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História My Favorite Woman - Não as magoem novamente.


Escrita por: DeborahFernanda

Notas do Autor


Hey, como estão?

Capítulo 65 - Não as magoem novamente.


 

POV LAUREN

-Eu não vou. – Vero disse pela sétima vez. – E se eu fosse vocês, não levaria a Valen. – ela disse deixando o controle da TV de lado. Se levantou do sofá e deixou um beijo na testa da irmã que dormia no sofá perto dela. O que acontece é que depois de quase duas semanas eu convenci Camz que o pai dela deveria pelo menos conhecer Valen. No começo ela relutou e no final ela concordou. Combinamos em um parque perto de casa, o senhor Cabello teve a ideia de que deveríamos convidar Vero pra ir também, mas como vocês notaram, ela não vai de forma alguma. – Mas é a escolha de vocês, só que eu não to nenhum pouco afim. – ela reforçou mais uma vez antes de seguir até seu quarto.

-Eu disse que era uma má ideia. – Camz disse ao meu lado.

-Eu só convidei. – falei e ela deu de ombros, a latina pegou a pequena Valentina de quase quatro meses, a pôs no carrinho de bebê e cobriu com uma manta pra que o sol não batesse em seu rosto. Assim que ela terminou, eu a abracei. – Vai dar tudo certo e de qualquer forma vamos voltar pra casa de cabeças erguidas e de mãos dadas. – falei e beijei-lhe o rosto.

-Eu te amo, Lo. – ela disse me dando um longo selinho.

-Eu te amo mais. – sorri e ela me beliscou dizendo que eu estava enganada. Saímos de casa empurrando o carrinho. O parque é a um quarteirão de casa, então nem tinha sentido ir de carro com uma tarde de tempo fresco e agradável. Eu andava o tempo todo com a mão espalmada no final das suas costas. – O que acha de ficarmos naquele banco? – apontei o banco que era ao lado de uma grande árvore. Camz assentiu e nos encaminhamos até lá. Tentei conversar trivialidades ao máximo, mas ainda sim eu sentia ela tensa em muitos momentos. Sinceramente, eu a entendo, ela tem medo que dessa vez o homem ataque sua filha. Camila como uma mãe protetora, aguenta qualquer coisa em função dos filhos.

-Olá. – olhamos pra trás e vimos os pais dela. Eles não moram na cidade, mas não se importaram em viajar quando eu liguei avisando que poderiam ver Valentina. A senhora Cabello que nos cumprimentou, parecendo realmente feliz de nos ver ali. Como se eles acreditassem fielmente que não fossemos aparecer.

-Oi. – eu disse com um sorriso amigável. Eles se aproximaram e a senhora Cabello foi logo de encontro ao carrinho ao meu lado, ela levantou a manta pra olhar a menina que ainda dormia ali dentro. O senhor Cabello fez o mesmo ainda parecendo acanhado.

-Oi Kaki. – ele disse assim que se pôs de pé. Eu conhecia aquele apelido, Camz me disse uma vez que era seu apelido de quando era criança.

-Oi. – ela disse sem desviar os olhos da Valen no carrinho.

-Posso pegar? – Senhora Cabello pediu e eu confirmei com um aceno de cabeça. A mulher pegou a menina com um cuidado extremo. A encostou em seu corpo e a minha pequena encostou-se a ela continuando a ressonar.

-Ela parece a Kaki. – o homem disse brincando com a mãozinha dela. –Não acordava por nada. – se tem algo que concordo com ele é isso. Camila quando faz birra pra não levantar, só se eu pegar ela no colo e dar banho. E ainda assim tem dia que ela pede pra voltar pra cama. E Valen vai ao mesmo caminho, já perdi as contas de quantas vezes ela tomou banho dormindo. – Não a coloquem pra estudar pela manhã, vai ser um sacrifício danado. Não é querida? – perguntou a esposa que assentiu freneticamente com um grande sorriso.

-Vou comprar uma água. – Camila disse e se pôs de pé. Me ofereci pra ir com ela e a mesma aceitou imediatamente. – Que babaca, como se tivesse cuidado de mim a vida toda. Ainda quer dar conselhos sobre a criação da nossa filha. Eu mereço mesmo. – ela reclamava enquanto esperava a água. Assim que o rapaz a entregou, eu só a vi retirando a tampa da garrafa e bebendo metade do líquido sem pausa alguma. Fiquei olhando a sem nenhuma pausa, analisando suas expressões. Aproximei-me e tirei a garrafa de suas mãos, Camz me olhou com os olhos brilhando, parecendo pedir socorro.

-Meu amor, ta tudo bem. Eu entendo, você está nervosa com toda essa situação e com eles tentando se aproximar. – tirei a mexa de cabelo em seu rosto e a pus atrás de sua orelha. – Vai acabar tudo bem. – aproximei meu nariz do seu e os esfreguei, antes de lhe dar um longo selinho.

-Isso só pode ser brincadeira, agora esses gays estão em todos os lugares. É em novela, em propagandas, no senado e até no parque cheio de criança. – uma senhora disse em voz alta e parecendo realmente exaltada por nos ver em meio a pequena carícias. – Vocês não tem vergonha, não? – ela perguntou enfurecida, algumas pessoas olhavam a cena.

-Vergonha de que? – Senhor Cabello apareceu dizendo. – De se amarem e cuidarem da própria vida? Não, elas não têm que ter vergonha.  – Sinu apareceu do seu lado com Valen no colo.

-E você quem é? – a senhora perguntou com desdém.

-Primeiro sou pai dela, sogro desta e avô dessa pequena. – ele apontou em sequência pra Camila, eu e Valen. – E o homem que vai chamar a polícia e abrir um boletim de ocorrência por descriminação por conta da orientação sexual das duas. – o senhor Cabello parecia até maior agora. Eu tenho que dizer que eu estava com um pouquinho de orgulho dele. Quando olhei pra Camila, vi um olhar desconfiado em direção ao pai. O homem realmente ligou para a polícia, não teve jeito. E a senhora só pode ir embora pra casa sem um boletim de ocorrência por insistência da Camila. Valen já tinha mamado e estava na hora de seu banho. Mas mesmo assim, os policiais fizeram a senhora se desculpar em frente a todas aquelas pessoas antes de finalmente ser liberada pra ir pra casa. No final, os pais de Camila nos acompanharam até em casa, a noite já começava a cair. – Isso já aconteceu alguma outra vez? – o homem indignado com a situação.

-Uma outra vez, mas resolvemos. – Camila disse e eu me lembrei do beijão que ela me deu na frente de seu chefe, o primeiro de muitos. Descemos do carro e o senhor abriu o porta-malas pra pegarmos o carrinho da Valen. A menina estava animada tentando pegar um dos botões da camisa da Camz. – Vocês querem entrar? – fiquei surpresa quando a latina ofereceu.

-Se não for incomodar, eu gostaria de usar o banheiro. – a senhora Cabello disse. Peguei o carrinho e nos encaminhamos a porta. Vero estava na sala e assim que nos viu, voltou ao seu quarto dizendo que ia tomar banho. Todo mundo percebeu que era mentira.

-Eu levo a senhora até o banheiro. – falei e a mulher mais velha assentiu. – E depois vou fazer um café. – beijei a testa da Camz e a deixei na sala junto de seu pai e nossa filha. Segui até a porta do banheiro e parei. – É aqui. – falei a senhora.

-Obrigada. – ela disse e eu sorri. – Por estar nos ajudando com nossa filha e nossas netas. – ela disse e eu assenti.

-Só não as magoem novamente, elas são preciosidades pra mim e vou me odiar eternamente se eu perceber que ajudei vocês a entrarem de novo pra no final elas saírem machucadas de novo. – eu disse e a mulher me abraçou. Alguns segundos depois eu a abracei de verdade.

-Nós não vamos. – ela disse quando me soltou e entrou no banheiro. Eles erraram, óbvio. Mas merecem outra chance. Fui para a cozinha tentando dar privacidade ao pai e a filha. Só espero que eu não tenha feito uma escolha ruim em decidir ajudar.


Notas Finais


Vocês são completamente diferentes, ideias totalmente opostas.


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