História My Perdition - Three months

  Vê-lo ali no chão fez meu coração se apertar e em meio as lágrimas com os olhos nublados pudr ver seu sofrimentos tanto ou maior que o meu, a culpa o amparava junto ao sofrimento. 
  Minhas pernas automaticamente caminharam até ele, me abaixei e o abracei.
  Eu retribuiu o ato e permanecemos ali chorando, compartilhando do mesmo sofrimento.
  - Por que ...não me disse? - perguntou com a voz embargada.
  - Porque eu diria depois de tudo?
  - Você devia ter me procurado...
  - Te procurado pra ser humilhada de novo - o cortei
  - Não.. É .. Que.. - suspirou frustado - Droga, droga, droga - outro suspiro profundo - eu é quem deveria ter morrido.
   Um aperto forte se fez presente em meu peito, tão forte apenas de imaginá-lo morto que mesmo infeliz eu não possa ao menos ver, observar enquanto sorri fazendo seus olhos se tornarem dois pequenos riscos enquando as bochechas automaticamente inflam.
  - Não fale bobagens - o repreendi.
  - Não é bobagem .. Eu apenas faço mal as pessoas seria muito melhor um ser inocente vivo do que... do que alguém como eu - ele movimentava as mãos como se ajudassem a explicar o raciocínio idiota.
  - E você acha que ele não cresceria? Não cometeria erros? Somos apenas humanos, isso é comum... Eu por exemplo só erro, sou um verdadeiro fiasco e.. e...
  - Você não devia falar assim, tenho certeza que nosso filho não cometeria metade das burrices que eu cometo, você seria uma ótima mãe, uma das melhores..
  Lágrimas ja se formavam em meus olhos novamente - Você acha que... que eu seria mesmo uma boa mãe?
  Seus dedos foram delicadamente para meu rosto o contornando com a ponta dos dedos - Eu não acho - suspirei triste, frustada e então abaixei a cabeça que logo foi levantada pelo mesmo- eu não acho isso porque eu tenho certeza e quando eu vacilei você o defendeu quando eu ... Enquanto eu quis abortá-lo você cuidou dele.
  Me afastei dele e levantei, logo ele fez o mesmo.
  - Agora você sabe de tudo e sendo assim não temos mais nenhuma ligação um com o outro.
  - Você poderia me dar uma chance, nos dar uma chance e tentar de novo... O amor ainda nos une.
  Ri soprando e debochando daquela última frase - Que amor ? Você ainda insiste nisso?! - meu coração já quase saltava pela minha boca.
  Com passos largos ele cobriu nossa distância e me pressionou contra a parede.
  - Você me ama assim como eu te amo, está escrito na sua testa, tudo isso que é  pra me punir mas não vê que está se punindo também- apontou pro meu coração e pressionou o indicador levemente -estou vendo como está sofrendo - pressionou sua boca contra minha, nossas respirações mescladas e o coração disparado. Era um beijo selvagem e quente - Você pode tentar mentir pra si mesma - eu ainda tentava controlar a respiração acelerada enquanto ele falava.
  - Eu ... - seus olhos penetrantes encaravam o meu como eu uma súplica - não acredito em amor - seu semblante se tornou triste - Não mais.
  - Tudo bem então - ele por fim aceitou... Seus braços estavam um de cada lado do meu corpo me mantendo ali - Então eu tenho que fazê-la acreditar novamente - meu rosto se tornou confuso - eu irei te conquistar aos poucos, dia por dia, até o fim de nossas vidas se preciso e eu a terei.
  - O que? - praticamente gritei - Você está louco, completamente louco...
  - Sim estou, você tem este poder sobre mim, me enlouquece sem nem mesmo querer e eu preciso de você.
  A vontade de dar o foda-se pra tudo e se jogar nos braços dele era muita, tentadora mas não posso, pelo menos é isso que minha mente tenta me convencer.
  - Eu .. Eu não..
  Seu dedo foi para meus lábios - Shhh ... Nos dê essa chance, não me prive de te conquistar novamente - fechei os olhos - abra os olhos, olhe nos fundos dos meus olhos e ...
  Abri meus olhos e as palavras amargas saltaram de minha boca o cortando - Te dá uma chance pra que? Pra me trair todo dia? Pra me deixar plantada que nem uma idiota te esperando? Te ligar preocupada e ser igorada totalmente ou então me responder frio? Me  receber com indiferença? Saber que eu sou só mais uma otaria que se apaixonou sozinha, que só um lado "ama"? - fiz aspas com os dedos, a mágoa ali pulando como palavras frias.
  - Sim eu fiz tudo isso, eu te trai todos os dias e inventava uma desculpa que digasse de passagem não enganaria nem uma criança - aquilo era pior que um soco na cara e eu lutava contra as lágrimas que queriam sair - mas foi isso que me fez se apaixonar por você aos poucos - ri sem vontade -  sua fé cega em mim, ou melhor, no amor que sentia por mim e eu não dei valor e foi só quando eu te perdi que descobri que você é meu sol em meio ao tempo nublado e agora por mais que  eu tente te alcançar você está longe ou quando chego perto.. Queima e muito.
  - Por que isso? Por que não me deixa em paz?
  - Você é minha, sempre foi e me ama, nada mais justo duas pessoas que se amam ficarem juntos. A partir de hoje te conquistarei todos os dias - eu não neguei e ele sorriu - eu te levaria pra jantar mas - ele olhou para o relógio e eu também - já é quase meia noite - arregalei os olhos, nem parecia que ficamos ali tanto tempo- vamos apenas dormir.
  Olhei para ele - An? - foi o que soltei inconscientemente.
  - Vou dormir com você, apenas dormir, não me negue isso, quero adormecer e acordar com você ao meu lado me faz se sentir bem e realmente descansar.
  Olhei para ele desconfiado e logo me roubou um selinho sorrindo em seguida e me livrando dos seus braços porém logo me pegou pela mão.
  - Não vou dormir agora quero comer alguma bobagem - seu sorriso se tornou sugestivo - mas antes eu quero esclarecer uma coisa - ele se tornou tenso - vou te dar essa chance de me conquistar novamente o que duvido que consiga alguma coisa - lógico que não conseguiria acho impossível fazer eu amá-lo ainda mais - e eu te darei um prazo, três meses é o tempo que tem para me conquistar caso não consiga quero que desapareça de minha vida de uma vez por todas - ele ficou pensativo, será que cogitava não aceitar? - E então?
  - Eu aceito, farei com que me ame novamente.
  Fomos pra cozinha e começamos a comer porcarias extremamente calóricas e depois de escovar os dentes nos deitamos, ele se deitou de frente e me abraçou pela cintura o puxando para mais perto, escorei minha cabeça em seu peito, adormeci sentindo seu perfume e por mais que eu negue em voz alta dormir ao lado do mesmo me trazia paz e conforto.