História My Favorite Woman - Misericórdia.

POV CAMILA

Que ótimo, bela notícia para um sábado. O que faço com esse bebê? Claro que vou cria-lo, mas o pai não vai assumir, até por que é casado, o tipo de homem que presa mais a imagem do que qualquer coisa. Não que eu necessite da ajuda dele, não que eu tenha que da satisfação a meus pais, até por que tenho trinta e três anos, a segunda criança que vou criar sozinha.

-Mãe, as meninas estão chegando. - Veronica, mais conhecida como Vero e minha filha, abriu a porta do meu quarto e disse com a cabeça pra dentro. - E a gente vai usar a piscina.

-Tudo bem, Vero. Quem virá? - perguntei deixando o papel branco dentro da gaveta e me dirigindo até a porta.

-As de sempre, Dinah, Ally e Lauren. - ela nomeou contando nos dedos. Minha filha tem dezesseis anos, assim como Dinah e Ally. Lauren tem dezessete, ela perdeu um ano quando os pais se mudaram de uma pequena cidade da Itália para Miami. As três são da mesma turma e se conhecem a cerca de um ano.

-Vão dormir aqui? - perguntei pressionando minhas têmporas por conta da dor de cabeça.

-Claro mãe, é o final de semana de ficarmos aqui. - ela disse de forma óbvia. Todo final de semana as quatro ficam em uma das casas. Virou costume delas. - A senhora ta bem? - perguntou com olhar desconfiado.

-Tudo bem, só estou com dor de cabeça. - nem era de fato mentira, estou mesmo com dor de cabeça, mas só era metade da verdade.

-Hum, okay. - Vero disse e eu segui até a cozinha e coloquei água na chaleira pra poder fazer um chá de camomila. Não demorou cinco minutos e eu ouvi a porta sendo aberta.

-Fala ai, Vero. - ouvi Dinah gritar.

-Até que enfim. - vi minha filha passar pelo corredor que dava em direção a sala.

-Camila. - Dinah entrou na cozinha e veio me cumprimentar.

-É senhorita Cabello, Dinah. - Ally disse entrando na cozinha e bufando.

-Oi, senhorita Cabello. - Lauren cumprimentou entrando na cozinha por último, ela sempre foi a mais tímida das quatro. Não sei como ela ficou no meio dessa turma.

-Oi meninas. - respondi e vi se a água já estava fervendo. Fui até o armário pegar uma xícara e vi que ela estava no alto. Estiquei meus pés pra poder alcança-la.

-Eu pego. - Lauren disse e a alcançou facilmente e logo me entregou.

-Obrigada. - algo que notei tendo as quatro em minha casa uma vez ao mês foi a diferença. Vero é totalmente maluquinha, ela faz as coisas sem pensar e isso muitas vezes é ruim. Dinah é a felicidade em pessoa, isso quando não está em pé de guerra com a Ally. Por falar nela, Ally é a mais ajuizada, como eu disse anteriormente, só Dinah a tira do sério, e elas parecem adorar isso, sempre estão brigando. Lauren é diferente das três, muito educada, não que as outras não sejam. Mesmo falando fluentemente o inglês, ela ainda tem um pequeno sotaque por conta do italiano que foi sua língua principal durante a maioria do tempo de sua vida, e ainda tem o fato de ser intersexual. Eu demorei a entender a condição dela, Vero me disse que ela tem um cromossomo a mais, e isso fez com que ela tenha a total aparência de uma garota, mas que tenha um pênis. Eu não acreditei de primeira. Confesso, achei que era brincadeira das garotas, mas percebi em uma das noites que elas dormiram aqui, quando Lauren vestiu uma bermuda de basquete pra dormir.

-De nada, senhorita Cabello. – viu, como eu disse super educada.

-Não entendo com Lauren ainda é virgem, com toda essa doçura, garotas adoram isso. Qual seu defeito, Jauregay? – Dinah disse e eu olhei a garota de pele branca totalmente vermelha no momento.

-Virgem? – a pergunta que minha cabeça me fazia fugiu por entre meus lábios.

-Deixem a Laur em paz. – Ally logo defendeu a amiga. Lauren tinha as mãos nos bolsos traseiros de sua bermuda jeans. – Ela está certa, encontrar a pessoa ideal pra dar um passo tão importante. – a baixinha disse e Dinah jogou um pano de prato nela.

-Se ficar segurando isso ai até o casamento, vai ficar pra titia. – a maior disse e a baixinha não se abalou por nenhum segundo.

-Melhor do que dar pra alguém feito você. – Ally disse e fui até minha chaleira que já tinha a água fervendo.

-Au, podia dormir sem essa DJ. – Vero disse e ouvi as três rindo, menos Dinah.

-Bom, vamos pra piscina, não foi isso que a gente combinou? – Dinah disse e as três concordaram, saíram da cozinha com a promessa de se trocarem. Peguei o adoçante e pinguei algumas gotas em meu chá, misturei com uma pequena colher e esperei pra que ele pegasse mais coloração. Enquanto isso eu pensava em quão burra eu fui ao transar sem proteção. Talvez por conta das quatro taças de champanhe ou pelo calor do momento, mas a culpa é minha e do pai, a criança é apenas uma vitima. Tive Vero com dezessete anos, fruto de uma relação com um namoradinho do colégio. E naquela época eu tinha o mesmo pensamento, minha filha não tinha culpa. Ouvi as meninas gritando e passando rapidamente pelo corredor indo em direção a piscina. Ally ficou por último gritando que não valia, por que ela tinha as penas menores. Peguei meu chá e segui em direção a sala, de lá eu podia ver as quatro brincando na piscina, Vero e Dinah brincando com Lauren que tentava fugir delas. Ally tomava sol de costas e com um óculos escuro. Levei a xícara até meus lábios e bebi um pouco do líquido de cor avermelhada. É certo, eu vou criar o bebê, meu chefe não precisa saber que o filho é dele, e nem ninguém, é apenas meu. Vou continuar em meu emprego e com minha rotina, apenas na diferença de visitas regulares ao médico.

-AGORA. – Vero gritou e Dinah pulou nas costas da Lauren fazendo ela afundar, as três mergulharam e demoraram alguns segundos lá embaixo. Logo Dinah e Vero surgiram e saíram da piscina. Vero segurava algo preto em suas mãos e as duas correram em direção a sala. Vão molhar todo o chão.

-Cuidado. – eu repreendi, mas elas já estavam correndo para a cozinha. Lauren saiu da piscina e veio atrás delas. E só agora eu percebi o que Vero segurava em suas mãos. A sunga preta de Lauren. A garota corria com as duas mãos no meio das pernas e parou na porta da sala que dava acesso a piscina.

-Lauren ta peladinha. Tampa esse seu pirulitinho. – Vero gritou e ouvi ela e Dinah rirem. A garota apenas tinha a parte superior do biquíni. E eu não sei o porquê de não conseguir desviar meus olhos da cena. Lauren levantou os olhos e me encarou, o rosto ganhou o rubor. A garota levou uma mão até a parte traseira tentando tampar seu bumbum e seu membro ao mesmo tempo. Eu diria que ela não conseguia esconder muita coisa nessa situação. Ela parecia não querer entrar e molhar ainda mais a sala, mas não estava confortável em estar nua na minha frente.

-Ops. – foi tudo o que ela disse com as bochechas coradas e ainda parada no mesmo lugar. – Desculpa, senhorita Cabello.

-Pode entrar, Laur. – bebi mais um gole de meu chá e a garota pisou com o primeiro pé dentro da sala. Dinah e Vero apareceram na sala em meio a risadas. – Vero devolva a sunga da Lauren. – falei sem desviar os olhos da garota dos olhos verdes. Minha filha jogou a peça e Lauren levantou as duas mãos pra pegar, ficando assim totalmente exposta. Bebi mais um gole. Ela logo percebeu a burrada e voltou a se cobrir. Misericórdia.