História My Favorite Prince (Hiatus) - Help Me

- Jimin, onde esteve? - minha mãe pergunta assim que me encontra.

- Estive mostrando o castelo para Antonella. Muitas coisas mudaram desde a última vez que ela esteve aqui - a respondo dando de ombros.

- As coisas nem mudaram tanto assim, Jimin. Presumo que ela inventou essa história para ficar passeando com você por aí - ela retruca e começa andar comigo ao seu lado.

- Mãe, não é nada disso - suspiro - Ella é minha amiga, nada mais.

- Sei. Vocês pensam que ninguém sabe do ocorrido no Jantar de Inverno, dois anos atrás - minha mãe fala e eu coro na hora. Meu primeiro beijo. Como ela sabia disso? - E Jimin, eu sei de tudo. Acredito, que todo mundo saiba, só fingem não saber para não te constranger. 

- Isso foi à dois anos atrás, esqueça isso mãe. Muitas coisas mudaram desde então - tento fugir um pouco desse assunto mas ela continua.

- Jimin, você é adolescente e tem todos esses hormônios, como ela. Entendo que as vezes eles falam mais alto, mas você precisa se cuidar para que isso não aconteça mais! Já pensou se vocês extrapolam e acabam parando em algum quarto...

- Mãe, chega! - Imploro completamente envergonhado e ela prende o riso, apesar de continuar com a sua pose séria - sério, nada vai acontecer. 

- Acredito em você - agradeço aos céus por pensar que o assunto estava errado. Iludido - apenas não confio em Antonella. Desde o beijo de vocês desconfio que ela sente algo por você. E filho, convenhamos que ela é um pouco... eufórica. 

- Louca, você quis dizer.

- Jimin! - Ela me repreende - não me importo se você também gostar dela, estou interessada na sua felicidade. Mas pense bem antes...

- Mãe. Antonella é minha amiga. Apenas isso - a corto e reafirmo o que tinha dito minutos antes e ela suspira profundamente. 

- Tudo bem, não vou mais insistir. Seu pai nos espera em seu escritório, vamos - entrelaço nossos braços e caminhamos até o escritório dele, dessa vez sem conversas constrangedoras. 

Chegamos até lá e a porta estava aberta, nada comum. 

- Jimin, Kailane! Estava mesmo a espera de vocês - papai nos cumprimenta animadamente, ok aquilo estava muito estranho. Entramos e aquele escritório estava bem cheio. Cumprimentamos todos ali presentes e nos sentamos nos nossos devidos lugares. Menos meu pai, que ficou em pé como se fosse palestrar. 

- Creio que já pode nos dizer o que tem para falar, e parar de nos matar de curiosidade, Érico - minha mãe diz e todos ali riem, incluindo meu pai.

- Está certa, minha rainha - meu pai começa - todos aqui sabemos que, um dia, meu filho vai tomar o meu trono e governar este país - já não gostei dessa conversa - e também sabemos, que ele precisará de uma rainha para isso. 

É oficial, eu odeio essa conversa. 

- Porém meu filho não consegue se decidir entre tantas damas lindas, de tantos países - que mentira! Por acaso elas eram objetos que eu tinha que trazer pra cá e casá-las? - Então, eu e o meu comitê, junto com algumas outras pessoas, selecionamos três meninas, que chegam aqui em três dias, para você conseguir decidir. 

Conflito de interesses. Meu pai não iria trazer pra cá três garotas. Ele iria trazer pra cá três países. E o país que a gente precisasse mais, nós teríamos.

- Suponho que em quatro meses, Jimin conseguirá decidir, pelo seu nível de afinidade, paixão e capacidade de ver o melhor pro seu país. Suponho que esqueci de mencionar, mas daqui a quatro meses o trono não será mais meu. 

Espera... Ele não estava propondo aquilo, estava? 

- Isso mesmo meus senhores, daqui a quatro meses, com Park Jimin casado, ele também se tornará rei. - Ele realmente disse aquilo. Minha cabeça latejava e rodava a medida que o conselho se exaltava e gritava com meu pai. Alguns não disseram uma palavra, assim como minha mãe. Abismados demais para dizer algo, acho.  Saio discretamente do escritório, aproveitando que estavam ocupados demais para perceber.

Eu não estava preparado pra aquilo. Como eu ia governar um país? Completaria meu 18 daqui a algumas semanas... Foi aí que minha ficha caiu. Completaria minha maioridade em pouco tempo, a partir daí eu já poderia governar. Em quatro meses, não eu, mas meu pai escolheria a aliança perfeita para o país, e enfim, poderia passar o fardo dele para mim. Tudo completamente planejado.

Meus pés caminham rapidamente até meu quarto e minhas mãos puxam freneticamente meus cabelos. Agora não. Tudo foi completamente arquitetado, os trabalhos a mais, as decisões que meu pai me obrigava a tomar. Era tudo parte de um plano. E eu era apenas um peão.

Começo a suar frio e meu corpo fica trêmulo. Rápido Jimin, você consegue chegar ao seu quarto. Mas eu sabia que não iria conseguir. Lembranças ruins invadiam minha mente e apagavam o caminho do meu quarto.

Rapidamente entrei em uma porta qualquer e sentei no chão, tirando rapidamente meu paletó e abrindo o máximo de botões que conseguia de minha blusa. Lágrimas rolavam a todo vapor do meu rosto e todos os meus medos vinham à tona.

Medo de não ser o suficiente para o meu povo, de destruir meu país, de decepcionar meus pais. Eu era um completo fracasso e nada poderia mudar isso. Nem mesmo conseguia controlar minhas crises, muito menos controlar um país inteiro. Eu era só um humano, e humanos não conseguiam ser perfeitos. Doía em mim que esperassem que eu fosse.

- I pull you in to feel you heartbeat - comecei a cantarolar um pedaço da música que Namjoon cantava pra mim quando acontecia isso, torcendo para conseguir me acalmar - can you hear me screaming please don’t leave me? 

- Hold on I still want you, come back, I still need you - alguém cantarolou junto e eu tomei um susto.  Acho que a outra pessoa também se assustou pois ouvi barulho de algo caindo - Meu Deus, eu pensei que tivesse ouvido essa música dentro da minha cabeça. Quem tá aí?

Essa voz. Jeon Jungkook.

Sentia meu peito arder e minha garganta fechar por conta do choro, e não conseguia de forma alguma me acalmar. Ele se aproximou e arregalou os olhos quando viu meu estado.

- Príncipe?! Meu Deus, o que aconteceu com o senhor? - Ele sentou ao meu lado e encostou a mão na minha testa. Seus olhos mostravam sua preocupação e meu coração se apertou por deixá-lo daquele jeito.

- Por favor... Só continua can... Cantando pra mim - sussurrei com a voz fraquinha e ele assentiu rapidamente. Começava a ver tudo turvo, um grande sinal de que iria desmaiar. Por favor Jungkook, me ajude. Ele pegou minhas mãos e as pressionou sobre as suas e começou a cantar.

- Let me take you hand I’ll make it right, I swear to love you all my life - ele cantou e eu fechei os olhos me concentrando na canção - Hold on I still need you, long endless highway. 

Minha cabeça parava de doer, e minha respiração normalizava aos poucos. Aquela música realmente me acalmava, e a voz do Jungkook só contribuia. 

- Está melhor? - Ele me perguntou. Por agora, quem sabe. 

- Sim, obrigado - sussurrei ainda com a voz fraca.

- Seja lá o que tenha acontecido, eu sei que vai ficar tudo bem. Você vai passar por isso é sério - ele afirmou com toda a certeza do mundo. 

- Como tem tanta certeza? 

- Eu não tenho. Essa é a graça. Eu simplesmente não tenho certeza de nada, mas tenho que acreditar. Tenho que acreditar que tudo pode melhorar algum dia. Por exemplo, acredito que essa foi a primeira vez e a última que você vai estar sentou em um armário de batatas, chorando, com uma matraca ambulante ao seu lado. Isso é bem legal. - Tive que rir da tolice que ele falou. 

- Você não é uma matraca ambulante. Mas bem que poderia ficar quietinho por alguns minutos - ele riu e deu de ombros, se calando.

E assim ficamos eu e Jungkook sentados em um armário de batatas, em completo silêncio, de mãos dadas. A vida é completamente imprevisível mesmo.