Depois de dormir com um pouco de paz, acordei no dia seguinte muito animado e isso não tinha nada ver com o fantasma ter pedido desculpa, mas bem que gostei da sua atitude.
Quando tomei meu banho, sai do quarto apenas com uma bermuda e me deparei com todos meus amigos sentados no sofá. - Bom dia família... - Cantarolei.
- Por que está feliz? - Os gêmeos perguntaram juntos.
Revirei os olhos e esboucei um sorriso animado e andei até a cozinha, pegando uma fruta qualquer. - Só tive um bom sono. - Respondi, dando de ombros e olhando de canto de olho para eles que arquearam a sobrancelha juntos. - Para de fazer tudo juntos... É assustador.
- Assustador é a sua felicidade. - Isaac se intrometeu, desviando seus olhos da tv.
- Quem chamou? - Indaguei voltando para a sala e me jogando no sofá. - Defensor dos gêmeos... - Mostrei a língua para ele e fitei todo o local atentamente.
É claro que estava procurando algo fora do lugar e não procurando o Gasparzinho... Por favor né.
- Nós vamos embora hoje, tá ligado né? - Ethan perguntou e concordei. - Não vai dizer nada? Tipo "fica mais... Não sei viver sem vocês."
Olho para ele e descordo. - Tenha uma boa viagem... Vão que horas? - Deixei um sorriso maldoso aparecer em meus lábios, enquanto comia a maçã.
- Idiota.
Ouvindo todos falarem junto, acabei rindo da sintonia e desvio meus olhos para a cozinha. - Onde está o Gasparzinho? - Pensei, procurando-o. - Será que o maldito sumiu novamente?
- Daqui á duas horas. - Isaac falava olhando em minha direção e me analisando. - Você está bem mesmo?
- Por que?
- Está estranho. - Todos disseram juntos.
- Vão á merda. - Exclamei alto.
- Nosso garoto está de volta. - Isaac disse ao se levantar e bater em meu ombro. - Vou tomar um banho e começar a me arrumar.
Apenas concordei e prestei atenção no filme que passava na tv, um de comédia.
Acabei me distraindo com o filme por um bom tempo e aos poucos os meninos iam sumindo por dentro do apartamento, eu acabei observando o silencio e percebi que sentiria saudade desses garotos.
Eles eram meus melhores amigos e ficar sozinho não é tão bom assim.
Talvez ter o Gasparzinho aqui não seja tão bom assim e se eu me acostumar com ele aqui?
O que vai ser de mim quando ele partir?
**
Depois de um bom tempo observando os três parados na minha frente, me levanto e solto um suspiro. - Ok... Tenha uma boa viagem. - Fui até a porta e abri-a.
Isaac soltou uma gargalhada e se aproximou, sendo o primeiro a me abraçar e os meninos fizeram o mesmo depois. - Você realmente sabe se despedir. - Dizia, se encostando na porta do vizinho.
E antes que eu pudesse dizer para ele se afastar, a porta foi aberta e o corpo dele foi para trás, fazendo-o cair. - Que merda... - Minha risada soou alta e a dos meninos também, ainda mais quando Isaac se desculpava com o senhor fofoqueiro do meu prédio.
Quando o senhor voltou para á sua casa, acabei rindo mais ainda. - Que merda foi essa?
Dei de ombros. - Ele não pode ouvir nenhum barulho que vem ver... - Sussurrei mais baixo.
- Ohh... Que maldito. - Isaac passava a mão por seu braço, choramingando. - Quase me machuquei feio.
- Vamos parar de conversar e vamos embora porque estou com saudades da minha ruiva. - Aiden disse, fazendo todos revirarem os olhos.
- Ai, como o amor é lindo. - Disse e resolvi ser o primeiro a me movimentar. - Até mais, mandem noticiais... Tchau. - Me afastei e fechei a porta, em seguida soltei um palavrão e senti meu peito se apertar.
Eu odeio despedidas, se eu pudesse ficava dormindo até eles irem embora só para eu não ter que passar por tudo isso.
- Não chora não, ele volta... - Ouço alguém sussurrar atrás de mim e contenho um sorriso ao me virar e ver o fantasma.
- Volta? Você também voltou pelo visto... - Minha voz soou baixa e caminhei até a cozinha e resolvi fazer lasanha no microondas.
- Eu estive sempre aqui, senhor irritante. - Ele disse e se sentou no balcão, onde me observava de lá. - Só não quis me mostrar, achei que precisava de um espaço...
Concordei e programei os minutos, vendo a minha lasanha começar a ser feita. - É... Precisava mesmo. - Abro a geladeira e pego uma cerveja, colocando-a na mesa.
- Eles são uma comédia... Ri muito antes de você acordar. - Quando ouvi ele falar, olho pra ele e percebo a animação visível. - Falando nisso... Isaac balançou seu cerveja antes de sair. - Isso o fez rir baixinho. - Com certeza ele conhece você. - Aquilo soou com uma certa admiração.
Acabei soltando uma gargalhada alta e peguei meu celular dentro do short e enviei uma mensagem para ele.
Mensagem: Essa foi boa, mas tente novamente. U_U
- É, eu nasci com esses caras... - Acabei sorrindo. E meus olhos pegaram os dele me fitando atentamente e só fui perceber que estava sem camiseta quando vi-o virar o rosto um pouco ao perceber que eu o encarava.
Provavelmente se ele fosse "humano" ele estaria corado e até eu fiquei um pouco constrangido com sua forma de olhar.
- Então, está animado para descobrir minha história? - Disfarçou.
- Claro, Gasparzinho.
- O que é Gasparzinho?
Acabei rindo alto de sua pergunta. - É um fantasma de um filme... Assistia muito quando mais novo.
- Provavelmente estou aqui porque você deve ter desejado isso no seu aniversário. - Murmurou.
- Tudo que eu desejei no meu aniversário não tinha nada com "fantasma completamente irritante e suas perguntas". - Falei cinicamente e peguei minha lasanha ao ver que estava pronta e coloquei-a em cima da mesa.
Ele ignorou minha ofensa. - Quem é Lydia?
Esperando esfriar, pego meu celular e começo a procurar uma foto que tinha com ela e estendo em sua direção. - Essa ruiva ae...
O sorriso que ele abriu foi muito fofo. - Ela é bonita... E parece ser muito fofa.
- Fofa? - Revirei meus olhos. - Ela é tudo, menos fofa... Essa garota é uma praga. - Comentei e sorri com as lembranças da nossa época de escola.
- Ver você e seus amigos só me faz perguntar como era á minha vida... Se tem alguém nesse exato momento sentindo minha falta.
Soltei um suspiro e fiquei brincando com a lasanha. - Cara, é uma merda não lembrar do seu passado... Mas para de pensar nisso. - Murmurei baixo, pois não sabia o que falar.
Gasparzinho revirou os olhos e pulou do local que estava, começando a andar pela cozinha e eu passei a desfrutar da minha bela lasanha de queijo, umas das minhas favoritas.
Quando terminei de comer ela todinha, desviei meus olhos para o Gasparzinho que estava sentado no sofá e fui até lá, me jogando no outro. - Acho que não vou conseguir procurar nada essa semana. - Menti, não é como se eu não fosse ter tempo, é só que não estou preparado para descobrir o que se passa na vida desse cara.
E se ele estiver morto? O que eu vou fazer? minha mente está muito confusa com todo esse drama e não sei o que realmente pensar.
- Tudo bem... - Seus olhos procuraram os meus e vi aos poucos ele sumindo na minha frente.
O Gasparzinho estava triste e por minha causa.
Você é a porra de um egoísta. - Minha mente me acusou.
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