História My Stranger House - Capitulo 14 - Final

Já havia passado uma semana desde a briga entre demônios e vampiros que aconteceu na nossa casa. Eu sei que parece ser tudo minha imaginação, mas aconteceu de verdade e até para mim era difícil acreditar nisso. 

Finalmente estavam todos melhores dos machucados e os casais estavam juntos. Ou quase todos, ainda falta dois teimosos conversarem e contarem o que sentem um pelo outro. Apesar de sentir vontade, não podíamos falar nada, pois após o ocorrido o Ravi nos fez prometer que não contaríamos nada ao N até que ele tivesse pronto e nós concordamos porque essa decisão era apenas dele e de ninguém mais. 

Como em qualquer outro dia comum, acordamos e nos arrumamos, descendo para a cozinha e sentando-nos à mesa enquanto N e Ken já estavam na cozinha preparando o café da manhã para nós. Assim que eles colocaram a comida na mesa e se sentaram conosco, Hyuk decidiu fazer uma das brincadeiras dele antes mesmo que começássemos a comer. 

- Ravi, acho que hoje é um bom dia para você contar – Hyuk começou e olhamos para ele – Já esperou bastante tempo. 

- Eu não tenho nada para falar para ninguém – Ravi respondeu com um olhar assassino direcionado a Hyuk. 

- Tem sim – Hyuk insistiu – Eu vou te dar três opções e você escolhe a melhor. Primeira, você conta por vontade própria. Segunda, eu conto no seu lugar e você sabe que farei de um jeito que te deixará bem constrangido. Terceira, eu te obrigo a contar usando um certo feitiço e aposto que você não vai gostar nada disso – olhávamos para Ravi e eu estava com medo dele já. Mas claro que o Hyuk não sentia isso, além de ser o mestre dele, Hyuk era um demônio príncipe do inferno. 

- Está bem. Eu mesmo conto – ele respondeu e então olhou para N, que possuía uma interrogação na cara. – N, eu estou apaixonado por você. Já faz algum tempo, mas eu nunca tive coragem de contar com medo de mudar alguma coisa entre nós. Eu gosto das nossas brigas infantis, nossas alfinetadas e mesmo com tudo isso, somos bons amigos. E eu não quero que isso mude apenas por eu estar apaixonado por você. – N hyung estava estático e parecia não focar o olhar em nenhum ponto.  

- Você não pode – ele respondeu e saiu correndo de lá. 

Depois disso, começamos a comer e a conversar. Temíamos o que poderia acontecer naquele quarto com os dois sozinhos, mas ao ouvir os gemidos nada discretos vindos de lá, percebemos que eles haviam se resolvido e não precisaríamos nos preocupar. 

Fomos para a sala e passamos a tarde assistindo filmes enquanto os dois ficaram trancados no quarto. No fim da tarde eles se juntaram a nós e decidimos pedir uma pizza para jantarmos. Não perdemos a oportunidade de encher o saco do novo casal e nos divertíamos como se fosse nosso último dia na terra. 

Após a janta, pensamos que seria melhor deixar a cozinha para arrumar no dia seguinte já que todos estavam com preguiça demais para fazer isso naquela hora. Despedimos-nos e fomos para nossos quartos. Nesse momento já havíamos percebido que não fazia mais sentido trocar as camas de casal por camas de solteiro, já que agora estávamos todos resolvidos e felizes. Deitei na cama sendo abraçado pelo Leo de forma carinhosa e eu sentia como se estivesse no lugar mais seguro que pudesse existir na face da Terra.  

Fui puxado da cama sem nenhuma dó, meu braço doía ao ser cada vez mais apertado por aquelas mãos fortes e me assustei ao ver aqueles olhos vermelhos que eu não queria reconhecer tão facilmente quanto reconheço. 

- Jiwon, solte ele – ouvi Leo dizer ainda na cama, acho que por medo de levantar e Jiwon me machucar ao se sentir ameaçado.  

- Não vou soltar, hyung – Jiwon respondeu – Ou você volta com a gente, ou eu levo ele no seu lugar. 

- O que está acontecendo aqui? – vi Hyuk entrar pela porta junto com Ravi e N e Ken estavam logo atrás dele. 

- Vim buscar meu irmão – Jiwon respondeu para Hyuk – Agradeceria se não se intrometesse, pois dessa vez eu vim preparado. 

- Vamos lá, Jiwon. – Hyuk disse debochado – Não quero ter que fazer isso novamente. 

- Eu já disse – Jiwon respondeu – Estou preparado. 

- Ravi, o que você acha melhor? – Hyuk direcionou o olhar para ele – Eu uso nosso encantamento novamente ou chamo meu papai para dar um jeito nisso de uma vez por todas? 

Em nenhum momento Jiwon soltava meu braço, que doía absurdamente e eu sabia que ficaria uma marca roxa por um bom tempo ali. 

- O que for mais divertido para você mestre. – Ravi respondeu simplesmente. 

- Acho que eu mesmo cuidarei disso dessa vez então – Hyuk avançou em Jiwon fazendo com que ele soltasse meu braço para se defender. 

Assim que o primeiro soco foi desferido, eu soltei um grito e acabei acordando. Eu estava suado e tremia, mas agradecia por ser somente um pesadelo. Nada daquilo aconteceria, eu precisava acreditar nisso. Senti braços ao meu redor e sabia ser Leo. Ele deve ter acordado com meu grito e perguntou o que havia acontecido, eu respondi que era apenas um pesadelo e voltamos a dormir. 

A manhã já havia chegado e eu não havia conseguido dormir novamente. Eu sentia medo da história se repetir, eu não queria mais ver meus amigos machucados e nem a dor que eu vi nos olhos de Leo naquele dia. Arrumamos-nos e descemos para sentar com os meninos na mesa. 

- Você está horrível, Hongbin – Ken hyung disse e não escondi o sorriso de canto que deixei escapar. 

- Eu sei, hyung – respondi – Eu tive um pesadelo e não consegui voltar a dormir, mas não foi nada demais. 

- Quer nos contar, Binnie? – N hyung perguntou. 

Eu apenas concordei com a cabeça e contei tudo que eu havia sonhado. Os meninos me olhavam espantados e eu não sabia o que falar, pois eu mesmo estava espantado com o que minha cabeça era capaz de produzir quando eu não estava fazendo nada útil. 

- Sabe, Binnie – Hyuk disse – Você não precisa ter medo de um pesadelo que nunca irá acontecer.  

- E se acontecer – dessa vez era o Ravi quem falava – Nós todos estaremos aqui para ajudar, assim como estávamos da última vez. 

- Nós somos sua família também, Hongbin – Leo completou – E família fica junta em qualquer situação. 

Eu me sentia feliz e emocionado pelos novos amigos que ganhamos, ou melhor, pelos novos membros de nossa família. Quando nos mudamos para essa casa, tínhamos tantos planos, tantas ideias para serem realizadas pelos três melhores amigos inseparáveis e agora nós só queríamos reformular esses planos e fazer com que eles fossem ideais para seis pessoas realizarem juntos. 

No começo eu falei que sempre fomos três e sempre seriamos três. Nesse momento eu só consigo me sentir feliz ao falar que, sim, sempre fomos três, mas agora nos tornamos seis. E como todas as outras mudanças que vem para o bem, eu torço para que essa dure para sempre. Pensando assim, irei reformular minha frase. 

Sempre fomos três, mas nossa família aumentou, então agora seremos para sempre seis.