História My Stranger House - Capitulo 4

Nós três concordamos e nos dirigimos para fora da sala. Eu não sou tão curioso, mas não posso dizer o mesmo dos meus dois amigos xeretas que decidiram ficar espionando pela fresta da porta. Eu decidi deixá-los lá e ir para o meu quarto, mas no mesmo momento, sinto meu braço ser puxado pelos meus amigos e ficam me segurando para que eu também veja o que esta acontecendo lá dentro.  

❤️❤️❤️❤️ 

- Mestre, irei até o porão buscar o sangue – Ravi disse e nos preparamos para correr dali. 

- Não, Ravi – Hyuk o interrompeu quando ele já estava de costas para os dois se dirigindo para a porta e ele parou, ainda sem se virar – Aquele sangue animal que ele deixa estocado lá embaixo não será suficiente dessa vez, ele está muito fraco – Hyuk continuou – Ravi, você sabe o que eu preciso fazer não é? 

- Faça o que for necessário mestre. - Ravi respondeu - Você sabe que estou aqui para servi-lo. 

- Desculpe por isso. - seja lá o que Hyuk teria de fazer, mas ele se sentia triste com isso – Voodoo.  

Hyuk disse isso como se ditasse um encantamento e no mesmo momento Ravi parou, mais parecia uma estátua, enquanto aguardava o que imagino ser o próximo comando. Mas, no mesmo momento, os olhos do Ravi se encontraram com os meus e eu senti como se ele penetrasse minha alma pelos olhos e virássemos uma única pessoa. Era como se eu pudesse sentir tudo que acontecia com ele e ele sentiria qualquer coisa que acontecesse comigo. 

- Mestre, eu me conectei a um deles. - Ravi disse e é como se essas palavras soassem dentro de minha própria cabeça, como se fosse meu próprio pensamento – Continuaremos mesmo assim? - sentia minha boca se mover repetindo as palavras dele, mas nenhum som saía de mim e eu não consegui me mover ou desviar meu olhar dos olhos dele. 

- Não temos mais tempo, terá que ser assim mesmo - Hyuk disse – Venha até aqui e me dê seu braço. 

Ravi se virou para ir em direção a eles fazendo com que nossos olhos se desconectassem, mas eu não conseguia me mover, era como se eu tivesse preso a ele e a cena que acontecia à nossa frente. O Ravi se ajoelhou ao lado deles e mesmo estando de pé, eu sentia como se fosse meu próprio joelho encostado ao chão. Assim como pedido, ele estendeu o braço e Hyuk o segurou e, novamente, eu senti o toque como se fosse em minha própria pele. 

- Leo, beba! - Hyuk disse, mas o Leo balançou a cabeça em negativa – Por favor, hyung, beba, senão você não sobreviverá. Você prometeu que nunca nos deixaria.  

Leo o olhou, parecia afetado por aquela fala, e então concordou levantando levemente a cabeça, sem forças e se aproximou dos braços do Ravi. Eu sentia tudo como se fosse em meu próprio corpo, pois assim que Leo se aproximou do braço de Ravi, eu sentia a respiração dele batendo em meu braço. Eu estava assustado e não conseguia entender o que acontecia, só que também não conseguia me afastar. 

- Me desculpe por isso, mas ele precisa sobreviver – Ravi disse para mim e eu tenho certeza que foi por pensamento, pois a boca dele não se moveu em momento algum. 

- Eu não me importo, apenas quero que ele viva. - eu pensei e sei que Ravi ouviu quando ele concordou com a cabeça. 

Mesmo assustado e não sabendo o que aconteceria daqui em diante, eu aguardei. Eu nem sabia porque, mas eu só queria que ele ficasse bem logo. Não demorou muito e eu senti uma dor em meu braço, como se ele fosse perfurado por algo. Direcionei meu olhar para o local da onde vinha a dor e consegui ver dois furos ali. No começo a dor foi insuportável, mas logo passou e  eu não sentia mais nada. Conforme o tempo foi passando, percebi que minha visão escurecia e eu ia ficando fraco como se alguém tivesse sugado toda a energia que tinha em meu corpo e senti minhas pernas cederem. 

- Ele está se desconectando – ouvi Ravi dizer. 

- Leo, chega – Hyuk disse – Ele está desmaiando. Está na hora de parar – e isso foi a última coisa que ouvi antes de ser amparado pelos meus amigos e apagar completamente. 

Eu acordei e estava deitado na cama, não tinha certeza de quanto tempo eu tinha dormido, apenas sabia ser manhã por ver a claridade do sol entrando pela janela. Alias, não lembrava-me de como cheguei à minha cama e nem ao menos de ter deitado nela para dormir. Apenas me lembrava do sonho completamente esquisito que eu havia tido nessa noite. Como se acreditasse ser real, olhei para meu braço esperando ver os dois furos presentes ali, mas não havia nada. Balancei minha cabeça para me livrar desses pensamentos e me levantei.  

Assim que fiquei em pé, senti tontura e imaginei que foi por ter levantado rápido demais. Esperei que passasse e fui ao banheiro fazer minha higiene pessoal. Ao sair do banheiro ouvi barulhos vindo da cozinha e imaginei ser meus amigos, provavelmente preparando o café da manhã. Voltei ao quarto apenas para me trocar e peguei meu celular finalmente olhando a hora. Me surpreendi ao ver que era 12hrs. Meus amigos deviam estar fazendo o almoço. Mas por que eles não me acordaram? 

- Bom dia. - eu disse assim que entrei na cozinha. 

- Binnie, você está bem? - N veio correndo em minha direção e me abraçou. 

- Estou bem. - respondi – O que está acontecendo? 

- Nós estavamos preocupados. - Ken respondeu - Você desmaiou ontem e não acordava mais. 

- Como assim eu desmaiei ontem? - perguntei. 

- Você não se lembra de nada? - Ken hyung perguntou preocupado e eu não sabia sobre o que ele falava, então apenas neguei com a cabeça. N hyung ainda mantinha seus braços ao meu redor. 

- Eu só me lembro de ter tido um sonho estranho. - foi tudo que respondi. 

N me levou até a mesa para que eu me sentasse e me pediram para contar sobre o sonho e eu contei tudo que me lembrava daquele sonho estranho que tinha como personagem os três outros habitantes dessa casa, além de nós. Enquanto eu contava, os dois se olhavam e depois me direcionavam um olhar estranho que eu não consegui identificar o que significava. 

- Binnie – N começou - Isso não foi um sonho. Foi tudo real. 

- Como é que é? - eu estava surpreso - Então alguém pode me explicar o que aconteceu comigo? 

- Nós não sabemos. - Ken disse – Quando você desmaiou, nós apenas nos preocupamos em sair com você de lá e te levamos para o quarto. Quando voltamos para perguntar o que eles fizeram, eles já tinham ido embora. 

- E ainda não voltaram – N completou – Eu disse que não era uma boa ideia morar com eles. Irei acabar com isso assim que eles voltarem. Eles têm de ir embora – N hyung parecia determinado. 

- Não, hyung – eu disse – Eles não têm para onde ir. 

- Mas olha o que eles fizeram com você. - N disse 

- Primeiro, não sabemos o que aconteceu de verdade – eu respondi – Segundo, ele me pediu desculpa. 

- O que? - Ken perguntou. 

- Antes de tudo acontecer – eu comecei – o Ravi me pediu desculpas e eu apenas permiti que ele fizesse o que quisesse. 

- Hongbin, você não falou com o Ravi. Estávamos escondidos atrás da porta. - Ken hyung não escondia a preocupação em sua voz – Você deve ter imaginado isso. 

- Não imaginei não! - Me defendi. 

- Binnie, você deve estar confuso com tudo o que aconteceu – N disse – Isso deve ter acontecido na sua cabeça - N continuou - Você vive tanto tempo aí dentro que começou a confundir imaginação e realidade. 

- Apenas deixe que eles se expliquem antes de expulsá-los daqui. - eu disse e N concordou. 

Não estava a fim de discutir e tinha certeza do que havia acontecido, então apenas me dei por vencido e fui para o meu quarto organizar meus pensamentos até que eles voltassem e pudéssemos conversar.