História My little flower. - Destinos cruzados.

Lucca.

  Meu corpo esquentou, minha atenção focou-se em ponto só, não conseguia desviar meus olhos, simplesmente não conseguia, estávamos só ele e eu ali, na minha percepção, mesmo ele estando longe eu podia sentir seu cheiro, seu adocicado cheiro era quase palpável, quando olhei em seus olhos me afoguei naquela imensidão azul, seus cabelos tão negros e tempestuosos, sua pele de aparência leitosa e macia, seu lindo e radiante sorriso, eu não conseguia desviar meus olhos, simplesmente não dava, ele parecia, tão... Frágil, era tão lindo, por alguns instantes pude ver um anjo, eu escutei uma voz me chamar, mas ignorei, e continuei o olhando, só ele importava no momento, nada mais, ele sorria para o céu, mas eu queria acreditar que era para mim, ele virou-se de costas para a janela e eu quase implorei para que ele se virasse para eu poder olhar em seus olhos por mais alguns segundos, ele levou suas mãos até seu shorts, ele iria trocar de roupas, tentei desviar meus olhos, mas eu estava preso em um transe, ele iria puxa-lo para baixo, tentei fechar meus olhos, mas não dava, de repente senti algo segurar meu braço e sair puxando-me na direção oposta a que eu queria olhar, por alguns instantes me senti meio incomodado por não estar o olhando, senti-me como se faltasse algo, levou alguns segundos ou minutos (não sei exatamente havia perdido a noção de tempo) para perceber o que me impediu de olha-lo por mais alguns instantes, senti raiva ao ver Christian puxando-me

-Ficou maluco?.- Falei tentando soltar meu braço de sua mão.

-Eu acabei de lembrar que tenho que te mostrar uma coisa.- Ele disse parecendo irritado, continuei tentando me soltar, mas foi falho, pois ele era mais forte que eu, isso me irritava, deixei que ele me puxasse, meus pensamentos voaram em direção a aquele ser dono de olhos lindos e um sorriso involuntário se formou em meus lábios ao lembrar de sua imagem rindo, Christian estava me levando para sua casa e ao chegarmos lá não havia ninguém então fomos para seu quarto, ele foi se sentar em sua cama e eu me sentei ao seu lado ainda lembrando daquele garoto enquanto encarava o chão, então pensei que Christian treinava naquela floresta então ele poderia saber algo sobre aquele garoto, olhei em sua direção e ele tinha a cara fechada, mas não liguei, logo comecei a fazer perguntas sobre o garoto de mais cedo, mas suas respostas se resumiam a: Não sei, nunca ouvi falar, e NÃO, isso estava me irritando e ele também parecia estar irritado, passei o resto do dia pensando nele e todas as vezes que eu falava qualquer coisa sobre isso Christian me lançava um olhar irritado então no final da tarde, eu resolvi ir para casa, despedi-me de Chris e pulei sua janela, como eu morava do outro lado da rua era preciso só atravessa-la e estaria em casa, mas essa era a parte ruim, atravessar aquela rua, pois eu teria que entrar em casa e escutar o papo de “noiva” novamente, isso me irritava, era todo santo dia, noiva pra cá noiva pra lá, era cansativo.

  Atravessei a rua vagarosamente e ao pisar na causada de minha casa já senti vontade de atravessar a rua novamente e pular a janela da casa de meu amigo, mas já que estava ali mesmo era melhor entrar, e eu tinha certeza que meus pais já haviam sentido minha presença ali, fui até a porta e entrei, eu poderia pular a janela de meu quarto, mas meu pai odiava quando eu fazia isso, então era melhor entrar pela porta, e eu não estava afim de fim de ficar de castigo novamente, ao entrar desejei que minha mãe não avinhe-se com aquele maldito assunto novamente, mas meus pedido não foi atendido (assim como os outros).

-Filho, já pensou naquilo que eu te disse?.- Disse minha mãe vindo da cozinha referindo-se ao encontro com mais uma garota.

-Sim, e a resposta é não.- Falei indo em direção a escada que levava a meu quarto.

-T-tudo bem.- Falou ela fingindo um sorriso, mas sua tristeza era palpável a cada vez que seu filho se recusava a ir em mais um dos encontros que marcava.

Entrei em meu quarto e joguei-me em minha cama fitando as paredes cinzas e sem cor de meu quarto, mas logo meus pensamentos foram tomados por um intenso e belo azul e mais um sorriso se formou em meus lábios...

Christian.

 Irritação isso o descrevia.

 Perguntava-se o Porquê de Lucca ter o seguido, se ele não tivesse feito isso, não estaria tão irritado, mais porque estava irritado?, Não sabia e isso o confundia.

 Só não queria que Lucca estivesse tão interessado no pequeno ser de olhos azuis, tentou esquecer sua irritação, mas era praticamente impossível... Totalmente impossível, rolava em sua cama sem parar, mas não conseguia pregar seus olhos, decidiu que iria sair, tinha de correr ou enlouqueceria, todos os cantos de seu corpo eram tomados por uma raiva que nunca havia sentido antes, levantou bufando de irritação e saiu de seu quarto como um furação e agradeceu por seus pais ainda não estarem em casa, saiu pela porta dos fundos de sua casa a batendo com força atrás de si e entrou naquela floresta como se fosse morrer se não corresse seu sangue fervia, não estava em seu estado normal, sentia um formigamento em seus braços e ao olhar seus pelos cresciam, isso só significava uma coisa, transformação, e era estranho já que não era lua cheia, e só se transformava sem sua permissão nessas ocasiões, escutou risadas ao longe e uma voz familiar dizendo.

- Mas mamãe ainda não estou com sono.- Foi como se tivesse tomado vários vidros de calmantes de uma só vez, aquela suave voz o acalmou de uma maneira surpreendente e ele já sabia a sua origem, caminhou mais um pouco até avistar uma casa toda feita de madeira escura com grandes janelas de vidro, era uma casa muito linda, mas a origem daquela voz era ainda mais bonita e encantadora, pode ver um pequeno garoto correndo pelo quintal da casa e uma mulher jovem em bonita correndo atrás de si, era sua mãe, eles se pareciam muito, só de olhar o pequeno garotinho e escutar os som de suas risadas, seus pelos voltaram ao normal e a fúria que tomava conta de si, não mais o habitava.

-Porque coisas como essa acontecem quando te vejo?.- Disse em um sussurro cansado olhando o garoto sorrindo ao brincar com sua mãe.

 Voltou para sua casa lentamente tentado achar respostas para sua raiva, e para o que sentia quando olhava o doce garoto, mas não encontro respostas para nenhuma delas.

 Ao chegar em sua casa foi logo entrando e dando de cara com sua mãe raivosa.

-Onde se tava peste?.- Perguntou nervosa, Christian quase podia ver chamas em seus olhos.

-Tava sem sono então fui dar uma volta.

-Da próxima vez deixa pelo menos um bilhete seu filho de uma cadela.

-Nossa mãe isso foi pra me ofender ou a senhora gosta de se xingar mesmo?.- Perguntou rindo do que sua mãe acabara de falar.

-Menino tá querendo morrer hoje ou oque?.- Falou ela com mais raiva do que antes.

-Não tó de boa vivo.- Falou indo em direção a seu quarto.

-Bom mesmo.- Pode escutar sua mãe falando enquanto subia as escadas.

 Ao entrar foi logo tomar um banho, estava todo suado, saiu do banheiro já vestido, e jogou-se em sua cama, logo tendo seus pensamentos tomados por aquele pequeno ser que rondava sua mente há semanas.

-Porque você não sai da minha cabeça?.- Perguntou-se, e sorriu ao perceber que havia falado em voz alta, logo foi tomado pelo sono e adormeceu dessa vez sem pesadelos só um sonho sobre um sorriso radiante e lindo.

 Já do outro lado da rua, um garoto tinha sonhos com belos cabelos negros e olhos azuis que esbanjavam inocência, e pureza...

-Lindo.- resmungaram os dois enquanto dormiam, com sorrisos em seus lábios...