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História My light, my hope (J-Hope) - Memórias de um passado traiçoeiro


Escrita por: Pam_Hoseok

Notas do Autor


Olha só quem voltou minhas amoras? Isso mesmo, Pam_Hoseok! *aplausos* Sentiram saudades? ❤

Finalmente estou com meu PC de volta! AEHHH \o/

400... 400... Eu estou tendo um ataque... ALGUÉM ME SOCORRE! A CORÉIA ESTÁ OUVINDO MEUS BERROS! Já disse que amo vocês? Sim, eu sei que disse! Mas o que posso fazer se é isso que eu sinto? Eu só tenho a agradecer cada um de vocês por todo o apoio, por toda a ajuda! ❤ Tenha certeza que se não fossem vocês eu já teria desistido dessa história por pura insegurança. Então obrigada por tudo o que vocês estão fazendo, por darem tanto amor a My light e a mim... De verdade... Muito obrigada pessoinha! ❤❤

Espero que gostem do capitulo! :3

Perdoem os erros, tenham um boa leitura! ❤

Capítulo 47 - Memórias de um passado traiçoeiro


Fanfic / Fanfiction My light, my hope (J-Hope) - Memórias de um passado traiçoeiro

Despertei vagarosamente, abri meus olhos com dificuldade e senti os mesmos arderem um pouquinho devido à luz do sol nascente sobre meu rosto. Os esfreguei e logo olhei ao redor, percebendo estar no mesmo lugar que dormi – nos braços de Hoseok. Cuidadosamente sai de seu abraço afim de não acordá-lo, e apesar dele ter se mexido com minha ação, somente ajeitou-se na poltrona e voltou a dormir.

Olhei para meu lado direito e vi que Namjoon ainda não tinha chegado de sua caçada. Espero que nada tenha acontecido...

Assim que olhei em direção a janela, vi Jin do lado de fora por entre as frestas das raízes encostadas no vidro. Pulei para o banco ao meu lado e sai do carro, arrastando as raízes para o lado e logo caminhando em sua direção perguntando com um sorriso: — O que está fazendo aqui sozinho?

— Ah oi querida — olhou-me quando estava prestes a levantar um tronco que usamos para nos sentar perto da fogueira ontem. —, estou só querendo apagar os rastros que deixamos aqui, sabe? Por precaução.

Pude perceber os vestígios de lenha queimada evidente ali no centro, e sem querer acabei me lembrando da cena maravilhosa que presenciei ontem. Senti minhas bochechas quentes mais uma vez com as lembranças um tanto quanto memoráveis; mas logo balancei minha cabeça espantando tais pensamentos, voltando minha atenção para Jin. — Precisa de ajuda?

Ele lançou um sorrisinho e negou com a cabeça. — Não precisa obrigado, estou quase terminando. — jogou o tronco perto de uma árvore e logo voltou seus olhos para mim. — Teve uma noite confortável? — sorriu estreitando os olhos.

— Por que você é assim? — questionei abaixando meu rosto para não ter que olhar a carinha de “lua” dele.

— Vingança pelo o que você me fez passar no carro um tempo atrás... É eu ainda me lembro. — cruzou os braços com um tom de voz levemente ameaçador.

— Fala daquela nossa conversa sobre o quanto você gosta de ser observado no banho por um espírito da Natureza, cujo nome começa com “P”? — cruzei os braços também e sorri da mesma forma que ele. —Eu lembro muito bem... O dia em que eu soube como é o verdadeiro Kim Seokjin, o famoso “carinha de anjo”.

— Eu já sou um homem feito, de inocente literalmente só tenho a carinha. — declarou com um sorriso contido. — Agora, deixe-me tirar uma dúvida... Qual o esquema de vocês?

— Esquema? — arqueei a sobrancelha, confusa. — Não tenho nenhum, pelo que eu saiba.

— Você gosta do Hoseok e sabe bem disso. E vocês dois têm até uma relação de “beijos e amassos”... — pegou mais um tronco e foi até uma moita, jogando-o floresta adentro. — Por que vocês não assumem um relacionamento logo? Ficam nessa enrolação, mas não seguem para a próxima etapa.

— Não é tão simples assim — suspirei cansada. —, tem uma série de fatores que atrapalham minha aproximação com ele... Hoseok é muito complexo... — lancei minha atenção para o carro. Jin não sabia da tal “maldição” que Hoseok insistia em dizer que carregava, então preferi não entrar em detalhes. — Eu tenho que ir com calma... Eu tenho que entrar na vida dele com cautela, se não, é capaz dele acabar fugindo de mim. — finalizei rindo.

— Mas ele parece que entrou na sua vida com uma voadora! — riu alto e bateu as palmas. Já comentei que a risada dele é contagiante?

— Sim haha... — suspirei novamente. — Eu realmente não tenho sorte com homens... — murmurei sem pensar, mas parece que Jin ouviu.

— Já teve alguém a não ser o Hoseok? — tombou a cabeça para o lado, com uma expressão de pura curiosidade.

Observei os olhos de Jin por um momento pensando em como respondê-lo, dei um sorriso de canto e comecei a dizer: — Sabe oppa... Eu nunca pensei que fosse me apaixonar outra vez, não depois de tudo o que vivenciei, não queria me machucar, não queria ter a mesma experiência de novo... Não queria sentir essa dor... 

— Dor? — arregalou os olhos e se aproximou. — O que aconteceu contigo?

— Peguei meu ex-namorado na cama com minha melhor amiga. — dei de ombros e Jin no mesmo instante tossiu forte, como se tivesse engasgado com a própria saliva.

— C-Como você pode falar uma coisa dessas como se não fosse nada? — gaguejou com os olhos esbugalhados, incrédulo com minha reação.

— Eu já superei esse fato... — sorri triste. —... Mas, admito que doeu muito quando presenciei a cena. Fiquei arrasada quando vi aqueles dois; meus melhores amigos, me traindo daquele jeito... Usando-me de forma tão baixa... Depois daquilo eu pensei que nunca mais iria gostar de alguém como gostei dele. Pensei que não conseguiria confiar meu coração para outra pessoa outra vez, mas aí...

— Aí apareceu o Hoseok e você deu seu coração de bandeja, certo? — completou com um sorrisinho preocupado, e eu assenti com a cabeça. — Quando foi que isso aconteceu?

— Foi dias antes de ir para o chalé, eu sai correndo para fora do apartamento e ele me seguiu. E para piorar ainda mais o momento um caminhão desgovernado adentrou a calçada e nos atropelou... Fomos para o hospital, mas ele não resistiu aos ferimentos e morreu... — lancei meu olhar para o chão, pensativa. Só de lembrar aquela cena em que via Jack sendo levado pela Morte e pedindo perdão fazia meu corpo todo estremecer.

Lembro-me perfeitamente de cada detalhe daquela noite terrível... Cada sentimento... Cada dor...

E então, quase que instantaneamente, uma ligeira pontada de dor formou-se sob meu peito. Mesmo que eu já tenha superado tais fatos, doía relembrar momentos tão dolorosos, afinal, fui traída por pessoas que diziam serem minhas amigas; pessoas que diziam serem de confiança. Não era uma sensação boa saber que foi esfaqueada pelas costas sem dó.

Mas ao mesmo tempo sentia-me mais aliviada por ter contado essas coisas para o Jin, é como se eu tivesse retirando um grande peso das minhas costas.

— Qual era o nome dele? — a voz suave do mais velho ecoou lentamente pelos meus ouvidos, fazendo-me despertar dos meus devaneios tristonhos.

— Jack, ele era britânico, mas veio morar aqui junto com os pais... E bom, ele pareceu gostar da Coréia já que mesmo depois de ter seu próprio apartamento não voltou para sua terra-natal.

Jin pareceu perceber meu estado, pois o mesmo passou por trás de mim, colocou suas mãos em meus ombros, fazendo uma massagem no local.

— Não esquente a cabeça, OK? — sussurrou a altura do meu ouvido. — Siga em frente... Esqueça esses dois, eles não mereciam uma pessoa tão maravilhosa como você na vida deles. — não consegui conter o sorriso ao ouvir as palavras acolhedoras do rosado. Fechei os olhos e aproveitei a massagem por uns momentos, até me lembrar do meu real objetivo.

— Oppa, você viu o Namjoon hoje?

— Na verdade não... Quando acordei não o vi no carro. Ele deve ter saído para tomar um ar antes de o sol nascer, algo assim. — parou com o que estava fazendo e pôs-se ao meu lado. — Por quê?

— Nada de mais, eu não o vi quando acordei, por isso fiquei preocupada. — às vezes eu fico até surpresa com a capacidade que tenho de atuar. — Eu vou andar pelos arredores, quero tomar um ar. Quem sabe eu encontro o Namjoon no meio do trajeto? — sorri de canto e caminhei para perto das árvores, na mesma direção que vi Namjoon indo ontem à noite. Precisava saber onde ele havia se metido. Logo iríamos em busca da próxima pedra e seria um problema se o Namjoon não estivesse entre nós.

— Quer que eu lhe acompanhe?

— Não, obrigada. Ando precisando de um tempo só para mim, sabe? Para colocar meus pensamentos no lugar... — murmurei com um sorriso sem graça, Jin assentiu e alertou:

— Não vá muito longe.

Sussurrei um “OK” e adentrei a floresta a procura do meu vampiro platinado preferido.

(S/N) Off

 

Jin On

 No mesmo momento que vi (S/N) desaparecendo lentamente sob as sombras das árvores, ouvi atrás de mim uma doce voz chamando pelo meu nome num sussurro, a voz da minha amada garota barra espírito. Olhei pelos ombros e a vi a poucos metros de mim, com a feição ligeiramente abatida.

Sei que ela estava mal devido ao desequilíbrio do mundo, mas isso de maneira nenhuma abalava sua alegria; então quando vi seu rostinho pálido e sua expressão triste não consegui me segurar, praticamente voei para perto dela com o coração prestes a explodir.

— Jin... — sussurrou novamente, sua voz geralmente fazia todo o meu corpo se arrepiar, porém dessa vez só fez com que meu coração apertasse ainda mais.

 “Diga-me o que te aflige amor da minha vida!” Por pouco aquelas palavras não saíram da minha boca, mas por sorte me segurei no ultimo segundo ao notar a pérola que iria dizer.

— O que foi pequena? — minha voz saiu embargada devido à preocupação. Por um momento desejei agarrar suas mãozinhas e apertá-las para tentar acalmá-la, mas me lembrei de que eu não conseguia tocá-la.

— Aconteceu um terremoto outra vez. — disse sem um pingo de ânimo.

— Eu não senti.

— Foi a muitos quilômetros de distancia, não conseguiria sentir. Acho que foi na fronteira contra a Coréia do Norte com a China. Como eu sou o Espírito da Natureza eu consegui sentir... E acho que temos mais problemas. — mordeu o lábio inferior, como uma tentativa de se manter calma.

— Que tipo de problemas, Pâmela? — coloquei minhas mãos na cintura e olhei preocupadamente para a mulher a minha frente.

— O desequilíbrio está piorando o mundo cada vez mais... E agora, apareceu mais um problema... Alguns seres sobrenaturais estão perdendo sua capacidade de invisibilidade para os humanos. — suspirou com os olhos fixos em seus pés descalços.

— Os humanos estão conseguindo enxergá-los? Quero dizer, estão enxergando todos os seres? — perguntei arqueando as sobrancelhas.

— Somente alguns seres por enquanto. Ainda não são todos que estão com esse problema. — depois de escutar tal declaração, sentei-me num tronco que estava perto dos meus pés e suspirei cansado. Ergui meus olhos para a minha garota assim que a mesma voltou a falar:

— Engraçado. — riu baixo e juntou suas mãos atrás de seu corpo, espírito, seja lá o que for. — Alguns seres então sendo visíveis para a raça humana... — levantou seu rosto para o céu e sua pele brilhou em contraste com a luz do sol. — Então porque só eu continuo invisível para todos à minha volta? — tinha um leve toque de tristeza em sua voz.

Engoli em seco e busquei em meu consciente palavras para lhe confortar: — Eu te vejo, então eu sou um ninguém para você? — soltei sem pensar e quando percebi o que disse desejei que alguém me desse um tabefe bem no meio da cara. 

Palavras de conforto, imbecil! Isso não são palavras de conforto nem aqui, nem no Brasil!

Ela riu baixo e lançou-me um sorriso doce, antes de dizer:

— Você é tudo pra mim! — piscou. — Você é meu melhor amigo.

Ah se ela soubesse como esse melhor amigo me entristece.

— Sabe Jin... Eu sinto tantas saudades... — sussurrou depois de uns segundos em silêncio. Aproximou-se um pouco mais, surgindo em seus lábios um sorrisinho um tanto quanto suspeito. Já sabia que iria aprontar alguma coisa. Sabia que aquela tristeza que ela carregava há alguns instantes atrás não iria durar tanto tempo, nem sei por que me preocupei tanto.

— Do quê? — perguntei a seguindo com os olhos, já esperando uma possível pérola surgir de repente.

— Tem tempo que não te vejo tomando banho. — estreitou os olhos e sorriu provocativa, já sabendo a reação que eu teria em seguida. Senti minhas bochechas queimando intensamente, então rapidamente desviei meu olhar para o chão e ri nervoso.

— Por que gosta tanto de me ver assim? — perguntei envergonhado. Era meio constrangedor e muito vergonhoso saber que já fui visto completamente nu por ela. Saber que ela já viu absolutamente tudo... Tudo mesmo. Impossível não ficar acanhado. Ouvi uma risada de satisfação vindo dela e logo depois uma afirmação com toda confiança do mundo:

— A paisagem me agrada. Muito!

— Iah! — exclamei virando meu rosto bruscamente em sua direção.

— O quê? — perguntou inclinando a cabeça para o lado, num movimento falsamente inocente.

— Como você pode falar uma coisa dessas na maior naturalidade? — perguntei em meio a gargalhadas nervosas e altas. — As pessoas não ouvem isso o tempo todo.

— Pra quê eu vou ligar? — fez um biquinho. — As pessoas não me veem tampouco ouvem. — deu de ombros e sorriu provocante novamente. — Não tem sentido guardar meus pensamentos só para mim. E nem vem que se você não gostasse não me deixaria assistir, safado. — finalizou suas palavras com uma piscadela marota. Desse jeito eu morro do coração, garota!

— Eu não conseguiria te impedir mesmo, então nem perco meu tempo. — confrontei dando de ombros, tentando esconder a timidez que não me largava. Tentei soar o mais desinteressado possível, mas tive uma sensação de que Pâmela não acreditou na minha ótima – e perfeita, convenhamos – atuação. — E quem disse que eu gosto de ser observado?

— Bom, se lembra do dia em que vocês tiveram que enfrentar uma avalanche devido a um terremoto que aconteceu numa ribanceira? Lembra-se da conversa que vocês e a (S/N) tiveram momentos antes? — estreitou os olhos e passou a brincar com alguns fios de seus longos cabelos. — Você sabe que eu ouvi tudo...

— Sei bem, você não parava de rir. — falei e ri sem graça ao lembrar-me da cena.

— Então, pelo o que eu pude constar com toda aquela conversa, você gosta muito desse meu hábito. — disse baixo, e me lançou um olhar sugestivo. Ela está dando em cima de mim, ou é só coisa da minha cabeça? Se for um sonho, não me acorde nunca!

— Tenho uma leve sensação de que você está gostando dessa nossa conversa íntima... — insinuei semicerrando os olhos.

— Espero que essa visão seja exclusivamente minha por um bom tempo. — ignorou minhas palavras totalmente.

— E eu sou uma paisagem bonita? — resolvi aproveitar suas insinuações para provocar também. Só não pensava que uma única frase iria desencadear uma situação tão delicada como aquela de instantes depois. A mulher a minha frente se aproximou perigosamente do meu rosto, se abaixando a minha altura. Apesar de saber que nada poderia acontecer, não consegui controlar minha respiração. Não conseguia senti-la perto de mim, mas eu conseguia vê-la e aquilo já era o suficiente para fazer meu coração se agitar.

Ficamos alguns segundos em silêncio, ela olhava no fundo dos meus olhos e eu nos seus. Pude contemplar de pertinho seus olhinhos castanhos se transformando em um tom rosado – minha cor favorita – devido à luz do sol. Notei um brilho diferente em seu olhar; um sorriso mais singelo e mais gentil. E por um único segundo permiti-me cogitar a ideia da minha amada sentir o mesmo que eu.

Sou eu o motivo de seu sorriso radiante? O motivo do brilho encantador do teu olhar sereno?

Seu rosto a centímetros do meu estranhamente fez meu corpo se incendiar. Eu sabia que ela não iria se aproximar mais do que isso, afinal não faria sentido. Mas de qualquer forma fiquei nervoso com aqueles olhos me encarando de forma tão intensa.

— Você, Kim Seokjin — disse dando ênfase. Incrível como o mais simples nome se torna belo quando o mesmo sai de seus lábios. —, é uma das mais belas visões que eu já pude ver em toda a minha existência.

Fiquei uns segundos absorvendo aquelas palavras. Eu escutei isso mesmo? Ou é só meu cérebro querendo me iludir? Depois de pensar um pouco conclui que essas palavras realmente foram ditas. Resolvi dar um voto de confiança para meu cérebro.

E pronto...

Morri e fui para o céu!

Senti minhas mãos suando mais do que o normal. Essa conversa nada inocente não era costumeira entre nós. Apesar dela já ter me visto diversas vezes sem roupa, raramente comentávamos sobre esse hábito que ela possuía. Apenas pequenas frases eram jogadas no ar de vez em quando, mas agora... Conversando algo desse tipo, na maior facilidade... É muita coisa para processar.

Levantei- me do tronco num salto, fazendo Pâmela se afastar alguns passos. Não sabia bem o que fazer para tentar disfarçar que eu estava amando essa conversa, então fiz a primeira coisa que veio a minha cabeça: continuar a jogar os troncos na floresta.

— Jin. — chamou-me outra vez. Suspirei e juntei o resto da minha coragem para voltar a olha-la. — Se eu desaparecer... Sentirá minha falta? — o sorriso fugiu de seus lábios novamente.

— Você não vai desaparecer. — virei meu corpo em sua direção, tentando mostrar confiança.

—... Não respondeu minha pergunta... — abaixou a cabeça, fazendo seus fios cobrirem seus olhos.

— Com toda a certeza do mundo. Não passaria um dia sequer sem que eu não pensasse em você. — toda a minha vergonha parecia ter sumido de repente. É... O amor tem dessas coisas. Você tende a sentir vários sentimentos diferentes quando está com a pessoa que gosta. Aproximei-me novamente, e agora eu estava muito mais alto do que ela. — Você é tudo pra mim! — sorri repetindo as mesmas palavras que ela disse há poucos minutos atrás. — Você é minha melhor amiga. — e inclusive é a garota que eu amo, mas não precisa saber disso por enquanto.

— Bom, diante dos fatos... Você provavelmente terá que lidar com todas essas lembranças de mim. — riu brincalhona, mas eu não consegui rir com isso. Ela praticamente estava dizendo que não sobreviveria.

— Escute! — coloquei as mãos na cintura. — Eu sei que você está sofrendo, mas acredite em minhas palavras, eu também estou. Ver você assim me dói à alma... Eu não suportaria a ideia de te perder. Eu não vou te perder! Eu vou achar esse escolhido das Sombras, vou fazer Riki dar seus poderes para ele, e com isso consertarei esse equilíbrio! Nem que seja a última coisa que eu faça... Eu não vou desistir de te salvar.

Aproximei-me mais um pouco, ficando a poucos centímetros dela. Ergui minhas mãos e tentei tocar seu rosto, mesmo sabendo que minha mão iria atravessa-la. — E principalmente, não deixarei você desistir também. — olhei no fundo dos seus olhos, e notei suas bochechas se ruborizando. O mundo dá voltas, não é mesmo?

Ela sorriu envergonhada e eu automaticamente sorri também. Existe coisa mais linda que essa?

— Se você continuar falando essas coisas bonitas vou acabar me apaixonando por você.

— Meu coração está de portas abertas para você, baby. — pus as mãos no peito. Uma das melhores sensações é poder falar o que pensa e os outros não ligarem por acharem que não estamos falando sério.

Jin Off

 

(S/N) On

— Namjoon. Namjoon. — balançava bruscamente o corpo inerte e ensanguentado caído no chão enquanto olhava ansiosamente para os lados temendo que alguém nos visse. — Vamos lá homem, colabora!

Estava andando pela floresta à sua procura quando vi o mesmo caído perto dos arbustos. Corri até ele e assim que me aproximei o suficiente notei que sua blusa não estava em seu corpo e toda a região do rosto até seu abdômen estava repleto de sangue.

Sangue este que desejo do fundo do coração ser apenas da caça.

Só precisou de mais umas ou duas chacoalhadas para que ele finalmente acordasse.

— Ah finalmente. — suspirei aliviada. — O que aconteceu? — olhei ao redor e vi que a blusa dele estava perfeitamente dobradinha sobre a grama.

— Nada de importante na verdade, só estava procurando algo para beber. — sentou-se no chão e logo depois passou os dedos lentamente pelos lábios carnudos e sujos de sangue, lançando-me um olhar sedutor. — Mas tenho certeza de que seu sangue é muito mais delicioso do que um mero bichinho qualquer... — sussurrou, mas foi alto o suficiente para que eu ouvisse.  — Aahh — inspirou e fechou os olhos. — Seu cheiro é tão gostoso, (S/N). Não, melhor. Você é gostosa por inteiro.

Ouvindo isso, instintivamente me levantei e me afastei alguns passos.

— Pare Nam. Não me faça querer correr de você. — alertei já me preparando para fugir.

— Desculpe — abaixou a cabeça e passou a encarar sua barriga suja, tocando-a levemente com a ponta dos dedos. —, às vezes o sangue me faz ficar mais atrevido. Não é por mal.

Suspirei profundamente e fui até sua camisa, pegando-a, e logo voltei meus olhos para Namjoon novamente.

— O que caçou? — perguntei observando seu corpo, quer dizer, o sangue que nele havia.

— Coelhos.  

— Você ficou a noite inteira caçando coelhos? — questionei cruzando os braços junto da camisa enquanto eu deixava uma risada alta escapar. Não é possível que ele levasse uma noite inteira só para conseguir caçar simples coelhinhos.

— Não foram “coelhos”, foi um coelho apenas. No singular. — não aguentei e cai na gargalhada quando ele confirmou minhas conclusões. — Do que está rindo? Foi um sufoco para pegar esse bicho, ele escapulia sempre que eu estava perto de agarrá-lo. — riu também, provavelmente se lembrando da cena. — Mas depois de umas quatro ou cinco horas de batalhas incessantes finalmente consegui. Até tirei a camisa para evitar manchar.

— E por que não voltou para o carro depois disso? — perguntei com dificuldade, pois estava me acabando só de imaginar a cena hilária.

— Sinceramente? Não sei. Capotei de sono assim que me alimentei. Só acordei agora que me chamou. — deu de ombros e sorriu passando a língua nos lábios.   

Depois disso Namjoon se levantou e me guiou até um pequeno lago que havia mais a frente. Ameaçou tirar a calça e eu rapidamente me virei de costas com as bochechas em chamas. Ele riu alto, só depois que fui perceber que era só uma brincadeira. Namjoon levou as mãos até a água límpida e instantes depois jogou a água em si, como uma tentativa de despertar por completo. Passou as mãos molhadas na boca, no queixo e por toda a região do peitoral e do abdômen tentando tirar os vestígios de sangue seco que havia ali. Depois de limpo, jogou os úmidos cabelos platinados para trás e suspirou alto.

Veio até mim em passos calmos, parou a centímetros de mim, me observando. Estava a ponto de encostar seu tórax em meu corpo, porém eu o parei quando estendi a camisa. Ele sorriu galanteador e pegou a roupa de minhas mãos, mas antes disso, segurou minha mão direita e levou-a para os lábios, beijando-a docemente. Depois do ato carinhoso se cobriu e com isso caminhamos de volta para o carro, sendo recebidos por vários homens impacientes que acabaram de acordar e que estavam a nossa espera, sem contar um olhar desconfortável de um ‘ ficante enciumado.

[...]

O caminho para o Reino das Fadas foi tranquilo, nada de lobos nos seguindo querendo nos massacrar, nada de terremotos, de avalanches. Apenas... Uma viagem tranquila. Mas admito que não estava me sentindo segura com toda aquela tranquilidade, afinal nossos dias podiam se resumir a basicamente tudo, menos paz.

Depois de horas e horas na estrada finalmente podíamos ver o local da nossa próxima missão. Um muro extremamente alto e extenso no meio de um fim de mundo de floresta... Assim ficava fácil saber. Jin parou o carro bem em frente ao portão principal que muito provavelmente dava acesso ao reino, e quase que instantaneamente uma criaturinha luminosa com pequenas asinhas apareceu na janela – um homenzinho para ser mais exata.

— O que desejam em nosso Reino? — perguntou calmamente. — Vieram participar do festival?

— Somos futuros guardiões. Viemos falar com o seu rei, precisamos dele, é urgente. — anunciou Jin. O pequenino pareceu pensar um pouco, mas logo assentiu e ergueu as mãozinhas para o portão, que se abriu imediatamente.

— Entendo, prossigam. Sejam muito bem vindos. Sigam a estrada que logo chegarão ao reino. — sorriu e voou como um foguete, desaparecendo num flash.

Adentramos o portão e vimos logo à frente um lugar imenso. Era rodeado de montanhas, campinas, flores e lá na linha do horizonte conseguíamos ver o Reino e o castelo, tão grandes quanto. O muro parecia não ter fim, pois não conseguíamos ver sua extensão – que provavelmente era gigante.

— Pra quê um muro tão grande para seres tão pequenos? — pensei alto demais.

— Fadas podem alterar seu tamanho como querem, (S/N). — disse Jin focado na estrada em que seguíamos. — Umas gostam de ficar em sua forma pequenina, já outras preferem o tamanho normal.

Seguimos a estrada e só depois de cinco minutos dirigindo é que finalmente chegamos ao local. Os portões de ouro do Reino foram abertos sem nem ao menos nos apresentarmos e quando entramos não consegui não ficar de boca aberta com tamanha beleza presente. Fadas voavam aos montes, de todas as cores possíveis. As fadas maiores faziam seus afazeres com delicadeza e calma. Suas faces eram angelicais, como se nunca tivessem experimentado a raiva ou a ira na vida. Era maravilhoso.

 Todo o lugar emitia boas vibrações. De paz e tranquilidade.

Alguns nos olhavam curiosos enquanto passávamos, mas não pareciam com medo ou desconfortáveis, muito pelo contrário. Chegando ao castelo, fomos recebidos por três guardas reais, nos guiaram até uma sala luxuosa e ali um deles pediu para que esperássemos um pouco, pois o rei já iria nos atender. E assim fizemos.

Minutos iam se passando e nada. Enquanto esperávamos pude perceber Jungkook completamente vidrado olhando algo pela janela. Não liguei muito no começo, mas depois de minutos ali, completamente imóvel, comecei a estranhar. Aproximei-me da janela e vi ao longe, num campo próximo ao castelo, um enorme grupo de indivíduos soltando pipa.

— Pipas... — balbuciou Jungkook ainda com a atenção presa na multidão. — Eles estão soltando pipas, (S/N)... — em seu tom de voz podia notar sua euforia.

— É um festival, acontece poucas vezes ao ano. — disse um dos guardas que estavam no cômodo com a gente. — O festival das pipas, criado pela nossa princesa.

— Eu... Queria muito participar. — admitiu Jungkook, mordendo os lábios e escorando-se levemente na janela. — Sabe... Eu costumava soltar pipas com meu pai quando mais novo, mas parei desde que ele me abandonou. Queria muito poder ir até lá e reacender essas lembranças.

— E quem te impede? — coloquei uma mão em seu ombro, o confortando.

— Será que eu devo? Quero dizer, viemos aqui para fazermos um acordo com o rei, não viemos brincar. E também, não estou mais com idade para essas coisas. — soltou uma risadinha gostosa e correspondeu meu toque com um aperto em minha cintura.

— Está vendo aquelas fadas? — apontei levemente para a janela. — Muitos deles parecem ser adultos e não parecem ligar para isso. — Jungkook baixou seu olhar para mim e sorriu mais uma vez, me fazendo sorrir também e piscar para o mesmo. — E também, creio que vai levar um tempo até sermos atendidos pelo rei. Mas se está em dúvida pergunte ao Namjoon. — dei umas batidinhas em suas costas e me afastei, sentando-me no sofá ao lado de Jin.

— Eu posso hyung?

— Se você quiser fique a vontade. — dito isto, Jungkook saiu rápido como um raio para fora da sala.

Depois de se passar mais ou menos uns quinze minutos, finalmente nos chamaram para o salão Real.

— Futuros Guardiões! Sejam bem vindos, meus caros. — disse o rei com um sorriso assim que adentramos o salão. Ele se levantou do trono em que estava sentado e se aproximou alguns passos com os braços abertos. — Chamo-me Hansol, rei das Fadas da Coréia do Sul e essa é minha amada esposa, Flora. — indicou a mulher de longos cabelos caramelos e olhos verdes, sentada atrás dele.

A mesma levantou-se graciosamente e se aproximou também tocando o ombro do marido. — É uma honra recebê-los em nosso palácio — deu uma leve reverência e nós fizemos o mesmo. —, mas qual o motivo da visita tão ilustre? — os dois estavam do nosso tamanho, e isso de certa forma me deixou mais aliviada. Não queria conversar com um rei minúsculo que possivelmente teria o mesmo tamanho do meu polegar.

— Não querendo tomar muito o tempo de vocês, Majestades. — Hoseok tomou a frente. — Mas vocês, sendo tão ligados à natureza como são já sabem do caso do desequilíbrio.

— Sim, sabemos. Um fato terrível, de fato, mas não culpamos vocês. — Hansol suspirou e estalou o pescoço. — Mas enfim...  Se estão aqui, é porque querem a nossa ajuda, suponho.

Assentimos e então Hoseok, Jin e Namjoon passaram os últimos minutos falando do Escolhido das Sombras, da maga Minji e sua condição para nos ajudar.

— Então vocês precisam dessa pedra para poder consertar o equilíbrio... — murmurou o rei olhando para a janela ao seu lado.

— Sim, ela é importante para vocês? — perguntei.

— Na verdade não, ela não possui nenhuma utilidade, já que é somente uma lasquinha. — disse Flora, a rainha. Quer dizer que se juntássemos todas as lasquinhas, essa pedrinha “inútil” não seria tão inútil assim... Talvez seja por isso que a maga quer tanto ela.

— Então vocês não terão problema em nos ajudar, não é mesmo? — questionou Jimin. — Poderiam dar-nos essa pedra sem problemas?

— Sim claro. — murmurou o rei. Vai ser tão fácil assim? Sério? Bem que a velha disse que seria fácil... Assim espero. — Mas... — pronto, sabia que não seria tão fácil assim. —... Essa pedra não está mais em minha posse, e sim da minha filha. Eu dei a lasquinha de presente quando mais nova. Cabe a ela decidir se dará ou não a pedra.

Espero do fundo do coração que essa princesa ligue para o que acontece com o mundo e não seja uma doida varrida que só pensa em si mesma e que não liga para o que acontece com todos a sua volta.

— E onde ela está agora? — perguntou Suga.

— No momento está ocupada tomando conta do festival das Pipas que está acontecendo nesse momento. É muito importante para ela, não queria atrapalhá-la então se incomodariam se esperassem um pouco mais?

— Claro que não, e também um dos nossos membros está se juntando a esse tal festival. Vamos dar um tempinho para eles. — disse Namjoon sorrindo, sendo correspondido pelo rei e rainha.

Nós ficamos conversando um pouco mais, eles realmente eram simpáticos. E pela linha de raciocínio a princesa também seria. Até que de repente ouvimos ao longe gritos histéricos e pavorosos de várias pessoas barra fadas. Estávamos prestes a correr para fora para vermos o que estava acontecendo, mas os guardas reais foram mais rápidos e adentraram o salão aos berros.

— Majestades, eles estão aqui!

— Estão destruindo nossa cidade!

— Eles quem? Não me digam que são eles outra vez!— gritou o rei de volta, mas com o tom de voz extremamente aflito.

— Eles estão raptando a princesa, meu senhor!

— O quê? — berrou Hansol, transformando seu corpo num corpinho mais pequenino e voando para fora do salão, tudo num piscar de olhos. A rainha correu até os guardas e disse alto:

— Diga-me que não são eles, por favor! — disse desesperada.

E o que fizemos para ajudar? Nada. Não entendíamos o que estava acontecendo, portanto não tinha como os ajudar.

— São eles sim alteza. — respondeu um dos guardas com pesar. — São os gigantes... 


Notas Finais


Se puderem, sigam lá meu perfil. ❤ Tenho vários projetos em mente, e bom... Farei o possível para agradar vocês, meus amores!❤
Meu perfil: @Pam_Hoseok

Interação JinPam! Amooooo! ❤❤ Casal pra frente esse, né? 'u' Pam amada, controle esse fogo, por favor! :v

kkk Espero que eu tenha compensado um pouco meu atraso. :3

Um beijo meus bebês!

Até o próximo! Comentem! ❤


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