História My Dammit Boss - Out Of My Life

—Ele ainda está vivo?  Axl perguntou enquanto dirigia rapidamente.

Tínhamos simplesmente pegado o Mr. Gold e saído da mansão. Por sorte não encontramos ninguém acordado, o que permitiu que saíssemos sem ter que dar explicações.

—Sim, mas está bem fraco. — respondi enquanto segurava o gato.

Ele estava enrolado em uma manta, que agora estava cheia de sangue. Seus olhinhos estavam fechados e sua respiração estava bem fraca. Axl continuou a dirigir até chegarmos em uma clinica ao sul de Los Angeles.

Descemos do carro e adentramos o lugar.

—Eu preciso de ajuda. — falei para a atendente.

Ela nos encarou assustada, mas concordou com a cabeça e chamou um dos veterinários, que logo pegou Mr. Gold e adentrou com ele em uma pequena sala de emergência.

—Será que ele vai ficar bem? — Axl perguntou realmente preocupado.

—Eu espero que sim, ruivo. — falei enquanto pegava sua mão.

—O que será que ele tem? — ele perguntou com os olhos fixos no nada.

—Eu não sei... — respondi meio receosa. —Mas calma, vai ficar tudo bem.

A recepcionista pediu que fizéssemos a ficha do Mr. Gold. Depois disso, nos fomos para a sala de espera e ficamos em silêncio. O ruivo segurava minha mão e encarava o nada, enquanto eu acariciava seu cabelo e o encarava. Ele era tão lindo e tão perfeito. Meu Deus...

Depois de um bom tempo, o veterinário apareceu.

—Olá. — disse ele com um sorriso. —Vocês são os donos do paciente 265?

—Sim. — respondi. —O que ele tem?

—O gato de vocês perdeu muito sangue e vai ter que ficar em observação por um tempo. — ele respondeu enquanto olhava para a ficha.

—O que ele tem? — Axl perguntou.

—Bem, é difícil dizer. — o veterinário respondeu. —Não detectamos nenhum tipo de problema, pelo menos não algo que causasse a hemorragia. A ficha dele diz que ele ainda é praticamente um filhote, então descartamos problemas da idade e seus derivados.

—Mas não há nada que pudesse causar a perda de sangue? — perguntei, tentando entender.

Aquilo estava muito estranho...

—Não, pelo menos não fisicamente. Nada de cortes, machucados ou qualquer coisa do tipo. — o veterinário respondeu. —Nós pedimos alguns exames para detectar a possibilidade de alguma doença no sangue, já que ele está bem mais fino que o normal.

—Entendo. — falei. —Tem algo que possamos fazer?

—Bem, não por enquanto. — ele respondeu. —Eu só preciso que respondam algumas perguntas, pode ser?

—Claro. — disse Axl.

—O animal apresentou algum comportamento estranho? — ele perguntou.

—Não. Ele estava agindo normalmente. — o ruivo respondeu.

—Ótimo. Ele saiu de casa ou teve contato com outros animais?

—O meu gato é um pouco agressivo e antissocial. Ele passa o dia todo no meu quarto e sai muitas poucas vezes. — o ruivo respondeu. —Ele não tem contato com os outros animais da casa.

—Entendo. — disse o veterinário enquanto anotava tudo. —Bem, sabe se ele comeu ou ingeriu algo diferente?

O ruivo refletiu um pouco.

—Bem, ele comeu alguns chocolates ontem a noite. — o ruivo respondeu. —Mas ele adora doces e não é a primeira vez que isso ocorre.

—Certo. — disse o doutor. —Bem, teremos que esperar os exames, sem eles não há como criar um diagnóstico.

—Tudo bem. — disse o ruivo e suspirou pesado. —Mas... ele vai ficar bem?

—Só saberemos quando descobrirmos o que está ocorrendo. — o veterinário respondeu.

Axl respirou fundo e se sentou.

—Tem algo que posamos fazer? — perguntei.

—Apenas esperar. — ele respondeu e sorriu de canto. —Vocês podem ir para casa, entraremos em contato quando tivermos um resultado.

—Certo. Obrigada, doutor. — agradeci.

Ele acenou com a cabeça e deu de ombros, retirando-se. Eu sentei ao lado do ruivo e fiquei o confortando. Axl tinha um carinho muito especial por seu gato, isto era perceptível em seus olhos, e eu sabia que ele estava mal.

*****

POV-Izzy

Acordei com o gato de Emy miando e pisando sobre nós. Tentei empurrá-lo, mas o bichano era bem insistente, principalmente quando estava faminto.

—Desiste, amor. Ele só vai parar quando encher a tigela dele. — Emy disse com a voz de sono.

A morena estava deitada bem encolhida no meu peito com os cabelos bagunçados e coberta dos pés a cabeça. Eu havia passado a noite com ela, mas, por incrível que pareça, não tínhamos feito nada, já que ela estava naqueles dias.

—Okay... você venceu. — falei para o gato enquanto me levantava.

Fui até a cozinha e enchi a tigela do gato, que atacou sem ao menos esperar. Ri com a situação e voltei para a cama, onde Emy permanecia do mesmo modo.

—Amor, eu sei que você não está muito animada, mas já são quase meio-dia e você precisa levantar. — falei enquanto me deitava ao lado dela e alisava seu rosto.

Ela resmungou.

—Não quero. — disse ela e se encolheu ainda mais. —Eu quero dormir... ou morrer.

Eu ri.

—Para de ser dramática, Emy. — falei rindo. —Vamos... você toma um banho e depois vamos para a Hell House...

—Ah não, Izzeh. Eu quero ficar aqui e dormir o dia todo. — ela disse fazendo manha.

—Eu também adoraria fazer isso, mas todos estão lá e Cloe provavelmente quer um almoço em família. — falei enquanto puxava levemente a coberta de cima dela.

—Espera... você disse todos?! — ela perguntou e abriu os olhos de repente.

—Sim. Todos. — respondi receoso.

—Tipo... todos mesmo? Até Scarlett e Stephanie? — perguntou com um meio sorriso.

Oh menina que adorava uma confusão...

—Bem, ontem Stephanie não estava, mas é bem provável que ela apareça hoje. — respondi.

—Ah, então agora eu vou! — disse ela e se levantou de repente. —Eu estou louca para ver Stephanie e Scarlett em uma mesma mesa!

Ela deu um pulo da cama e rumou para o banheiro enquanto eu apenas fiquei rindo.

É... algo me dizia que seria um dia muito interessante...

 

POV-Slash

—Viu... eu disse que você se acostuma... — Michelle disse e sorriu. —Você já está indo muito melhor do que antes, loiro. 

Estávamos Duff, Michelle, Renée e eu na sala. Sim, os quatro juntos e em harmonia. Já se passavam das onze da manhã e, como fomos os primeiros a acordar, acabamos nos reunindo para conversar um pouco.

Michelle estava ajudando Duff a segurar London. O loiro já entendia bem como deveria fazer, mas ainda tinha receio e certo medo de derrubar o pequeno. Ele realmente iria ser um padrinho bem coruja.

—Eu não consigo me acostumar com isso. — disse o loiro. —Sempre acho que vou derrubá-lo.

Mich e Renée acabaram rindo.

—Amor, você está o segurando tão bem que parece estar segurando seu baixo predileto. — disse Renée. —Estou até com ciúmes!

—Tanto meu baixo quanto essa coisinha são muito importantes e delicados. — disse Duff enquanto se sentava no sofá ao lado da namorada. —Eu não me perdoaria se algo acontecesse á ambos.

—Relaxa, loiro, logo você vai parar de se preocupar tanto. — disse Michelle. —Enfim, agora me dê essa coisinha linda que ele deve estar faminto.

Michelle pegou London e se sentou ao meu lado, então começou a amamenta-lo.

—Pelo jeito ele é bem tranquilo, né Chelle? — Renée perguntou com um sorriso.

—Sim. Ele é. — Chelle respondeu enquanto encarava o pequeno. —Porém, como ele teve uma noite tranquila, é bem provável que ele fique acordado o dia todo.

—Cloe vai adorar saber disso! — falei enquanto sorria.

Chelle abriu a boca para falar algo, mas foi interrompida.

—O que eu vou adorar saber, Saul? — Cloe perguntou enquanto adentrava a sala.

—Vai adorar saber que você irá poder babar no meu filho a tarde toda. — respondi rindo.

—É, vou mesmo. — ela disse enquanto sorria e observava Chelle. —Ah, vocês são tão lindos!

—Obrigada, Cloe. — Chelle agradeceu.

—Não sabíamos que você estava acordada, Cloe. — disse Duff.

—Eu estou acordada desde as seis da manhã, querido, você sabe que eu sempre acordo com o sol. — disse Cloe. —Eu estava correndo atrás dos preparativos para o almoço. Afinal, não é todo dia que a casa está cheia.

—Certo... — disse o punk. —Mas... onde estão os outros?

—Izzy ligou dizendo que logo virá com Emy, Allan avisou que chegaria um pouco tarde e o casal sensação saiu apressado de manhã e ainda não voltou. — Cloe explicou.

—Casal sensação? — Renée perguntou sem entender.

Duff e Cloe se entreolharam.

—Ah, querida, eu não sei como te dizer isso. — disse o loiro e coçou a nuca. —Eu sei que Stephanie é sua amiga e sei que é estranho o que eu vou te dizer, mas nenhum de nós é a favor do relacionamento dela com Axl, por isso... apoiamos ele com outra pessoa.

—Outra pessoa? — Renée perguntou sem entender. —Que outra pessoa?

—Scarlett, querida. — disse Cloe. —Digamos que a loira se tornou mais especial que Stephanie para o ruivo e eles estão... enrolados.

—Oh... eu não esperava por isso... — disse a modelo. —Mas... ele vai se casar em poucos dias, certo? Como ele pretende continuar com isso?

—Essa é a questão, meu bem, ele não pretende. — disse Duff. —Digo, Axl está confuso demais e não sabe o que fazer.

—Oh... mas que complicado. — disse Renée ainda mais confusa. —Então ele está noivo de Stephanie, mas tem algo com Scarlett também?

—Sim, exatamente. — disse Cloe.

—E vocês acham que ele vai escolher quem? — Renée perguntou enquanto erguia as sobrancelhas.

Duff e Cloe se entreolharam novamente.

—Bem, com todo respeito, querida, mas nós achamos que ele deve e que ele irá escolher a Scarlett. — respondeu Cloe. —Sei que você é muito amiga da Seymour, mas nenhum de nós gosta muito dela, entende?

Renée ficou séria e em silêncio por um momento até que, por incrível que pareça, sorriu.

—Está tudo bem, Cloe. — disse ela, o que nos deixou surpreso. —Eu sempre soube que Stephanie não era muito bem vista nesta casa e nunca entendi o porquê, porém, depois de tudo o que aconteceu eu percebi que ela realmente não é quem eu imaginava que fosse.

—Como assim, Renée? — foi a vez de Chelle perguntar.

—Ah, depois de tudo que eu passei, Stephanie nem sequer me telefonou ou foi me visitar, entende? Ela nem parece ter se importado com o meu sumiço ou com o aborto que eu tive, isto se é que ela sabe sobre ele. — ela explicou com um olhar triste. —Além disso, eu não sei se esse casamento realmente vai ter um futuro caso aconteça, Stephanie é um pouco fútil.

—Um pouco? — falei meio irônico. —Ela é a rainha da futilidade.

—Amor! — Michelle me repreendeu.             

—Bom, ficamos felizes que entenda a situação, querida. — disse Cloe e sorriu.

—Claro que entendo, embora isso seja surpreendente. — disse Renée e riu. —Scarlet e Axl não se odiavam?

Todos acabaram rindo.

—Acredite, Renée, do ódio nasce o amor. — disse Chelle e piscou.

Ficamos ali por mais um tempo jogando conversa fora até que a porta se abriu e Axl e Scarlett adentraram a sala. Ambos não tinham uma expressão muito boa.

—Olá, meus amores. — disse Cloe. —Eu já estava ficando preocupada!

—Ah, desculpe, Cloe, nós tivemos que levar o Mr. Gold ao veterinário. — disse Scar e suspirou.

—Mr. Gold?! — Duff perguntou e ergueu as sobrancelhas. —O que houve com ele?

—Não sabemos. — Scarlett respondeu e encarou Axl, depois voltou a encarar o loiro. —O veterinário pediu alguns exames e só iremos saber quando os resultados chegarem.

—Ah, entendo. — disse Duff e deu de ombros.

—Bom, eu vou tomar um banho e depois desço para o almoço. — disse Axl enquanto subia as escadas.

Scarlett suspirou e se sentou em uma das poltronas vagas.

—Minha mãe já está acordada? — a loira perguntou.

—Eu não a vi sair do quarto hoje, meu amor. — Cloe respondeu. —Quer que eu a chame?

—Não. — Scar respondeu séria. —Ela deve estar dormindo ou trabalhando.

Percebi que a loira estava um pouco tensa.

—Certo, crianças, eu irei terminar o almoço e logo volto para chamá-los. — disse Cloe e deu de ombros, indo para a cozinha.

—Bem, eu irei para o meu quarto, com licença. — Scarlett disse e se levantou, saindo em seguida.

 

POV-Scarlett

Deixei os outros na sala e subi para o segundo andar, porém, ao invés de ir ao meu quarto, eu fui atrás de Axl. Assim que cheguei ao seu quarto, o encontrei sentado na cama enquanto encarava o nada.

—Está tudo bem? —perguntei séria.

—Sim. — ele respondeu e sorriu fraco. —Só estou um pouco pensativo.

—Mr. Gold vai ficar bem, Will. — falei e suspirei. —Ele é forte como o dono.

Axl riu levemente.

—Não é sobre isso que eu estou pensando, loira. — ele disse enquanto me encarava.

Eu o encarei curiosa.

—Ah... então é sobre o que? — perguntei sem entender.

O ruivo encarou-me por alguns segundos até que levantou e veio até mim, abraçando-me.

—Depois conversamos sobre isso. — disse ele e beijou meu rosto. —Eu vou tomar um banho e depois desço, ok? Estou morrendo de dor de cabeça.

Aquilo me deixou um pouco tensa.

—Essas suas dores de cabeça são muito constantes, Will. Deveria ir ao médico... — falei meio preocupada.

Ele riu descontraído.

—Você não é a primeira que me diz isso, amor. — disse ele e deu de ombros, indo para o banheiro.

Eu apenas suspirei e balancei a cabeça. Até pensei em sair dali, porém algo chamou minha atenção. Na estante de discos de Axl havia uma caixa preta com detalhes dourados, a qual reconheci como sendo de uma marca de chocolates importados.

Axl havia dito ao veterinário que Mr. Gold havia comido alguns chocolates na noite anterior, então provavelmente teriam sido aqueles. Caminhei até a estante e peguei a caixa, analisando.

Na frente dela havia uma mensagem: “Eu te amo, Axl”, com a mesma caligrafia do convite de casamento, então cheguei a conclusão que era um “presente” de Stephanie.

Analisei bem a caixa e percebi que restavam menos da metade dos chocolates. Olhei pela estante e encontrei diversas caixas iguais, algumas vazias e outras com alguns poucos chocolates restantes. Eu não sei bem o porquê, mas eu estava com uma sensação estranha.

Por que Stephanie dava tanto chocolate ao ruivo? Axl nem gostava tanto de doces assim.

Como havia muitos e aproveitando que Axl estava distraído no banho, eu acabei pegando uma das caixas que tinha poucos chocolates e dei de ombros, entretanto, quando eu estava quase saindo do quarto...

—O que está fazendo aqui?! — Stephanie perguntou enquanto adentrava o cômodo. 

—Stephanie... — falei séria.

—O que faz no quarto do meu noivo?! — ela perguntou.

Antes que eu respondesse, seus olhos bateram na caixa em minhas mãos e se arregalaram.

—O que pensa que vai fazer com isso?! — ela perguntou com um tom alto.

—Nada que você precise saber. — falei não me deixando intimar.

—Devolva-me! — ela exigiu e tentou pegar, mas eu não deixei.

—Não. — falei firme.

Por que diabos ela queria uma caixa de chocolate praticamente vazia?

—Ora sua... — disse ela e, quando percebi, estávamos as duas no chão.

 

POV-Duff

Mal Scarlett terminou de subir as escadas e a porta da sala se abriu novamente, dessa vez revelando Stephanie.

—Olá, família! — disse ela enquanto tirava os óculos escuros.

—Que nojo! — eu sussurrei, fazendo Renée rir levemente.

—Olá, Seymour. — disse a própria Renée.  

—Ora, mas o que temos aqui?! O que é... isso? — Seymour perguntou enquanto olhava Chelle amamentando London.

—Não o quê, mas sim quem, Stephanie. — disse Chelle e revirou os olhos. —Este é London, meu filho com Slash.

—Ah... certo. — disse Stephanie e riu de canto. —Sabe de quem engravidar, querida!

Michelle, por incrível que pareça, apenas riu provocante.

—E você sabe com quem casar, querida! — disse Chelle.

Stephanie apenas bufou.

—Falando em casar, onde está meu noivo? — a modelo perguntou séria.

Nós nos entreolhamos.

—Não sabe onde está seu noivo, Stephanie? Mas que noiva desorganizada... — Slash provocou.

Nós rimos enquanto Stepanhie revirou os olhos.

—Eu mesmo o procurarei! — disse ela e deu de ombros, subindo as escadas.

Assim que Seymoru desapareceu, Slash começou a rir ainda mais.

—Do que está rindo, amor? — Chelle perguntou sem entender.

—Aposto que Stephanie não vai gostar do que vai encontrar. — disse o moreno. —Se preparem... prevejo gritos... e algumas coisas mais...

Nós ficamos sem entender até que de repente começamos a ouvir alguns gritos e coisas caindo.

—Vem, Duff, vamos fazer o que fazemos de melhor! — disse Slash enquanto se levantava.

—Que seria?

—Separar mulheres brigando pelo Axl. — Slash respondeu indo para as escadas.

Eu apenas levantei e fui atrás dele. Assim que chegamos ao quarto de Axl encontramos Stepanhie e Scarlett rolando no chão ao mesmo tempo em que Axl saía do banho.

 

POV-Axl

Eu estava tomando meu banho tranquilo quando comecei a ouvir algumas vozes familiares e logo depois algumas coisas começaram a cair, o que fez com que eu saísse da banheira, enrolasse uma toalha na cintura e saísse para ver o que estava acontecendo.

Fiquei completamente chocado ao encontrar Scar e Step brigando no meio do meu quarto. Ambas estavam no chão, sendo que Stephanie estava por cima de Scar e atingia a loira com arranhões e tapas. Não demorou muito e Duff e Slash apareceram.

—O que está acontecendo? — Slash perguntou.

—Sua cadela! Eu vou acabar com você! — disse Stephanie enquanto batia ainda mais em Scar.

Quando eu pensei em separar as duas, Scarlett empurrou Stephanie e foi para cima dela, revidando. Não querendo me gabar, mas Scarlett era realmente boa de briga. Eu fiquei meio atônito por um momento, mas logo voltei a mim e, com ajuda dos outros dois, separei as duas.

Duff e Slash seguraram Stephanie enquanto eu segurei Scarlett.

—Soltem-me! Eu vou acabar com essa vadia! — disse Seymour enquanto tentava de soltar.

—Vamos ver quem é a vadia aqui, Seymour. — Scarlett disse um pouco mais calma que a Seymour.

—Chega! — falei firme e alto, fazendo com que as duas ficassem quietas. —Duff e Slash tirem a Scarlett daqui, eu quero conversar a sós com a Seymour.

Os dois se entreolharam, mas obedeceram e soltaram Seymour, que bufou e cruzou os braços.

—Depois conversamos... —falei para Scar, que concordou com a cabeça e se retirou com os meninos.

Eu soltei um suspiro e me virei para Stephanie, que não tinha uma expressão nada boa. Eu já não aguentava mais e aquilo havia sido o estopim para mim. Todos tentaram me alertar, mas eu nunca havia dado atenção, porém, naquele momento eu havia finalmente percebido que Stephanie nunca seria a mulher certa para mim.

—Axl, eu disse para você não chegar perto daquela... — antes que ela terminasse, eu a interrompi.

—Chega! — falei, tentando manter a calma. —Stephanie, eu não quero mais ouvir uma palavra saindo da sua boca!

Ela encarou-me surpresa.

—Amor, por que está falando assim comigo? — ela perguntou.

—Eu cansei disso tudo, Stephanie. — falei. —Cansei das suas reclamações e dos seus mimos e frescuras. Eu simplesmente cansei de você.

—Do que está falando?

Eu respirei fundo e a encarei seriamente.

—Estou falando que não aguento mais nosso relacionamento, Stephanie. — respondi firme. —Estou falando que acabou! Estou rompendo com você!

Seus olhos se arregalaram e ela empalideceu.

—O-o-que? — gaguejou. —Você não pode fazer isso comigo!

—Não só posso como estou fazendo. — falei. —Eu quero acabar com tudo antes que isso vá ainda mais longe.

—Axl, você não pode romper comigo semanas antes do casamento. — disse ela e seus olhos começaram a lacrimejar. —Você não pode me abandonar!

—Stephanie, nós já passamos por muitas coisas juntos e já levamos isso longe demais. Eu quero terminar de forma clara e sem brigas. — falei e soltei um suspiro. —Eu não quero te magoar de verdade assim como fiz... com a Erin.

Quando terminei de falar, ela já chorava. Eu sabia que ela estava mal e que também estava com raiva. Seu olhar dizia isso. Ficamos em silêncio por um momento até que ela passou as mãos pelas lágrimas, limpando-as.

—É por causa dela, não é? Por causa da Miller! — disse ela cuspindo as palavras. —Ela te seduziu e te convenceu a terminar comigo.

—Não, Step. Scarlett não tem nada a ver com isso. — menti. —Eu estou terminando com você por que percebi que você não é a pessoa certa pra mim.

Ela riu irônica.

—Você não precisa mentir para mim, Axl. — disse ela e foi se aproximando até ficar bem próximo a mim. —Mas eu quero te avisar que isso não vai acabar assim, William. Ah, não mesmo. Eu não vou perder esse jogo. Não para uma loirinha metida a jornalista.

Ela riu novamente e deu de ombros, saindo do meu quarto.

Não sei o porquê, mas senti um frio na percorrer meu corpo.

 

POV-Scarlett

—O que aconteceu? — Michelle perguntou assim que chegamos na sala.

—Stephanie e eu tivemos um desentendimento. — respondi ainda nervosa.

—Logo imaginamos que isso iria ocorrer. — disse Renée. —Você está bem, querida?

—Estou. — respondi enquanto arrumava meu cabelo.

—Quem começou a briga? Você ou ela? — perguntou Slash.

—Eu não quero falar sobre isso. — respondi e revirei os olhos.

O moreno abriu a boca para falar algo, mas foi impedido pelo barulho de Stephanie descendo as escadas com muita raiva. Ela parou bem na minha frente, encarando-me com muita raiva.

—Satisfeita, vadiazinha?! Você ganhou! — disse ela.

—Do que está falando? — perguntei sem entender.

—Axl acabou com tudo, senhorita Miller. — disse ela e riu ironicamente. —Você conseguiu o que queria.

—Eu... nunca quis isso. — falei enquanto sentia certo nervosismo.

Ela riu como se não acreditasse.

—Oh, é claro que não queria. — disse ela e bateu palmas. —Mas tudo bem, querida Scarlett. Eu só quero deixar bem claro que isso ainda não acabou. Eu ainda vou me vingar.

Então ela deu de ombros e saiu batendo a porta.

Não sei o porquê... mas senti um arrepio pelo corpo.

—Você está bem? — Duff perguntou preocupado.

—Sim... — respondi rapidamente. —Eu acho melhor ir ver como Axl está...

—Isso... vai ver o ruivo. — disse Duff e piscou.

Eu apenas acenei com a cabeça e, mais uma vez, voltei para o quarto do ruivo. Encontrei Axl deitado na cama enquanto encarava o teto. Soltei um suspiro, tranquei a porta do quarto e me deitei ao seu lado, fazendo com que ele virasse para me encarar.

—Está tudo bem? — perguntei.

Ele apenas sorriu levemente e concordou com a cabeça.

—Tem certeza? — perguntei meio receosa.

—Tenho. — ele respondeu novamente e riu. —Na verdade, nunca estive tão bem quanto agora.

Eu apenas sorri.

—Que bom... — falei animada. —É ótimo te ver assim.

—Concordo. — disse e se aproximou lentamente de mim.

Quando eu percebi já estávamos nos beijando lentamente. Nosso beijo foi um pouco demorado. A mão do ruivo alisava meu rosto enquanto as minhas alisavam levemente sua cintura.

—Já disse que você é perfeita? — ele perguntou ao cortar o beijo.

—Já. — respondi e sorri. —Obrigada.

Ele riu levemente e me deu um selinho.

—Eu não estou nem um pouco animado para descer. — disse ele. —Se importa se ficarmos aqui e ignorarmos os outros?

—Não. — respondi rindo. —Mas logo aviso que estou morrendo de sono.

—Eu também. — disse ele e se afastou.

O ruivo me puxou para o peito dele e ficou acariciando meus cabelos até que eu dormisse.

****

Mais tarde naquele mesmo dia...

A mulher observava a rua vazia. Já se passava da meia noite e sua única companhia era a dos gatos e mendigos que vagavam por entre as lixeiras do quarteirão. Ela estava nervosa, mas sabia como disfarçar, afinal, sua maldade permitia que ela possuísse coragem suficiente para fazer o que estava prestes a fazer.

Desceu do carro e arrumou o lenço no cabelo, já que não poderia ser vista e nem mesmo reconhecida, então atravessou a rua e parou em frente a porta branca.

Respirou fundo algumas vezes e bateu contra a madeira. Esperou impacientemente até que a porta fosse aberta, revelando o homem alto e com uma expressão de poucos amigos. Ele vestia uma roupa suja e segurava uma garrafa de whisky, além disso, parecia não tomar banho há dias.

—Você é John, o padrasto de Scarlett Miller? — a mulher perguntou e sorriu de canto.

—Sim. — ele respondeu e deu um gole na garrafa que segurava. —E você? Quem é?

A mulher retirou os óculos escuros que usava e encarou o homem seriamente.

—Eu sou Stephanie Seymour. — ela respondeu e sorriu de canto. —E eu tenho uma proposta irrecusável.