindo quanto à um arco-íris.
-Oh! Me desculpe te assustar, é que nunca vi uma pessoa brasileira antes.
-Ah tudo bem, sou Flávia prazer em te conhecer!
IIII! Sou Candace e o prazer é todo meu! -Ah! É mesmo, aqui está seu lanche, alguns são conta da casa.
-Obrigada Candace é muito gentil da sua parte.
Ela retribui com outro sorriso maravilhoso:
-Meu marido está doido pra te conhecer, AAAAA! Mal posso esperar pra contar a ele que você está aqui.
-Ah claro! Eu adoraria conhece-lo. Quando posso encontra-lo?
-O melhor horário pra ele é depois da aula, é que...
O sorriso dela desaparece lentamente indo para uma cara de sem valor.
- O que houve Candace?
-É que... meu marido é zelador do colégio e... por favor não sinta vergonha de mim.
-E por que eu teria? Todo emprego é importante, não importa a qualidade.
-É muito legal de sua parte em me dizer isso.
Seu sorriso volta a brilhar.
-Tudo bem! Tenha uma ótima refeição!
-Obrigada!
Sento em uma mesa vazia, olho para o lanche:
-(Está com uma cara boa, cheiroso).
Dou uma mordida:
-(E muito bom).
Olho para frente e vejo o garoto de cabelo espinhudo, ele estava meio triste então eu o chamei:
-Ei! Aqui!
Ele dá um leve sorriso e vai até minha mesa, mas um cara musculoso entra em sua frente e lhe dá um empurrão fazendo-o cair e prender os cabelos afiados no chão. Ele tenta se desprender mas não consegue. Então o cara musculoso diz:
-Aí Sonic viadinho, é melhor você não cruzar meu caminho de novo ou a SEGA irá a falência.
2 caras mais magros estavam com ele os 3 começaram a rir. O garoto começa a chorar, vendo aquelas lágrimas escorrendo em seu rosto, fizeram-me tirar do sério e meus olhos pegaram fogo de tanta raiva:
-Ei! Você! Disse enquanto me levantava da mesa.
-Uoou! Essa é sua namoradinha? Pensei que fosse viadinho. Diz ele enquanto olha pro garoto preso no chão ainda chorando de vergonha.
-Acho melhor você pedir desculpas pra ele senão...
-"Senão" o que? Vai me bater?
-Vou correr este risco.
Ele me empurra na mesma hora fazendo-me cair no chão.
-Aaaai! Dou um grito de dor, a queda foi forte.
-N-não! Por favor! D-deixe ela em paz! Diz o garoto preso com o rosto e parte do chão molhado de lágrimas.
Me levanto na hora, eu sentia meu corpo faiscar, como se eu estivesse com eletricidade dentro do meu corpo:
-Seu filho da putaa! Grito dando um chute em sua barriga.
Eu vi faíscas elétricas saírem da minha bota atingindo sua barriga:
-AAAAAH!
O cara musculoso cai no chão cheio de dor, as faíscas correram pelo seu corpo por um segundo, fazendo-o desmaiar. Um de seu amigos diz:
-Ih! Sujo! Corre!
Eles saem correndo deixando o amigo maromba desmaiado. Me aproximo do garoto preso:
-Deixa eu te ajudar. Falo enquanto eu pegava em suas mãos.
Seus olhos verdes cheios de lágrimas se direcionam em meu rosto:
-T-tudo bem.
-Acho melhor você fechar os olhos, pode ser um pouco dolorido.
Ele faz sim com a cabeça e fecha os olhos então eu disse:
-No 3!
-1!
-2!
-3!
CRÁÁÁS! O chão de cimento fica com um buraco enorme então pensei:
-(Esses espinhos são mais fortes do que eu pensava).
Tiro os restos de cimento de sua cabeça, depois nos olhamos cara a cara novamente mas dessa vez ele rapidamente enxuga as lágrimas e me dá um abraço:
-M-muito obrigado de novo moça, é-é a segunda vez que você me ajuda.
-É um prazer te ajudar mas, por que você não usa esses espinhos pra se defender? Ele me desabraça e diz:
-É que... e-eu não quero m-machucar ninguém.
-Mas eles te machucaram.
-T-tenho m-medo de mata-los.
-(É verdade)! Penso. -(Se aqueles espinhos conseguiram furar cimento imagina o corpo de uma pessoa)!
-A propósito, nem tive oportunidade de perguntar seu nome.
-E-é S-Spike. Diz ele com a voz bem baixa.
-O que disse?
-Spike! Diz ele sem graça.
-Spike? Que nome legal! Eu sou a Flávia.
-Nome bonito o seu e normal. Queria que meu nome fosse comum.
-Se fosse você eu não diria isso.
-Por que? M-meu nome é tão r-raro de se ver.
-O meu nome no meu país é tão comum que chega até perder a graça.
-Vem! Vamos sentar eu divido meu lanche com você.
-E-eu não sei c-como te agradecer.
-Simples, sente comigo!
C-claro! Diz com um sorriso no rosto.
Sentamos juntos e dividimos o lanche, todos que estavam no refeitório ainda estavam de boca aberta. Então olho pra ele e penso:
-(Um novo amigo)!