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História My Love is Like a Star - Como vai ser agora?


Escrita por: momento

Notas do Autor


EU NÃO ACREDITO QUE ESSE É O PENÚLTIMO CAPÍTULO!!!!

Capítulo 31 - Como vai ser agora?


Sophia Tarris

Um vento gelado veio de encontro ao meu corpo, chocando-se contra meu rosto, única região desprotegida pelas várias camadas de roupa que usava. Afundei meu rosto no pescoço de Rafael, buscando proteção e aproveitando para roubar um pouco do seu maravilhoso cheiro. Fazia tanto tempo que não me sentia assim, feliz. Em um momento anterior, eu havia passado a olhar mais para o chão do que para o céu; mas aprendi que a felicidade é simples e hoje só precisei olhar a imensidão escura acima de minha cabeça para sentir.

Enquanto todos riam de mais alguma pérola soltada por Jennifer – que eu não cheguei a ouvir, por minha mente ainda estar vagando sem rumo –, eu ria por perceber que encontrei as pessoas certas para chamar de amigos. Estávamos amontoados em um lençol estendido no chão de um quintal, expostos ao frio da madrugada. Cada um tinha consigo um grosso cobertor, uma garrafa long neck de cerveja e, na cabeça, um chapéu cone de papelão com o tema Frozen. Que tipo de gente faz isso?! O meu tipo de gente, com certeza. Ah, e não poderia me esquecer de Calum, o balão verde que Rebecca adotou como namorado, já que era a única solteira do grupo. O resto dos balões ainda estava dentro da embalagem; ninguém tinha disposição para enchê-los.

Olhei Rafael e percebi que ele também estava perdido em pensamentos, fitando o nada.

– Tudo bem? – perguntei, colocando minha mão gelada sobre a dele, despertando-o. – Você parece estar com a cabeça em outro mundo.

– An... Certo, tudo bem. Estava só pensando em algumas coisas. Mas você não estava diferente de mim, eu percebi.

– É, estava pensando em algumas coisas também.

Ficamos em silêncio, um parecia tentar ler a mente do outro.

Ei, faltam, tipo, 40 segundos para meia noite. – Josh avisou. – Contagem regressiva!

Pra que isso? Não estamos no ano novo! – exclamei, mas eles não deram importância. Faltando 10 segundos, juntei-me a eles na contagem.

1... 0! – nos encaramos por um instante, sem saber qual seria o próximo passo. Então eles simplesmente começaram a gritar "parabéns" e coisas do tipo, que foram se transformando em palavras sem nexo.

Claro, por que não ficar gritando em plena madrugada com os meus amigos e acordar toda a vizinhança, já que já sou vista como louca por aqui?

No meio de toda a euforia, alguém acabou estourando o balão verde e Rebecca gritou dramaticamente, prometendo se vingar do "assassino". Depois de minutos gargalhando e quase sem fôlego, recebi um abraço caloroso de cada um. Meus pais apareceram, andando com os pés arrastados e os rostos visivelmente cansados, certamente nós os acordamos e eles resolveram me parabenizar agora, sendo que costumam deixar isso para o café da manhã.

Não demorem muito aqui fora, não quero ninguém doente. – mamãe ordenou.

– Sim, senhora. – respondemos em coro.

E, por favor, façam menos barulho. – papai completou.

Os dois me deram um beijo no topo de minha cabeça e eu os observei até entrarem na casa.

Rafael, você se importa de dormir comigo hoje? – indaguei.

Isso é um convite para...

Não, seu pervertido! – o interrompi antes que terminasse a frase, fazendo os quatro rirem. – É que não tem lugar pra todo mundo dormir, então estava pensando em Josh e Jenn dormirem no quarto de hóspedes e a Becca na sala.

– Nossa, valeu pela consideração. – Rebecca falou em tom de indignação, mas sabia que ela não se importava, até porque o sofá era bem confortável.

Bom, se é necessário mesmo, eu faço esse favor de dormir com você. – ele respondeu, ainda exibindo um sorriso sacana.

Já estava me sentindo cansada, mas ainda era cedo para dormir. Dei um gole na cerveja e a coloquei de lado, deitando-me no colo de Rafael, o qual passou a brincar com os fios embaraçados do meu cabelo. Era uma sensação maravilhosa e que me deixava com mais sono. Peguei meu celular para checar as redes sociais, ocupando-me com as mensagens que eu recebia de meus amigos e inscritos; a conversa e a risada de meus melhores amigos serviam de música ambiente.

[...]

Deixei Rafael trocando de roupa no quarto, enquanto eu fazia o mesmo no banheiro. Já pronta para pular na cama e dormir, entrei no quarto e logo me deparei com as costas nuas do loiro. Parecia distraído com a camiseta branca em mãos, virando e desvirando-a do avesso.

Fiquei o admirando por alguns segundos. Dando-me por satisfeita, assobiei o famoso "fiufiu" para que ele notasse minha presença. O rosto de Rafael adquiria a cor vermelha tão rapidamente quanto ele se virava em minha direção, explodi em gargalhadas. Tratou de vestir logo a camiseta, ainda do avesso, e colocou um moletom por cima; procurou por algo em sua mala e, quando encontrou, abriu um pequeno sorriso tímido e veio em minha direção, selando nossos lábios.

– Tenho um presente pra você. – falou ao nos separarmos.

– Sério? O quê? – perguntei curiosa. Ele segurou minha mão e me entregou uma caixinha retangular preta sem dizer nada.

– É a minha cor preferida. – foi tudo o que consegui falar, estava embasbacada. A corrente prata com pingente de pedra azul claro era simplesmente maravilhosa.

– Eu sei. Você sempre diz isso sobre os meus olhos. – falou convencido, mas era pura verdade. – Feliz Aniversário. De novo.

– Obrigada. Eu amei!

Coloquei o colar em meu pescoço, percebendo que seu comprimento estava perfeito: um pouco mais abaixo de onde ficava o pingente de coração que ganhei de Maethe. Empenhei-me em não deixar que lembranças do que ocorreu no mesmo dia que ela me dera (quando Rafael apareceu no aeroporto, minutos antes de eu embarcar) estragassem o momento. Nada daquilo importava mais.

Continuamos parados no completo silêncio. Isso já estava começando a ficar frequente entre nós. Assim que me preparei para deitar, Rafael segurou na minha mão. Franzi o cenho, vendo-o abrir e fechar a boca várias vezes antes de balançar negativamente a cabeça e suspirar.

– Olha, eu sei que você tá com sono, mas tenho uma coisa pra te falar. E precisa ser agora. – fez uma pausa. Comecei a ficar angustiada. – Eu não sei se é o certo. Quer dizer, eu tenho certeza de que é, mas tenho medo de você não concordar. – outra pausa.

– Então? – o estimulei a continuar logo.

– Sophia, você quer, tipo, namorar comigo?

Confesso que eu já esperava que isso fosse acontecer a qualquer momento. Mas, ainda assim, não sabia a resposta. Claro que eu queria; era tudo o que eu queria, na verdade. Porém havia uma considerável, apesar de pequena, parte de mim que me alertava sobre as consequências e possíveis sofrimentos.

– Eu não quero te pressionar. – ele continuou a falar, interrompendo a discussão interna na minha cabeça. – Só preciso de uma resposta. Um sim, um não, ou até um talvez. Mas, por favor, eu preciso saber se tenho novas chances com você ou não, porque eu estou ficando louco com essa dúvida...

– Respira, Rafael. – pedi, percebendo que ele fazia certo esforço para se acalmar. – Antes, eu é que preciso te perguntar uma coisa, você realmente acha que nós temos futuro juntos? Você vai estar no Brasil e eu continuarei aqui. Tem uma chance enorme de acabar mal.

– Lógico que acho, por isso estou aqui lhe pedindo isso. Eu não posso te garantir que dure para sempre, mas uma coisa é certa: temos uma conexão intensa demais para ser ignorada. Eu sinto isso. O fato de que pode dar errado não estraga todas as coisas boas que podemos viver juntos no caminho até lá. Desculpa por ser tão impulsivo e eu sei que eu não te confortei com o que disse agora, mas não quero esconder nada do que penso em relação a isso.

– Eu é que peço desculpas. É que... – fiquei sem palavras, ainda processando tudo o que havia acabado de ouvir. – Não sei.

– Talvez eu tenha escolhido o momento errado. Vou deixar você descansar. – a dor estampada em seu rosto fazia meu coração doer, mas não podia me deixar levar por isso. Eu precisava de mais tempo para digerir a ideia.

Sem dizer mais nada, ele contornou a cama para deitar ao meu lado. Fiquei de costas para ele, achando que ele não iria querer nenhum contato comigo. Estava enganada. Minha cintura foi enlaçada pelos braços do garoto e meu corpo todo puxado para perto dele.

Por mais que tentasse, não era capaz nem mesmo de fechar os olhos, estava sendo bombardeada por minhas próprias perguntas. Lembrei de quando ele terminou comigo e da raiva que senti por ele sequer cogitar a ideia de um namoro a distância. O que eu estava fazendo? Qual o sentido de adiar a conversa se é tão óbvia e clara a necessidade de Rafael em minha vida, eu não queria perdê-lo de novo. Para quê complicar?

– Rafael. – sussurrei e não obtive resposta. Senti a necessidade de prosseguir mesmo assim, só assim eu teria paz. –  Eu aceito.

Foi então que percebi ter me enganado pela segunda vez. Senti uma das mãos dele percorrer de leve a curva lateral de meu corpo e um aperto maior em minha cintura, mas não havia malícia alguma em seus atos. Finalmente me entreguei ao sono e pude dormir sorrindo.

[...]

Apenas dez dias já foram suficientes para eu me acostumar a ter Rafael sempre ao meu lado. Agora eu precisava lidar com a sua volta para casa, há nove mil e tantos quilômetros longe daqui.  

Eu odiava o tempo por ser tão injusto, fazendo meus dias com Rafael passarem como se fossem horas. Parecia tudo tão recente, como se fosse ontem. Ele chegando de surpresa e eu o apresentando aos meus pais e fazendo programas de casal, mesmo ainda não sendo um. A madrugada do meu aniversario, quando nos tornamos oficialmente namorados. Vagamos de mãos dadas pela cidade pacata. Fomos às festas mesmo não aguentando o barulho ensurdecedor das músicas e os esbarrões dos bêbados. Nos divertimos com a reação de nossos inscritos a cada atualização em nossas redes sociais que indicava que estávamos juntos, mas sem deixar tudo muito explícito. Revivemos lembranças, criamos novas.

Corrigindo, foi tudo recente. Até porque, o que são míseros dez dias?

– Boa viagem! Não se esqueça de me ligar assim que chegar. – reforcei o recado pela quarta vez desde que o voo com destino a Brasil foi anunciado, ainda grudada no pescoço do loiro.

– Ok, já entendi. Agora que tal um beijo de despedida? – prontamente atendi seu pedido. Quando nos separamos, Rafael segurou meu rosto entre suas mãos e observou minhas feições. Eu sabia que a dor e a tristeza que sentia eram nítidas em meus olhos, prova disso eram as lágrimas que deram ao beijo um leve toque salgado.

– Como vai ser agora?

– Eu não sei. – soprou sendo sincero. – Só sei que quero tentar... temos que tentar pra descobrir.

Assenti em concordância, puxando-o para um breve selinho na tentativa de reprimir as palavras presas em minha garganta e que gritavam em minha mente, porque soltá-las tornaria a despedida ainda mais difícil. Até que Rafael vocalizou.

– Eu te amo.

Um arrepio percorreu meu corpo e minhas lágrimas duplicaram. De repente eu já não o tinha mais em meus braços e eu não conseguia fazer nada a não ser assistir ele se afastar, até sumir de meu campo de visão ao passar pelo portão de embarque. Ele não podia fazer isso comigo. 

De repente, já não era mais tão fácil sorrir.


Notas Finais


Ninguem me respondeu se estou indo rápido demais com os acontecimentos (carinha triste), então postei dois capítulos como um só, como eu queria, pra fic ter um numero par de capítulos (sla, prefiro assim).

Espero que tenham gostado. Beijos e até o próximo capituloooo


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