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História My Light - Trying


Escrita por: Chessy

Notas do Autor


Olá seres humanos que fogem da vida diária para se aventurar nas minhas histórias!
Espero que estejam bem.
Sei que demorei mais do que devia, mas aqui estou eu. Acho que já disse isso antes, mas vou falar outra vez: eu nao tenho dias exatos para postagem. Depende de como estará a situação da minha cabecinha, as vezes está mais agradável e o capitulo sai antes, outras é bem dificil e demora igual foi com esse. Sinto muito de verdade.
Enfim, quero avisar para observarem uma nova categoria que eu coloquei na historia, pois é, mpreg. Antes dos comentarios eu vou avisar que esse não será o tema principal da historia, na verdade isso só está ai por causa do último capitulo, ou seja eu não irei desenvolver esse tema, apenas acontecerá. Não posso falar muito sobre isso, mas espero que isso não mude a opinião de vocês sobre a fic.
Capítulo simples mas muito importante para que possam entender como tudo começou.
Eu sou apaixonada por essa música, espero que gostem dela na história também.
Espero que gostem, relevem os erros e boa leitura :3

Capítulo 3 - Trying


“Lágrimas rolam no seu rosto

Quando você perde algo que não pode substituir

Lágrimas rolam pelo seu rosto (...)

Luzes te guiarão até em casa

E aquecerão teus ossos

E eu tentarei consertar você” – Fix You, Coldplay.

 

Acho que tive um sonho naquela noite. 

Na verdade, creio que sonhei com alguém. Não reconheci o rosto, mas era alguém muito bonito. Ele estava sentado num campo repleto de flores azuis e brancas, seu cabelo balançava com o vento e pude perceber que o meu também. A brisa batia em meu rosto com delicadeza como se estivesse varrendo todos os sentimentos ruins que estava tendo. Era tão bom. 

Tentei chamar o garoto à minha frente, mas ele parecia não me escutar. Minhas pernas paralisadas não obedeciam aos meus comandos. Eu estava ali, parado, encarando-o com curiosidade. 

Foi quando ouvi uma voz, recitando a canção mais bonita que já havia escutado antes. Tentava a todo custo alcançá-lo, vê-lo de perto. A música entrava em meu coração, aquecendo-o. O desespero era tão grande! E quando eu pensava tê-lo visto sorrindo e encarando-me com carinho.... Eu acordei.

Não havia muita claridade naquele quarto, foi a primeira coisa que percebi. Havia uma minúscula janela no cantinho apenas para entrar ar, mas o resto era tudo muito bem fechado. Como se fosse um esconderijo, ou um lugar secreto.

Aos poucos os acontecimentos do dia anterior clareavam a minha mente. Meu pai. A chuva. O homem desconhecido que fez coisas nojentas. Dinheiro. Os olhares estranhos no restaurante. Os perseguidores. Um pequeno bar. Um garoto.... Logo lembrei do meu sonho. Será que havia sonhado com ele? Não... eu nem o conheço direito, além de não ter conseguido ver seu rosto com todo o desespero em que me encontrava.

Suspirei, esfregando os meus olhos com as costas das mãos numa tentativa de acordar. Precisava saber onde estava, reconhecer o ambiente. Tateei com cuidado o meu redor, sentindo algo macio e fofinho tocando as pontas dos meus dedos. Era um cobertor. Reparei também que estava deitado em um colchão, apesar de aparentar ser bem velho pelo cheiro, era tudo bem tenro e quente. Sentei-me cauteloso, avaliando outra vez o lugar.

Sim, agora me lembrava de tudo, ainda que tivesse algumas falhas na memória o ocorrido estava nítido para mim. E por um momento me senti idiota por colocar em risco vidas inocentes. Aquele garoto e seu pai não tinham nada a ver com isso, eles poderiam ter me deixado do lado de fora ou me entregado para eles, mas mesmo assim eles me salvaram e protegeram. Acho que nunca senti tanta gratidão por alguém antes. Precisava agradecê-los e principalmente partir o quanto antes, não queria causar mais problemas.

Olhei para a pequena janela na parede direita, uma fina e transparente cortina cobria o brilho fraco do sol. Provavelmente ainda estava cedo. Pensei que poderia sair depois do meio dia. Talvez pegar o meu dinheiro e sair novamente... Mas para onde? Não tinha um lugar para ir e havia uma grande possibilidade dos outros homens estarem pelas redondezas em minha procura.

Novamente encontrava-me em um labirinto sem saída. Acho que nunca senti tantas emoções em tão pouco tempo.

Apesar de continuar com a mente ainda um tanto bagunçada, estar naquele lugar, debaixo de um teto e confortável me transmitia uma ótima sensação de segurança. Gostaria que este sentimento pudesse permanecer para sempre.

Afastando os pensamentos, criei forças de sei lá onde para levantar com muita calma. Ainda sentia meu corpo dolorido e cansado, porém poderia dizer que estava melhor do que no dia anterior. Caminhei até uma pequena escrivaninha que havia no canto do quarto, quase despercebida, procurando pelos meus pertences. Logo avistei o pingente com uma foto dos meus pais e meu celular, desligado e sem bateria. Bufei alto em frustração, mas por dentro eu sabia que ele não me teria mais tanta utilidade. Naquele momento minha cabeça e corpo pareciam ter tirado férias de mim, pois eu poderia jurar que não sentia nenhum deles. Cogitei a ideia de voltar para a cama e dormir mais um pouco, meus olhos imploravam por isso. Até que ouvi vozes.

– Não podemos fazer isso Peter! Você não viu a cara deles enquanto procuravam pelo garoto, poderiam matar qualquer um a qualquer instante! – A voz alta e grosseira do homem mais velho se fez presente. Por um momento senti os pelos do meu corpo arrepiarem.

– Mas pai, se largarmos ele sem mais nem menos eles irão matá-lo.

– Isso já não é da nossa conta. Já pensou que o garoto pode ser um criminoso? Podemos estar escondendo um assassino!

– Não acredito que ele seja um fichado, ele me parecia uma pessoa inocente que precisava de ajuda.

Passos pesados esmagavam o piso de madeira e causavam rangidos.

– É claro, porque para você todos são sempre bons e sem segundas intenções. Já lhe avisei das consequências de pensar dessa forma.

– Sabe que não é assim, pai. Tenho noção do que todos nós somos capazes de fazer, mas prefiro acreditar que ele é uma boa pessoa do que fazer igual a você e julgar sem nem mesmo o conhecer.

– E você por um acaso o conhece? Pode ter certeza de que não está cometendo um erro, Peter?

Um silencio instalou-se do outro lado e pude perceber que o garoto chamado Peter queria dizer mais alguma coisa. Se realmente quis ou não, nenhuma outra palavra surgiu de seus lábios. Logo movimentos foram feitos e eu sentia que passos se aproximavam de onde me encontrava, afastei-me rapidamente da porta e voltei para o colchão, cobrindo-me com o cobertor até o nariz, deixando apenas os meus olhos a vista. A porta escondida abriu-se aos poucos e uma sombra grande e forte apareceu, não pude ver quem era por causa da pouca claridade, mas o vi fechar a porta e se aproximar lentamente.

Um medo repentino tomou conta de mim e por alguns instantes receei o que aconteceria. Quando a voz suave forte que eu escutara a pouco tempo atrás e que se parecia estranhamente com a do meu sonho surgiu novamente, dessa vez mais perto e nítida do que antes. Segurei minha respiração.

– Desculpe, eu te acordei?

Não consegui responder, minha cabeça ainda processava a conversa de minutos antes.

– Não queria fazer isso, sinto muito. Apenas quis verificar se estava tudo bem. – Ele me deu um sorriso e se aproximou com cautela.

Por instinto acabei me afastando e me encolhendo ainda mais no cobertor. Sentia que o meu coração saltaria da minha garganta a qualquer instante.

– Eu não vou te machucar, prometo. – Disse e ergueu as mãos em um sinal de rendição. – Pode ao menos me dizer o seu nome?

Continuei a encará-lo por um tempo, não sei o quanto exatamente, mas não importava já que mesmo assim ele parecia disposto em esperar por uma resposta minha. Não saberia explicar porque eu estava tão nervoso, ele parecia um garoto normal e que apenas queria algumas respostas, mas simplesmente fiquei mudo, sem coragem de dizer uma palavra. Depois de um tempo abri lentamente a boca e então finalmente as palavras vieram.

– Sou Sam... Sam Milman. – Apesar de ter saído como num sussurro, ele parecia satisfeito em ouvir a minha voz.

– Prazer Sam, me chamo Peter Gareth. É um sobrenome bem peculiar, não? Confesso que demorei para me acostumar com ele. Mas o seu é bem mais interessante.

Não pude dizer nada, achei incrível a capacidade dele de fazer uma conversa com assuntos bastante aleatórios parecer instigante. Aos pouco fui relaxando e ele pareceu perceber isso, então foi aconchegando-se para mais perto de mim, quando percebi Peter já estava sentado do meu lado com um sorriso gentil no rosto.

– Como se sente Sam? Você parecia bastante acabado quando chegou. – Perguntou com uma risada sem graça em seguida.

 – Hum... Um pouco melhor do que antes, mas ainda cansado.

– Entendo. Não quero soar intrometido, mas poderia fazer algumas perguntas? – Peter me encarou com cuidado, mas não recebeu uma resposta de minha parte.

Confesso que ainda estava um tanto desconfiado dele, estando tão perto e sendo generoso, depois do que vivi nos últimos dias temia qualquer coisa. Assim como provavelmente ele também suspeitava de mim. Não poderia culpá-lo, tendo um estranho todo machucado, sujo e que foi perseguido por três caras do tamanho de armários debaixo do próprio teto. Eu também assustaria. Desviei o olhar, já sabendo o que viria em seguida.

– Apenas gostaria de saber porque foi parar naquela situação. O motivo daqueles homens estarem lhe seguindo. Quero ter certeza de que posso confiar em você Sam. – Ele me encarou diretamente, sem ao menos piscar. Devia estar com uma cara horrível para me tratar com tanta prudência.

Mas, de algum modo, aquele mesmo olhar me deu uma certa coragem para continuar. Como se o corpo de Peter emanasse segurança para que eu pudesse contar a minha história. E foi o que fiz. Abaixei o cobertor até a altura da minha cintura e passei o olhar para as minhas mãos, recordando de cada momento que passei nos últimos dias e jogando todos os meus sentimentos guardados em cima dele. Sei que não deveria ser tão precipitado, mas estava cansado de ficar sozinho e eu precisava de alguém para me escutar, então eu o fiz, contei tudo desde a morte do meu pai até o momento em que o encontrei na rua.

Peter não me interrompeu em momento algum, apenas me encarava nos olhos e uma vez ou outra concordava com a cabeça, prestando atenção em cada palavra minha. Quando terminei soltei um longo suspiro e escondi meu rosto entre as mãos, aguardando por alguma reação da parte dele. Esperava que me expulsasse de lá, que gritasse comigo dizendo que nunca deveria ter aparecido ou até mesmo que me entregasse diretamente para os homens estranhos, mas ele não fez nada disso.

Peter levou a mão até os meus cabelos e o afagou com carinho, esperando que me acalmasse. Talvez ele soubesse que naquele momento tudo o que eu mais precisava era de um pouco de cuidados. Não cheguei a chorar daquela vez, mas sentia o meu corpo tremer depois de reviver tudo de novo.

Ele então esperou e logo me deu um sorriso.

– É incrível você ter passado por tudo isso e continuar tão forte. Talvez não pense isso agora, mas acredite, muitos não teriam forças para seguir em frente. Eu provavelmente não conseguiria.

Forte? Eu não achava isso. Na verdade, eu poderia me descrever como um fracote por estar dependendo de palavras generosas de um estranho. Contudo não consegui dizer isso, preferia ficar calado a me envolver em mais rios de lágrimas.

– Mas você não faz ideia do por que deles quererem você?

Neguei com a cabeça. Eu tinha um sentimento de que poderia ser coisa da minha madrasta, porém resolvi não dizer nada, afinal eu poderia estar muito errado também. Haviam muitas possibilidades e eu não estava com cabeça para pensar sobre aquilo.

– Eu não sei o que fazer agora... – disse para Peter num sussurro quase inaudível.

– Você não tem para onde ir?

– Não importa a quem eu recorresse, sou menor de idade então no final eu acabaria sendo levado de volta para a minha madrasta e isso é o que eu menos quero.

Peter permaneceu a me observar pensativo. Por alguns segundos fiquei preocupado com o que ele poderia fazer, mas rapidamente ele voltou à realidade com um pulo e ergueu o dedo indicador para cima, como se acabasse de ter a melhor ideia do planeta.

– Sam, gostaria de lhe fazer uma oferta. – Ele levou os olhos verdes aos meus, dessa vez com uma expressão bastante séria. – Gostaria de ficar comigo?

Não compreendi de primeira, por isso provavelmente Peter recebeu uma careta confusa como resposta. Arregalando os olhos, tentou concertar a frase mal feita.

– N-não foi isso o que quis dizer! – Balançava os braços de um lado para outro com agitação. – É que... Já que você não tem para onde ir e foi sincero comigo contando tudo isso... Pensei que seria uma boa ideia você passar a morar comigo e com o meu pai.

Abri minha boca em espanto, sem acreditar no que acabara de ouvir. Até alguns dias não imaginava uma vida sem o meu pai, mas agora que já não tinha ninguém também não fazia ideia do que fazer ou para onde ir. Diria que tal convite foi uma benção para mim, entretanto não esqueci da conversa que havia escutado mais cedo entre Peter e seu pai. Haviam tantos riscos se eu aceitasse, tanto para mim quanto à eles, e eu não queria colocar a vida de mais pessoas em perigo.

Estava hesitando muito. Peter, percebendo o meu receio, interferiu:

– Entendo a sua preocupação com o que pode acontecer, mas não aceitarei um “não” como resposta. Não sou um mostro para deixá-lo sozinho nessa situação. Pode confiar em mim Sam, somente até que as coisas estejam mais calmas e tudo se resolva.

Depois de ouvir tais palavras senti o meu peito se aquecer. Aquela sensação era estranha e não pude desvendá-la naquele momento, mas algo em suas palavras e no seu olhar me fez acreditar nele. Eu tinha que acreditar nele. Posso estar sendo egoísta, mas não quero arriscar minha vida novamente nas ruas sempre correndo perigo ou acabar por ser abusado novamente.

Lentamente e com um estranho sentimento de temor no peito assenti com a cabeça, aceitando ficar com ele. Peter me deu um sorriso pequeno, feliz com a minha escolha.

– Venha, vou lhe apresentar ao meu pai. – Ele disse se levantando e tirando a poeira das calças. – Consegue andar?

Fiz que sim com a cabeça, mas não tinha certeza se conseguiria mesmo ficar em pé. Peter me ajudou quando quase fui de encontro ao chão e saímos do pequeno e apertado quartinho secreto. Quando vi a luz do dia consegui olhar melhor o lugar. Havia uma escada que levava para o segundo andar, quadros enfeitavam as paredes e reparei em várias portas diferentes enquanto seguíamos para o final do corredor. Parecia bastante com uma simples casinha que era interligada ao bar ou restaurante. Peter logo confirmou meus pensamentos.

– Meu pai e eu trabalhamos e moramos aqui. O bar é logo na entrada, aquelas portas que acabamos de passar são a cozinha, banheiros e o estabelecimento com os alimentos, no segundo andar é onde ficam os quartos. Basicamente a parte de cima é a nossa casa e essa área a taverna.

Peter riu da própria comparação e continuou a me guiar pelo lugar. Em segundos chegamos no que parecia ser um minúsculo escritório, um homem alto e barbudo virou-se para nós quando notou nossa presença. Ele lançou um olhar afiado para Peter e outro com desgosto para mim. Por instinto encolhi o corpo para longe dele, pensando que poderia ser atacado a qualquer instante. Não foi isso o que ele fez, mas senti que era o que queria ter feito.

– Sabia que faria isso, você não tem o mínimo juízo nessa sua cabeça, não é garoto? – Ele rosnou, encarando Peter.

– Não pai, eu não tenho. – Ele respondeu com um sorriso debochado.

– Se vai mesmo fazer isso quero dizer que não vou ouvir reclamações depois. Você tem total responsabilidade com ele, entendeu?

– Sim senhor!

Ele voltou a me encarar com seus olhos negros, observando-me da cabeça aos pés. O meu coração palpitava alto, poderia escutá-lo com precisão e com certeza ele também conseguia. O homem caminhou até ficar de frente para mim, apenas a alguns passos de distância para não me assustar. Mas não precisava disso, apenas com o olhar ele poderia matar centenas em segundos. Seu corpo exalava raiva e intimidação. Reparei que mesmo com toda essa áurea assustadora vinda do mais velho, Peter continuava a sorrir divertido ao meu lado.

– Meu nome é Arthur Gareth, pirralho. E se quiser ficar aqui, terá que seguir algumas regras.

Mesmo com tais palavras grosseiras e um sorriso travesso vindo dos dois, naquele momento percebi que a minha vida estava, outra vez, prestes a mudar drasticamente.

 


Notas Finais


Ah, e como devem ter reparado (ou não), mudei as falas para o uso de travessão (preciso lembrar de alterar os outros capítulos kkkkkk)
Espero que tenham gostado! Tenho muitas ideias para essa história então peço que confiem em mim.
Tentarei trazer o próximo o mais rápido possível.
Não deixem de comentar.
Kissus da Chessy e até.


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