POV LAUREN
Senti uma pancada chegar de encontro ao meu rosto e só tive tempo de fechar os olhos.
-Isso é por perder a virgindade e não me contar. E isso. – ela disse e me deu mais um soco, agora em cima do supercilio o fazendo abrir. – É por ter sido com minha mãe. E isso. – ela deu outro perto do queixo e eu já sentia o sangue escorrer pela minha boca. – É por não usar proteção e engravidar a MINHA MÃE. – ela gritou as últimas palavras e eu parei ajoelhada tentando conter o sangue. Camila se ajoelhou ao meu lado e olhou os cortes. Vero dava passos pra trás enquanto checava a própria mão.
-O que tá acontecendo aqui? – Dinah disse saindo pela porta acompanhada da Ally.
-A Lauren, ela colocou esse palmito na minha mãe e agora ela tá grávida. – Vero anunciou e segurou a mão fazendo uma careta de dor. – Queixo duro, do caralho.
-Vamos pra cozinha colocar gelo nisso. – Ally disse e foi pra perto da Vero olhando a mão dela, sendo que eu to sangrando aqui. Camila me ajudou a ficar de pé e caminhamos pra dentro da casa.
-Você ficou louca? – perguntou sussurrando.
-Eu assumo o bebê, não tem com o que se preocupar. – falei e apertei meu lábio tentando conter o sangramento.
-Ótimo, de ótimo marido e pai de família pra uma adolescente, eu só estou progredindo de “pai” do meu bebê. – senhorita Cabello disse irritada e entrou na frente. Pelo menos eu não seria uma babaca com ela, isso ela poderia ter certeza. Entrei na cozinha e Ally já me esperava com curativos e gelo. – Deixa que eu faço isso. – senhorita Cabello anunciou e pegou uma gaze pra limpar meus ferimentos. Ela despejou um líquido pra não inflamar e deslizou sobre o corte da boca.
-Ai. – resmunguei assim que ela tocou. Tenho que confessar, sou manhosa demais pra machucados, eu não podia ralar o joelho quando criança que chorava por horas.
-É pra doer mesmo. – senhorita Cabello disse com raiva. – Não era dessa forma que eu queria contar pra Vero. – Camila disse tentando mostrar que não era de forma alguma que ela contaria, não agora. E muito menos dizer que eu era a outra mãe.
-E como pretendia me contar que deu pra minha melhor amiga? – estiquei o corpo e bati na mão da Vero. – Ai. – ela reclamou com uma cara emburrada.
-Fala direito com sua mãe. – anunciei e ela bufou me mostrando o dedo do meio.
-Era só o que me faltava. – Vero falou e deixou o gelo sobre a mão. Senhorita Cabello fez um curativo no meu supercilio e me entregou o gelo pra que eu colocasse na boca.
-E o que estavam fazendo acordadas de madrugada? – Ally perguntou.
-Eu vim beber água, não sabia que ia encontrar minha mãe e a Lauren abraçadinhas e ainda ter a notícia que vou ter um irmãozinho. – Vero estava debochada, e pelo que conheço dela, foi a melhor reação. Ela apenas está nervosa, e não é pra menos.
-E Camila e eu tínhamos muito o que conversar. – falei e a latina me encarou.
-E agora temos mais ainda o que falar. – ela me olhou parecendo ter um olhar nervoso, mas a verdade, é que no fundo, agora eu sou a válvula de escape da senhorita Cabello. Alguns minutos mais tarde Dinah e Ally convenceram Vero de subir e nos deixar as sós, minha amiga foi relutante e com um bico enorme, mostrando que não estava feliz com tal situação imposta. Até Dinah dizer que se nós já transamos embaixo do nariz dela, o que teria demais conversamos. Confesso que quando ela disse isso eu corei intensamente. – Lauren, por que disse isso? - senhorita Cabello perguntou assim que ouvimos a porta ser fechada.
-Senhorita Cabello, agora não tem que se preocupar com o idiota. E eu vou te ajudar. – falei convicta e a mulher bufou.
-Lauren, eu entendo que quis me ajudar. Mas você é uma adolescente, tá no segundo ano do ensino médio, não trabalha e nem tem responsabilidades com a criança. – ela falou mais calma e eu analisei tudo o que ela falou.
-Vou conversar com meus pais. Pedir um emprego no restaurante e dar o meu melhor pra te ajudar com o bebê. Que agora é sim minha responsabilidade. Senhorita Cabello, eu sei que sou só uma adolescente, que não terminei o ensino médio, que ainda nem sei o que quero fazer de faculdade. Mas eu quero te ajudar e estar do seu lado. – meus pais tem um restaurante de comida italiana tradicional na cidade. Segurei as mãos dela e vi em seus olhos o cansaço refletido.
-Um bebê é uma responsabilidade grande demais pra uma criança. – Camila disse e eu me levantei pra buscar um copo d’água pra ela.
-Quando a senhora ganhou a Vero tinha minha idade. – entreguei o copo e resolvi pegar pães e frios pra fazer um sanduíche pra ela. – Não sei muita coisa, mas você pode me ensinar. Minha mãe também vai ajudar, depois de me xingar em italiano. – a latina me olhou e vi que seus olhos mostravam medo. Confesso que também estou, mas eu me meti nessa e não vou deixa-la sozinha agora. Terminei o sanduiche e entreguei pra ela. – A senhora não comeu pizza e está a muito tempo sem se alimentar, isso não é bom pra a criança, tem que comer de três em três horas. – falei e entreguei o prato pra ela. Senhorita Cabello me encarou com duvida pairando em seu rosto. – Eu assisti um documentário no Discovery channel. – dei de ombros e ela abriu um pequeno sorriso.
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