História My serendipity. (Jikook) - The only one.

Os meninos acabavam de finalizar mais um show e as fãs de Daegu encontravam-se quase que arrebatadas, seja na pista ou no camarote, o que realmente não era para menos, já que naquela noite eles haviam entregue tudo de si.

Os Bangtan Boys uniram suas mãos e curvaram-se para o agradecimento final, após palavras calorosas de felicitações e agradecimentos, o que fizera as fãs reunidas irem a loucura também.

As cortinas se fecharam, declarando oficialmente o fim de mais um show, eles estavam exaustos.

Taehyung e Jimin logo que terminaram de descer as escadinhas para fora do palco, caíram no chão de tanto cansaço. Semelhantemente, mais a frente quem desmoronava nos sofás de couro eram Jungkook, Namjoon e Jin, estavam sorridentes e afoitos, apesar do cansaço.

— Céus, esse parece ter sido o primeiro show de vocês. – Yoongi ralhou enquanto secava o suor de seu rosto imaculado. Parecia inteiriço, mas o cansaço gritava por todo o seu corpo, tanto é que não resistiu e deitou-se no chão de carpete, fazendo os parceiros rirem de si. – Vocês estão mortos.

— Olha ai, o sujo falando dos mal lavados. – Hoseok gritou ao achegar-se de Jungkook, Namjoon e Jin, sendo seguido por Jimin e Taehyung.

— Hoje foi incrível. Quando as cortinas caíram e as fãs iniciaram Not Today com a gente, o que foi aquilo? – Jimin lembrou-se, totalmente empolgado, enquanto retirava a gravata de cor vinho. Por aqueles minutos pós-show, Jimin realmente parecia ter tirado o peso de suas costas.

Sem ser notado, ainda, cada pequena ação do até então loiro, era observada pelo jovem Jungkook, que o fitava de forma atenta e curiosa.

— Se não fechar a boca você vai babar daqui a pouco, Jungkook! – Yoongi, que observava os dois há tempos, provocou-o, dando-lhe um chutinho leve no pé.

Sua ação de abaixar a cabeça fora tão rápida que os membros não entenderam a provocação do afrontoso Yoongi, nem mesmo Jimin, que somente os encarou com um sorriso brincalhão nos lábios.

Após Jungkook enviar um olhar assassino ao Yoongi, que caiu na gargalhada, ele decidiu focar no assunto do momento: o show.

Porém, para o azar do pobre Jungkook, Yoongi estava com as macacas naquela noite e logo voltou a provocá-lo.

— Jimin, você estava incrível em Blood Sweet and Tears, Jungkook que o diga, não parava de fitá-lo, mesmo que em movimento. – dessa vez todos os membros escutaram atentamente a fala do Yoongi, e Jimin de imediato corou violentamente, pigarreando em seguida e desabotoando um pouco a camisa social.

— Com certeza fora por pura admiração ao seu hyung. — Jimin rapidamente cortou o parceiro que insistia em provocar Jungkook, ao que agradeceu internamente, e sentou-se numa cadeira próxima do grupo, de frente a um ventilador.

Não ia negar, ficara nervoso com as falas do Yoongi, até porque ele havia afirmado aquilo, jogado na rodinha dos amigos sem delongas, e pior, Jungkook sequer contestou-o ou tentou contestá-lo.

No instante seguinte a staff do grupo chamou três dos membros para dar uma breve entrevista, e foram Namjoon, Yoongi e Taehyung, de penetra, Jin e Hoseok foram também, contudo, quando Jimin levantara para juntar-se à eles, mais na intenção de se afastar de Jungkook do que participar da entrevista, o mesmo acabou sendo puxado pelo mais novo, que o encarava atentamente, enquanto ainda segurava-lhe a mão.

— Você está bem? – Jimin o olhou confuso e pendeu a cabeça pro lado, o encarando com um biquinho de canto.

Jungkook certamente achara aquela uma cena muito fofa, o aegyo espontâneo mais fofo que ele já vira em sua vida.

— É que quando fomos nos despedir das fãs eu percebi que você pisou em falso, fez uma cara de dor, achei que tivesse se machucado. – provavelmente ele estava usando daquilo como uma desculpa para conversar com Jimin, já que o sentia afastado nos dias anteriores e até mesmo durante o show.

Jimin separou as mãos que ainda encontravam-se juntas e engoliu em seco. Quando se tratava dos toques de Jungkook, o hyung se tornava extremamente sensível, e por isso tratou logo de se afastar.

— Na verdade está tudo bem. – Jimin sorriu-lhe e sentiu o estômago gelar, em seguida as borboletas começaram a voar, e ao ver Jungkook dar-lhe um sorriso como resposta, as pernas quase lhe falharam, então ele apressou-se em dizer: – É... vamos invadir a entrevista deles também? – o maknae sorriu, porém, se Jimin o observasse por mais alguns míseros milésimos perceberia que fora um sorriso tristonho.

Os dois, lado a lado, sem mais delongas e em silêncio, seguiram para a entrevista que já estava em seu fim. Não tiveram tempo para muita coisa, somente agradeceram às armys pelo apoio e soltaram vários beijinhos, seguidos de aegyos e corações, dizendo junto com todo o grupo um raro e precioso “eu te amo”.

— Eu estou faminto. – Namjoon bradou e deitou-se no sofá novamente, passando o pé para cima do colo de Jin, que o encarou com a famigerada feição de “mas é um folgado mesmo, né?”.

— Sabe o que cairia bem agora? Uma porção grande Kimchi, nossa, eu mataria por uma dessas na minha mesa agora! – Hoseok exclamou ao fazer gestos, como se tivesse uma porção de Kimchi bem na sua frente.

— Eu sinceramente não sei como você consegue comer essa merda, Hobi, sério mesmo. – Yoongi disse brincalhão e tomou um gole de água.

— Da mesma forma não entendo como alguém consegue te beijar. – Hoseok respondeu no mesmo tom, arrancando risadas de seus amigos e uma expressão frustrada do pobre Yoongi. – Tô só brincando coisa fofa!

Assim que a staff novamente apareceu à porta, cortando o barato dos meninos, eles já sabiam o que era, então logo se apressaram ao escutá-la dizer:

— O chefe manda avisar que a van já está à espera de vocês, quanto mais rápido formos, mais rápido chegaremos às instalações. – os meninos somente agradeceram e caminharam para logo pegar seus pertences mais importantes no camarim, sempre brincalhões e risonhos.

Jimin andava mais à frente do grupo, estava pensativo desde o começo do dia, mas ali, naquele momento, seus pensamentos eram como bombardeios incessantes e estava tão intertido no seu mundinho que quando Yoongi tocou-lhe o ombro, um grito de susto ecoou por sua boca, assustando todos ao redor.

— Aish...— Jimin ralhou com a mão no peito, enquanto os outros membros só faziam rir.

Após soltar um palavrão, Yoongi abriu a boca pra falar:

— Mas que droga Jimin, o que foi isso?

— “Mas que droga?” – Jimin repetiu a frase quase aumentando a voz, mas quando percebeu o que estava fazendo, tratou logo de se recompor e observou o restante do grupo andar mais a frente. – Eu só estava um pouco distraído, Suga.

— Eu percebi. – ele ralhou e passou um braço pelo ombro do amigo. – Mas diz ai, o que lhe aflige meu amigo?

Era certo que Yoongi não era o melhor amigo de Jimin, contudo, naquele momento aquilo não importava muito para ele.

— Para ser sincero, nem eu sei. – Jimin sussurrou em resposta, olhando para os dedinhos de sua pequena mão. – Talvez eu só precise de uma bela noite de sono.

Era muito estranho para Yoongi vê o garoto mais alegre do grupo, todo confuso, pensativo e cabisbaixo daquele jeito.

— Na verdade, Jimin, você precisa de... – assim que ele percebeu o que iria soltar, tratou logo que calar a boca e encarar à Jungkook que estava entrando na sala. – É, talvez você só precise de uma boa noite de sono. – ele sorriu cauteloso e entrou no camarim junto com o amigo.

Notando que Jimin não estava atento, mas sim distraído com seu celular, Yoongi caminhou rapidamente até Jungkook e o olhou sério, o assustando de imediato.

— A gente precisa conversar seriamente. – ele soltou sem rodeios, e como ovelha muda levada ao matadouro, o mais novo somente assentiu e quando ia saindo da sala para “a conversa”, Yoongi o interrompeu e sussurrou: – Aish, agora não seu doido, no hotel.

— Então por que me contatou agora? Não poderia esperar até chegarmos no hotel? Estou curioso, ué.

— Opa, essa era a intenção! – Yoongi fez um movimento com os dedos e deu um peteleco leve na testa do maknae, que ralhou algo inaudível e fez uma careta de desgosto em seguida, arrancando boas risada do amigo.

Assim que a staff voltou para apressá-los, Jungkook ofereceu-se para ajudar Jimin a carregar suas coisas, porém, educadamente o mais baixo recusou e apressou-se para fora junto com os outros, entrando rapidamente na van e sentando-se no banco do fundo, perto da janela.

O caminho até o hotel fora bem descontraído, exceto para Jimin que encontrava-se tenso e vez os outra pegava-se pensando no que realmente estava acontecendo em seu interior.

Aqueles poucos minutos aspirando o perfume de Jungkook, que estava sentado no banco à frente do seu, fora o suficiente para deixá-lo inebriado e ocioso, o que o fizera quase gritar de alivio ao sair da van assim que estacionara.

Várias fãs encontravam-se à frente do hotel, todas animadas, sorridentes e ansiosas. Os meninos logo pararam para ceder a alguns pedidos, mas Jimin saiu arrancando para dentro do hotel, deixando o restante do grupo sem entender nada.

— Yoongi, você estava conversando com Jimin, o que houve? Ele está bem? – Hoseok perguntou extremamente preocupado, enquanto tirava uma selca com uma fã mirim.

— Na verdade ele está meio avulso desde ontem, e hoje pela manhã encontrava-se ainda mais esquisito também. – ele sussurrou próximo do amigo, sendo observado pelo Jin também, que igual aos outros, estava preocupado.

— Isso é estranho, logo ele, um dos mais atenciosos. – Jin finalizou a conversa com um semblante pesado.

Não tardaram muito ali, como era um grupo pequeno de fãs, eles assistiram a todas com qualidade e por fim entraram para o hotel, exaustos.

Todos subiram para seus quartos, mas Yoongi ao invés de ir para o seu, desviou-se de sua rota e parou à frente da porta de Jungkook, começando a bater incessante e irritantemente.

— Aish! — o maknae murmurou do lado de dentro e quando abriu a porta, fez uma cara emburrada, como se já esperasse ele. – Até que fim, seu enrolado.

Yoongi fez uma careta e entrou logo para o quarto, deixando os calçados próximos da porta.

— Então... qual é a boa?

— A boa? Ah... eu não diria boa não. – Yoongi ralhou, se jogando na cama do amigo. – O que tá acontecendo entre você e Jimin? – Jungkook esperava qualquer coisa, de verdade, mas ao escutar Yoongi ser direto daquele jeito, com aquele assunto, ele engasgou na própria saliva e piscou várias vezes para tê-lo melhor no campo de visão.

— É o que?

— Não me vem com essa de “é o que?” não, Jungkook. Olha, já faz um bom tempo que eu venho observando e analisando a relação de vocês dois. Os toques, os carinhos nos cabelos, os tapas de Jimin em você, é, até isso é diferente, e principalmente os olhares. Tem algo rolando, Kookie?

O maknae abaixou a cabeça levemente e apoiou-se na parede, respirando fundo em seguida.

— Eu sei lá o que tá rolando. – soltou, totalmente exasperado, passando a mão nos cabelos.

— Olha, Kookie, na verdade você sabe sim o que tá rolando, mas você só não sabe bem como expressar. Vocês vêm se estranhando esses dias, se evitando, e digo isso em todos os aspectos, principalmente o Jimin. O grupo inteiro já percebeu isso.

— Como assim o grupo inteiro?

— Ah, vamos lá né... vocês se estranham no meio dos ensaios, nas lives. Lembra do ensaio preparatório na semana passada? Por você errar um passo sem querer, Jimin quase te matou e se retirou furioso do ensaio, eu nunca o vi fazer isso, mas não fica por ai, na live da noite retrasada, vocês sequer trocaram uma palavra.

— Isso é ruim para a imagem do grupo...

— Eu tô é cagando para a imagem do grupo, Jungkook. – não era em todo uma verdade, mas a maior preocupação do Yoongi ali, naquele momento, era os dois amigos. – Eu estou verdadeiramente preocupado com vocês dois, eu não sei que há de verdade, mas se resolvam ainda hoje, agora se possível.

Faltou pouco para Jungkook engasgar-se de novo. O garoto estancou e olhou para o hyung.

— Você tá doido? Tá pedindo para eu ir ao quarto dele agora? – Yoongi abriu a boca como se o mesmo tivesse acabado de realizar uma descoberta, e riu.

— É isso mesmo.

— Nem que...

— Jeon Jungkook, se existe uma pequena parte de você, por menor que seja que já imaginou como Jimin seria se fosse mais que um amigo, talvez devesse pensar em fazer algo antes que seja tarde demais. – Yoongi o cortou com a frase mais crucial que poderia sair de sua boca.

— Eu vou só tomar um banho.

Yoongi sorriu orgulhoso, não só da atitude do amigo, mas também de si mesmo, e assentiu, levantando-se da cama.

— Mas e o pizza night com os meninos? Eles...

— Nah... você e Jimin estão cansados, optaram por ficar em seus quartos.— Jungkook agradeceu ao amigo com um singelo olhar, recebendo uma piscadela de volta, e antes que o mesmo fechasse a porta, ele voltou a chamá-lo.

— Obrigada hyung. Você é bom em conselhos, deveria distribuí-los mais vezes.

— Você me diz se deu certo amanhã pela manhã. – e dando um largo sorriso ao amigo, ele fechou a porta, deixando o maknae só.

E no quarto a dois corredores a frente, a melodia de Serendipity enchia o ambiente, deixando o dono da voz calmo e ansioso, apesar de que não soubesse bem o porquê, ele sentia um pequeno nervosismo subindo-lhe a garganta.

Jimin encontrava-se de roupão quando escutou um simples e tímido toque na porta.

Hesitou em abri-la, mas pensando que poderia ser um de seus amigos, ele a abriu rapidamente, e quando viu quem era, seu sangue pareceu ter estancado.

Jungkook o olhou tímido, pois conseguia ver boa parte de seu peitoral por conta do roupão semiaberto.

— Jungkook? – indagou o óbvio e respirou fundo, olhando-o incrédulo por mais alguns instantes, até ver que ele queria realmente entrar. – É... eu não te esperava por aqui.

— É... é que eu estava sem sono. – ele sussurrou depois de fechar a porta.

Jimin soltou um riso pelo nariz e trocou a música em seu celular para Blood Sweet and Tears, passando para a reprodução automática.

— Depois de um show pesado desses, você está sem sono? Uhum... – ele murmurou cerrando os cílios e caminhou para o janelão do quarto, escorando-se no batente. – Mas me diz ai, o que você realmente veio fazer aqui, Jungkook?

— Eu preciso conversar com você. Estou realmente preocupado. – Jungkook deu alguns passos a mais para adentrar no quarto e escorou-se a parede, o mais longe possível de Jimin, que fitava atentamente o movimentar da avenida, enquanto escutava o outro falar.

— Mas eu não me machuquei, Jungkook, já lhe disse isso.

— Agora eu não mais estou falando sobre o incidente no palco, Jiminnie. – ele disse risonho, e quando Jimin escutou o mais novo chamar-lhe pelo apelido, seu estômago deu uma leve contorcida e sentiu como se milhares de borboletas voassem em seu interior.

— Hum... – ele murmurou curioso e virou-se para encará-lo. – Então o que realmente te preocupa, Jungkook?

As pessoas têm reações curiosas quando se encontram nervosas, e com Jungkook não era diferente. As mãos começaram a suar, assim como a pontinha de seu nariz e recebendo aquele olhar cortante de Jimin, ele quase perdeu a fala.

— Hein? – Jimin ralhou caminhando para a cama, estava exausto daquilo que ele pensava ser o início de um “papo furado”.

— A gente, cara. – e ai Jimin estancou.

Ele literalmente parou de frente para a cama quando o escutou dizer aquelas palavras.

— O que tá acontecendo Jimin? Nós começamos a nos afastar do nada. Nem aos ensaios nos falamos direito. Jimin, eu sinto a sua falta. – ele sussurrou dando um pequeno passo na direção do hyung, o que o fizera ficar bem atento. – Nossa, e como eu sinto sua falta, talvez eu não tenha percebido isso até o Yoongi vir e tirar as escamas de meus olhos, mas... eu sinto tanto a sua falta.

— Jungkook, nós somos amigos, você sabe que não rolam sentimentos além da amizade. – ele disse totalmente incerto daquilo, temeroso.

Jungkook parando bem rente ao corpo do Jimin, o que o fizera quase cair para trás, disse-lhe:

— Você tem certeza que não sente nada quando ficamos a nos encarar nos ensaios, Jimin? – a respiração quente dos dois já se tornava pesada e o estômago de ambos parecia se contorcer, enquanto o mais velho sentia seu corpo aquecer a cada segundo que se passava. – Você não sente nada mesmo, quando eu faço isso? – então, de forma lenta, Jungkook pousou a mão direita sobre o peitoral de Jimin, fazendo-o ter um intenso arrepio que percorreu todo o seu corpo.

Sua atitude de engolir em seco fez o maknae sorrir ladino e de forma sutil.

— Ah Jimin, o que estou sentindo em meu interior não é uma mera empolgação pós-show, não cara! – ele exclamou ao acariciar levemente a bochecha de seu hyung. – O que estou sentindo é amor, e eu estou absurdamente apaixonado por você, Jiminnie. Cada parte sua me puxa para ti todos os dias. Os seus cabelos finos, esse sorriso fofo e sem vergonha, essa mãozinha de bebê. – e quando ele juntou suas mãos as de Jimin duma forma diferente como ocorria nos shows, o hyung permitiu-se dar um sorriso acanhado, mas o bonito mesmo foi o brilho em seus olhos, aquele brilho que somente os sentimentos mais intensos podiam lhe causar.

Ambos se encararam de uma forma mais intensa, como se possível fosse, e então a doçura e o desejo que não mais lhes cabiam, transbordaram.

Jimin cedeu, subindo uma de suas mãos aos até o cabelo de Jungkook e ali fez um carinho, sorrindo diante da feição de paz que surgiu no rosto daquele que fazia seu coração acelerar.

Os dois já estavam embalados naquele clima que somente a letra e a batida de Serendipity lhes proporcionavam, e quando Jimin passou a distribuir leves e pausados selinhos sobre o rosto de Jungkook, a felicidade de ambos quase fora palpável.

Primeiro ele selou-lhe as bochechas, que estavam vermelhas e pareciam queimar, no bom sentido. Em seguida beijou-lhe a testa e a pontinha de seu nariz, fazendo-o soltar um risinho e entrelaçar seus dedos aos dele. Depois beijou-lhe o maxilar (uma das partes que mais o atraía no moreno), o queixo e pausou para analisá-lo um instante.

O maknae estava tão ansioso para aquele momento que chegava a ofegar levemente, umedecendo timidamente os lábios e o encarando com brilho nos olhos.

Jimin sorriu e sem mais considerar se deveria ceder ao sentimento, aproximou lentamente seus lábios aos do moreno, parte essa que mais lhe atraía no mesmo, e sem pressa alguma aproveitou o momento, sentindo o coração descompassar e o seu estômago encher-se de borboletas imaginárias.

Ambos iniciaram o beijo, estavam calmos, mas desejosos cada vez mais daquele momento. Jungkook no mesmo instante que enlaçou a cintura do loirinho entreabriu seus lábios e Jimin tomou a mesma atitude, sentindo o coração quase falhar quando suas línguas tocaram-se, entrelaçando-se como se fossem formar um só.

Assim como Jungkook não sabia descrever a voz de Jimin, não sabia descrever o seu beijo. Era uma sensação muito louca, diferente de qualquer outro que já tinha experimentado, e seu consciente tinha a total noção de que ele sempre lhe apresentaria uma sensação diferente, uma sensação na qual nenhuma outra pessoa o apresentaria.

Tudo corria da forma mais doce e genuína. Jimin acariciava o braço de seu maknae enquanto o mesmo subia uma de suas mãos até a sua nuca, arranhando levemente aquela parte e deixando seu hyung eriçado, como imaginado.

O sorriso que ele dera entre o beijo fora a deixa para Jimin morde-lhe o lábio inferior, e beijá-lo novamente.

Jungkook empurrou-o delicadamente para cima da cama, sem cessar o beijo, e pousou suas mãos aos lados do corpo de Jimin, sentindo-o fazer-lhe um carinho nas costas com uma mão, e a outra alisando sua bochecha, como sempre fazia, só que agora com mais liberdade.

— Eu esperei tanto por esse momento, você não tem noção. – Jungkook sussurrou, encostando sutilmente sua testa à de Jimin, que sorriu com os olhinhos semifechados.

Enquanto Jungkook beijava alternadamente as bochechas, o nariz e os lábios de Jimin, o mesmo só conseguia pensar no quão abençoado era.

— Eu não queria estragar esse momento, mas... – Jimin disse com a voz rouca, arrancando um resmungo arrastado de seu maknae, que na hora contestou.

— Então não estrague, por favor.

— Não... – Jimin disse risonho e o selou suavemente. – Mas e os meninos, se eles aparecerem aqui no quarto?

— Sh... – Jungkook sussurrou levando um dedinho a boca de Jimin, fazendo-o calar. – Suga já cuidou de tudo. – o loirinho cerrou os cílios e sorriu.

— Depois você me explicará o envolvimento do Yoongi nessa história toda. – Jungkook assentiu risonho e rolou para o lado, deitando-se de frente para seu hyung.

Ficaram naquela posição por um tempo, se encarando, apenas sentindo e escutando a respiração um do outro, enquanto trocavam carinhos e sorrisos, sem dúvida o momento mais esperado por ambos.

— Jimin? – Jungkook sussurrou, escutando um “hum” do loirinho. – Eu posso dormir aqui com você? – o hyung sorriu e virou-se de peito para cima, suspirando suavemente e passando braço esquerdo para de baixo de sua cabeça.

— Só se você prometer que não irá tomar o cobertor de mim, ok? – Jungkook sorriu e deu-lhe um beijo no ombro, ficando com os lábios ali por um tempo, sorrindo e mordiscando levemente.

— Está bem, meu mochi. — Jimin acabou sorrindo ao escutá-lo dizer aquela palavra que o remetia a noite da formatura de seu maknae, e entrelaçou sua mão direita à dele.

Não sabiam bem o sentimento que tinham, até pensaram que poderia ser amor, mas ia muito além daquilo. A energia entre eles era a coisa mais genuína da vida. O modo agradecido como se olhavam, como se tocavam. A forma calma como aproximavam-se um do outro para trocar beijos tão esperados, e como soltavam faíscas ao terem de parar para recuperar o fôlego. Os batimentos cardíacos às vezes descompassados, assim como suas respirações.

Não haviam se amado desde o primeiro encontro, na verdade aquele sentimento fora nutrido por anos e anos, até que chegassem a esse momento. Mas a certeza de que não, jamais, desperdiçariam esse tão inexplicável sentimento, crescia dentro ambos a cada segundo compartilhado.

E eles pegaram no sono juntos, com Annie’s Song embalando-os através do celular de Jimin, assim como na noite passada, quando ele fora dormir ansiando Jungkook em seus braços, só que agora era diferente, ele literalmente possuía o maknae em seus braços, e não podia estar mais radiante quanto nesse momento.

Vez ou outra Jungkook abria os olhos para observar seu hyung, assim como vez ou outra o cobria com o lençol e aproveitava para acariciar a bochecha lisa de seu mochi, sorrindo feito bobo ao ter consciência de que era o ser mais abençoado desse vasto universo, por ter o bem que tanto desejara ao seu lado.

— Neon nae pureun gompangi. Nal guwonhaejun. Naui cheonsa. Naui sesang. Nan ni samsaek goyangi. Neol mannareo on. Love me now. Touch me now. — Jungkook cantarolou suavemente para seu hyung uma parte de Serendipity, mesmo sabendo que o mesmo não iria ouvir, e continuou somente solfejando a melodia da canção, até que realmente dormiu, com uma perna laçada a de Jimin e suas mãos dadas, como desejara há tempos.

A noite correu tranquila, e pela manhã um vento forte invadia o quarto, balançando as cortinas e fazendo os barulhos acordar a Jimin, que sorriu ao ver o seu maknae ao lado. Era literalmente um sonho tornando-se real.

— Céus, como eu ansiei por esse dia. – ele sussurrou com um sorriso mais largo em seus lábios, literalmente a felicidade não lhe podia ser contida.

Suavemente ele retirou uma mecha de cabelo que cobria o rosto de Jungkook e passou a acariciar-lhe a bochecha, olhando-o da forma mais apaixonada e encantada possível.

Observou a pálpebra de Jungkook se mover e logo disse:

— Você é o ser mais precioso que já vi.

O maknae remexeu-se constrangido, e enfiou a cabeça no peito de seu hyung, sorrindo sem jeito.

— Para com isso, você sabe que sou meio tímido ainda. – pediu beijando-o no pescoço e afastou-se, olhando-o no fundo dos olhos.

— Eu queria realmente te beijar agora, mas o odor de nossas bocas nesse instante me diz que isso é errado. – Jimin disse virando-se para cima e parando de encarar a boca daquele a sua frente, o que rendeu boas gargalhadas de Jungkook.

— Um selinho ao menos é válido, não é? – questionou sem realmente esperar por uma resposta, já que aproximou-se do loirinho e selou-lhe o lábio inferior, dando uma leve mordida e selando a bochecha de seu hyung em seguida.

E ele pôde jurar que teve a mesma sensação da noite anterior, os pelos de seu corpo eriçaram, assim como os de Jimin, em seu estômago pareceu ter milhões de borboletas esvoaçantes e o coração pareceu ter descompassado, e ele também pode jurar que suas sensações não mudariam, e se mudassem, seria para a melhor.

— Eu não faço ideia de como seja o nome desse sentimento dentro de mim, porém, acho que o que se aproxima mais é o famigerado amor. – Jimin confessou, sorrindo de canto e o olhando no fundo dos olhos.

Jungkook sentou-se na cama, sem quebrar o contato visual e sorriu, mordendo levemente o lábio inferior. Como ele desejava que aquele momento não acabasse.

— Jimin, posso te pedir uma coisa? – o loirinho, com aquele olhar atencioso de sempre, assentiu e levantou um pouco a cabeça, apoiando-a na mão direita. – Nunca mais me evite como você estava fazendo, por favor. Eu quero nós dois assim, empáticos, genuínos, juntos. – o hyung sentiu um desconforto no coração e logo sentou-se de frente para o moreno, acariciando-lhe o cabelo e descendo a mão pela bochecha, pescoço, tórax e pousando-a sobre a mão do mesmo.

— Se te machuquei, eu realmente não tive a intenção, me desculpa. – ele sussurrou olhando o seu maknae no fundo dos olhos, e após aquela pausa, continuou: – Mas irei sempre me esforçar para que nós estejamos sempre assim, genuínos em nossos sentimentos um pelo outro.

— E quanto ao público?

— Estava pensando nisso... vamos esperar, ok? Vamos esperar, dar um passo de cada vez. Ainda não estamos num namoro, namoro, só iniciamos a nossa caminhada, então o melhor a fazer é dar tempo ao tempo. De acordo?

— Certamente. – sorriu orgulhoso do parceiro e puxou-o pela nuca, selando seus lábios novamente.

— Obrigada pela noite mais linda e esperada da minha vida! – Jimin sussurrou, encaixando sua testa ao espaço entre o pescoço e o ombro de Jungkook, enquanto deitavam-se novamente na cama, estava cedo, tinham tempo para aproveitar enquanto não partiam.

— Tem certeza que essa é a mais esperada, Jimin? – Jungkook o provocou com um sorrisinho nos lábios e recebeu um beliscão nas costelas, o que acabou fazendo-o gritar comprimidamente e sorrir ao ver o loirinho corar.

— Ah Jungkook. – ele ralhou o olhando com os olhinhos semicerrados. – Isso é assunto para outra hora.

— Mas me responde, você pensa sobre nós?

— Céus... – Jimin ralhou totalmente envergonhado e assentiu mais envergonhado ainda, recebendo um abraço caloroso de seu maknae, que beijou-lhe o alto da cabeça.

— Tudo bem, meu bebê, tempo ao tempo. – e Jimin não conteve outro sorriso, enterrando sua cabeça no peitoral de Jungkook, que sorria feito bobo.

Ficaram ali mais um pouco, até que Jungkook recebeu uma mensagem do Yoongi, avisando que tinham de começar a se arrumar, iriam partir a cerca de três horas, estavam um pouco distante do aeroporto.

Relutante, Jungkook levantou-se da cama e olhou o loirinho ainda deitado, estava sonolento devido ao cafuné que recebera.

— Te vejo daqui a pouco, está bem? – ele recebeu um olhar fofinho de seu hyung e não aguentou, pulou na cama novamente e o apertou fortemente, fazendo-lhe coceguinhas até conseguir aquela gargalhada gostosa que tanto o fazia bem.

— Pare, pare. – Jimin pediu quase sem fôlego e sorriu, dando-lhe um tapa no braço. – Não vale, kookie, você é mais forte e mais alto que eu. – choramingou empurrando-o para o lado e sorrindo feito bobo da risada de seu maknae.

— Me diga Jimin, do que vale força e altura perto de uma beleza e fofura estonteante como a sua? – Jimin sorriu e logo em seguida enterrou sua cabeça no travesseiro, cheio de vergonha, mas encarou-o em seguida.

— Você quer acabar comigo mesmo né? Vai se arrumar logo, se não vamos nos atrasar. – Jimin disse quase sério, se não fosse pelo sorriso ladino em seus lábios.

Jungkook assentiu e depois de receber mais um selinho de Jimin, levantou-se da cama e encarou-o mais uma vez.

— Jimin-ah! – ele sussurrou, esperando o loirinho retribuir o olhar e assim que o fez, não pestanejou em dizer: – Obrigado pelo seu amor. Eu te amo!

Por não ser algo comum entre eles, e por naquele momento aquele eu te amo realmente significar algo muito mais forte e além, Jimin sentiu os olhos esquentarem e marejarem, deixando-o quase sem jeito, mas ele suspirou e mordendo levemente o lábio inferior, ele disse:

— Eu te amo, Jungkook. E sou eu quem devo agradecer pelo seu amor.

Sem mais tardar, contudo ainda relutante, o mais novo retirou-se do quarto de seu hyung e caminhou pesadamente até o seu quarto, onde atirou-se à cama com um sorriso imenso nos lábios.

Eles não tinham certeza de muita coisa, mas o que mais tinham convicção é de que lutariam com unhas e dentes por aquele sentimento.